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O Tecido Nervoso e as Sinapses

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O tecido nervoso caracteriza-se pela capacidade de suas células comuncarem-se entre si, processando e transmitindo informação a longa distância. Essa propriedade é possível graças à existênca de dois mecanismos de sinalização: a condução axônica e a transmissão sináptica.
As células nervosas diferenciam-se das demais células do organismo por apresentarem duas propriedades especiais:
1. são capazes de conduzir sinais bioelétricos por longas distâncias sem que haja enfraquecimento do impulso ao longo de seu percurso;
2. por apresentarem conexões com células musculares (lisas e estriadas), glandulares e outras células nervosas. Estas conexões permitem que sejam produzidas respostas nos músculos cardíaco, liso e esquelético, glândulas exócrinas e neurônios pós-sinápticos através da liberação de substâncias químicas específicas denominadas de neurotransmissores. ( Guyton, J. E. Hall ; 2006)
NEURÔNIO
Os neurônios dispõe-se em cadeias celulares de transmissão e processamento de informações. Um neurônio é composto por três partes: um axônio que conduz informações de saídas e dois dendritos, que são numerosas projeções ramificadas do corpo celular, que recebem e transmitem impulsos nervoso. A forma, o número, e comprimento dos axônios e dendritos e o número de terminais pré-sinápticos (que podem variar de alguns poucos até em torno de 200.000) variam de um neurônio para outro. Estas diferenças fazem os neurônios de diferentes partes do sistema nervoso reagirem de maneira diversa a sinais sinápticos aferentes e executarem muitas funções distintas. ( Silverthorne (2010)
SINAPSES
As Sinapses são zonas ativas de contato entre uma terminação nervosa e outros neurônios, células musculares ou células glandulares. Do ponto de vista anatômico e funcional, uma sinapse é composta por três grandes compartimentos: membrana da célula pré-sináptica, fenda sináptica e membrana pós-sináptica. 
Em um reflexo neuronal, a informação se transfere da célula pré-sináptica para a célula pós-sináptica. As células pós-sinápticas podem ser neurônios ou não. Na maioria das sinapses entre neurônios, os terminais axônios pré-sinápticos estão próximos dos dendritos ou do corpo celular do neurônio pós-sináptico.
CLASSIFICAÇÃO DAS SINAPSES
As Sinapses podem ser classificadas de diversas formas, como :
1. Pela citoarquitetura quando temos uma sinapse entre dois neurônios.
2. De acordo com o local de ligação, as sinapses podem ser classificadas em:
· Axodendrítica (quando o axônio do elemento pré – sináptico se liga aos dendritos do elemento pós – sináptico), que corresponde a maioria das sinapses;
· Axossomáticas, quando o elemento pré – sináptico se liga ao corpo do neurônio pós – sináptico;
· Axoaxônicas, quando o axônio do neurônio pré – sináptico se liga ao axônio do elemento pós – sináptico.
3. Quanto ao tipo de condução, que pode ser elétrica ou química, como veremos adiante.
4. De acordo com o efeito que essas geram, podendo ser inibitórias ou excitatórias. Isso varia principalmente com o tipo de neurotransmissor.(Marcus Lira Brandão , 2008)
SINAPSES QUANTO AO TIPO DE CONDUÇÃO
As sinapses podem ser químicas ou elétricas, em função do tipo de sinal que passará pela célula pré-sináptica e pós-sináptica. As sinapses químicas utilizam mediadores químicos, os neurotransmissores, que medeiam o sinal químico de uma célula pré-sináptica passando pela fenda para uma célula pós-sináptica. As sinapses químicas são as mais utilizadas na transmissão de sinal no sistema nervoso central da espécie humana. (Guyton, J. E. Hall, 2006)
SINAPSES ELÉTRICAS 
São aquelas que transmitem informação instantaneamente de uma célula para outra, com transferência direta de corrente elétrica entre a célula pré-sináptica e a pós-sináptica. Elas são particularmente úteis quando a velocidade e a precisão na transmissão do impulso são fundamentais, como, por exemplo, no músculo cardíaco e no músculo liso. Por ser contato direto, a condução é muito rápida e isso impede que haja também o retardo sináptico. A condução da corrente é bidirecional, ou seja, pode partir tanto do elemento pré, quanto do elemento pós, pois as junções comunicantes permitem essa movimentação. (Margarida de Mello Aires , 2008)
SINAPSES QUÍMICAS
As sinapses químicas correspondem a maior parte das sinapses encontradas em nosso organismo, sua fisiologia e funcionamento são, de certa forma, mais complexos do que quando comparados com as das sinapses elétricas. No sistema nervoso central, as sinapses químicas são a maioria, assim como no organismo em geral, enquanto as sinapses elétricas possuem elementos muito próximos entre si, as sinapses químicas não necessariamente.
CONDUÇÃO DE SINAIS
A condução se dá por substâncias químicas conhecidas como neurotransmissores, produzidos pelo elemento pré – sináptico, e liberado numa fenda, que é o espaço entre o elemento pré e o elemento pós – sináptico, essa fenda é conhecida como fenda sináptica.
O elemento pré – sináptico produz o neurotransmissor, por exemplo, um elemento colinérgico, produzirá a acetilcolina, que é um neurotransmissor. Após sintetizado, esse neurotransmissor é liberado e por outro lado, o elemento pós – sináptico possui receptores para tal neurotransmissor, que ao se ligar, provoca um efeito; simplificando, o elemento pré – sináptico leva a informação por meio dos neurotransmissores, e o elemento pós – sináptico recebe a informação, pois os neurotransmissores atuam nele.
As sinapses químicas são unidirecionais, ou seja, o sinal, a informação, parte do elemento pré – sináptico em direção ao pós – sináptico. Isso é importantíssimo na fisiologia, pois direciona a informação.
Por ser um processo mais complexo, de produção, liberação e atuação do neurotransmissor, a condução é mais lenta, havendo um retardo sináptico.
Uma outra peculiaridade muito importante é que as sinapses químicas são passíveis de modulação, de regulação.
TIPOS DE SINAPSES QUÍMICAS 
As Sinapses Químicas podem ser Excitatórias ou Inibitórias de acordo com o tipo de sinal que conduzem. Se o sinal produzido na membrana pós-sináptica for a despolarização, iniciando o potencial de ação, então será uma Sinapse Excitatória .
Em uma sinapse excitatória, o principal mecanismo para que a excitação aconteça é o aumento da permeabilidade ao sódio, que então entra na célula pós – sináptica, atua em receptores ROC (Receptores sensíveis a estímulo químico) e gera, então, a despolarização da membrana dessa célula.
MECANISMOS ELEMENTARES DE INTEGRAÇÃO DOS SINAIS 
Os Potenciais Excitatórios Pós -Sinápticos ( PEPS ) e Potências Inibitórios Pós-Sinápticos ( PIPS ) , são computados algebricamente na membrana pós-sináptica por Somação
Os potenciais pós-sinápticos gerados com a chegada dos neurotransmissores propagam-se passivamente até a zona de gatilho. Se o potencial de ação será gerado ou não, isso dependerá do tipo de evento elétrico:
· Se a despolarização atingir um valor crítico (ou limiar) será gerado um PA.
· Se a despolarização ultrapassar o potencia critico então mais de um PA será gerado 
· Se a despolarização atingir valores menores do que o crítico ou se houver hiperpolarização, não haverá qualquer PA.
Na superfície da membrana dos dendritos e dos corpos celulares há receptores para neurotransmissores excitatórios e inibitórios. Isso quer dizer que o neurónio pós-sináptico gera PEPS e PIPS conforme a sinapse que está em atividade. O neurónio realiza a análise dos sinais Aferentes realizando uma análise combinatória de potenciais pós-sinápticos denominada somação que pode ser de duas maneiras :
1. Somação Espacial: é a somação de potenciais pós-sinápticos causados por diferentes neurônios pré-sinápticos.
2. Somação Temporal: é a somação de potenciais pós-sinápticos em rápida sucessão deflagrados pelo mesmo neurônio pré-sináptico.
Os potenciais pós-sinápticos têm a propriedade de se somarem algebricamente modificando a sua intensidade. Assim a somação de três PEPS causados por neurônios distintos ou pelo mesmo neurônio aumenta as chances do potencial de membrana pós sinápticoatingir o valor limiar. Enquanto os potenciais pós-sinápticos gerados nos dendritos e corpo celular são graduáveis em termos de intensidade, os PA, ao contrário, possuem duração e amplitude fixas. Isso quer dizer que nos axônios, a decodificação de intensidade é feita pela modulação na frequência dos PA. Esses comportamentos elétricos mediante os tipos de NT deixam bem claro que as sinapses químicas funcionam como processadores binários de sinais (despolarização/hiperpolarização) e que na frequência dos PA está codificada a mensagem resultante da análise. Por isso, um neurônio ao receber os sinais de vários neurônios distintos pode integrá-los por meio de somação e gerar ou não uma determinada frequência de PA como resposta.
As sinapses excitatórias geram o PPSE (potencial pós – sináptico excitatório) e as sinapses inibitórias geram o PPSI (potencial pós – sináptico inibitório). 
Em uma sinapse inibitória, há aumento da permeabilidade ao cloro, que entra na célula, e por ser um íon com carga negativa, hiperpolariza a célula, deixando a mais negativa, e isso impede que haja deflagração de um potencial de ação. (Marcus Lira Brandão , 2008)
Dentre as sinapses químicas, é possível classificarmos ainda 2 tipos morfológicos ao microscópio eletrônico. ( Gray EG , 1959)
Tipo I – Apresentam vesículas de forma predominantemente arredondada, com alta densidade pós-sináptica e, segundo a visão clássica, são excitatórias, carregando o neurotransmissor glutamato. Podem ser chamadas também de sinapses assimétricas.
Tipo II – Apresentam vesículas de forma mais alongada, com menos densidade pós sináptica. Também segundo a visão clássica, são inibitórias, carregando o neurotransmissor GABA. De forma lógica, são chamadas também de sinapses simétricas.
Publicações mais recentes vêm fornecendo novas visões em relação a função dos tipos morfológicos de sinapse, levando em consideração os tipos de receptores pós-sinápticos e o possível papel de sinapses simétricas como locais de comunicação transitória.( Klemann CJ1, Roubos EW, 2011)
NEUROTRANSMISSORES
Os neurotransmissores que possuem moléculas pequenas e de ação rápida são aqueles que induzem a resposta mais aguda ao sistema nervoso, como a transmissão de sinais sensoriais para o encéfalo. Na maioria dos casos eles são sintetizados no citosol do terminal pré-sináptico, alguns exemplos desses neurotransmissores são aminas (serotonina, dopamina), aminoácidos (glicina, glutamato), acetilcolina, gasotransmissores (óxido nítrico, sulfeto de hidrogênio, monóxido de carbono), dentre outros.
Os neuropeptídios provocam ações mais prolongadas, como mudanças em longo prazo no numero de receptores neuronais e provavelmente mudanças em longo prazo no número ou tamanho das sinapses. Eles não são sintetizados no citosol dos terminais pré-sinápticos, mas como partes integrais de grandes moléculas proteicas nos ribossomas, localizados no corpo celular dos neurônios. ( Margarida de Mello Aires, 2008)
Terminal pré-sináptico: Liberação dos neurotransmissores para a fenda sináptica
O terminal pré-sináptico é separado do terminal pós-sináptico pela fenda sináptica. O terminal pré-sináptico possui dois tipos de estruturas internas para a função excitatória ou inibitória da sinapse: as vesículas transmissoras, que contém os neurotransmissores, e a mitocôndria, que fornece energia necessária para sintetizar novas moléculas de neurotransmissores.
Quando a despolarização de um potencial de ação alcança o terminal pré-sináptico, a mudança no potencial de membrana dá inicio a uma sequência de eventos. A membrana do terminal axônico (terminal pré-sináptico) possui canais de cálcio controlados por voltagem que se abrem em resposta à despolarização da membrana. Como os íons cálcio são mais concentrados no líquido extracelular do que no citosol, eles se movem para dentro da célula. Quando os íons cálcio entram no terminal pré-sináptico, acredita-se que se liguem a proteínas especiais (proteínas do complexo SNARE) presentes em um sítio de liberação na superfície interna da membrana.
Esta ligação, por sua vez, provoca a fusão das vesículas na membrana dos sítios de liberação, permitindo que algumas vesículas contendo os neurotransmissores liberem seu conteúdo na fenda sináptica após cada potencial de ação. As moléculas do neurotransmissor se difundem através da fenda para se ligarem com receptores da célula pós-sináptica. Quando os neurotransmissores se ligam aos seus receptores, uma resposta é iniciada na célula pós-sináptica. ( Silverthorne, 2010)

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