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Urina 24 horas e Urocultura Prof. Dr. Renato Rissi UNIFIPA – Catanduva Biomedicina Exame de Urina 24 horas O exame de urina de 24 horas é uma análise para avaliar a função dos rins, muito útil para identificar a acompanhar doenças renais. Para fazer este exame, é necessário coletar toda a urina em um recipiente próprio durante um período de 24 horas; A amostra de urina de 24h é necessária para se obterem dados sobre a composição quantitativa da urina, incluindo teor de creatinina, proteínas, sais minerais e etc. Coleta da Urina 24 horas Buscar o recipiente próprio do laboratório; No dia seguinte, logo de manhã, após acordar, urinar no vaso sanitário, desprezando a primeira urina do dia; Anotar a hora exata da micção que fez no vaso sanitário; Depois de ter urinado no vaso sanitário, coletar todas as urinas do dia e da noite no recipiente; A última urina a ser coletada no recipiente deve ser à mesma hora da urina do dia anterior que fez no vaso sanitário, com uma tolerância de 10 minutos. Cuidados na Coleta de Urina 24 horas Se for evacuar, não deverá urinar no vaso sanitário porque toda a urina deve ser colocada no recipiente; Se for tomar banho, não pode urinar no banho; Se sair de casa, tem que levar o recipiente junto ou não pode urinar até regressar a casa; Entre as coletas de urina, o recipiente deve estar em um local fresco, de preferência refrigerado. Quando a coleta estiver terminada, o recipiente deve ser levado o mais rapidamente possível ao laboratório (72 horas no máximo); Valores de Referência As principais analises na urina de 24 constam de: Clearance de creatinina entre 80 e 120 ml/min, que pode estar diminuído na insuficiência dos rins; Albuminúria: menor que 30 mg/24 horas; Proteinúria total: menor que 150 mg/ 24 horas; Estes valores podem variar de acordo o a idade, o sexo, as condições de saúde da pessoa e o laboratório que faz o exame; Clearance de Creatinina O exame é um comparativo entre a dosagem de creatinina no sangue e os níveis dessa substância na urina. Necessita, além da coleta de urina 24 horas, uma coleta de sangue (jejum de no mínimo 3 horas – geralmente coletada no dia da entrega do recipiente de urina); Clearance de Creatinina A creatinina é um resíduo produzido pela quebra de uma proteína chamada creatina fosfato (musculatura); Quando quebrada para ajudar no funcionamento muscular, a creatina fosfato produz um resíduo chamado creatinina, que é filtrado nos rins e excretado exclusivamente na urina. Clearance de Creatinina Quando os rins não estão funcionando bem, a filtragem da creatinina é comprometida. Isso quer dizer que boa parte da creatinina produzida não será excretada na urina, permanecendo no sangue. O exame de clearance de creatinina, portanto, mostra quanta creatinina está sendo produzida (contida no sangue) e quanta creatinina está sendo excretada (urina). Clearance de Creatinina O clearance de creatinina é especialmente útil para pessoas que possuem dosagens de creatinina no sangue naturalmente acima ou abaixo dos valores de referências; Idosos, por exemplo, possuem menos massa muscular e por isso usam menos creatina fosfato, produzindo portanto menos creatinina. Nesses casos, um exame de creatinina sérica pode apontar resultados dentro dos valores de referência erroneamente. Clearance de Creatinina Mas, se esse exame de sangue for comparado com as quantidades de creatinina que estão sendo excretadas na urina é possível fazer a média - uma vez que pessoas cujos rins não estão funcionando corretamente apresentarão uma quantidade ainda menor de creatinina na urina, indicando que ela não está sendo filtrada. Clearance de Creatinina Qualquer doença ou condição que afeta os glomérulos alteram o clearance; Aumentando os níveis séricos e reduzindo as quantidades na urina – indica depuração ineficaz. Quanto menos eficaz é a filtração renal, menor é o resultado do clearance. Trato urinário bloqueado Infecção nos rins Insuficiência renal Diminuição do fluxo sanguíneo para os rins. Nesses casos, o resultado pode indicar problemas como insuficiência cardíaca congestiva e insuficiência renal aguda ou crônica. Exemplo Clearance de Creatinina Estimado O exame de urina de 24 horas pela dificuldade na coleta tem sido cada vez menos pedido na prática médica, sendo substituídos por outros exames mais recentes, como fórmulas matemáticas que podem ser feitas após um exame simples de sangue. Proteinúria ou Albuminúria A proteinúria/albuminúria é um marcador da doença renal e desempenha um papel importante na triagem, no diagnóstico e na monitorização das doenças renais. No estado normal, o glomérulo impede a passagem das moléculas de albumina para a urina. Entretanto, quantidades diminutas são eliminadas; Pacientes são triados com a tira reagente e a dosagem sugerida na sequência; Albuminúria A albumina, devido ao menor peso molecular, é a proteína que mais predomina nas doenças, o que habitualmente sugere o uso do nome “albuminúria” ao invés de proteinúria. Pedida com frequência em pacientes com problemas crônicos, como diabetes ou hipertensão arterial, que aumentam o risco de insuficiência renal. Estudos mostram que a identificação de estágios precoces de doença renal permite que pacientes e médicos ajustem o tratamento Albuminúria A proteinúria pode ser causada por: Escape de proteínas plasmáticas por defeitos da membrana glomerular; Por menor reabsorção tubular; Por concentração anormalmente alta de proteínas no plasma; Albuminúria Normal: < 30mg/24h. Microalbuminúria: 30 a 300mg/24h. Proteinúria: > 300mg/24h. A molécula de albumina é relativamente pequena, e quase sempre é a primeira proteína a surgir na urina após algum dano glomerular; Entende-se por microalbuminúria a excreção urinária de albumina em quantidades acima de 30mg/24h. Albuminúria Funcional x Orgânica Funcional: detectada após esforço físico exagerado; Orgânica pré renal: febre – desnaturação de proteínas; Organica renal: lesões glomerulares; Clinica médica vai detectar; Albuminúria x Tiras Reagentes; Albuminúria A International Kidney Foundation recomenda que toda pessoa com diabetes entre 12 e 70 anos de idade deve pesquisar microalbuminúria pelo menos uma vez por ano. Se for detectada microalbuminúria, o exame deve ser repetido e, se for positivo em 2 a 3 exames no período de 3 a 6 meses, o paciente deve receber tratamento adequado. Albuminúria A determinação em amostra isolada também pode ser realizada, devendo o resultado ser corrigido pela excreção de creatinina (mg albumina/g creatinina). Secretar mais creatina é bom..numero abaixa; Secretar mais proteína é ruim, numero aumenta. 20 Albuminúria A dosagem de microalbuminúria isolada ou de 24 horas pode ser por diversas metodologias, sendo a turbidimetria uma das mais utilizadas. TURBIDIMETRIA = método de medida da redução da transmissão de luz em um meio causada por formação de partículas – ela é determinada por um sistema óptico que mede a absorbância de um raio luminoso que atravessa a suspensão – correlacionando-se diretamente com a concentração do soluto. Urocultura É um exame laboratorial realizado com a urina que complementa o diagnóstico de infecção urinária; O exame simples de urina já pode indicar a presença ou ausência de micro-organismos, mas não é capaz de identificá-los. Uma vez que os rins e a bexiga são locais estéreis, a presença de bactérias pode significar infecção urinária. No entanto, nem sempre a presença das mesmas se traduz em infecção ativa. Urocultura A importância da urocultura reside em determinadas situações, como: Quando o médico não se encontra seguro para tratar de uma infecção urinária apenas com o exame clínico; Quando o primeiro antibiótico utilizado não consegue combater a infecção; Em casos de infecções urinárias recidivantes; Quando há febre sem origem identificada; Anteriormente a procedimentos urológicos. Urocultura Coleta; Bacterioscopia; Antibiograma; Coleta idênticaao exame de urina tipo I – manter estéril; Meio de cultura propício para o crescimento de bactérias. Caso estas últimas estejam presentes na urina, dentro de 48-72h é possível observar a formação de colônias de bactérias, sendo possível identificar qual a bactéria e o antibiótico adequado para tratar a infecção em questão (antibiograma). Meios de Cultura Meios de cultura são composições de substâncias que fornecem nutrientes necessários para o desenvolvimento de microrganismos; Sendo favorecido o crescimento, é possível a identificação desses organismos através das suas atividades bioquímica e metabólica; Meios de Cultura Os meios de cultura são classificados de acordo com seu estado físico Sólido (ágar); Semissólido (consistência de ágar e/ou gelatina é intermediária); Líquido (caldo); Devido à diversidade dos microrganismos, existem vários meios de cultura específicos que atendem às exigências para o desenvolvimento de cada um Meios de Cultura Meios básicos permitem o crescimento, porém não atendem a nenhuma condição nutricional específica de um determinado microrganismo – NÃO SELETIVOS – CLED utilizado na Urocultura; Já os meios especiais ou complexos possuem condições específicas que atendem às exigências de determinado microrganismo – SELETIVOS – MacConkey – bactérias Gram Negativas Semeadura Semeadura Quantitativa por meio de Alça calibrada; Esgotamento e Espalhamento; Barreira Térmica – Bico de Bunsen e Flambagem Contagem de UFCs Contagem de UFCs 1 uL (multiplica-se por 1000) Resultados acima de 100.000 UFC por ML = infecção (1,5x105 UFC/g ou ML); Entre 10.000 e 90.000 contaminação ou possível infecção; 1 a 9.000 sem interesse clínico; Identificação Bacteriológica Baseado exclusivamente no método de Gram (Hans Christian Joachim Gram); As paredes das bactérias Gram+ são fundamentalmente compostas por uma espessa camada de peptídeoglicano enquanto as bactérias Gram- apresentam uma elevada concentração de lipídeos e uma delgada parede celular Método de Coloração de Gram Cristal Violeta (cora de acordo com a espessura da membrana); Lugol (mordente/fixador do corante na parede); Álcool/Acetona (retira lipídeos e o corante ou então fecha os poros celulares – descoramento); Fucsina (contra corante); POP Coloração de Gram 1 gota de salina + 1 porção de bactéria Secar ao bico de Bunsen Cristal Violeta 1 min. Lugol 1 min; Álcool/acetona 5/10 seg; Fucsina 30 seg + lavagem Teste da Catalase Definido se for G+ a bactéria pode ser de dois GÊNEROS: Staphilococus ou Streptococus; Teste da Catalase define (utilização de peróxido de hidrogênio) Se borbulhar (teste positivo) é porque possui catalase, que converte o peróxido em O2+ H20 = Staphylococus; Se não borbulhar (teste negativo) = Streptococus Teste da Coagulase Após teste + de catalase, precisa definir qual ESPÉCIE do gênero staphilococus; Teste da Coagulase (plasma de coelho + bactéria); Se coagular = S. Aureus; Não coagular = S. Epidermidis ou Saprophiticus; Teste da Novobiocina vai definir entre elas (halo > 16mm = Epidermidis) Identificação do Gênero Streptococus Após teste Catalase negativo e consequente identificação do gênero Streptococus, definir qual ESPÉCIE por meio de testes Hemolíticos (ágar sangue); Alfa hemólise (halo esverdeado): S. Pneumoniae ou S. Viridians); Beta hemólise (halo transparente): S. Pyogenes; Gama hemólise (não forma halo): outras espécies + realizar testes; Antibiograma Realizado após identificação da bactéria colonizadora da amostra; É um exame que tem como objetivo determinar o perfil de sensibilidade e resistência das bactérias aos antibióticos; Através do resultado pode indicar qual o antibiótico mais indicado para tratar a infecção do paciente, evitando, assim, o uso de antibióticos desnecessários e que não combatem a infecção, além do surgimento de resistência Antibiograma Antibiograma por difusão em agar: pequenos discos de papel que contêm diferentes antibióticos em uma placa com meio de cultura apropriado para crescimento da bactéria. Após 1 a 2 dias na estufa, é possível observar se ouve ou não crescimento bacteriano a volta do disco. A partir do tamanho do diâmetro dos halos é possível verificar se a bactéria é não-suscetível, suscetível, intermediária ou resistente ao antibiótico. 37