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Fundamentos de Cariologia

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- Introdução ao estudo da cárie: 
ocorre quando há bactérias 
(colônia/placa/biofilme). 
- Conceituar a cárie dentária como 
doença, visando à abordagem 
clínica e epidemiológica. 
- O termo “cárie dentária” é usado 
tanto para doença quanto para lesão 
→ Possui cárie (doença) e tantas “x” 
lesões de cárie. 
- Cárie dentária: descreve 
resultados (sinais e sintomas) de 
uma dissolução química da 
superfície dentária causada por 
eventos metabólicos que ocorrem no 
biofilme (placa bacteriana) que 
recobre a área afetada. 
- Destruição pode afetar o esmalte, 
dentina e cemento; lesões se 
manifestam de forma variável 
clinicamente. 
- Lesões de cárie surgem em locais 
relativamente “protegidos” nos 
dentes em que os biofilmes podem 
se acumular e amadurecer com o 
passar do tempo. Ex: fóssulas, 
sulcos e fissuras nas superfícies 
oclusais, especialmente durante a 
erupção dentária, e nas superfícies 
cervicais proximais à área de contato 
e ao longo da margem gengival. 
- Desenvolvimento da lesão é mais 
provável nesses locais mais 
protegidos da influência mecânica da 
língua, alimentos abrasivos e 
escovação, porque o biofilme pode 
ficar estagnado por longos períodos 
(áreas de estagnação microbiana). 
As cáries dentárias são iniciadas entre os 
pontos que favorecerão o alojamento ou a 
fixação nos quais os microrganismos não 
estarão sujeitos a um deslocamento tão 
frequente a ponto de prevenir um 
crescimento bastante contínuo. Essa é a 
causa de a localização do processo inicial 
das cáries ocorrer em determinadas partes 
da superfície dos dentes (BLACK, G.V, 
1914). 
- Diferentes velocidades de 
desenvolvimento nas áreas da boca: 
aberturas das glândulas salivares 
maiores apresentam áreas com 
acúmulo especial de saliva, o que 
favorece uma proteção relativa 
contra a dissolução química 
(capacidade-tampão e composição 
química). 
 
- Teoria do verme: 4000 a.C, dores 
de dente são causadas por vermes 
que se alimentam de sangue na raiz 
do dente. 
- Antoni Van Leeuwenhoek – Delft 
(Holanda) - 1693: primeiras 
observações de microrganismos 
bucais. 
 
 
| Louis Pasteur (1822-1895): 
- Fermentação de açúcares por 
bactérias vivas, formando ácido. 
- Pasteurização → vacinas → 
enfermidades infecciosas. 
| Willoughby Miller (1853-1907): 
- Teoria químico-parasitária da cárie 
– 1889. 
- A produção de ácidos e digestão de 
proteínas pelos microrganismos 
bucais levaria à formação da cárie. 
- A cárie era um processo 
quimioparasitário, que consistia em 
dois estágios: descalcificação ou 
amolecimento dos tecidos duros e 
dissolução dos resíduos moles. 
| Greene Vardiman Black (1836-
1915): 
- Pai da Odontologia Operatória. 
- Descreveu a colônia bacteriana 
sobre os dentes – placa bacteriana. 
- Confirmou a teoria de Miller. 
 
- Animais convencionais: a 
microbiota bucal indígena/residente 
dificulta a fixação de 
microrganismos. 
- Animais assépticos (germ free): na 
ausência de microrganismos não 
ocorre cárie. 
- Animais gnotobióticos: sem 
carboidratos fermentáveis não 
ocorre cárie. 
OBS: microrganismos cariogênicos 
produzem ácido a partir de açúcares; 
nem todos microrganismos que 
produzem ácido provocam cárie; a 
doença cárie não satisfaz os 
Postulados de Koch. 
- Cárie = doença infecciosa e 
transmissível. 
 
HIPÓTESES PARA O PAPEL DA PLACA 
- Nenhuma bactéria cariogênica 
apresenta uma relação absoluta de 
causa e efeito com a cárie dentária. 
- Placa Inespecífica: fim do século 
XIX. Considerava que a doença era 
resultado da atividade global da 
microbiota da placa total, para que 
não apenas aquelas espécies que 
faziam o ácido, mas também aquelas 
que produziam os álcalis ou 
consumiam lactato, fossem 
consideradas. Assim, uma mistura 
heterogênea de microrganismos 
poderia desempenhar um papel na 
doença 
- Placa Específica: meados do 
século XX. Propunha que, fora do 
conjunto diversificado de 
microrganismos que compreendem 
a microbiota residente, apenas um 
único ou um pequeno número de 
espécies estava ativamente 
envolvido na doença. Essa proposta 
era fácil para promover porque 
concentrava seus esforços em 
controlar a doença, orientando 
medidas de prevenção e tratamento 
contra um número limitado de 
organismos, como por vacinação ou 
terapia genética, ou por tratamento 
antimicrobiano 
- Placa Ecológica ou Biofilme 
Dentário: fim do século XX. 
A hipótese da placa ecológica 
propõe que os microrganismos 
associados à doença também 
podem estar presentes em sítios 
saudáveis, mas em níveis 
demasiadamente baixos para ser 
clinicamente relevantes. A doença 
seria o resultado de uma mudança 
no equilíbrio da microbiota residente, 
impulsionada por uma mudança nas 
condições ambientais locais. No 
caso da cárie dentária, repetidas 
condições de baixo pH na placa após 
a ingestão frequente de açúcar (ou 
diminuição da depuração de açúcar 
em decorrência de uma redução da 
secreção salivar) favoreceriam o 
crescimento de espécies acidúricas 
e acidogênicas e, assim, 
predisporiam um sítio à cárie. 
• Historicamente: 
 - Confusão entre doença vs lesão. 
 - Diagnóstico: contagem de 
lesões. 
 - Tratamento: reparo 
(restauração). 
 - Alta prevalência. 
 - Cárie → vista como fatalidade. 
- Microrganismos cariogênicos 
produzem ácido por açúcares. 
- pH crítico de Stephan: abaixo de 
5,5 (desmineralização). 
A cárie dentária é uma doença 
complexa causada pelo 
desequilíbrio entre o conteúdo 
mineral do dente e o fluido do 
biofilme. 
- BIOFILME = pré-requisito para que 
ocorram as lesões de cárie → 
atividade microbiana continuada → 
flutuações contínuas e diminutas no 
pH → perda final de substância 
mineral. 
- Qualquer desvio no pH influencia a 
composição química do fluido do 
biofilme e o grau de saturação 
relativo desse fluido em relação aos 
minerais importantes para a 
manutenção da composição química 
da superfície dentária. 
- A superfície do esmalte está em um 
estado de equilíbrio dinâmico com 
seu meio ambiente circundante. 
- Quando o resultado acumulativo de 
numerosas flutuações do pH com o 
passar de meses ou anos é uma 
perda líquida do cálcio e do fosfato 
em uma extensão que torne o 
esmalte suficientemente poroso para 
ser detectado na clínica, é possível 
diagnosticar essa ocorrência como 
uma lesão do tipo “mancha branca”. 
- Embora os eventos metabólicos 
possam resultar na formação de 
lesões de cárie detectáveis, a 
maioria de suas sequências tende a 
se cancelar mutuamente – e é por 
isso que os eventos metabólicos 
devem ser considerados intrínsecos 
à fisiologia do biofilme. 
Lesões de cárie dentária são 
resultado do descompasso no 
equilíbrio fisiológico entre o conteúdo 
mineral do dente e o fluido do filme. 
 
1. Desmineralização 
(dissolução) → pH cai abaixo 
de certo nível no biofilme. 
2. Remineralização → nova 
deposição dos minerais 
quando o pH sobe. 
- Na superfície do esmalte, na 
interface entre o biofilme e a 
superfície do dente. 
- Processos que ocorrem inúmeras 
vezes durante o dia e podem ser 
bastante modificados. Ex: se biofilme 
for parcialmente removido, a perda 
mineral pode ser interrompida ou 
mesmo revertida para um ganho 
mineral, já que a saliva está 
supersaturada em relação à apatita 
do esmalte. 
 
Terminologia 
- Lesões podem ser encontradas em 
fóssulas e fissuras ou nas 
superfícies lisas → lesões de 
superfícies lisas podem começar no 
esmalte (cáries de esmalte) ou na 
dentina e no cemento radicular, 
quando expostos (cáries 
radiculares). 
- Cáries primárias: lesões em 
superfícies dentárias naturais 
intactas. 
- Cáries secundárias ou 
recorrentes: lesões que se 
desenvolvem adjacentes às 
restaurações. 
- Cáries residuais: tecido 
desmineralizado que foi mantido 
antes da colocação de uma 
restauração. 
- Lesões não cavitadas. 
-Lesões cavitadas – orifício físico no 
dente. 
- Lesões ativas X inativas 
(paralisadas). Uma lesão 
considerada progressiva (em que se 
prevê que a lesão se desenvolveria 
mais em um exame subsequente se 
não fosse a interferência do 
profissional) seria descrita como 
uma lesão de cárie ativa. 
- Diagnóstico diferencial: Fluorose vs 
Cárie: Enquanto a lesão de cárie 
ocorre em zonas de estagnação de 
biofilme (margem gengival, abaixo 
do ponto de contato e superfícies 
oclusais), a fluorose dentária se 
estende em toda a superfície 
dentária e, nos seus estágios iniciais, 
acompanha as periquemáceas. 
- Cáries rampantes: múltiplas lesões 
de cárie ativa que ocorrem em um 
mesmo paciente. Ex: cárie de 
mamadeira, cáries induzidas por 
medicamentos. 
 
• Natureza multifatorial da 
cárie: envolve a interação de 
uma microbiota 
acidogênica/acidúrica em 
uma superfície do dente, 
alimentada por uma dieta 
composta da frequente 
ingestão de carboidratos 
rapidamente fermentáveis.

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