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Mosaicismo e Quimeirismo

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Mosaicismo e Quimeirismo 
A descoberta do mosaicismo
Há uma década e meio atrás mais de 100 cientistas demorou treze anos para codificar o primeiro genoma humano, com um custo altíssimo, atualmente esse estudo pode ser feito em uma semana e um custo bem menor. Análise do genoma permitiu além da percepção das diferenças genômicas de um ser vivo para o outro, mas verificar as mutações ocorridas e a descoberta da diferença de DNA em tecidos, que foram ocorridas devido a mutações espontâneas durante os anos. 
Relevância dos Resultados 
Muito mais comum do que se suspeitava. Uma pesquisa realizada por Alexander Urban, por exemplo, analisou e comparou o DNA das células da pele de sete indivíduos. Como resultado, descobriu que 30% das células estudadas apresentavam pequenas variações genéticas que as diferenciavam do resto do corpo. 
Mas afinal, O que é o Mosaicismo? 
O mosaicismo é uma dessas condições genéticas não muito famosas, mas que ocorrem com mais frequência do que muitos imaginam. Trata-se de uma condição onde o indivíduo recebe dois materiais genéticos no mesmo zigoto, resultando em um tipo de mosaico de genes, por isso o nome.
Como se Forma o Mosaicismo?
O mosaicismo se forma ainda na gestação, quando o número de cromossomos de uma determinada célula é alterado. Em genética, esse fenômeno é chamado de mosaico. Ele ocorre com mais frequência nas células reprodutivas, mas pode ocorrer em qualquer outra célula do corpo humano. Existem tipos diferentes de mosaicismo e eles são definidos de acordo com a célula do corpo que é alterada. Mosaicismo em linhagens germinativas
Esse tipo de mosaicismo ocorre quando a alteração ocorre apenas em células gaméticas, ou seja, apenas em células reprodutoras. Quem possui esse tipo de mosaicismo não apresenta nenhuma das características da mutação, já que apenas as suas células reprodutivas possuem essa alteração.
No mosaicismo em linhagens germinativas, as mutações ocorrem seletivamente através de mecanismos pós-zigóticos, ainda nas células germinativas, podendo ser herdadas pelos descendentes do indivíduo.
Porém, é muito possível que, se a pessoa tiver filhos, eles nasçam com alguma condição decorrente dessa mutação das células reprodutivas de um dos pais. Porém, é muito difícil calcular qual a porcentagem do risco de isso acontecer e se pode acontecer com um ou todos os filhos, já que isso pode variar muito dependendo de cada caso.
Mosaicismo de Linhagem Somática
Trata-se do tipo de mosaicismo que afeta qualquer outra célula que não seja reprodutiva. Nesse tipo de manifestação dessa condição, podem surgir ou não sintomas do mosaicismo, ou seja, há chances de ele ser assintomático. Os sintomas, quando aparecem, estão ligados à área do corpo em que ocorreu a mutação das células.
Consequências do mosaicismo
Apesar de muitos casos de mosaicismos não causarem sintomas ou qualquer consequência para a saúde da pessoa, esta situação pode provocar o surgimento de diversas complicações e doenças para a pessoa portadora, e alguns exemplos são: 
Predisposição ao câncer; Alterações no crescimento; Predisposição a abortos espontâneos; Alterações no padrão de pigmentação da pele; Heterocromia ocular, em que a pessoa pode ter um olho de cada cor; Síndrome de Down; Síndrome de Turner; Osteogênese imperfeita; Distrofia muscular de Duchenne; Síndromes de McCune-Albright; Síndrome de Pallister-Killian; Síndrome de Proteus. 
 Além disso, têm-se observado que o mosaicismo aumenta a predisposição à doenças neurológicas degenerativas, como Alzheimer ou Parkinson, por exemplo. 
Diagnóstico por citogenética
Os métodos citogenéticos convencionais são o padrão ouro para a avaliação do mosaicismo cromossômico. Eles são capazes de detectar aberrações estruturais envolvendo deleções, translocações e mudanças no número de cópias. Além disso, as técnicas de Hibridização Fluorescente in-situ podem ser usadas em células em interfase, o que é particularmente útil no screening de diversos tipos de câncer e também na testagem pré-natal. Entretanto, o mosaicismo pode estar presente em baixos níveis (< 5%), o que torna a microscopia menos adequada. Para estes casos, portanto, são necessários métodos alternativos, como o sequenciamento genético.
Sequenciamento Genético Para Diagnóstico De Mosaicismo
O Sequenciamento  de Nova Geração (NGS) pode ser um método de escolha ideal para a detecção de mutações em mosaico, uma vez que viabiliza a leitura de bilhões de sequências com alta sensibilidade. Um exemplo dessa aplicação é na detecção de mutações em células sanguíneas de pacientes com malformação cerebral. Em contraste com o sequenciamento de Sanger, essas mutações foram detectadas com uma sensibilidade 60% maior quando métodos de NGS foram empregados, segundo a pesquisa da Springer. Além disso, estas técnicas facilitam a avaliação de células únicas e também de populações celulares inteiras, o que torna a amostragem um processo mais fácil.
O sequenciamento de células únicas apresenta uma vantagem muito particular: a detecção de alelos variantes de baixa frequência. A alta resolução apresentada por essa técnica tem aumentado muito o número de descobertas sobre mosaicismo.
Quando as células a serem estudadas são clonadas em vitro, reversões do mosaicismo podem acontecer. Para lidar com essa situação, é possível fazer uso de ferramentas da metagenômica e sequenciar diretamente o material genético coletado do indivíduo.
Isso é traduzido em novos saberes sobre doenças que obrigatoriamente se manifestam em mosaico e também sobre doenças “comuns” em que o mosaicismo ainda se apresenta como uma incógnita.
Sendo assim, o Sequenciamento de Nova Geração representa uma chave para o entendimento do mosaicismo somático, que possui uma relação causal com o surgimento do câncer em indivíduos previamente saudáveis.
SÍNDROME DE TURNER
A síndrome de Turner atinge uma a cada 2.500 meninas nascidas no mundo. É uma doença rara causada por alterações nos cromossomos sexuais femininos. No par XX, somente um cromossomo é normal. Pode haver uma série de anormalidades no outro cromossomo X, desde a falta completa até a ausência parcial dele. 
A doença é responsável por algumas características na criança, como baixa estatura, pescoço curto e atraso da puberdade. Saiba como a síndrome de Turner pode ser identificada e tratada.
SINAIS E SINTOMAS DA SÍNDROME DE TURNER
Meninas com a doença podem ter os seguintes sinais e sintomas:
· Estatura menor que a média ao nascer; Baixa estatura; Pescoço curto e largo; Mandíbula recuada ou pequena; Céu da boca alto e estreito; Mais cabelo na nuca (implantação baixa de cabelo); Orelhas baixas ou protuberantes; Dedos das mãos e pés curtos; Inchaço nas mãos e pés, geralmente mais comum no nascimento; Mamilos mais espaçados (hipertelorismo mamilar); Braços mais espaçados em relação ao corpo (cúbito valgo); Atraso da puberdade; Ausência de menstruação; Infertilidade; Problemas na tireoide, no coração e/ou nos rins.
Apresentar um ou mais destes sinais e sintomas não significa, necessariamente, que a criança tenha a síndrome de Turner. Procure o médico para investigar a causa e indicar o tratamento mais adequado ao caso.
DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE TURNER 
· Durante a gravidez - não há como prevenir, mas é possível suspeitar da doença durante o pré-natal, por meio de ultrassonografia. Alterações no coração, nos rins e/ ou inchaço (linfedema) no corpo do bebê podem ser indicativos da síndrome de Turner. Para confirmar a suspeita da doença, existe um exame que analisa a quantidade e a estrutura dos cromossomos nas células por meio de uma amostra de células, chamado de cariótipo com bandas G. Neste caso, seria realizado via amniocentese, que coleta amostra do líquido amniótico, ou biopsia de vilo, que consiste na retirada de material dos óvulos.
· Na primeira infância - quando a criança começa a desenvolver características da doença, como baixa estatura, pescoço largo e curto e velocidade de crescimento lenta.Para confirmar a suspeita da doença, existe um exame que analisa a quantidade e a estrutura dos cromossomos nas células por meio de uma amostra de células, chamado de cariótipo com bandas G. Neste caso, pode ser utilizado amostra de sangue, pele ou mucosa da boca.
· Na puberdade - a síndrome de Turner pode ser “silenciosa” até que a menina chegue à puberdade. A falta de crescimento dos seios e da menstruação pode ser um alerta. Para confirmar a suspeita da doença, existe um exame que analisa a quantidade e a estrutura dos cromossomos nas células por meio de uma amostra de células, chamado de cariótipo com bandas G. Neste caso, pode-se utilizar amostras de sangue, pele ou mucosa da boca para realização do exame.
· Na vida adulta - as pacientes podem receber o diagnóstico durante a avaliação de infertilidade. 
TRATAMENTO DA SÍNDROME DE TURNER
Não há cura para doença, mas existe tratamento. A reposição hormonal é a principal forma de controlar os sinais e sintomas da síndrome de Turner.
Terapia com o hormônio do crescimento (GH) – busca alcançar a altura média da menina, mas precisa ser feito o quanto antes para que tenha um resultado satisfatório. A dose do hormônio de crescimento varia de pessoa para pessoa e deve ser ajustada, por um médico endocrinologista, conforme a resposta de crescimento da criança e exames laboratoriais.
Terapia com estrogênio e progesterona – auxilia no desenvolvimento sexual da menina. O estrogênio é responsável pelas mudanças que ocorrem na puberdade, como o crescimento dos seios, além de ser importante para a saúde do útero e dos ossos. Depois do tratamento com estrogênio, começa a terapia com a progesterona que dará início aos ciclos menstruais. A dosagem dos hormônios deve ser individualizada e ajustada por um médico endocrinologista.
A terapia hormonal é responsável por boa parte do tratamento, que é para vida toda. No entanto, quem tem síndrome de Turner geralmente necessita de uma abordagem multidisciplinar, com a colaboração de diferentes especialistas para acompanhar a doença e os possíveis problemas associados.
Quem sofre de problemas cardíacos ou renais, por exemplo, precisa se consultar periodicamente  com cardiologistas e nefrologistas para tratamento destas condições. O apoio psicológico também é fundamental para lidar com as mudanças no corpo que afetam diversos aspectos físicos e emocionais, mas principalmente a autoestima.
Somente o médico pode diagnosticar a doença e indicar o melhor tratamento para cada caso. 
QUIMERISMO
O primeiro caso documentado de quimera humana foi publicado no British Medical Journal, em 1953. O caso envolvia uma mulher britânica, MCK, que supostamente apresentava diferentes tipos sanguíneos. Os resultados dos exames de MCK apontavam que ela possuía os tipos sanguíneos O e A. Nomeada da mitologia grega, onde uma quimera era uma criatura formada a partir de partes de diferentes animais - usada na biologia para se referir a indivíduos com células geneticamente diferentes criadas pela fusão de células de dois ou mais embriões. Em outras palavras.
Como surge o Quimerismo
Quanto a origem, a quimera consegue ser constituída artificialmente, por meio do processo de transfusão ou de transplante. Já a quimera originada naturalmente é devido a uma junção de embriões ou também é capaz de se dá por migrações de células pela placenta. Dependendo de como se forma, o quimerismo pode ser uma condição passageira no organismo ou permanente
O quimerismo é um tipo de alteração genética rara em que é observada a presença de dois materiais genéticos diferentes, o que pode ser natural, ocorrendo durante a gestação, por exemplo, ou ser devido à transplante de células tronco hematopoiética, em que as células do doador transplantadas são absorvidas pelo receptor, havendo a co-existência de células com perfis genéticos diferentes. É quando dois ou mais gêmeos se fundem para formar um único indivíduo formado por células com DNA diferente.
Tipos de quimerismo
O quimerismo é pouco frequente entre as pessoas, podendo ser observado com mais facilidade em animais. No entanto é ainda possível que haja quimerismo entre as pessoas, sendo os principais tipos:
1. Quimerismo natural
O quimerismo natural acontece quando 2 ou mais embriões se fundem, formando um só. Assim, o bebê formado por 2 ou mais materiais genéticos diferentes.
2. Quimerismo artificial
Acontece quando a pessoa recebe transfusão de sangue ou transplante de medula óssea ou células tronco hematopoiéticas de outra pessoa, havendo absorção pelo organismo das células do doador. Essa situação era comum no passado, no entanto atualmente após transplantes a pessoa é seguida e realiza alguns tratamentos que evitam a absorção permanente das células do doador, além de garantir melhor aceitação do transplante pelo corpo.
3. Microquimerismo
Esse tipo de quimerismo acontece durante a gestação, em que a mulher absorve algumas células do feto ou o feto absorve células da mãe, resultando em dois diferentes materiais genéticos.
4. Quimerismo gêmeo
Esse tipo de quimerismo acontece quando durante a gestação de gêmeos, um dos fetos morre e o outro feto absorve algumas das suas células. Assim, o bebê que nasce possui o seu próprio material genético e o material genético do seu irmão.
Como identificar
O quimerismo pode ser identificado por meio de algumas características que a pessoa pode manifestar como áreas do corpo com mais ou menos pigmentação, olhos com cores diferentes, ocorrência de doenças autoimunes relacionadas com a pele ou com o sistema nervoso e intersexualidade, em que há variação das características sexuais e dos padrões cromossômicos, o que torna difícil a identificação da pessoa como pertencente ao gênero masculino ou feminino.
Além disso, o quimerismo é identificado por meio de exames que avaliam o material genético, o DNA, podendo ser verificada a presença de dois ou mais pares de DNA nas hemácias, por exemplo. Além disso, no caso de quimerismo após transplante de células tronco hematopoiéticas, é possível identificar essa alteração por meio de um exame genético que avalia os marcadores conhecidos como STRs, que são capazes de diferenciar as células do receptor e do doador.

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