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Lara de Aquino Santos Prevenção em Odontopediatria ODONTOLOGIA PREVENTIVA: → É o alicerce sobre o qual os cuidados com a saúde bucal devem ser construídos; → A prevenção deve ser priorizada, pois sua relação de custo-benefício é mais efetiva. MEIOS DE CONTROLE DOS FATORES DE RISCO À CÁRIE: → Diário de dieta; → Uso de fluoretos; → Aplicação de selantes; → Técnicas minimamente invasivas. CONTROLE DO BIOFILME DENTÁRIO: CONTROLE MECÂNICO → A escovação dentária associado ao uso de um dentifrício fluoretado e o uso do fio dental são elementos essenciais deste método; → Estudos apontam que quanto mais instruções de higiene oral são repassadas, menos procedimentos terapêuticos são realizados. Tipos de Escova: → Manual: Deve conter cerdas de nylon macias, cabeça pequena e cabo grosso. → Elétrica: Indicada para pacientes com dificuldade na destreza manual, pois seus resultados são semelhantes a escova manual. Ela entrará como método complementar, ou seja, o paciente utilizará a escova manual, e em seguida a elétrica. Troca da Escova: → O tempo para troca é variável, ou seja, dependerá dos hábitos do paciente. Mas ao primeiro sinal de desgaste das cerdas a troca deve ser realizada. Fio Dental: → Utilizado para a remoção do biofilme interproximal; → Possui diversas apresentações comerciais: Com sabor, encerado, fino ou em fita; → Quase todos os fios dentais são de nylon, e o encerado apresenta bons resultados na remoção do biofilme interdental. Técnicas de Escovação: → Método rotatório; → Método da esfregadura horizontal; → Método de Charters (45°, pressão lateral e para baixo); Lara de Aquino Santos → Método de Stillmann modificado (45° e sentido contrário da coroa). A melhor técnica de escovação é a individualizada, onde observamos os depósitos de cálculo na cavidade oral e com isso acrescentamos informações para melhorar a forma que o paciente já realiza a higienização. CONTROLE QUÍMICO: Características Ideais: → Especificidade apenas para microrganismos patogênicos; → Substantividade (liberação ao longo do tempo); → Estabilidade química no armazenamento; → Ausência de reações adversas; → Segurança toxicológica. Fluoretos: → A sua utilização no combate a cárie é considerada uma das grandes descobertas na área da saúde do último século; → Não impede o início de cárie, mas sim sua progressão (os sulcos pigmentados são um exemplo de paralisação da progressão da cárie); → A saliva atua como fator protetor, pois absorve o flúor do meio bucal; Uso Sistêmico: → Fluoretação das águas de abastecimento público; → É uma intervenção em saúde pública; → Apresenta uma excelente relação custo- benefício, pois o fluoreto retorna a boca pela saliva. Uso Tópico: → Dentifrícios fluoretados; → Soluções de bochechos; → Flúor gel ou espumas; → Verniz com flúor; → Selantes com flúor. Dentifrícios Fluoretados: → É seguro quanto à toxicidade aguda do fluoreto, e pode ser utilizado pelo menos 2 vezes ao dia; → Todas as crianças devem escovar com dentifrícios que contenham de 1000 a 1100 ppm de flúor, por meio de uma escovação supervisionada; → A utilização de concentrações menores que 1100 ppm não são suficientes para se ter a paralisação da progressão da doença cárie; → Caso os responsáveis não apresentem condições financeiras devemos orientar que a higienização pode ser realizada com o creme dental de adulto, desde que seja obedecido a quantidade indicada para a idade. QUANTIDADE: → Bebês com até oito dentes na boca ou com menos de 10 kg e crianças menores de dois anos deve-se colocar a quantidade equivalente à metade de um grão de arroz cru (apenas uma lambuzada na escova); Lara de Aquino Santos → Bebês e crianças que não sabem cuspir com mais de 10 kg coloca-se a quantidade equivalente a um grão de arroz; → Crianças que sabem cuspir, até os seis anos, a quantidade deve ser equivalente a um grão de ervilha. ESCOVAÇÃO SUPERVISIONADA: → Enquanto a criança não tiver condições de se autocuidar, a utilização do flúor deve ser responsabilidade dos pais, diminuindo assim o risco de fluorose dentária. IMPORTANTE: → O dentifrício fluoretada é seguro quanto à toxicidade aguda do fluoreto; → É considerado o fator de risco de fluorose dental, mas a dose à qual as crianças são submetidas tem sido superestimada. FLUOROSE: → São alterações representadas por linhas finas esbranquiçadas ao longo do esmalte ou mesmo a destruição do próprio esmalte, acompanhado de manchas escuras; → Podem ser classificadas em leves, moderadas e severas; → O que diferencia a fluorose da hipoplasia incisivo molar é que ela possui uma apresentação uniforme; → Não afeta a qualidade de vida dos acometidos, está mais relacionada a um problema estético do que funcional. → Em região de água fluoretada a fluorose não pode ser prevenida pelo uso de dentifrício sem flúor ou de baixa concentração. Há necessidade de medidas precisas de vigilância sanitária. Soluções de Bochechos: → São indicados para crianças acima de seis anos de idade, em função do risco de deglutição; → É preferível as soluções sem álcool. CONCENTRAÇÕES: → 0,05%: São indicadas para o uso diário, contendo 230 ppm de flúor; → 0,20%: São indicadas para o uso semanal ou quinzenal, contendo 920 ppm de flúor. EFICIÊNCIA E EFICÁCIA: → Os efeitos preventivos desaparecem com a interrupção da atividade do bochecho, ou seja, se não for algo continuo a eficiência e eficácia diminui, visto que é um método complementar a escovação; → São muito difundidos em programas escolares e alcançam índices de 30% de redução da cárie, em contextos de alta e moderada prevalência de cárie. Flúor Gel ou Espuma: → Tipos: Acidulados e neutros; Lara de Aquino Santos → Os acidulados são mais reativos com a estrutura dental, ou seja, forma mais fluoreto de cálcio no esmalte do que o gel neutro; → A aplicação de flúor nas lesões de manchas brancas e no esmalte desmineralizado são eficazes em qualquer idade, pois essas lesões reagem de maneira muito parecida ao esmalte imaturo recém-irrompido. APLICAÇÃO DO FLÚOR GEL: → Por meio de um rolete de algodão ou cotonete, besuntar toda as faces dos elementos dentários; → Deve ser aplicado por 1 minuto; → Remover os excessos com o sugador; → Orientar o paciente ficar 15 minutos sem se alimentar ou ingerir líquidos. APLICAÇÃO DO FLÚOR ESPUMA: → Aplicar sob a moldeira e levar em posição; → Remover os excessos com o sugador. Verniz com Flúor: → Apresenta uma dissolução lenta e contínua do flúor; → Permanece bem aderido à superfície dental; → É indicado para a paralisação de manchas brancas ativas e crianças pré-escolares. MANIPULAÇÃO E APLICAÇÃO: → Duofluorid e fluorniz: 2 gotas de solvente para 1 de espessado. Pode-se manipular no recipiente do próprio material ou no pote dappen; → É necessária uma profilaxia prévia; → Realiza-se o isolamento relativo e a secagem da superfície dental; → Aplicação por meio de um microbrush ou pincel. Selantes: → Tem como objetivo proteger mecanicamente as fossas e fissuras do acúmulo de biofilme e restos alimentares; → Apresentam superioridade em relação a outros métodos preventivos. TIPOS DE SELANTES: → A base de resina: → A base de ionômero de vidro. IMPORTANTE: → A efetividade dos selantes depende de sua retenção ao longo das fossas e fissuras; → Os selantes resinosos apresentam uma maior resistência e retenção devido a presença de carga em sua composição. Eles dispõem de uma menor liberação de flúor e necessitam de um método de polarização; Lara de Aquino Santos → Os selantes ionoméricos apresentamum melhor custo-benefício e possuem a capacidade de barrar a instalação de cárie mesmo em situações de perda parcial do material, por continuarem a liberar flúor do remanescente do selante; → À medida que o tempo passa, pode ocorrer perda parcial ou total dos selantes, o que indica a necessidade de reavaliação periódica e, se necessário, reaplicações do material. PROPRIEDADES DOS SELANTES IONOMÉRICOS: → Liberação de fluoreto; → Biocompatibilidade; → Capacidade de adesão química com a estrutura dental, por conta do seu CETL ser similar ao dente. INDICAÇÕES DOS SELANTES: → População com alto risco à cárie; → Experiência atual ou anterior de cárie; → Higiene bucal deficiente; → Dentes recém erupcionados (principalmente os 1° molares); → Dentes que propiciem maior acúmulo de biofilme; → Lesão incipiente em esmalte. APLICAÇÃO DOS SELANTES: 1. Isolamento do campo operatório: O isolamento absoluto é o ideal, porém, pode não ser passível de ser realizado em determinadas circunstâncias, com isso o isolamento relativo com roletes de algodão e o sugador de alta potência pode ser utilizado; 2. Profilaxia: Para que se tenha uma adequada retenção do selante é necessário que as fóssulas e fissuras estejam limpas e livres de umidade. Realizar a limpeza por meio de pedra pomes e água destilada; 3. Exploração dos sulcos pigmentados: É considerada uma técnica invasiva e facilita a penetração do material na profundidade da fissura. Deve-se utilizar uma broca com diâmetro pequeno; 4. Condicionamento ácido ou aplicação de adesivo: É realizado com base nas recomendações do fabricante. O condicionamento ácido produz microporosidades na superfície do esmalte para que o material penetre na superfície irregular. Realiza-se a aplicação em toda a região que será selada por 20 segundos, e então realiza a lavagem abundante e a secagem, até que se observe o esmalte com aparência opaca; 5. Aplicação do selante: Deve-se inserir uma fina camada. Pode-se utilizar a sonda exploradora para ajudar na acomodação do material; 6. Fotopolimerização: Dependerá das recomendações do fabricante; 7. Avaliação das interferências oclusais: É realizada por meio de papel carbono. Os excessos de material devem ser removidos. Diamino Fluoreto de Prata: → É efetivo contra a progressão da cavidade de cárie; Lara de Aquino Santos → Tem como desvantagem o manchamento dos dentes; → A sua aplicação pode ser realizada duas vezes ao ano e é realizada por meio de um microbrush; → É importante realizar a proteção do lábio e dentes adjacentes com rolete de algodão ou gaze; → Após as duas aplicações do material pode-se realizar o fechamento da cavidade com ionômero de vidro. PROTOCOLOS PREVENTIVOS: RISCO A CÁRIE NÃO DETECTADO: → Realizar orientações educativas; → Tratamento preventivo com aplicação tópica de flúor. RISCO A CÁRIE DETECTADO: → Crianças com presença de manchas e com dieta rica em sacarose; → Sempre realizar as orientações educativas; → Tratamento preventivo com terapia de verniz com flúor, sendo quatro aplicações semanais e consecutivas. ALTA SUSCETIBILIDADE A CÁRIE OU PORTADORES DE LESÕES ATIVAS: → Realizar uma série de quatro aplicações tópicas de flúor em intervalos de duas a quatro semanas; → Reforçar o controle da placa bacteriana; → Realizar orientações da dieta. Recomenda-se que o regime de tratamento se mantenha semestralmente durante todo o período de maior suscetibilidade à cárie, até 2 anos após a irrupção dos segundos molares permanentes, ou seja, até que o paciente complete 15 anos de idade. CÁRIE DA PRIMEIRA INFÂNCIA: → É um termo atribuído à lesão cariosa em crianças na idade pré-escolar (0-6 anos); → A cárie é uma doença não transmissível e o consumo de açúcar é o fator de risco comum entre as doenças não transmissíveis; → A relação dela com a frequência de alimentação é evidente. RECOMENDAÇÕES: → Conscientizar pais/cuidadores, profissionais da saúde e outros grupos interessados em CPI; → Limitar o consumo de açúcar para crianças com menos de 2 anos; → Realizar a escovação dos dentes no mínimo duas vezes por dia com pasta fluoretada (1000 a 1100 ppm), controlando a quantidade; → Promover orientações preventivas no primeiro ano de vida e orientar o acompanhamento com um dentista. Lara de Aquino Santos TIPOS DE PREVENÇÃO: PREVENÇÃO PRIMÁRIA: → Consiste em melhorar o conhecimento de pais ou cuidadores e trabalhadores em saúde, limitando o consumo de açúcares livres em bebidas e comidas. Como Realizar: → Por meio da exposição diária ao flúor. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA: → Consiste no controle efetivo de lesões iniciais antes da cavitação; Como Realizar: → Uso de verniz fluoretado e aplicações de selantes em molares suscetíveis. PREVENÇÃO TERCIÁRIA: → Consiste na paralização de lesões cavitadas. Como Realizar: → Tratamento operatório preservando a estrutura dentária; → Uso de cariestop 12%.
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