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Teoria da Trofobiose (1)

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Teoria da Trofobiose
Os sistemas agricultáveis convencionais praticados em grande escala, tem como principal objetivo uma maior produtividade, geralmente elencada com o uso abusivo de defensivos e fertilizantes agrícolas, ocasionando uma desordem no ecossistema e assim, aumentado à intensidade de pragas e doenças no campo. A utilização indiscriminada destes produtos interrompe o equilíbrio natural entre a planta e o predador, aumentando a proteólise e inibindo a proteossíntese, tornado o hospedeiro vulnerável ao ataque de fitopatógenos.
Nesse sentido, foi proposta por Chaboussou em 1969 a Teoria da Trofobiose, segundo a qual “todo o processo vital encontra-se sob a dependência da satisfação das necessidades do organismo vivo, seja ele vegetal ou animal”. Em outras palavras a saúde das plantas é resultado do equilíbrio ou desequilíbrio de seus nutrientes e a relação entre a proteossíntese e a proteólise determina a resistência e a sensibilidade destas. (CHABOUSSOU, 1999).
Uma planta desequilibrada nutricionalmente é mais susceptível ao ataque de herbívoros e patógenos do que outra em condições nutricionais adequadas (ZAMBOLIM e VENTURA, 1963). Os aspectos de resistência fisiológica das plantas estão diretamente relacionados ao “status” nutricional das mesmas que pode refletir em modificações, tanto na nutrição dos herbívoros e patógenos como no processo de produção e acúmulo de compostos que podem inibir a fitopatogênese. 
Desta forma, a trofobiose está intimamente relacionada com a sanidade das plantas, pois aquelas que crescem em solos férteis e equilibrados possuem resistência natural ao ataque de fitopatógenos enquanto que as tratadas com fertilizantes e agroquímicos solúveis, por outro lado, apresentam um desequilíbrio que causa o aparecimento de pragas e doenças.
Logo, algumas medidas como, a rotação de culturas, emprego de maior biodiversidade no sistema e manejo de adubação equilibrada, influenciam em uma redução significativa nas populações de insetos-praga e doenças, pois possibilitam que as plantas se tornem resilientes, em conformidade com a teoria da trofobiose (ZANUNCIO JUNIOR et al, 2018).
Por fim, ocorrendo a compreensão e entendimento dos processos abordados pela teoria da trofobiose, fica facilitado a visualização do potencial nocivo dos agroquímicos e fertilizantes solúveis (ureia, superfosfatos, entre outros) para as próprias plantas e a saúde do ecossistema. Além, de ser uma ferramenta de suma importância na agroecologia, que em contrapartida, não se utiliza destes produtos agrícolas de alta solubilidade, fazendo o controle e nutrição das plantas por meio do equilíbrio do solo, ambiente e sistema produtivo.
Referencias
CHABOUSSOU, F. Plantas doentes pelo uso de agrotóxicos: a teoria da trofobiose. Porto Alegre: L & PM, 1987. 272 p.
ZAMBOLIM, L.; VENTURA, J.A. Efeito do nitrogênio na interação com doenças de plantas. 2012. In: ZAMBOLIM, L.; VENTURA, J. A.; ZANÃO JÚNIOR, L. A. Efeito da nutrição mineral no controle de doenças de Plantas. Viçosa, MG. p. 47-80.
ZANUNCIO JUNIOR, J. S. et al. Manejo agroecológico de pragas: alternativas para uma agricultura sustentável. Revista Científica Intelletto. v. 3, n. 3, 2018. p. 18-34. Disponível em:< https://www.researchgate.net/publication/340709443_Biofertilizante_organico_na_cultura_do _feijoeiro_comum >. Acesso em: 28 jun. 2022.

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