Fundamentos Sociais e Históricos do Direito - APS

Prévia do material em texto

ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
Fundamentos Sociais e Históricos do Direito
São Paulo
2021
Resenha sobre o filme: Julgamento em Nuremberg
	O filme Julgamento de Nuremberg, gravado em 1961, retrata os acontecimentos após a 2ª Guerra Mundial (1945), reunindo os países Alidados, e escolhendo o Castelo de Nuremberg como sede por diversos comícios vergonhosos dos nazistas em 1935, tornando-se simbolicamente adequado para sediar os julgamentos dos crimes de guerra, estabelecendo assim, um tribunal para processar e julgar os oficiais Nazistas responsáveis pelo Holocausto. 
	No decorrer de onze meses, oito juízes representaram as quatro potências vitoriosas da Segunda Guerra Mundial. O tribunal ouviu o depoimento de dezenas de testemunhas e obteve milhares de documentos, todos retratando o nazismo. Durante o julgamento, o juiz e o mundo descobriram o plano e a execução da extinção sistemática, guerra brutal, tortura, escravidão, roubo sistemático e destruição de milhões de pessoas na Europa causados ​​pelas forças de Hitler. Desde o começo do processo existiram diversas divergências, sendo a principal: julgar de que forma? O primeiro-ministro britânico, Winston Churchill a todo o momento defendeu a execução dos líderes nazistas para “evitar complicações de um processo judicial”, tendo a ideia apoiada por alguns integrantes do governo norte-americano. Mas Henry Stimson, membro sênior do Partido Republicano se opôs, e trouxe a problemática de que os inimigos estariam calando os líderes nazistas por puro medo de julga-los. E de fato o medo existia, pois eles não sabiam se conseguiriam provas o suficiente, ou pior, dar espaço para esses líderes defenderem toda a propaganda racista realizada nos últimos anos.
	Stimson então encarregou Murray Bernays, ex-advogado e defensor do cumprimento do principio da justiça, para fazer um plano prático para a realização de um julgamento publico, onde a promotoria conseguisse legitimar sua autoridade. Durante todo o julgamento, surgem discussões como a validade do Direito, e o quanto a Moral demonstra ter interferência e também sobre o Devido Processo Legal, tendo sua atividade o norteamento da atividade processual jurídica. Outro debate constante, fora sobre a imposição de um julgamento justo, respeitando a vida e o direito do acusado, cabendo a eles, direito de defesa em momentos específicos.
	O Promotor Jackson é o que mais deixa claro as garantias jurídicas fundamentais do Tribunal, preservando-as sempre que necessário, enquanto, por outro lado, alguns envolvidos desejavam a execução sumária dos crimes tendo consciência que tais crimes foram cometidos de fato pelos Nazistas.
	O tribunal fora marcado por diversos momentos conflitantes, onde foi colocado em debate o quanto que os Nazistas usaram do poder do Direito positivo, a procura, unicamente de uma identidade, onde qualquer cidadão que discordasse de tal atitude estaria cometendo um crime contra o Estado, no próprio filme, em diversos momentos os acusados falam “Eu fiz isso pelo Estado”. 
	Para haver uma balança no tribunal, os Direitos Humanos tiveram que balancear o positivismo com o naturalismo, para conseguir provar e condenar, que o que eles fizeram, era um genocídio. No Art 6º da Carta do Tribunal Militar de Nuremberg, diz que:
“O Tribunal terá o poder de julgar e punir pessoas que, ao agirem sob os interesses dos países europeus do Eixo, como pessoas individuais ou como membros de organizações, cometeram qualquer um dos seguintes crimes: a) Crimes contra a paz...; b) Crimes de guerra...; C) Crimes contra a humanidade” (Roland, p.30)
	Acusados e julgados dos seguintes crimes: Conspiração, Crimes contra a paz, Crimes de guerra e Crimes contra a humanidade, todos os julgados foram condenados à prisão perpétua.
	Os advogados de defesa, utilizaram em um de seus argumento de que os crimes de que os réus estavam sendo acusados não eram ainda considerados crimes quando aconteceram, o que é chamado de juízo ex post facto, o processo de defesa durou as 400 sessões publicas realizadas no Tribunal de Nuremberg, assumindo uma posição que protegesse o homem comum da Alemanha e defendendo a reputação do país, alegando, sempre, que tudo que fora realizado, foi para o bem do mesmo. Como os advogados não conseguiram se prender em argumentos jurídicos por conta das provas apresentadas, eles lutaram para limpar a imagem da Alemanha que ficou deveras manchada com os acontecimentos, fazendo com que as pessoas percebessem que não era uma culpa coletiva, gerando assim, uma admiração publica inegável.
	Dos 22 réus, 3 foram absolvidos; 12 condenados à morte; 3 condenados à prisão perpétua; e 4 condenados a cumprir entre 10 e 20 anos de prisão. As execuções ocorreram em 16 de outubro de 1946. 
	O Tribunal de Nuremberg foi extremamente importante, pois, a partir dele os Chefes de Estado perceberam que não podem estar à cima da lei, e as pessoas, que pratique ou que consentem com qualquer tipo de perseguição, racismo, tortura... Irá ter de arcar com as penas previstas na Lei, seja o lugar que for. Os julgamentos ocorridos em Nuremberg criaram uma base de Leis Internacionais de Direitos Humanos, onde qualquer cidadão pode recorrer aos tribunais se sentir seus direitos violados.
Referência Bibliografica
ROLAND, Paul. Os julgamentos de Nuremberg – os nazistas e seus crimes contra a humanidade. 2013 São Paulo.
KRAMER, Stanley – JULGAMENTO EM NUREMBER – 1961.