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Morfofuncional | UC XX | SP3 Gota Conceito Doença caracterizada por ataques transitórios de artrite aguda iniciada pela cristalização de urato monossódico dentro e sobre as articulações, levando eventualmente a uma artrite crônica gotosa e ao aparecimento de tofos. → O tofo pode acontecer em qualquer lugar (extra-articular), mas temos os locais principais: hipoderme → Tofo nada mais é do que um centro rico em depósito de cristal que está encapsulado por uma granuloma → Quando apalpamos um tofo, sentimos como se fosse um saco com grãos de arroz - Afeta mais homens (95%) - Faixa etária: 30-60 anos (geralmente o primeiro aparecimento da doença ocorre nessa idade) - Mulheres pós menopausa (estrogênio: uricosúrico - favorece a excreção de ácido úrico pelo sistema renal; como na menopausa o estrogênio diminui, perco então esse fator “protetor”, temos mais ácido úrico) - Aumento da prevalência com a idade: - 7% nos homens com mais de 65 anos - 3% nas mulheres com mais de 85 anos Fatores de risco - idade do indivíduo - duração da hiperuricemia (as vezes é transitória ou crônica) - história familiar - dieta: consumo de álcool (principalmente cerveja) e carne vermelha - uso de fármacos: principalmente tiazídicos (diuréticos que aumentam o volume e reduzem a concentração da urina) HIPERURICEMIA ISOLADA NÃO LEVA NECESSARIAMENTE A GOTA!!! Patogenia - Hiperuricemia: nível plasmático de ácido úrico > 6,8mg/dL (hiperuricemia assintomática) - a partir de 6,8 já ultrapassa a capacidade de saturação do ácido úrico no plasma - A hiperuricemia pode acontecer por aumento da produção ou diminuição da excreção - Diminuição de excreção (90% dos casos) → ácido úrico é derivado do metabolismo das purinas (adenina e guanina); além disso, nós absorvemos purinas na dieta; → praticamente tudo que comemos, precisamos eliminar; por isso a dieta e alimentação está tão relacionado com isso → quanto mais eu como → mais absorve → maior quantidade de ácido úrico na corrente sanguínea → ácido úrico passa muito fácil no glomérulo e faz parte do filtrado; a maior parte que é extravasado, é absorvido; a minoria do que sai realmente chega na urina → para hipoexcretar não precisa ser necessariamente um problema renal, pode ser devido a algum medicamento - Aumento de produção •Renovação celular aumentada: câncer (principalmente leucemia), uso de quimioterápica, psoríase e durante a lise tumoral induzida por quimioterapia. •Defeitos enzimáticos (HGFRT - síndrome de Lesch-Nyhan) - problema na degradação das xantinas; associado a isso nessa Sd. o paciente tem distúrbios neurológicos, hiperqueratose, tendência de automutilação •Dieta rica em proteína ou purina- carne vermelha, bebida fermentada, etc. Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 1 Morfofuncional | UC XX | SP3 •Traumas → paciente pode ter área de esmagamento (células da área morrem por necrose → expõe conteúdo nuclear → precisa ser digerido → aumenta ácido úrico •Idiopático O que ocorre quando ultrapasso a capacidade de absorção: - Existem fatores que facilitam a precipitação do ácido úrico ou urato monossódico: locais muito colágeno ou muito proteoglicanos, o líquido não é solúvel → tenho diminuição da capacidade de solubilizar o ácido úrico (lembrar que o líquido sinovial é rico em proteoglicanos) - Contato do ácido úrico com o líquido sinovial → por si só já favorece a precipitação - Temperatura influencia porque a articulação é mais fria (de extremidades); por isso a preferência por hálux, articulação metatarso falangeana de 1º metatarso Ácido úrico na articulação cristaliza, forma o urato monossódico; tenho o macrófago residente na articulação - Macrófago reconhece, faz fagocitose, mas não consigo eliminar isso no fagolissosomo; é resistente e vai extravasar no citoplasma do macrófago, onde tenho um receptor para antígeno intracelular →. inflamassoma → aumenta liberação de interleucina 1 → chama neutrófilos principalmente e mais macrófagos → Inflamassoma: complexo proteico enzimático, onde tenho a ancoragem de uma caspase 1 inativa; quando ele reconhece um agente a caspase desconjugar e fica ativa; ela pega pró-IL 1 e converte IL-1 - Neutrófilo chega (rápido), responde contra o cristal, mas não consegue eliminar o cristal; ele libera Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 2 Morfofuncional | UC XX | SP3 os grânulos (enzimas proteolíticas, EROS, etc - vários fatores que levam a vasodilatação) no líquido sinovial; além disso, tenho lise dos neutrófilos que vai deixar o líquido mais turvo - Vários fatores levam à vasodilatação - Como vou ver a evolução dessa inflamação? Inicialmente tenho resolução espontânea do quadro da artrite; e pode demorar muito tempo para o paciente ter outra crise; Curso clínico 1. Hiperuricemia assintomática 2. Artrite gotosa aguda → início súbito de dor articular extrema associada à hiperemia, calor e sensibilidade exacerbada 3. Gota intercrise (artrite gotosa aguda) → assintomático → a hiperuricemia persiste; e pode durar muitos anos essa fase; tem pacientes que podem ter mais 4. Gota tofácea crônica a. tofo b. erosão óssea justarticular c. perda de espaço articular Paciente com gota crônica tem IR por ácido úrico; forma tofo no meio do interstício renal e isso distorce a arquitetura do rim - Macroscopicamente, pode ter a mesma arquitetura do nódulo reumatóide - Quando mais superficial, pode ser mais esbranquiçado ou amarelado - Na palpação → aspecto de grão de arroz no centro do nódulo - Podemos ter gigantócitos na periferia → Erosão óssea justa articular → Se formar pannus → diminui viscosidade do líquido → posso ter diminuição do espaço articular → São cristais birrefringentes em formato de agulha Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 3 Morfofuncional | UC XX | SP3 Caso clínico Pensando em artrites, o sexo é importante, faixa etária também; Hidroclorotiazida é um diurético → diluímos urina → retemos outras moléculas, e uma delas é o ácido úrico •Qual a queixa principal do paciente? Dor de início súbito que piora com o passar do tempo •Quais as principais hipóteses diagnósticas? Artrite séptica, artrite gotosa •Qual o próximo passo para o diagnóstico? Artrocentese Infiltrado inflamatória as custas de neutrófilos A ausência de bactérias exclui a artrite séptica Ácido úrico está normal; durante a crise de artrite gotosa, tenho uma tendência de normalizar os níveis de ácido úrico sérico, porque ele precipita na articulação Gabriela de Oliveira | T3 | 7º período 4
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