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Hilário Oliveira T29 @Hilarioof – S4 1 FARMACOLOGIA CLÍNICA DAS DOENÇAS INTESTINAIS Ao se falar de doenças inflamatórias intestinais, deve-se saber o local da inflamação e duração do processo inflamatório. AMINOSSALICILATOS Sulfassalazina, mesalazina, olsalazina, balsalazina Tratamento de primeira escolha para a colite ulcerativa leve a moderada geralmente inclui mesalazina. Mecanismo: • Liberam o ácido-5-aminossalicílico • Nas áreas de mucosa gastrointestinal enferma • Modula os mediadores inflamatórios o Derivados de LOX o Inibe a atividade de NF-KB o IL-1 e TNF-alfa São pró fármacos e metabolizados em mesalazina, sem do metabolizados no intestino. São benéficos em relação aos AINES por não agredirem o TGI. A diferença entre os fármacos se dá pelo tempo de ativação. São menos potentes, sendo utilizados para colites. Uso clínico: • Colite ulcerativa branda a moderada → VO • Proctite e colite ulcerativa distal → via retal ou VO. A depender do estado clínico do paciente, o fármaco pode ser utilizado em associação. Plano terapêutico: • Administração o Sulfassalazina ▪ 3-4g ao dia 12/12h ▪ Iniciar com 1g ao dia, com aumento progressivo até a dose alvo ▪ 2g ao dia para manutenção o Mesalazina ▪ Comprimido (400, 500 e 800 mg) - 2 g a 4, 8g ao dia, divididas em 2 ou 3 vezes ao dia (de 12/12h ou de 8/8h). ▪ Supositório (250, 500 ou 1.000mg) - Aplicar 1 supositório à noite, ao deitar. Pode-se utilizar 2x ao dia em casos selecionados. ▪ O seu potencial de ação é maior. A dose máxima não será dada de início, afim de evitar reações adversas. Ademais, o tratamento dura cerca de 2-3 meses a depender do estado do paciente. Deve-se atentar também a terapia não farmacológica. Reações adversas: • Cefaleia, febre e fadiga → administrar junto de alimentos • Hipersensibilidade • Inibição da absorção de folato GLICOCORTICOIDES Prednisona, prednisolona, hidrocortisona (VO e em casos mais graves → injetável) e budesonida (tópica). Utilizados em doenças inflamatórias intestinais ativas, moderadas a graves. Mecanismo: • Inibem a produção de citocinas inflamatórias, como TNF-alfa e IL-1, além de quimiocinas, como IL-8. • Reduzem a expressão de moléculas de adesão. • Inibem a transcrição gênica da fosfolipase A2, COX2 e NF-KB. Uso clínico: Hilário Oliveira T29 @Hilarioof – S4 2 • Doença inflamatória intestinal ativa moderada a grave. • A prednisona é usada para a indução de remissão na doença de Crohn moderada a grave em pacientes que não respondem aos fármacos à base de 5- ASA. • Prednisona ou prednisolona 40-60 mg/dia. • Hidrocortisona 100 mg IV de 6/6h por 7 a 10 dias. • Budesonida cápsula de liberação ileal, supositório ou enema – fazer desmame gradual do glicocorticoide. • Libera esteroide em quantidades adequadas em uma parte específica do intestino inflamado, minimizando os efeitos adversos sistêmicos. IMUNOSSUPRESSORES ANÁLOGOS AS PURINAS Azatioprina, 6-mercaptopurina Mecanismo: Suprimem a biossíntese das purinas → inibindo a proliferação celular. Uso clínico: Doença intestinal inflamatória grave, ou resistentes ou dependentes aos esteroides. Ademais, são fármacos utilizado isoladamente. Administração: • Azatioprina: comprimidos de 50mg - 2,0 a 2,5mg/kg/dia. Iniciar com dose de 50mg • Mercaptopurina: comprimidos de 50mg - 1,5 mg/kg/dia. Reações adversas: • Febre, erupções cutâneas, náuseas, vômitos. Supressão de medula óssea → dose dependente. • Hepatite colestática, de maneira rara. IMUNOSSUPRESSORES METOTREXATO Mecanismo: • Antimetabólico inibidor da di-hidrofolato- redutase, bloqueando a síntese de DNA e causando a morte celular, ou seja, inibindo a proliferação celular Uso clínico: • DII resistente ou dependente de esteroides. Na doença de Crohn, ele é usado para manutenção da remissão e como complemento aos biológicos para reforçar a eficácia e diminuir a formação de anticorpos antifármacos. Reações adversas: • Depressão da medula óssea, anemia megaloblástica, alopecia, mucosite. • Incomuns nas doses para doenças intestinais inflamatórias. Obs: fazer suplementação de folatos pela supressão da MO e anemia megaloblástica CICLOSPORINA Eficaz em condições clínicas específicas associadas à DII, mas a alta incidência de efeitos adversos significativos limita sua utilização. Uso terapêutico: Pacientes gravemente enfermos com DII. Efeitos adversos: Suscetibilidade às infecções, insuficiência renal, hipertensão, convulsões e neuropatias periféricas. ANTIFATOR DE NECROSE TUMORAL Infliximabe, adalimumabe, certolizumabe, golimumabe. São anticorpos monoclonais que atuam neutralizando o TNF-α, que é a principal citocina encarregada de mediar a resposta Th1, e reduzem as exacerbações agudas dos pacientes com doença de Crohn moderada a grave e facilitam também o fechamento das fístulas enterocutâneas associadas com a doença Usos clínicos: Doença de Crohn moderada a grave. Retocolite ulcerativa moderada a grave Efeitos adversos: Reações agudas (febre, calafrios ou mesmo anafilaxia) e subagudas (tipo doença do soro). Aumento de infecções respiratórias, e uma preocupação especial é a possibilidade de reativação da tuberculose ou o desenvolvimento de infecções oportunistas com subsequente disseminação. Hilário Oliveira T29 @Hilarioof – S4 3 ANTICORPOS ANTI-INTEGRINA Natalizumabe e vedolizumabe Mecanismo: IgG4 contra subunidade alfa, bloqueia várias integrinas nas células inflamatórias circulantes e impede, dessa maneira a ligação às moléculas de adesão vasculares e migração subsequente para os tecidos adjacentes. Uso clínico: Doença de Crohn moderada a grave que não respondem a outras terapias. Reações adversas: Cefaleia, reações de hipersensibilidade, artralgias, nasofaringite e fadiga. Leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP), devido à reativação de um poliomavírus humano (vírus JC). OBS: Não utilizar com outros imunomoduladores. INIBIDORES DA CALCINEURINA Ciclosporina, tacrolimo e micofenolato Mecanismo: Inibidor da calcineurina Uso clínico: DII grave → preferível IV a VO Reações adversas: Suscetibilidade a infecções, insuficiência renal, hipertensão, convulsões e neuropatias periféricas. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO Proctite leve a moderada • Supositório de Mesalazina 1g por dia durante a fase aguda • Doença moderada, associar com Sulfassalazina ou Mesalazina VO Colite esquerda leve a moderada • Enemas de Mesalazina de 1 ou 3 g/dia • Mesalazina 2,4 a 4,8g ao dia (VO) ou Sulfassalazina na dose 2 a 4g ao dia. Pancolite leve a moderada • Sulfassalazina ou Mesalazina VO • Prednisona na dose de 40-60mg - No caso de falha da terapia inicial. • Azatioprina 2-2,5mg/kg/dia - Resposta parcial à prednisona ou em que não consiga reduzir a dose do corticoide sem recaídas Retocolite moderada a grave 1- Corticoide por via oral e aminossalicilato 2- Azatioprina por um tempo mínimo de 12 semanas 3- Anti-TNF alfa (infliximabe) ou antiintegrina (vedolizumabe). Colite aguda grave • Hidrocortisona 100mg IV de 6/6h por 7 a 10 dias • Ciclosporina 2 mg/kg/dia em infusão contínua durante 7 dias - Inicia-se ciclosporinaVO 5mg/kg/dia em duas administrações • Transição para Azatioprina 2 a 2,5mg/kg e redução do corticoide. Pacientes pediátricos • Evitar o uso prolongado de corticoides em dias alternados • Tratamento deve seguir os mesmos princípios do tratamento dos adultos - Ajuste das doses pelo peso • Infliximabe a partir dos 6 anos de idade. Mulheres gravidas e nutrizes Hilário Oliveira T29 @Hilarioof – S4 4 • Sulfassalazina interfere com o metabolismo normal do ácido fólico - segura durante os dois primeiros trimestres da gestação e na amamentação. • Prednisona segura • Azatioprina risco de prematuridade • A ciclosporina é segura na gravidez, mas não é recomendada durante a amamentação • Infliximabe deve ser suspenso no 3º trimestre. Doença de Chron • Individualizado de acordo com a resposta sintomática e a tolerância ao tratamento • Sulfassalazina, mesalazina e antibiótico – não tem ação uniforme ao longo do TGI • Corticosteroides, imunossupressores e terapias anti-TNF – ação mais constante no TGI • Não há evidencias para o uso de ciclosporina CONSTIPAÇÃO INTESTINAL • Retardo ou dificuldade na defecação, presente por duas ou mais semanas, suficiente para causar sofrimento ao paciente • Dificuldade ou dor para evacuar • Eliminação de fezes duras, disformes ou muito calibrosas • Sensação de esvaziamento retal incompleto, após evacuar • Objetivos do tratamento: Regressar da distensão do reto e do cólon, recuperação da sua motilidade e da dinâmica das evacuações. Evitar as recidivas. Restaurar a dinâmica das evacuações LAXANTES Estimulantes: • SENE, bisacodil (funciona bem), picossulfato • SENE e cáscara-sagrada podem irritar a mucosa gástrica intestinal • Estimulam a secreção e a motilidade Emolientes • Óleo mineral • Emulsificam as fezes e diminuem a absorção de água Osmóticos: • Hidróxido de magnésia, lactulose (provoca muita cólica e é nauseante), polietilenoglicol • Carreiam água para luz intestina Fibras e suplementos dietéticos • O volume, a consistência e a hidratação das fezes dependem do teor de fibras da dieta. A fibra é a parte do alimento que resiste à digestão enzimática chega ao cólon praticamente inalterada AINTIDIARREICOS Reidratação • Solução isotônica NaCl+Glicose Antibióticos • Shigela, Salmonela, Cólera Antiparasitários • Giárdia, Ameba Floratil (Sacharomices boulardii) – podem ser utilizados durante o uso de antibiótico: • Repõe a microbiota intestinal • Preparações probióticas contendo uma variedade de cepas bacterianas mostraram algum grau de benefício nas diarreias agudas, diarreias associadas a antibióticos e diarreias infecciosas Agonistas opioides • Difenoxilato, Codeína, Elixir paregórigo • Loperamida (Imosec) • Diminui a motilidade intestinal OBS: Só usar em casos não infeccioso PROCINÉTICOS Metoclopramida • Agonismo dos receptores 5-HT4 • Antagonismo vagal e central dos receptores 5-HT3 Hilário Oliveira T29 @Hilarioof – S4 5 Bromoprida e Domperidona • Antagonizam receptor dopaminérgico D2 Reações extrapiramidais: Náuseas, vômitos e gastroparesia ANTIESPASMÓTICOS Reduzem contrações involuntárias da musculatura lisa • Escopolamina – Buscopam • Atropina – (hospitalar) • Atropa Beladona - Atroveran
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