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Revisão AP2 EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA

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Revisão AP2- Educação Especial Inclusiva 
Termos corretos: 
Pessoa com deficiência e não portador de deficiência 
Pessoa surda e não surdo-mudo 
Língua de Sinais e não linguagem de sinal 
Pessoa com deficiência intelectual e não deficiente mental 
 
Aula 18-O processo de ensino e aprendizagem de educandos com deficiência 
intelectual 
Quem são os educandos com deficiência intelectual/mental? Você estudou a aula que 
trata sobre os educandos atendidos pela Educação Especial e verificou que os alunos com 
deficiência mental/intelectual fazem parte desse contexto. Você viu que há pessoas com 
algumas condições genéticas, como as síndromes de Down, de Williams, do X Frágil ou, 
ainda, indivíduos que foram acometidos por infecções ainda no útero materno ou que 
passaram por problemas no momento do parto ou que sofreram injúrias cerebrais após o 
nascimento. Essas causas tão variadas levam esses sujeitos a apresentarem dificuldades 
no raciocínio lógico, no julgamento, na memória, na atenção e na concentração.p 38 
No Brasil, com a chegada da psicóloga russa Helena Antipoff, são criados os Centros 
Experimentais de Psicologia para auxiliar a avaliação dos possíveis “débeis mentais” do 
sistema de ensino. Esses laboratórios experimentais constituíram-se como o embrião da 
primeira Sociedade Pestalozzi, fundada em 5 de abril de 1935 para atender alunos com 
deficiência mental. Em 11 de dezembro de 1954, foi criada a primeira APAE do Brasil, 
no estado do Rio de Janeiro. Essas instituições, durante algumas décadas, ficaram com a 
responsabilidade de oferecer educação a esses alunos.p39 
A partir da década de 1970 são implantadas nas escolas públicas classes especiais e esses 
educandos começaram a frequentar as escolas regulares públicas. A partir dos anos 
1980/1990, a ênfase tem sido a inclusão nas classes regulares com apoio dos serviços da 
Educação Especial.p40 
Uma ruptura PARADIGMÁTICA no processo de avaliação da deficiência mental: o 
modelo da Associação Americana de Deficiência Mental de 1992. O conceito de 
deficiência mental também vem sofrendo mudanças na terminologia, bem como nos 
níveis de limite do quociente intelectual, no diagnóstico e no comportamento adaptativo.p 
43 
Adeficiência intelectual não é algo que se expresse ou ocorra no nascimento. Uma pessoa 
pode manifestá-la até os dezoito anos. As causas podem ser anteriores ao nascimento 
(denominadas causas pré-natais, geneticamente determinadas, ou infecções ocorridas 
durante o período gestacional, como rubéola, toxoplasmose ou sífilis); podem ser causas 
ocorridas no momento do parto (denominadas perinatais, geralmente por insuficiência ou 
falta de oxigênio) e causas pós-natais (após o parto, por infecções como meningite, 
encefalite, intoxicações ou traumatismos cranianos por acidentes e violência). Somente 
um quarto das deficiências intelectuais é de causa genética;p44 
Os suportes apropriados durante um período determinado podem melhorar o padrão de 
vida da pessoa. Algumas das competências vinculadas às dez áreas de capacidades 
adaptativas: 1. Comunicação, 2. Cuidados pessoais, 3. Atividades de vida doméstica, 4. 
Habilidades sociais, 5. Uso comunitário, 6. Independência, 7. Saúde e segurança, 8. 
Funcionalidades acadêmicas, 9. Lazer e 10. Trabalho p.49 
Para este sistema de classificação, é tão ou mais importante classificar as necessidades de 
apoios e suportes do que o próprio diagnóstico em si. Eles podem ser temporários, 
esporádicos ou permanentes. Eles podem estar no próprio indivíduo (por exemplo, 
quando ensinamos o autocontrole ao aluno), em outra pessoa (num colega de classe, num 
professor de apoio), na tecnologia (utilizar o computador, ou adaptação técnica), na 
organização dos sistemas de suporte (apoios da saúde, da assistência social). Esses apoios 
podem acontecer no domicílio, na escola e, quando adultos, nos ambientes de 
trabalho.p.50 
Algumas crianças com deficiência intelectual podem apresentar dificuldade em manter o 
foco da atenção e a concentração, dispersando-se. Então, é importante que o material 
oferecido tenha letras um pouco maiores e com bastante destaque, e que se evite o excesso 
de exercícios numa folha de papel porque pode confundi-las. É importante também que 
o professor deixe bem claro o que deseja no exercício e, se possível, com um modelo. 
Copiar aulas do quadro pode ser uma tarefa difícil nos primeiros anos, então você pode 
solicitar que eles copiem de uma ficha. Conteúdos de Estudos Sociais e Ciências também 
devem ser bastante contextualizados, por meio de linhas de tempo, portfolios, cantinhos 
de ciência, museus, mapas e maquetes. Lembre-se de que uma aula bem contextualizada 
atinge não só o aluno com deficiência intelectual, mas toda a turma.p.53 
Aula 19- O processo de ensino e aprendizagem de educandos com deficiência visual 
QUEM SÃO OS EDUCANDOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL? A 10ª revisão da 
Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, da 
Organização Mundial de Saúde (CID-10) define: 
Cegueira: acuidade visual desde 3/60 (0,05), no olho de melhor visão e com a melhor 
correção ótica possível, até ausência de percepção de luz, ou correspondente perda de 
campo visual no melhor olho com a melhor correção possível. A cegueira corresponde às 
categorias 3, 4 e 5 de visão subnormal. 
Visão subnormal: acuidade visual igual ou menor que 6/18 (0,3), mas igual ou maior que 
3/60 (0,05) no melhor olho com a melhor correção possível, ou correspondente perda de 
campo visual menor que 20 graus. Categorias de deficiência visual 1 e 2, de acordo com 
o CID-210. P. 60 
Vygostsky explica esta nova compreensão a partir de uma concepção teórica da 
substituição dos órgãos dos sentidos, segundo a qual o desaparecimento de uma das 
funções da percepção ou a falta de um órgão, se compensariam com o funcionamento 
elevado e o desenvolvimento dos outros órgãos. Como no caso de perda de um dos órgãos 
pares, por exemplo, os rins e os pulmões; quando o outro órgão bom se desenvolve, 
amplia suas capacidades e ocupa o lugar do ruim assumindo uma parte de suas funções; 
também o defeito de uma vista provocaria o desenvolvimento intensificado da outra 
remanescente, do tato e dos outros sentidos que restavam.p 64 
Com a criação do sistema braille, a possibilidade de ler e escrever passou a superar o 
pressuposto do “sexto sentido” e a agudeza do tato e do ouvido. Valentin Haüy, criador 
da alfabetização dos cegos, escreveu as seguintes palavras para um menino cego: 
“Encontrarás a luz na alfabetização e no trabalho."p.64 
Em resumo, Vygotsky enfatizou o meio social como primordial para o desenvolvimento 
da pessoa com deficiência visual, tendo como ênfase os aspectos prospectivos e a ênfase 
na educação e no trabalho como mecanismos de superação da deficiência.p65 
COMO UM PROFESSOR PODE IDENTIFICAR SINAIS DE DEFICIÊNCIA VISUAL 
EM SEUS ALUNOS? Várias patologias da visão podem ser identificadas através de 
observações comportamentais de nossos alunos. Então é importante que o professor esteja 
atento a alguma destas condições em seus alunos. 
Os olhos podem estar vermelhos, com secreção entre as pálpebras ou entre os cílios; 
pálpebras frequentemente inchadas, olhos sempre molhados ou com corrimento, 
estrabismo, pupilas de tamanho desigual, olhos com cobertura palpebral excessiva ou 
pálpebras caídas. Esfrega os olhos com freqüência, Fecha ou cobre um dos olhos, 
demonstrando dificuldade de enxergar com aquele olho, ou inclina a cabeça lateralmente 
ou a projeta para frente. Comportamento facial incomum , Incapacidade de localizar e 
apanhar um objeto pequeno. Sensibilidade ou dificuldade quanto à luminosidade: 
Dificuldade de leitura, Mas ele pode se sair muito bem em relação a comandos e tarefas 
orais. Dificuldade com a realização de trabalho escrito, Dificuldade com visão a 
distância.p67 
Segundo Mariño e Figueiredo, (1988), a Orientação e Mobilidade,podem ser definidas 
como a capacidade de deslocamento intencional de uma a outra parte, a partir de estímulos 
internos e externos. Esta capacidade implica e depende do conhecimento do meio 
(orientação), do domínio de habilidades motoras (mobilidade) e do desejo para se mover. 
A orientação provém do uso da cognição, da percepção e dos sentidos remanescentes 
(tato, audição e olfato) para estabelecer posição e relacionamento com os objetos do meio 
circundante. Requer o conhecimento dos objetos e do espaço, pois isto ajuda a pessoa 
cega a construir seu mapa mental, fruto de suas imagens mentais, e lhe permite se localizar 
no ambiente (se está longe ou perto de determinado ponto). 
Um professor pode ajudar procurando saber do aluno de que lugar ele tem mais facilidade 
para enxergar o quadro, por exemplo,se sentado à frente da classe. Na escola, verifique 
se a luz não está gerando reflexos sobre o quadro e você deve garantir que as marcações 
feitas a giz sejam claras sobre a lousa. Se os olhos do aluno apresentam sensibilidade à 
luz, posicione o longe da janela. Peça a ele que use um chapéu com aba, a fim de fazer 
sombra sobre os olhos, ou dê a ele um cartão de papel que ele possa usar como anteparo 
à luz na hora de ler ou escrever. Certifique-se de que o aluno sabe andar pela escola e 
como chegar à sala de aula. Os educadores e os alunos que enxergam bem devem conduzir 
os alunos com deficiência visual, caminhando à frente deles, e se posicionando 
ligeiramente atrás e ao lado dele segurando-o pelo cotovelo. Devem adverti-los quanto à 
presença de obstáculos, tais como degraus e portais estreitos. Mas seja preciso: não use 
expressões como “vire ali” ou “ sente-se aqui”. 68 
Foi com a invenção do sistema braille que o problema da educação dos cegos foi resolvido 
de forma satisfatória. Este processo de leitura e escrita, por meio de pontos em relevo, é 
empregado até hoje no mundo inteiro, e pode ser adaptado a todas as línguas e espécies 
de grafias.70 
Os símbolos são produzidos dentro da cela braille, que é constituída por seis pontos. Para 
isto, o aluno cego utiliza a reglete, onde encaixa o papel para escrita de textura 40kg e faz 
os pontos utilizando um outro instrumento a punção. Assim como caderno, lápis e canetas 
para videntes, estes são os materiais de escrita do aluno cego.71 
ATENDIMENTO EDUCACIONAL AO ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL O 
atendimento educacional ao aluno com deficiência visual tem início na Educação Infantil, 
em que o professor do atendimento educacional especializado adequará o currículo 
oferecendo oportunidades de seu aluno explorar seus sentidos remanescentes com ênfase 
no tato, audição, olfato e gustação. A exploração dos campos sensoriais é fundamental 
para o bebê cego. 72 
Ao longo do ensino fundamental, segundo Martinez (2003), são várias as adaptações 
curriculares, adequando-se a cada caso concreto. Por exemplo, pode-se construir 
objetivos específicos para o aluno com deficiência visual que proporcionem atingir o 
acesso ao currículo: estabelecer um ambiente redundante em códigos alternativos aos 
visuais, tais como códigos orais, táteis; promover habilidades que permitam ao aluno cego 
funcionar de forma independente no ambiente no qual se encontra; habilitar espaço 
suficiente para que os alunos cegos ou com visão reduzida possa utilizar seus recursos da 
tecnologia assistiva; fornecer tarefas alternativas às visuais para os alunos não videntes; 
avaliar as respostas educacionais do educando diante da atividade proposta; selecionar 
materiais escolares adequados aos educandos; no caso de cego total substituir canal visual 
pelo auditivo e tátil (relevos, descrições gravadas); solucionar a necessidade de 
fornecimento de sistemas de acesso ao currículo, seja por meio de auxiliares óticos ou 
mediante a elaboração de materiais específicos; suprir a necessidade de professor de apoio 
que atenda às necessidades específicas destes educandos (orientação e mobilidade, 
quando for o caso; técnicas de estudo, organização de recursos). 
Você pode usar de várias estratégias para ajudar o aluno. Portanto: faça letras grandes no 
quadro negro ou utilize auxílios à visualização; prepare materiais que o aluno possa ler 
com facilidade como, por exemplo, impressos com letras grandes. Esses materiais 
também podem ser produzidos pela ampliação de imagens sobre fotocópias ou usando-se 
fontes de grandes tamanhos nos documentos impressos por computador, organize 
cadernos com pautas mais grossas; alguns alunos podem se adaptar bem ao uso de lentes 
de aumento. Dois tipos de lentes encontram-se à disposição. O primeiro tipoaumenta a 
página inteira, enquanto o outro amplia apenas uma linha de cada vez, o que pode ser útil 
como auxílio de leitura; Devem ter a chance de manusear os objetos; coloque o aluno 
com deficiência visual para trabalhar em dupla com um colega de boa visão que possa 
assisti-lo na organização de seu trabalho; coloque o sorobã à disposição da criança durante 
as aulas de Matemática; as aulas podem ser gravadas em fitas cassete ou mp3 para 
reprodução posterior em casa ou como revisão. Os alunos que experimentam dificuldades 
com a escrita também podem apresentar seus trabalhos de forma gravada. Versões 
gravadas de livros às vezes se encontram disponíveis nas bibliotecas; imagens táteis 
podem ser feitas em papel braile, usando-se um apoio especial e um marcador para a 
produção de imagem em alto relevo que possa ser percebida ao toque. Imagens 
semelhantes podem ser produzidas usando-se materiais disponíveis localmente, tais como 
barbante, areia, palitos e sementes..74,75 
Existem diversos materiais à disposição das pessoas cegas, como: relógios e calculadoras 
sonoros, máquinas especiais que produzem texto em braille, lupas e telelupas para 
ampliação, termômetros, balança e fitas métricas com marcadores braille, além de 
materiais para lazer como dominós, dama, cartas adaptadas, e bolas com guizos para 
prática desportiva. Os computadores oferecem um especial apoio aos estudantes com 
deficiência visual e cegueira. Os alunos podem imprimir cópias ampliadas, ler texto na 
tela usando software de ampliação, escutar o texto lido por um sintetizador de voz ou 
obter a conversão do texto em braile, que você estudará a seguir. A síntese de voz é uma 
forma de adaptação específica para cegos com saídas de voz. tela do computador. O cego 
poderá explorar a tela, situar-se no lugar escolhido e acionar um comando escolhendo, 
assim, a leitura de toda a tela, de várias linhas, uma linha, palavras, letras, bem como 
indicar a posição do cursor. Existem atualmente alguns programas como o DOSVOX, o 
Virtual Vision , Jaws e NVDA que, quando instalados no computador, permitem ao cego 
a leitura da tela. O dispositivo talk de síntese de voz já está também disponível em 
celulares, como no modelo E65 Talks. Há ainda recursos como máquinas de escrita em 
braille composta por sete teclas, seis delas correspondem aos pontos da cela braille e há 
uma tecla para espaçamento. 79, 80 
Aula 20- O processo de ensino e aprendizagem de educandos com deficiência 
auditiva 
De acordo com o Decreto 5.296/2004: deficiência auditiva é definida como perda 
bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma 
nas frequências de 500 Hz, 1.000 Hz e 3.000 Hz.84 
Podemos afirmar que o processo de audição passa por uma parte de condução mecânica 
quando o som entra pelo ouvido externo e atinge o ouvido médio. A seguir, a vibração 
mecânica dos ossículos espalhando-se no líquido dos canais semicirculares transformará 
esta energia em potencial elétrico. 85 
Então, podemos ter dois tipos de surdez: a de condução e a neurossensorial. A perda de 
condução como o nome diz é toda aquela que envolve os ouvidos externo e médio e a 
sensorial é quando envolve o nervo auditivo. 
Além do tipo de perda, é importante saber quando aconteceu esta perda.Se foi em uma 
criança até dois anos, antes da aquisição da linguagem se denomina surdez pré-linguística; 
se foi após a aquisição da linguagem, a surdez se denomina pós-linguística. Para o campo 
da educação, é extremamente importante a diferenciação desses dois casos, bem como as 
abordagens educacionais decorrentes do fato de uma pessoa que nasceu surda e outra que 
adquiriu a surdez após a aquisição da linguagem. No caso dos surdos pré-linguísticos, a 
língua materna (L1) será a Língua Brasileira de Sinais, porque língua materna é aquela 
aprendida em ambiente natural. A Língua Portuguesa para este grupo será a L2.85 
Um professor pode suspeitar que um aluno tenha uma perda auditiva pós-linguística, por 
comportamentos como solicitar constantemente que lhe faça novamente a pergunta; estar 
sempre desatento, trocar de fonemas na escrita, olhar mais fixo para a boca do 
interlocutor. Porém, o otorrinolaringologista e o fonoaudiólogo são os profissionais que 
poderão identificar a perda por meio de avaliações específicas como a audiometria, 
realizada por aparelho denominado audiômetro.86 
CAUSAS DA SURDEZ 
A surdez pode ter causas genéticas, ocorrendo em vários membros da família. Algumas 
síndromes genéticas podem ter a surdez como uma das características, associada a outras 
deficiências que você estudará um pouco mais na aula de deficiências múltiplas. As outras 
causas são as ambientais, ocorridas ainda no útero como a rubéola materna, 
citomegalovírus ou a sífilis que causam surdez neurosssensorial. Há também a surdez 
causada por meningites ou encefalites traumatismos cranianos. A otite média frequente 
pode causar surdez, bem como a exposição a ambientes ruidosos (geralmente as perdas 
auditivas por ambientes ruidosos são indolores).87 
A concepção clássica do tratamento do surdo consistia na remissão de seu sintoma, isto 
é, em dar-lhe audição. A oralização, neste sentido, era meta para o sucesso do tratamento. 
Esta concepção fundamentava-se numa filosofia “ouvinticentrista”, pautada no modelo 
da audição como normalidade que marcaria o destino desta pessoa e de seus familiares. 
Este modelo, conhecido como clínico, possuía a ênfase na surdez como doença a ser 
“tratada”. Este modelo de intervenção acarretou a inúmeros surdos a impossibilidade da 
aquisição de um sistema linguístico para comunicação, para a introjeção de regras sociais. 
89 
Ao longo desta aula, utilizaremos a denominação de surdo para nos referirmos ao aluno 
com deficiência auditiva severa ou profunda, porque é esta a denominação que as 
instituições de surdos preferem que seja utilizada, já que implica em uma concepção 
linguística e social. O termo deficiente auditivo implica numa visão médica e clínica da 
surdez.89 
Mas foi abade de l'Epée, que você estudou nas primeiras aulas do curso que, 
inconformado com a exclusão vivida pelos surdos, inicia um estudo desta língua e a 
possibilidade de sua aplicação no processo educacional. A divulgação dos trabalhos de 
l'Epée criou uma nova ordem mundial. Surgem escolas para surdos, mantidas por 
professores surdos contribuindo assim, para uma atividade emancipatória deste grupo. 
Em 1850, foi criado o American Asylum for the Deaf por Thomas Gallaudet. Alguns 
estudos como os da ilha de Martha's Vineyard (com um grupo significativo de surdos) 
contribuíram para o desenvolvimento e expansão da Língua de Sinais. Havia 
aproximadamente 550 professores surdos nesta época e, em 1816, foi criada a primeira 
universidade para surdos o Gallaudet College. 
Havia uma contratendência aos trabalhos do abade de l'Epée e a opinião de que os surdos 
deveriam falar e ler os lábios sendo que a comunicação por sinais deveria ser 
definitivamente proibida. A partir dos estudos de locução e do ensino da oralização, o 
aperfeiçoamento de aparelhos sonoros para surdos culminou na invenção do telefone por 
Grahan Bell, levando o mundo a valorizar a fala e a oralidade como fontes de 
comunicação. O Congresso de Milão, em 1880, postulou então que a educação de surdos 
deveria ser ministrada oralmente. O esforço da educação deveria concentrar-se nos 
esforços de fazer o “surdo falar”. A Língua de Sinais passa a ser perseguida e repudiada 
em supremacia ao oralismo.90 
As lutas de defesa pela legitimidade da Língua Brasileira de Sinais culminaram na 
promulgação da Lei 10.436 em 24 de abril de 2002 que, no artigo 1o , parágrafo único, 
enfatiza que a Língua Brasileira de Sinais é uma forma de comunicação e expressão em 
que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, 
constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de 
comunidades surdas no Brasil.p91 
Peculiaridades das Línguas de Sinais 
A Língua de Sinais possui uma estrutura altamente sofisticada, apesar de não recorrer a 
sons, mas sim às mãos, à expressão facial, ao corpo, ao espaço e a unidades distintas e 
significativas, possuindo sintaxe e morfologia tão elaboradas quanto o português, o russo 
ou qualquer outra língua verbal. A Linguagem de Sinais é independente da linguagem 
oral. Tanto a Língua de Sinais quanto a linguagem oral são criações de comunidades 
humanas com o objetivo de preencher as suas necessidades de comunicação.93 
Nas Línguas de Sinais, o equivalente à palavra é o sinal. Os sinais são realizados com a 
mão dominante e produzidos na frente do corpo em relação à cabeça, ao tronco ou aos 
membros superiores.96 
A atual Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva 
garante a contratação de Assistentes Educacionais para atuarem nas turmas da Educação 
Infantil com o professor regente. Este assistente geralmente é um adulto surdo, usuário 
fluente de Libras, que funciona como mediador e modelo linguístico para o aluno.97 
As crianças exploram os aspectos viso-espaciais da Língua de Sinais no ato da escrita. 
Estas particularidades exigirão práticas pedagógicas que considerem a realidade bilíngue 
do surdo e a característica de sua relação não sonora com a escrita. Para o surdo que teve 
oportunidade de aprender a Língua de Sinais, ela estará presente desde o início e mediará 
a relação com a escrita, funcionando como apoio, como reflexão acerca da escrita como 
um novo objeto de conhecimento.98 
Os alunos surdos adaptam-se aos métodos globais de alfabetização em que o professor 
pode utilizar textos produzidos pelos alunos, subdividí-los em cartelas, cartazes com 
textos e letras feitos pelos alunos, fichas com vocabulário e dicionário visual, ampla 
exploração do real e dos diversos contextos de uso das palavras, dramatização 101 
Os exercícios devem ser acompanhados com gravuras, por exemplo, às vezes o surdo erra 
um exercício porque tem dificuldade para entender o que o professor propôs. 101 
As tecnologias assistivas são essenciais no processo de inclusão de pessoas surdas. Hoje 
existem serviços de telefonia para pessoas surdas com mediadores ouvintes em central 
telefônica por meio de um aparelho adaptado ao telefone público. Os surdos utilizam 
também artifícios como os torpedos nos celulares, as redes sociais como Orkut e os 
sistemas de comunicação em tempo real com webcam, como skype. Estes perfis de 
interação facilitam a comunicação em uma língua que é eminentemente visual. É 
importante também que o professor utilize formas de avaliação que privilegie esta língua 
e estas avaliações podem ser registradas por vídeos que podem ser produzidos até por 
celulares. É importante que o professor privilegie e estimule o uso de recursos visuais da 
tecnologia como suporte educacional.103 
Aula 21-O processo de ensino e aprendizagem de educandos com deficiência física e 
educandos com necessidades de cuidados especiais de saúde 
Quem são os educandos com deficiência física? A deficiência física representa um 
espectro de várias condições. De acordo com o decreto 5.296/2004: Deficiência física é 
alteração completa ou parcialde um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o 
comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, 
paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, 
hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, 
nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades 
estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções (BRASIL, 
2004). 
OS EDUCANDOS COM OSTOMIAS As pessoas com ostomias foram oficialmente 
reconhecidas na condição de deficientes físicas pelo decreto 5.296/2004. A partir deste 
decreto, passaram a ter direitos a todas as garantias dadas a pessoas com deficiências: 
prestação de assistência/LOAS, reserva em concurso público e passe especial. Há alguns 
anos, a criança e o jovem com ostomia, devido à falta de suportes de saúde e educacionais, 
tinham seu processo de escolarização comprometido na qualidade.109 
A paralisia cerebral é uma condição caracterizada como deficiência física que não implica 
em perda de órgãos, mas em um comprometimento da função motora por lesão cerebral, 
durante a gestação, no momento do parto ou nos primeiros anos de vida. Da mesma forma 
que o termo deficiência mental foi substituído por deficiência intelectual, o termo 
paralisia cerebral tem sido substituído por encefalopatia crônica da infância, no sentido 
de descaracterizar a ideia de uma paralisia no cérebro. As causas da encefalopatia crônica 
da infância podem estar vinculadas ao período pré-natal, devido a infecções por vírus 
(como citomegalovírus, rubéola, toxoplasmose) e no momento do parto com 
complicações, resultando em falta de oxigênio para o bebê. Nos primeiros dias de vida, 
as incompatibilidades sanguíneas mãe-bebê podem afetar áreas importantes do sistema 
nervoso. P111 
Existem alguns filmes interessantes que retratam bem a condição da pessoa com 
encefalopatia crônica da infância, seus impasses e superações, como é o caso do filme 
Meu pé esquerdo, que conta a história de vida do escritor e pintor Christy Brown.114 
Há deficiências físicas de causa genética, como o nanismo e a acondroplasia, que é um 
tipo de nanismo raro causado por uma desordem genética. Além de o indíviduo ser 
pequeno, possui membros e tronco desproporcionais. Podem ocorrer hidrocefalia, 
deformidades ósseas, infecções, problemas respiratórios, complicações odontológicas e 
obesidade. Há outras condições como esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica e 
o disrafismo, onde há perda de funções. Estas crianças necessitam, além do 
acompanhamento de equipe, de fisiatria, fisioterapia e acompanhamento do serviço de 
genética.115 
Atualmente, são utilizadas ajudas técnicas para jogos e brinquedos, que permitem uma 
manipulação mínima da criança com alteração motora, mas que oferecem a possibilidade 
de a criança interferir com uma simples ação no meio ambiente, acionando um carrinho 
ou uma boneca adaptados. A adaptação de aparelhos domésticos é também fundamental 
para a acessibilidade de pessoas com deficiência. Por exemplo, folhear um álbum, 
compartilhar as páginas de uma história, acionar e controlar aparelhos de rádio, 
videocassete, televisão, folhear revistas e livros de história. Há ajudas técnicas em 
sistemas especiais com aplicativos para computadores com sintetizadores de voz e outros 
auxílios que permitem acionar teclas de computadores por meio de mouses adaptados, 
adaptações no teclado e outras adaptações nas mãos do usuário, ou, ainda, capacetes 
adaptados que possibilitam acionar o teclado. Estas tecnologias aumentam a via de 
relação do usuário com o mundo e sua qualidade de vida.116 
Ainda no campo das ajudas técnicas, o Núcleo de Computação Eletrônica da 
Universidade Federal do Rio de Janeiro desenvolveu um software livre, o Microfênix, 
para facilitar o acesso ao computador para pessoas com deficiências físicas graves e 
deficiências motoras. O nome é alusivo ao pássaro Fênix, da mitologia, que renasce para 
mais 500 anos de vida. 
O ATENDIMENTO EDUCACIONAL A ALUNOS COM DEFICIÊNCIAS FÍSICAS 
NA EDUCAÇÃO BÁSICA Ao receber um aluno com deficiência física, é importante 
que o gestor avalie as condições de acessibilidade da escola. Algumas adequações 
razoáveis podem ser realizadas, como verificar qual a sala de aula que oferece maior 
acessibilidade. Atualmente, as escolas precisam se preparar para oferecer um ambiente 
acessível a todos, com rampas ou elevadores de acesso, banheiros com circulação para 
cadeiras de rodas. Enfim, uma rota de acesso a todos os ambientes de forma 
indiscriminada: 
O aluno com deficiência física, dependendo das áreas e funções corporais afetadas, 
necessitará de apoio paralelo de diversas ações e atendimentos nas áreas de saúde, como 
fisiatria, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional e neurologia. 
Tem sido muito comum o uso de adaptação feita com reciclagem de calças jeans com as 
pernas recheadas de espuma para acomodação da criança. Para aquelas que ainda não 
verbalizam, pode-se utilizar códigos para a comunicação por meio de pranchas com 
objetos, desenhos ou símbolos facilitadores da comunicação. 120 
Nas séries iniciais do Ensino Fundamental, o aluno poderá necessitar de um planejamento 
educacional individualizado, objetivando organizações de adequações curriculares. 
Alunos com deficiência física, com dificuldade motora para escrita, poderão necessitar 
de cadernos maiores com pautas mais largas. As folhas de exercícios poderão ser presas 
às carteiras para facilitar a manipulação da criança. Outros alunos que possuem alterações 
no tônus muscular poderão necessitar de lápis mais grossos adaptados. Alguns alunos 
poderão necessitar de uso constante do computador para a escrita e deverão usar mouse e 
teclados adaptados, ou ainda a bancada poderá ser adequada ao seu padrão físico.120 
A avaliação também pode e deve ser diferenciada. Sempre que se fizer necessário, pode 
ser realizada oralmente ou por computador utilizando, recursos de acessibilidade, sempre 
de forma processual, considerando os objetivos propostos para o(a) aluno(a) no plano de 
educação individualizado. Nesse sentido, as adequações e ajudas técnicas são 
fundamentais e esta concepção deve acompanhar todo o ciclo de estudos deste aluno. No 
Ensino Médio e no Ensino Superior, todas as ações de suporte e apoios destinados a estes 
alunos continuam tendo sempre como meta a eliminação de barreiras físicas e as 
adequações de materiais p. 121 
Doenças crônicas e infecciosas como asma, fibrosecística , diabete, defeitos cardíacos 
congênitos, câncer e anemia falciform e , HIV/AIDS e hepatite B, dentre outras, 
necessitam de cuidados especiais em centros de atendimento específicos, hospitais que 
demandam uma alteração da rotina de vida da criança e do jovem e que devem ser 
considerados no ambiente escolar. Algumas destas crianças e jovens passam parte do ano 
letivo em processo de internação.124 
Devido às necessidades especiais de saúde, podem surgir diversas barreiras para a 
aprendizagem devido à fadiga, ausência às aulas, falta de concentração, fraqueza 
muscular e perda da condição física. Os professores podem ajudar os alunos, organizando 
adequações curriculares, reorganizando o tempo escolar, mantendo atitudes positivas para 
encorajar os alunos, mantendo planejamento com os pais, revendo a complexidade de 
tarefas.125 
O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990, e a 
resolução de 13 de outubro de 1995, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do 
Adolescente, ressaltam o direito destes de desfrutarem de formas de recreação e de 
educação, bem como acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência 
hospitalar. A classe hospitalar é um atendimento pedagógico que se diferencia de formas 
de recreação. A pedagogia no contexto hospitalar é recente.125 
A escola inclusivadeverá adaptar-se para acolher os alunos com defi ciência física. Para 
isso, a Secretaria de Educação Fundamental e a Secretaria de Educação Especial, através 
de uma ação conjunta, produziram um material didático-pedagógico, “Adaptações 
Curriculares”, que faz parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs – e que sugere 
os seguintes recursos para alunos com deficiência física: • Sistemas aumentativos ou 
alternativos de comunicação adaptados às possibilidades do aluno impedido de falar; 
sistemas de símbolos (baseados em elementos representativos, em desenhos lineares, 
sistemas que combinam símbolos pictográficos, ideográficos e arbitrários, sistemas 
baseados na ortografia tradicional, linguagem codificada); auxílios físicos ou técnicos 
(tabuleiros de comunicação ou sinalizadores mecânicos, tecnologia microeletrônica); 
comunicação total e outros. • Adaptação dos elementos materiais: edifício escolar (rampa 
deslizante, elevador, banheiro, pátio de recreio, barras de apoio, alargamento de portas 
etc.); mobiliário (cadeiras, mesas e carteiras); materiais de apoio como andador, coletes, 
abdutor de pernas ( material usado para manter as pernas afastadas), faixas restringidoras 
(faixas que inibem posturas e movimentos inadequados); materiais de apoio pedagógico 
(tesoura, ponteiras, computadores que funcionam por contato, por pressão ou outros tipos 
de adaptação etc.). • Deslocamento de alunos que usam cadeira de rodas ou outros 
equipamentos, facilitado pela remoção de barreiras arquitetônicas. • Utilização de 
pranchas ou presilhas para não deslizar o papel, suporte para lápis, presilha de braço, 
cobertura de teclado etc. Textos escritos complementados com elementos de outras 
linguagens e sistemas de comunicação. 
 
Aula 22 e 28- O processo de ensino e aprendizagem de educandos com Transtornos 
Globais do Desenvolvimento 
O Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais – DSM IV (2002) assim define os 
Transtornos Globais do Desenvolvimento: Comprometimento grave e global em 
diferentes áreas do desenvolvimento: habilidades de interação social e recíproca, 
habilidades de comunicação ou presença de estereotipias de comportamento, interesses e 
atividades. Estes transtornos abordam: – Transtorno autista. – Transtorno de Asperger. – 
Transtorno de Rett. – Transtorno Desintegrativo da Infância. – Transtorno Global do 
Desenvolvimento sem outra especificação.130 
Algumas causas dos transtornos globais são relacionadas a causas adquiridas no período 
gestacional como a rubéola congênita. Injúrias no sistema nervoso do bebê durante o parto 
causando insuficiência de oxigenação em áreas cerebrais. Há condições genéticas que 
podem ocasionar quadros de Transtornos Globais de Desenvolvimento como a: esclerose 
tuberosa, lipoidose cerebral, X frágil. Na realidade as causas para esta condição são 
multifatoriais, ou seja, envolvendo vários fatores: genéticos e ambientais. 
O currículo funcional parte da análise destas capacidades para estabelecer as prioridades 
de aprendizado para o aluno em sua vida social. Existem métodos baseados na 
comunicação e na estruturação de sistemas e padrões de comunicação, baseados em 
cartões de comunicação por meio de linguagem visual, com sequências de atividades, 
oferecendo forte apoio visual para o aluno, como painéis de horários bem definidos:139 
Importante estabelecer leituras visuais para situações ou conceitos abstratos. Lembre-se 
de que nossos alunos autistas possuem dificuldade para entender.140 
Você verá, a seguir, alguns exercícios que podem ser aplicados a essas crianças: a) 
Exercícios para desenvolver a capacidade e a possibilidade de interpretar situações 
afetivas. • reconhecer retratos e faces de alegria e tristeza, raiva e medo; • reconhecer 
desenhos em preto e branco; • reconhecer as emoções que um personagem irá sentir 
(medo, alegria, tristeza e raiva); • interpretar emoções em quadros; • interpretar histórias, 
o que pensam os personagens. b) Exercícios para interpretação ou entendimento de 
estados informacionais (percepção, conhecimento crença ou opinião). • tomada simples 
de perspectiva visual – o que posso ver e o que não posso ver em uma cena; • tomada 
complexa de perspectiva visual; • entendendo o princípio de ver e levar a conhecer; • 
prever ações com base no que a pessoa sabe; compreender falsas crenças e capacidade de 
diferir sistemas falsos de reais. c)Trabalhar com jogos de faz de conta. • jogos sensório-
motores; • jogos de faz de conta. Algumas pistas para ajudar seus alunos: • fornecer suas 
expectativas de forma clara; • explicar as regras da conduta, com painéis e fotos; • utilizar 
listas de tarefas, calendários, atividades, rotinas diárias seja com fotos, desenhos ou 
palavras (de acordo com a possibilidade de compreensão); • usar os pares como modelo 
e apoio. • auxiliar o aluno no controle do seu comportamento, com técnicas para relação 
(podem ser simples contar até três) para lidar com situações que causam estresse; • 
auxiliar o aluno a compreender a reação do outro; • usar dicas não verbais para chamar 
atenção; • oferecer local na parte da frente da sala; • permitir entrada ou saída em horário 
diferenciado, mais tranquilo; • trazer os pontos de interesse para a sala de aula; • 
perguntas, cartazes sobre o talento, atividades preferidas; • reduzir a quantidade de 
tarefas; • mostrar modelos de resolução; • utilizar bastante o concreto, com figuras, 
gráficos, roteiros, evitando assim sobrecarga verbal; • aproveitar as áreas positivas, como 
a memória, por exemplo, como ponto forte para aprendizagem; • experiências em que 
possam fazer escolhas; • auxiliá-lo a lidar com antecipação a eventos como sinais sonoros 
de aviso de recreio ou troca de aula, que podem causar stress; • estimular atividades 
físicas; • auxiliar com exercícios para competências de conversação; • gravar 
conversações para serem avaliadas; • explicar sempre o uso de metáforas, metonímias e 
figuras de linguagem que dificultam a compreensão. Por exemplo: mostrar fotos da asa 
da xícara, do pé da cadeira; 140 
Aula 23-O processo de ensino e aprendizagem de educandos com deficiências 
múltiplas 
De acordo com o Decreto 5296/2004: "deficiência múltipla é a associação de duas ou 
mais deficiências". 
Surdo-cegueira é definida como uma deficiência que apresenta a perda do sentido da 
audição e visão concomitantemente em diferentes graus. O portador de surdo-cegueira 
não pode ser assemelhado nem a um surdo nem a um cego, pois constitui um caso bastante 
particular. No caso da surdo-cegueira, a pessoa utilizará os sentidos remanescentes (tato, 
gustação, olfato) e, se houver, algum resíduo auditivo e visual como um canal para as 
trocas e participação no meio ambiente. 
Estratégias de Comunicação para alunos surdos-cegos 
Os surdos-cegos possuem diversas formas para se comunicar com as outras pessoas. 
 A Libras (Língua Brasileira de Sinais), que você estudou na aula de deficiência auditiva, 
pode ser utilizada para a comunicação com surdoscegos por meio do tato, foi mais tarde 
adaptada para o surdo-cego por educadores ingleses e americanos. Consiste em fazer, 
com a mão direita, um sistema de signos sobre a palma do interlocutor. 
Tadoma Método de linguagem receptiva onde a pessoa surdo-cega, através do tato, 
decodifica a fala do seu interlocutor. Consiste em colocar a mão no rosto do locutor de 
tal forma que o polegar toque, suavemente, seu lábio inferior e os outros dedos 
pressionem, levemente, as cordas vocais. Este procedimento possibilita a interpretação da 
emissão dos sons através do movimento dos lábios e da vibração das cordas vocais. 
Sistema Braille 
 Outra forma de comunicação é por meio do sistema braille, que você estudou na aula de 
deficiência visual. Você deve lembrar que consiste no arranjo de seis pontos em relevo, 
dispostos em duas colunas de três pontos. 
Sistema moon Criado pelo Dr. William Moon, este sistemade comunicação é composto 
por quatorze caracteres em vários ângulos e com contornos bem nítidos. As letras são 
substituídas por desenhos em relevo e um sistema pictográfico, por meio de símbolos e 
figuras para designar os objetos e ações. 
Guia-intérprete 
 O guia-intérprete tem a função de intermediar a comunicação entre surdos-cegos e 
demais pessoas e também ser seu guia-vidente durante a locomoção. É por meio deste 
guia-intérprete que se estabelece a comunicação do surdo-cego pré-linguístico.159 
A surdo-cegueira é uma condição muito específica, mas há um grupo de deficiências 
múltiplas que envolvem perda sensorial auditiva e/ ou visual, acrescidas a distúrbios 
neurológicos, a transtornos globais do desenvolvimento, à deficiência intelectual e que 
podem acarretar atraso no desenvolvimento emocional, social, educacional, na 
independência e na vida vocacional.161 
Então, o mais importante para um professor(a), ao receber um aluno com deficiência 
múltipla, é verificar suas necessidades, mas também aptidões e os suportes que serão 
utilizados para este aluno, suportes estes muitas vezes não convencionais, mas que farão 
uma grande diferença.162 
Poderá necessitar de um horário diferenciado, uma atividade por vezes bastante 
individualizada entre professor e aluno, para que aos poucos se alarguem os espaços de 
confiança. Para estes alunos, nem sempre será possível estar diretamente na classe comum 
com suporte de sala de recursos no contraturno, pois para muitos destes alunos, dadas as 
suas especificidades, torna-se intolerante adaptar-se a um esquema de quatro horas diretas 
em sala de aula.163 
O currículo funcional pauta-se na aplicação da vida prática e cotidiana, bem como na 
educação dos sentidos, da linguagem e da lógica. Você lembra que o modelo da 
Associação Americana de Deficiência Mental/Intelectual enfatiza a noção de que a 
funcionalidade está diretamente vinculada ao suporte que uma pessoa com deficiência 
mental recebe, e sempre de acordo com o grupo do qual ele faz parte. 
 
Outro conceito fundamental do currículo funcional são os ambientes naturais, ou seja, é 
importante trabalhar com seu aluno usando materiais e objetos de seu contexto familiar 
e, aos poucos, introduzir novos objetos. Você se lembra das áreas de capacidades 
adaptativas estudadas na aula de deficiência intelectual: a comunicação, os cuidados 
pessoais, as atividades de vida doméstica, as habilidades sociais, o uso comunitário, a 
independência e as funcionalidades acadêmicas, a saúde e segurança, o lazer e o trabalho? 
Construir sinalizadores na escola, calendários com objetos significativos, cardápio 
adaptado e demais soluções podem auxiliar este aluno. Lembre-se também que a 
avaliação poderá ser adaptada por meio de diversas perspectivas: fotos, imagens, vídeos 
e audiogravações. Os portfólios podem ser usados como formas de registros.172 
Aula 24-Programas de atividades especiais para altas habilidades 
PROGRAMAS DE ATIVIDADES ESPECIAIS 
 Seminários especiais; Aproveitamento de recursos humanos da comunidade; Monitorias; 
Visitas e excursões; viagens; Atividades diversificadas em programas de férias; 
Grupos especiais – são grupos compostos de portadores de altas habilidades/superdotados 
cujas necessidades não podem ser atendidas numa classe regular. 
 Grupos homogêneos – os diversos distritos educacionais poderão organizar um ou mais 
grupos compostos de crianças ou jovens que apresentem as mesmas habilidades, 
recebendo instrução e materiais específicos, adequados às suas necessidades e 
interesses.93 
Para os alunos com aptidões e talentos específicos para dança, música ou drama, artes 
plásticas, artes manuais, industriais, artesanato, artes literárias ou lingüísticas, poderão 
ser planejados programas especiais que atendam ao desenvolvimento das potencialidades 
desses educandos, podendo ser utilizados cursos fora da escola e demais recursos da 
comunidade.93 
Programa de atendimento interescolar Consiste em um programa centralizado a ser 
prestado em várias escolas e cuja eficácia dependerá dos seguintes aspectos: • definir a 
responsabilidade de cada escola ou distrito educacional na implementação do programa; 
• prever alocação de recursos para transporte, materiais de ensino, equipamento e pessoal 
para implantação e manutenção do programa; • padronizar os procedimentos para 
encaminhamento, diagnóstico, permanência ou desligamento do aluno no programa; • 
estabelecer o consenso relativo à filosofia e à metodologia a serem adotadas no programa; 
• organizar atividades em horários adequados e viáveis; • prever os mecanismos de 
manutenção do equipamento, do material e das condições físicas do local; • adotar 
procedimentos válidos e uniformes de avaliação e de acompanhamento da qualidade do 
programa, bem como de seleção de pessoal para o trabalho, e prever os meios para 
garantir a continuidade do programa, mesmo com mudanças na administração escolar, 
assegurando-se a participação dos pais ao longo do desenvolvimento das atividades 
previstas. 
Programas de aprendizagem diferenciada 
Programas de orientação individual ou grupal 
Programas de utilização de serviços ou de centros de recursos didáticos 
Programas-protótipo 
Abaixo encontram-se sugestões a serem consideradas na prática pedagógica: • procurar, 
juntamente com os alunos, encontrar tópicos de interesse como ponto de partida. Em 
seguida, ajudá-los a dimensionar o assunto. O tópico relativo ao Sistema Solar global, por 
exemplo, é muito amplo, mas o estudo de um planeta como Marte pode ser mais 
apropriado; • assegurar que a pesquisa desafie a imaginação e a intuição dos alunos e que 
realmente amplie sua capacidade de pensar, escrever, ler e descobrir; • estimular a 
freqüência dos alunos a bibliotecas públicas ou particulares; • insistir na exigência de 
altos padrões de aproveitamento em todas as matérias por parte dos alunos, e não permitir 
mera cópia de material, por exemplo, de enciclopédias; • deixar cada aluno trabalhar 
segundo o seu próprio nível e ritmo, na medida do possível; • enfatizar a importância de 
diversos pequenos relatórios da pesquisa, que são preferíveis a um longo relatório, 
especialmente se os aluno ainda não desempenha bem esse trabalho; • impedir que seus 
programas de enriquecimento e aprofundamento degenerem em uma atividade vaga e 
desorganizada: quanto mais se planejar e se ajudar o aluno a definir seus objetivos, maior 
será seu rendimento escolar; • levar, tanto quanto possível, o projeto do aluno a um 
planejamento cooperativo entre os colegas e estimular atividades que propiciem 
liderança, treinamento e experiência para reforçar a responsabilidade social, e • valorizar 
os projetos que desenvolvam habilidades relacionadas à investigação independente, à 
iniciativa, à originalidade e ao trabalho criativo.

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