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ESTÁGIO I – PROF. BRUNO MORAES 
NOTA DE AULA 
 
 
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
 
1.1. PEÇA E PETIÇÃO 
 
 
 
1.2. ENDEREÇAMENTO 
1. Use sempre maiúsculas (caixa alta; caps lock). 
2. Evite abreviações (não há necessidade delas). 
3. Usar o morfema de gênero é permitido: EXCELENTÍSSIMO(A); 
4. Ao juiz estadual = EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE 
DIREITO; 
5. Ao juiz federal = EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL; 
6. Quando não souber qual é a vara destinatária, ponha um espaço subscrito 
_____. Ajuda a, depois de impresso, preencher com caneta. 
7. Identifique a competência da vara respectiva (se é cível ou criminal), 
somente se houver competência específica. 
8. Vara estadual = DA COMARCA; 
9. Vara federal = DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA; 
10. É possível também endereçar a peça “ao juízo”, em vez de ao juiz. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA 
CÍVEL DA COMARCA DE SOBRAL-CE 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA 
FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SOBRAL-CE 
 
EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE 
SOBRAL-CE 
 
 
1.3. CABEÇALHO 
 
NOME COMPLETO DO AUTOR, nacionalidade, estado 
civil, profissão, endereço físico, endereço eletrônico, vem, respeitosamente, 
perante Vossa Excelência, [VERBO DA PEÇA] a presente 
 
[IDENTIFICAÇÃO DA PEÇA] 
 
em face de NOME COMPLETO DO RÉU, pessoa jurídica 
de direito público/privado, registrada sob o CNPJ n° XXXX, com sede no 
endereço XXXX, com fundamento nos arts. XXX do Código YYY, pelas razões 
de fato e de direito a seguir narradas: 
 
1.3.1. VERBOS DAS PEÇAS 
• Petição Inicial: Ajuizar; propor; 
• Contestação: Oferecer; apresentar; 
• Recursos: Interpor; 
• Embargos: Opor; 
• Remédios Constitucionais: Impetrar. 
 
 
1.4. CORPO DO TEXTO 
 
 
 
1.4.1. EXEMPLO DE ORGANIZAÇÃO DE TESES 
1. Do direito à justiça gratuita (formal); 
2. Da inversão do ônus da prova (formal); 
3. Da competência do presente juízo (formal); 
4. Do direito constitucional à propriedade (mérito); 
5. Da ocorrência de ato ilícito pelo réu (mérito); 
6. Do dano material provocado por culpa do réu (mérito); 
7. Do dano moral decorrente da recusa do pagamento (mérito); 
 
1.4.2. COMO NOMEAR OS SEUS TÓPICOS 
Cada tópico precisa de um título autoexplicativo. O melhor título é justamente 
aquele que se adequa bem ao caso e passa perfeitamente a ideia que será 
exposta em seu conteúdo. 
Exemplos de bons títulos: 
• Do direito à justiça gratuita; 
• Da inocorrência de dano moral por parte do réu; 
• Da inversão do ônus da prova em desfavor do réu; 
• Dos danos materiais causados pelo autor; 
• Da incompetência do juízo federal para processamento da presente 
demanda; 
 
Exemplos de maus títulos: 
• Do entendimento doutrinário; 
• Da jurisprudência do TJ-CE; 
• Do mérito; 
• Do Supremo Tribunal Federal; 
 
1.4.3. O “MÉTODO DOS CINCO PASSOS” 
1) Introdução; Passa a noção básica do que será exposto. 
2) Citação: Apresenta o detalhe que dá autoridade ao seu argumento. 
3) Explicação: Explica com suas próprias palavras o que foi citado. 
4) Adequação: Adequa o que está na citação àquilo que está no caso concreto. 
5) Conclusão: Encerra o argumento proposto. 
 
DA JUSTIÇA GRATUITA 
INTRODUÇÃO Assim diz o Código de Processo Civil sobre a possibilidade 
de beneficiar-se com a justiça gratuita: 
CITAÇÃO Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou 
estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as 
custas, as despesas processuais e os honorários 
advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma 
da lei. 
EXPLICAÇÃO Com efeito, o legislador brasileiro garantiu a qualquer 
pessoa que não tenha como pagar as custas processuais 
a possibilidade de se beneficiar com a gratuidade 
judiciária. 
ADEQUAÇÃO No presente caso, o autor é pobre na forma da lei, 
conforme declaração em anexo (doc. 3), uma vez que não 
recebe renda suficiente para arcar com as custas 
processuais sem prejuízo de seu próprio sustento. 
CONCLUSÃO Assim sendo, o benefício da justiça gratuita deve ser 
concedido ao autor, por ser medida de direito. 
 
DA PRÁTICA DE ATO ILÍCITO PELO RÉU 
INTRODUÇÃO Assim diz o Código Civil sobre o ato ilícito: 
CITAÇÃO Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a 
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito. 
EXPLICAÇÃO Como se percebe, o legislador brasileiro descreveu como 
ato ilícito a prática de ação ou omissão que viole direito a 
alguém e lhe gere dano. 
ADEQUAÇÃO No presente caso, o réu colidiu na traseira do veículo do 
autor por sua direção imprudente, o que gerou os 
prejuízos demonstrados no orçamento em anexo (doc. 6). 
CONCLUSÃO Assim sendo, conclui-se que o réu cometeu um ato ilícito. 
 
 
 
2.4. Da prática de ato ilícito pelo réu 
Assim diz o Código Civil sobre o ato ilícito: 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a 
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Como se percebe, o legislador brasileiro descreveu como 
ato ilícito a prática de ação ou omissão que viole direito a alguém e lhe gere 
dano. 
 
No presente caso, o réu colidiu na traseira do veículo do 
autor por sua direção imprudente, o que gerou os prejuízos demonstrados no 
orçamento em anexo (doc. 6). 
 
Assim sendo, conclui-se que o réu cometeu um ato ilícito. 
 
 
2.5. Do dever de reparar o dano (Desordenado) 
(3. Explicação) Determina o código civil brasileiro que 
aquele que, por ato ilícito, causar dano a alguém é obrigado a reparar esse dano, 
ainda que se trate de dano meramente de ordem moral. (1. Intodução) Vejamos: 
 
(2. Citação) Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 
187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
 
(4. Adequação) No presente caso, o réu praticou ato ilícito 
que gerou inúmeros prejuízos ao autor, (5. Conclusão) motivo pelo qual fica 
obrigado a reparar todos esses danos ocasionados. 
 
2.5. Do dever de reparar o dano (Ordenado) 
(1. Introdução) Vejamos o que diz o código civil brasileiro 
sobre o dever de reparar o dano: 
 
(2. Citação) Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 
187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
 
(3. Explicação) Determina o código civil brasileiro, então, 
que aquele que por ato ilícito causar dano a alguém é obrigado a reparar esse 
dano, ainda que se trate de dano meramente de ordem moral. 
 
(4. Adequação) No presente caso, o réu praticou ato ilícito 
que gerou inúmeros prejuízos ao autor. 
 
(5. Conclusão) Por este motivo, fica o réu obrigado a 
reparar todos esses danos ocasionados. 
 
 
1.5. UTILIZAÇÃO DE DOUTRINA 
 
Quando usar? 
Sempre que a legislação for omissa ou confusa de maneira a induzir o 
hermeneuta a erro. Pode ser usada também quando a tese que se pretende 
defender não exista na lei, mas somente em teorias doutrinárias. 
 
Como usar? 
Sempre utilize doutrina usando as referências completas no rodapé. No word, 
clique em Referências > Inserir nota de rodapé1. 
 
Outras dicas: 
Atenção ao ano da obra. Tente utilizar obras mais recentes, pois o entendimento 
que você está usando na peça pode ter mudado. 
 
 
1.6. UTILIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA 
 
Quando usar? 
Sempre que a legislação for omissa ou ambígua de maneira a induzir o 
hermeneuta a erro. Pode ser usada também sempre que houver um 
entendimento jurisprudencial que não encontra paralelo na legislação. 
 
Como usar? 
Sempre faça a referência completa da jurisprudência. A jurisprudência precisa 
apresentar número do processo, ementa, data de julgamento, data de 
publicação, nome do relator e identificação do tribunal. 
 
Preferências 
Sempre dê preferência a jurisprudências de tribunais superiores (STF, STJ, TSE, 
TST); 
Em segundo lugar, dê preferência a jurisprudências de tribunal LOCAL (TJCE, 
TRF-5,TRT-7); 
Esteja sempre atento ao entendimento jurisprudencial ATUAL. É considerada 
uma jurisprudência atual aquela que não for mais antiga do que 2 anos. 
 
 
 
 
1 SOBRENOME, Nome. Título da obra. Edição. Local, Editora. Ano. 
1.7. ARGUMENTOS DE URGÊNCIA 
 
É mais estratégico, na organização, deixar argumentos de urgência no final de 
suas teses. Ou seja, organizar primeiro teses formais e genéricas, depois teses 
de mérito e específicas e, por fim, teses de urgência como 
• Tutela antecipada; 
• Tutela cautelar; 
• Concessão de segurança. 
Porque o juiz tende a se convencer que deve conceder essas tutelas após já ter 
lido todo o mérito que já foi exposto. 
 
 
1.8. PEDIDOS 
 
1) Sempre comece fazendo uma breve introdução: “Diante de todo o exposto, 
é a presente para requerer o que segue:”; 
2) Organize os pedidos em itens ou números: “a., b., c., d.,” ou “1., 2., 3., 4.”; 
3) Organize os pedidos em ordem cronológica: Desde a primeira coisa que o 
juiz deve fazer até a última; 
4) É interessante negritar a parte central de cada pedido: Isso acelera a 
leitura por parte do juiz. 
 
EXEMPLO: 
 
III. DOS PEDIDOS 
 
Diante de todo o exposto, é a presente para requerer o que 
segue adiante: 
 
a) Seja a presente peça recebida e processada nos 
termos do art. 319 e ss do CPC; 
 
b) Seja concedido o benefício da justiça gratuita ao 
autor, nos termos do art. 98 do CPC; 
 
c) Seja citado o réu no endereço informado para que tome 
ciência da ação; 
 
d) Seja designada audiência de conciliação, por se tratar 
a demanda de direito disponível e fácil composição; 
 
e) Não havendo acordo, seja desde já designada 
audiência de instrução para que sejam produzidas as provas ao final referidas; 
 
f) Ao final, seja o réu condenado a pagar uma indenização 
por danos materiais no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais); 
 
g) Seja, ainda, o réu condenado a pagar uma indenização 
por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais); 
 
h) Por fim, seja o réu condenado a pagar custas 
processuais e honorários de sucumbência, uma vez que deu causa à 
presente ação. 
 
1.9. PROVAS QUE PRETENDE PRODUZIR 
Não há necessidade de uma seção separada para as provas. Elas podem ser 
posicionadas abaixo dos pedidos em forma de único parágrafo. 
Nem toda peça falará sobre as provas que pretende produzir. Em verdade, na 
maioria das vezes isso só haverá nas petições iniciais. 
 
“Protesta provar o alegado por todos os meios admitidos 
em direito, em especial por depoimento pessoal do autor, pelas provas 
documentais acostadas em anexo, bem como pela oitiva das testemunhas ao 
final arroladas.” 
 
1.10. VALOR DA CAUSA 
Toda petição inicial e reconvenção necessariamente terão valor da causa, de 
acordo com o art. 292 do CPC; 
• Ações com valor pecuniário bem definido: Ações que pedem 
indenizações etc, ou seja, ações com um valor muito bem definido, 
precisam obedecer alguns critérios para o cálculo do valor da causa. Use 
sempre os critérios estabelecidos no art. 292 do CPC para averiguação 
do valor da causa. 
• Ações sem valor financeiro evidente: Algumas ações não possuem 
valor financeiro evidente, como adoção, regulamentação de visitas, 
retificação de registro civil. Nestes casos, o CPC recomenda que o próprio 
peticionante atribua valor fictício para a petição. “Dá-se à causa o valor de 
R$ 500,00 (quinhentos reais), ‘meramente para fins fiscais’”. 
 
PARCELAS VENCIDAS E VINCENDAS 
• Parcelas vencidas: São prestações, normalmente numa obrigação de 
natureza contínua, cujos vencimentos já passaram. 
• Parcelas vincendas: São prestações, normalmente numa obrigação de 
natureza contínua, cujos vencimentos ainda acontecerão. 
Você precisa sempre calcular o valor da causa quando houver parcelas vencidas 
e vincendas. Se houver apenas parcelas vencidas, calcula-se somente em cima 
delas. Se houver apenas parcelas vincendas, calcula-se somente em cima delas. 
As parcelas vencidas são sempre calculadas como a soma de sua totalidade. 
As parcelas vincendas são calculadas de duas formas diferentes: 
1. Caso a totalidade das prestações vincendas seja menor que um ano, 
calcula-se a soma de todas as prestações. 
2. Caso a totalidade das prestações vincendas seja maior que um ano ou 
por tempo indeterminado, calcula-se por meio de 12x o valor da 
prestação. 
 
Exemplo 2: Digamos que a ação em questão tenha o objetivo de pedir uma 
aposentadoria no valor de R$ 2 mil. Pela data de entrada no requerimento, o 
cliente tem direito a 10 parcelas vencidas. 
• Parcelas vencidas → 10 x R$ 2 mil = R$ 20 mil (juros + correção 
monetária); 
• Parcelas vincendas (afinal, a aposentadoria durará para o resto da 
vida) → 12 x R$ 2 mil = R$ 24 mil. 
• Valor da causa total → R$ 20 mil (+juros e correção) + R$ 24 mil = R$ 
44 mil. 
 
Exemplo 2: Digamos que a ação em questão tenha o objetivo de pedir um auxílio 
doença no valor de R$ 3 mil mensal. Pela data de entrada no requerimento, o 
cliente tem direito a 4 parcelas no total, tendo 2 delas já vencido. 
• Parcelas vencidas → 2 x R$ 3 mil = R$ 6 mil (juros + correção monetária); 
• Parcelas vincendas (há apenas mais 2 parcelas) → 2 x R$ 3 mil = R$ 
6 mil. 
• Valor da causa total → R$ 6 mil (+juros e correção) + R$ 6 mil = R$ 12 
mil. 
 
1.11. CUMPRIMENTOS DE ESTILO 
Pela tradição, usa-se um pequeno texto ao final das petições: 
 
“Nestes termos, 
Pede e espera deferimento.” 
 
Normalmente, põe-se isso de forma centralizada na página. 
 
1.12. ELEMENTOS FINAIS 
Tudo que precisa ser colocado ao final da petição. 
 
LOCAL E DATA 
“Sobral-CE, aos 15 de fevereiro de 2021” 
 
NOME E ASSINATURA 
“TÍCIO DA SILVA SILVEIRA 
Advogado 
OAB/CE n° 12.345” 
Atenção: No exame da ordem as peças não podem ser identificadas. Então não 
coloque seu nome nem nome de qualquer personagem fictício. Em vez disso, 
escreva assim: 
“ADVOGADO 
OAB/UF n° XXXXX” 
 
ROL DE TESTEMUNHAS 
Ponha um número e um espaço para nome e documentos da testemunha: 
“1. Nome: _______________________ 
 RG/CPF: _____________________ 
 Endereço: ____________________” 
 
LISTA DE ANEXOS 
Na OAB, esta lista não é exigida. Mas nesta disciplina é fundamental aprender 
quais são os documentos indispensáveis para a propositura da ação. 
1. Documentos de permissão em caso de pessoa física ou jurídica 
• Procuração Ad Judicia ou substabelecimento 
• Declaração de pobreza (quando houver hipossuficiência); 
• Comprovante das custas processuais pagas (quando não for caso de 
gratuidade); 
2. Documentos de identificação em caso de pessoa física 
• Cópia simples do RG; 
• Cópia simples do CPF; 
• Cópia simples de comprovante de residência (preferencialmente uma 
conta de água ou luz em nome do autor); 
3. Documentos de identificação em caso de pessoa jurídica 
• Cópia simples do Contrato Social da empresa (Atos Constitutivos); 
4. Provas 
• Documentos em geral; 
• Fotos; 
• Notas fiscais; 
• Conversas de mídias sociais; 
• Troca de e-mails; 
• Protocolos de atendimento; 
• Gravação de áudio; 
 
Muito cuidado e muita atenção: o ônus da prova, em regra, cabe a quem 
acusa. Logo, ao autor (Art. 373, I, do CPC)! Caso, ao final do processo, o 
juiz fique em dúvida, essa dúvida favorecerá o réu! 
 
1.13. DICAS EXTRAS 
 
PEDIDOS CUMULATIVOS, ALTERNATIVOS E SUBSIDIÁRIOS 
Existe a possibilidade de realizar mais de um pedido em uma petição. Quando 
há muitos pedidos, eles podem ser cumulativos, alternativos e subsidiários: 
• Pedidos cumulativos: São todos desejados pelo autor, de forma 
conjunta. Ex: ao pedir indenizações por danos morais e danos materiais, 
o autor faz pedidos cumulativos. Neste caso, o valor da causa precisa 
corresponder à soma de todos eles. 
• Pedidos alternativos: Aqui, o autor não deseja todos, mas apenas um 
deles. Ex: o autor pede um notebook novo, em perfeitas condições de uso, 
ou a restituição do valor pago pelo notebook danificado. Nestecaso, valor 
da causa deve considerar apenas o valor do pedido mais alto; 
• Pedidos subsidiários: Aqui, o autor tem uma preferência entre os 
pedidos. Porém, para evitar o risco de não receber nada, expõe ao juiz 
um pedido “reserva”, que deve ser concedido somente na impossibilidade 
de concessão do pedido principal. Ex: o autor pede para seu cliente uma 
aposentadoria por invalidez (pedido principal). Porém, caso o juiz entenda 
que o cliente não tem direito à aposentadoria, pede que seja restabelecido 
o benefício de auxílio-doença anterior (pedido subsidiário). Neste caso, o 
valor da causa deve considerar apenas o valor do pedido principal. 
 
A MENSURAÇÃO DO DANO MATERIAL E DO DANO MORAL 
Como medir o dano material? Lembre-se: dano material = danos emergentes 
+ lucros cessantes. 
• Danos emergentes = tudo que a parte efetivamente (precisa ser provado) 
perdeu. 
• Lucros cessantes = tudo que a parte razoavelmente (não pode “forçar a 
barra”) deixou de lucrar. 
Neste ponto é estratégico criar tabelas que expliquem detalhadamente os 
valores que correspondem aos prejuízos. Exemplo: 
Prejuízo Valor 
Matrícula no curso fraudulento R$ 2.000,00 
18 mensalidades do curso fraudulento R$ 18.000,00 
Pagamento do diploma falso R$ 4.000,00 
TOTAL R$ 24.000,00 
 
Como medir o dano moral? Não existe na lei uma regra para determinar 
valores de indenização por danos morais. A maior parte dessas noções está 
contida na doutrina. Existem 3 critérios principais para estipular o dano moral: 
1. Não pode ser um valor baixo demais a ponto de se tornar vantajoso 
para o réu continuar praticando o mesmo ato ilícito; 
2. Não pode ser um valor alto demais a ponto de gerar enriquecimento 
ilícito à parte lesada; 
3. No final, o valor deve servir para reparar os danos. O dinheiro não 
apaga a dor, mas serve para minimizá-la. 
Dica 1: Observe eventual dano material envolvido no caso. Recomenda-se que 
o valor do dano moral não seja muito distante do valor do dano material. 
Dica 2: Observe quais foram os bens jurídicos ofendidos. Bens disponíveis 
(patrimônio, honra, privacidade), quando violados, geram indenizações inferiores 
à violação de bens indisponíveis (vida, liberdade, integridade física). 
Dica 3: Atenção à capacidade econômica das partes. Pedir uma indenização de 
um milhão contra um empregado doméstico é completamente sem sentido. Por 
outro lado, esse valor pode ser irrisório se for pedido contra Mark Zuckerberg. 
Dica 4: A jurisprudência pode ser muito útil para estipular noções de valor de 
indenização a pedir. Atente-se para os valores aproximados das condenações 
em casos semelhantes. 
Não esqueça: independentemente do valor que for requerido a título de 
danos morais, é necessário explicar o valor pretendido. 
 
Quando se pode dizer que houve dano moral? Somente em casos em que há 
a violação a algum direito da personalidade (honra, privacidade, liberdade, 
nome, imagem etc). 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA 
CÍVEL DA COMARCA DE SOBRAL-CE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENRICO RICARDO CORDEIRO PASSOS, brasileiro, 
casado, autônomo, portador de RG 200428673891 SSP/CE e de CPF n° 
201.235.678-42, com endereço eletrônico enricorcp@yahoo.com.br, residente e 
domiciliado na Rua Portal de Alencar, 332, Centro, Sobral-CE, vem, 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, ajuizar a presente 
 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO c/c PEDIDO DE 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS 
 
Em face de PIM/SA, pessoa jurídica de direito privado 
registrada sob o CNPJ n° 49.024.632/0001-84, com sede na Av. Moreira Dias, 
n° 3333, Centro, São Paulo – SP, com fundamento nos arts. 319 e ss do CPC, 
bem como dos arts. 6º e ss do CDC e arts. 186 e 927 do CC, pelas razões de 
fato e de direito a seguir narradas: 
 
 
I. DOS FATOS 
 
O autor foi, em 15/01/2019, até o Banco PNG, para obter 
empréstimo no valor de R$ 5.000,00, para comprar as ferramentas necessárias 
para uma pequena oficina de máquinas de costura. Depois das exigências do 
Banco, onde o autor já havia superado todas, foi surpreendido com a 
negativação da concessão do numerário almejado. 
 
Ao indagar, junto à gerência, o motivo de o Banco não 
liberar o empréstimo, mais uma vez foi surpreendido com a informação de que 
em seu nome havia restrição junto ao Serviço de Proteção ao Crédito. 
 
Pediu ao funcionário do Banco que lhe desse tal 
informação por escrito, pois tinha certeza de que não devia nada a ninguém, 
senão seria desprovido de vergonha em querer um empréstimo, sabendo das 
normas do Banco, e em seguida passar por uma vergonha sem valores para o 
respeito, que até então havia conquistado junto àquela instituição. 
mailto:enricorcp@yahoo.com.br
 
O documento, que o autor recebeu do Banco, traz a 
informação de que seu nome consta no rol dos inadimplentes por atraso no 
pagamento de conta telefônica, datada de 03/03/2018 e com valor facial de R$ 
434,50, como empresa a parte ré. 
 
Ocorre que o autor nunca ficou devendo nenhuma conta 
para a ré, e que ao buscar explicações junto à empresa ré foi informado que 
houve um erro de comunicação junto ao órgão de proteção ao crédito, porém 
que caberia a ele providenciar a retirada do seu nome do rol dos inadimplentes. 
Indignado, o autor exigiu que retirassem seu nome daquela lista, obtendo a 
resposta de que fariam, mas isto levaria tempo. 
 
Assim o autor teve seu nome negativado, sem dever nada 
a ninguém, por um período de trinta e cinco dias, e neste período teve prejuízos 
incalculáveis para a sua realidade econômica. 
 
É o relato. Passemos à análise jurídica. 
 
 
II. DO DIREITO 
 
2.1. Do pedido de justiça gratuita 
Assim diz o Código de Processo Civil sobre a possibilidade 
de beneficiar-se com a justiça gratuita: 
 
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com 
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas 
processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da 
justiça, na forma da lei. 
 
Com efeito, o legislador brasileiro garantiu a qualquer 
pessoa que não tenha como pagar as custas processuais a possibilidade de se 
beneficiar com a gratuidade judiciária. 
 
No presente caso, o autor é pobre na forma da lei, 
conforme declaração em anexo (doc. 3), uma vez que não recebe renda 
suficiente para arcar com as custas processuais sem prejuízo de seu próprio 
sustento. 
 
Assim sendo, o benefício da justiça gratuita deve ser 
concedido ao autor, por ser medida de direito. 
 
 
2.2. Da aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor 
Assim versa o Código de Defesa do Consumidor quanto à 
sua aplicabilidade: 
 
Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do 
consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 
5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de 
suas Disposições Transitórias. 
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou 
utiliza produto ou serviço como destinatário final. 
 
Como se percebe, o legislador determinou a aplicabilidade 
do Código de Defesa do Consumidor a todo caso que envolva relação de 
consumo. 
 
No presente caso, há claramente uma relação de consumo, 
uma vez que o autor se encaixa na descrição de consumidor dada pelo art. 2º 
acima colacionado. 
 
Portanto, conclui-se que o Código de Defesa do 
Consumidor é plenamente aplicável à presente lide. 
 
 
2.3. Da inversão do ônus da prova em desfavor do réu 
Sobre a possibilidade de inversão do ônus da prova, assim 
versa o CDC: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
(...) 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão 
do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do 
juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, 
segundo as regras ordinárias de experiências; 
 
Como se percebe, desde que se trate de relaçãode 
consumo, havendo hipossuficiência de informações por parte do consumidor ou 
mesmo verossimilhança em suas alegações, pode o juiz inverter o ônus da prova 
em desfavor do réu. 
 
É o presente caso. O autor não dispõe das informações 
cadastrais dele no próprio sistema da empresa, o que torna imperioso que a 
parte ré comprove o inadimplemento que alega por meio dos contratos 
supostamente em aberto. 
 
Assim, deve o ônus da prova ser invertido em desfavor do 
réu. 
 
 
2.4. Do ato ilícito praticado pelo réu 
Sobre o ilícito civil, assim dispõe o Código Civil: 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Como se percebe, o legislador brasileiro conceituou como 
ato ilícito a ação ou omissão praticada por alguém com o objetivo de gerar dano 
a outrem ou, mesmo sem o objetivo, quando, por culpa, também for causada 
lesão a alguém – mesmo que se trate de lesão moral. 
 
No presente caso, a parte ré expôs o nome do autor no rol 
de maus pagadores mesmo isso sendo uma grande inverdade, uma vez que, 
como já foi dito, todas as dívidas que o autor teve com a ré estão devidamente 
quitadas (comprovantes de pagamento em anexo). 
 
Logo, o ato praticado pela ré causa imenso dano à imagem 
do autor, motivo pelo qual pode ser identificado como ato ilícito. 
 
 
2.5. Dos danos morais sofridos pelo autor 
Todo dano precisa de reparação, inclusive o dano moral. 
Assim diz o CC acerca da reparação dos danos: 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a 
outrem, fica obrigado a repará-lo. 
 
Como se percebe, o legislador determina a necessidade de 
reparar os danos causados por ato ilícito, ainda que sejam exclusivamente 
morais. 
 
No presente caso, houve evidente dano moral, uma vez 
que a imagem e a reputação do autor foram violados, ambos direitos de 
personalidade. Sequer seria necessário comprovar o dano moral, uma vez que 
negativação indevida é considerada pela jurisprudência dominante hipótese de 
dano moral in re ipsa. 
 
Assim sendo, resta apenas informar o montante adequado 
para a reparação dos danos morais sofridos. Obedecendo os critérios impostos 
pela doutrina como dosadores da reparação moral, entende este causídico que 
o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) é suficiente e adequado a título de 
indenização. 
 
Isto porque o valor mencionado é alto o bastante para criar 
desestímulo à conduta da parte ré, sem possuir patamar exagerado a ponto de 
gerar enriquecimento ilícito, e pode ser avaliado como adequado para mitigar os 
danos e a angústia sofridos pelo autor. 
 
Portanto, a título reparatório dos danos morais sofridos, é 
imperioso que a parte ré seja condenada a pagar o montante informado. 
 
 
2.6. Da tutela de urgência: necessidade de concessão de tutela antecipada 
Assim versa o Código de Processo Civil sobre a concessão 
de tutela de urgência: 
 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos 
que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco 
ao resultado útil do processo. 
(...) 
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após 
justificação prévia. 
 
Como se percebe, nas situações em que o direito for 
bastante provável e houver alto perigo de dano ou risco ao resultado final do 
processo, é admissível a concessão de tutela de urgência em caráter liminar. 
 
No presente caso, a continuidade da negativação no nome 
do autor está constantemente causando-lhe danos à imagem, piorando a 
situação a cada dia. Isso confirma o perigo de dano, cada vez maior. A 
probabilidade do direito, por sua vez, é confirmada por todos os comprovantes 
de pagamento das contas anexados à presente. 
 
Portanto, é imperioso que Vossa Excelência imponha, a 
título de medida liminar, a antecipação parcial dos efeitos da tutela a fim de que 
a parte imediatamente retire o nome do autor do rol de inadimplentes. 
 
 
III. DOS PEDIDOS 
 
Diante de todo o exposto, é a presente para requerer o que 
segue: 
 
a) Seja recebida e processada a presente ação pelo 
procedimento comum, nos termos do art. 319 e ss do CPC; 
 
b) Seja concedido o benefício da justiça gratuita ao autor, 
por ser este pobre na forma do art. 98 do CPC; 
 
c) Seja concedida, inaudita altera pars, a título de medida 
liminar, tutela de urgência antecipada obrigando-se a parte ré à imediata retirada 
do nome do autor do rol de inadimplentes, nos termos do art. 300 do CPC; 
 
d) Seja a parte ré citada no endereço informado para que 
tome ciência da ação e possa se manifestar, nos termos da lei; 
 
e) Seja designada audiência de conciliação, por se tratar a 
demanda de matéria de fácil composição e de direito disponível; 
 
f) Não havendo composição amigável, seja desde já 
designada audiência de instrução, para que possam ser produzidas as provas 
ao final mencionadas; 
 
g) Ao fim, seja a parte ré condenada ao pagamento de R$ 
10.000,00 (dez mil reais) a título de indenização por danos morais, pelos motivos 
já expostos; 
 
h) Seja ainda a parte ré condenada ao pagamento das 
custas processuais e dos honorários sucumbenciais, na forma da legislação 
vigente. 
 
Pretende provar o alegado por todos os meios admitidos 
em direito, em especial pelas provas documentais acostadas à presente, pelo 
depoimento pessoal do autor, pela confissão do réu e pela oitiva das 
testemunhas ao final arroladas. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). 
 
Nestes termos, 
Pede e espera deferimento. 
 
 
Sobral-CE, aos 15 de fevereiro de 2021. 
 
 
ADVOGADO 
OAB/UF n° XXXXX 
 
 
 
Rol de testemunhas: 
1. ________________________ 
2. ________________________ 
 
 
Lista de documentos anexos: 
1. Procuração ad judicia; 
2. Declaração de pobreza; 
3. Cópia simples do RG do autor; 
4. Cópia simples do CPF do autor; 
5. Cópia simples de comprovante de endereço do autor; 
6. Consulta do CPF do autor com a negativação; 
7. Cópia simples dos comprovantes de pagamento das contas; 
8. Comunicado do banco negando o empréstimo por causa da negativação; 
9. Protocolo de todos os telefonemas para a parte ré; 
 
 
 
 
 
2. ESPELHOS DE CORREÇÃO – PETIÇÃO 
INICIAL 
 
CASO 1B – MARIANO x SPROW 
• Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE 
DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SOBRAL-CE 
• Autor: MARIANO ROSA MENDONÇA, (qualificação), neste ato 
representado por seu genitor, ABDIAS RIPARDO MENDONÇA, 
(qualificação); 
• Réu: SPROW COMÉRCIO DE BRINQUEDOS LTDA, (qualificação); 
• Identificação da Peça: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MATERIAIS E MORAIS DECORRENTES DE FATO DO PRODUTO; 
• Fundamento legal: Art. 319 do CPC; Arts. 186 e 927 do CC; Art. 12 do 
CDC; 
• Fundamento jurídico 1 – Da aplicabilidade do CDC: Trata-se de uma 
relação de consumo; A criança é consumidora nos termos do art. 17 do 
CDC; 
• Fundamento jurídico 2 – Inversão do Ônus da Prova: Por ser uma 
relação de consumo, pode-se pedir a inversão do ônus da prova com base 
no art. 6º, VIII, do CDC; 
• Fundamento jurídico 3 – Da inocorrência de prescrição: O autor é 
menor impúbere, contra quem não corre a prescrição, nos termos do art. 
198, I, CC; 
• Fundamento jurídico 4 – Responsabilidade por fato do produto: Art. 
12 do CDC; Danos à saúde; 
• Fundamento jurídico 5 – Indenização por danos materiais: R$ 
2.500,00 dos tratamentos médicos; 
• Fundamento jurídico 6 – Indenização por danos morais: ~R$ 
50.000,00 pelos transtornos fisiológicos e principalmente psicológicos; 
violação a direitos de personalidade, nos termos do art. 12 CC; 
• Valor da causa: Soma do dano material + dano moral; R$ 52.500,00; 
 
Lista de anexos: 
- Procuração 
- Custas processuais 
- RG, CPF e comprovante de residência do autor 
- Nota fiscal do produto 
- Laudo médico 
- Prontuário dohospital 
- Rótulo do produto 
 
 
CASO 1C – LUIZ ANTÔNIO x ADÃO SANTOS 
• Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE 
DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SOBRAL-CE 
• Autor: LUIZ ANTÔNIO SILVA, (qualificação); 
• Réu: ADÃO SANTOS, (qualificação); 
• Identificação da Peça: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MATERIAIS E MORAIS 
• Fundamento legal: Art. 319 do CPC; Arts. 186 e 927 do CC; Art. 28 do 
CTB; 
• Fundamento jurídico 1 – Da competência do foro: Art. 53, V, do CPC; 
• Fundamento jurídico 2 – Ato ilícito praticado pelo réu: Art. 186 e 927 
do CC; Arts. 34 e 44 do CTB; 
• Fundamento jurídico 3 – Da inocorrência de prescrição: O autor é 
menor impúbere, contra quem não corre a prescrição, nos termos do art. 
198, I, CC; 
• Fundamento jurídico 4 – Dos danos materiais: Art. 402 do CC; R$ 
XXXXX 
• Fundamento jurídico 5 – Indenização por danos morais: Art. 5º, V, CF; 
Art. 944 do CC; ~R$ 10.000,00; 
• Valor da causa: Soma do dano material + dano moral; R$ XXXXXXX; 
 
Lista de anexos: 
- Procuração 
- Custas processuais 
- RG, CPF e comprovante de residência do autor 
- DUT do veículo 
- Relatório de avarias por autoridade policial 
- Orçamento do conserto do automóvel 
- Auto de infração de trânsito 
- Fotos do acidente 
- Vídeo das câmeras de segurança 
 
 
 
CASO 1D – RICARDO x VIOLETA 
• Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE 
DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SOBRAL-CE 
• Autor: RICARDO ERICK CORDEIRO PASSOS, (qualificação); 
• Ré: VIOLETA GENTIL ABRAVANEL, (qualificação); 
• Identificação da Peça: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MATERIAIS E MORAIS 
• Fundamento legal: Art. 319 do CPC; Arts. 186 e 927 do CC; Art. 252, V, 
do CTB; 
• Fundamento jurídico 1 – Ato ilícito praticado pelo réu: Art. 186 e 927 
do CC; Art. 252, V, do CTB; 
• Fundamento jurídico 2 – Dos danos materiais: Art. 402 do CC; R$ 
10.000,00 
• Fundamento jurídico 3 – Indenização por danos morais: Art. 5º, V, CF; 
Art. 944 do CC; R$ 10.000,00; 
• Valor da causa: Soma do dano material + dano moral; R$ 20.000,00; 
 
Lista de anexos: 
- Procuração 
- Custas processuais 
- RG, CPF e comprovante de residência do autor 
- DUT do veículo 
- Boletim de Ocorrência n° 17569185 
- Orçamento do conserto do automóvel 
- Fotos do acidente 
- Vídeo das câmeras de segurança 
 
CASO 1E – LUIZ ANTÔNIO SILVA x VIATUR E VOEBEM 
• Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE 
DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SOBRAL-CE 
• Autor: LUIZ ANTÔNIO SILVA, (qualificação); 
• Réus: VIATUR, (qualificação); VOEBEM, (qualificação); 
• Identificação da Peça: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MATERIAIS E MORAIS 
• Fundamento legal: Art. 319 do CPC; Arts. 186 e 927 do CC; Art. 737 do 
CC; Art. 20 do CDC; 
• Fundamento jurídico 1 – Do litisconsórcio passivo: Ambas as 
empresas eram responsáveis pelo pacote; 
• Fundamento jurídico 2 – Da aplicabilidade do CDC: Trata-se de uma 
relação de consumo; Arts. 2º e 3º do CDC; 
• Fundamento jurídico 3 – Inversão do Ônus da Prova: Por ser uma 
relação de consumo, pode-se pedir a inversão do ônus da prova com base 
no art. 6º, VIII, do CDC; 
• Fundamento jurídico 4 – Dos danos materiais: Art. 402 do CC; Requer 
um ressarcimento proporcional, já que o autor gozou de apenas 6 dos 10 
dias contratados; requer 40% do valor contratado como reembolso; R$ 
1.800,00 (+correção monetária + juros); 
• Fundamento jurídico 5 – Indenização por danos morais: Dano moral 
in re ipsa; Uso de jurisprudência; Art. 5º, V, CF; Art. 944 do CC; R$ 
10.000,00; 
• Valor da causa: Soma do dano material + dano moral; R$ 11.800,00; 
 
Lista de anexos: 
- Procuração 
- Custas processuais 
- RG, CPF e comprovante de residência do autor 
- Recibo do valor pago 
- Carnê das prestações do pacote 
- Flyer com as informações da promoção 
- Check-in e check-out do hotel 
- Passagens aéreas 
 
 
CASO 1F – ANTÔNIO AUGUSTO x MAXTV 
• Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE 
DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SOBRAL-CE 
• Autor: ANTÔNIO AUGUSTO, (qualificação); 
• Réu: MAXTV, (qualificação); 
• Identificação da Peça: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MATERIAIS E MORAIS DECORRENTE DE VÍCIO DO PRODUTO 
• Fundamento legal: Art. 319 do CPC; Arts. 186 e 927 do CC; Art. 18 do 
CDC; 
• Fundamento jurídico 1 – Da aplicabilidade do CDC: Trata-se de uma 
relação de consumo; Arts. 2º e 3º do CDC; 
• Fundamento jurídico 2 – Competência do juízo: Art. 101, I, do CDC; 
• Fundamento jurídico 3 – Inversão do Ônus da Prova: Por ser uma 
relação de consumo, pode-se pedir a inversão do ônus da prova com base 
no art. 6º, VIII, do CDC; 
• Fundamento jurídico 4 – Responsabilidade por vício do produto: Art. 
18 do CDC; 
• Fundamento jurídico 4 – Dos danos materiais: Art. 402 do CC; R$ 
XXXXX de prejuízo de todos os aparelhos danificados; 
• Fundamento jurídico 5 – Indenização por danos morais: Art. 5º, V, CF; 
Art. 944 do CC; R$ 10.000,00; 
• Valor da causa: Soma do dano material + dano moral; R$ XXXXXX; 
 
Lista de anexos: 
- Procuração 
- Custas processuais 
- RG, CPF e comprovante de residência do autor 
- Nota fiscal do produto 
- Ordem de serviço dos produtos avariados 
- Fotos da explosão 
 
 
CASO 1G – EDUARDO FRANCISCO x RONALDO CARNEIRO 
• Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE 
DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SOBRAL-CE 
• Autor: EDUARDO FRANCISCO, (qualificação); 
• Réu: RONALDO CARNEIRO, (qualificação); 
• Identificação da Peça: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MATERIAIS E MORAIS 
• Fundamento legal: Art. 319 do CPC; Arts. 186 e 927 do CC; Art. 28 do 
CTB; 
• Fundamento jurídico 1 – Gratuidade judiciária: Art. 98 CPC; 
• Fundamento jurídico 2 – Ato ilícito praticado pelo réu: Arts. 186 e 927 
do CC; Art. 28 do CTB; 
• Fundamento jurídico 3 – Dos danos materiais: Art. 402 do CC; R$ 
4.000,00 (+ juros e correção); 
• Fundamento jurídico 4 – Indenização por danos morais: Art. 5º, V, CF; 
Art. 944 do CC; R$ 50.000,00, vez que o autor ficou aposentado por 
invalidez em decorrência do fato; 
• Valor da causa: Soma do dano material + dano moral; R$ 54.000,00; 
 
Lista de anexos: 
- Procuração 
- Declaração de hipossuficiência 
- RG, CPF e comprovante de residência do autor 
- DUT da moto 
- Boletim de ocorrência 
- Fotos do acidente 
- Notificação extrajudicial 
 
3. CONTESTAÇÃO E RECONVENÇÃO 
 
Contestação: Serve para realizar a defesa de mérito contra o ataque feito pelo 
autor. 
Reconvenção: Serve para demonstrar que há um dano a ser reparado em nome 
do próprio réu. 
 
3.1. CONTESTAÇÃO 
Fundamento legal: Art. 335 do CPC; 
Prazo: 15 dias a contar da audiência de conciliação ou da manifestação em 
desfavor da ocorrência da audiência de conciliação. 
Atenção: como há prazo processual, é sempre interessante usar o tópico 
da tempestividade dentro do Direito da contestação. 
Cabimento: Quando for necessário fazer defesa de mérito contra uma petição 
inicial; 
Endereçamento: Ao juiz incumbido de julgar aquele processo; 
Instrumentalidade: Nos autos do processo; 
Verbo: Apresentar; oferecer; 
Valor da causa: Não tem; somente em petições iniciais e reconvenções; é 
possível, contudo, impugnar o valor da causa no direito, caso o valor 
apresentado pelo autor seja incompatível; 
 
3.1.1. ESTRATÉGIAS DE CONTESTAÇÃO 
Conteste, preferencialmente, TODOS OS TÓPICOS que foram 
apresentados na petição inicial. 
Se autor na petição inicial expôs o direito em 5 tópicos, por exemplo, você tem 
potencialmente 5 tópicos para contestar; 
 
Cada argumento SEMPRE pode ter um contra-argumento – ainda que seja 
meramente formal. 
Argumento do Autor Contra-argumento do Réu 
Da justiça gratuita 
Impugnação à justiça gratuita – autor não é pobre na 
forma da lei 
Da inversão do ônus da 
prova 
Da improcedência da inversão do ônus probatório – 
ausência de verossimilhança no alegado 
Da improcedência da inversão do ônusprobatório – 
autor não é hipossuficiente 
Da ocorrência de 
prescrição 
Da inocorrência de prescrição – causa interruptiva de 
prazo 
Da ocorrência de ato 
ilícito por parte do réu 
Da excludente de ilicitude – exercício regular de 
direito 
Do dano material 
sofrido pelo autor 
Da ausência de nexo causal entre conduta do réu e 
dano do autor 
Do dano moral sofrido 
pelo autor 
Da ausência de dano moral – mero aborrecimento do 
autor 
Da inexistência de violação a direito de 
personalidade 
[Tese subsidiária] Valor da indenização 
exageradamente alto 
Da tutela de urgência 
antecipada 
Da ausência dos requisitos para concessão de tutela 
antecipada 
 
 
3.1.2. COMO DIFERENCIAR UM PEDIDO DE CONTESTAÇÃO DE UM 
PEDIDO DE RECONVENÇÃO 
Em regra, o pedido de reconvenção por si só autorizaria ajuizar uma ação contra 
o autor. 
Observação: É possível pedir condenação por litigância de má-fé na 
Contestação (art. 80 do CPC); Isso não é Reconvenção!! 
 
3.1.3. O QUE ESCREVER NA CONTESTAÇÃO? 
Da mesma forma que, numa peça adutória (em que se aduz alguma coisa), você 
pode traçar o caminho argumentativo em 5 passos (introdução, citação, 
explicação, adequação e conclusão), numa peça contestatória (em que se 
contesta alguma coisa), o caminho argumentativo que se segue possui 8 passos. 
Os passos da argumentação negativa (método dos 8 passos): 
1. Introdução do argumento a refutar 
2. Citação do argumento a refutar 
3. Negação do argumento 
4. Introdução do argumento a defender 
5. Citação do fundamento do argumento a defender 
6. Explicação da citação do argumento a defender 
7. Adequação da citação ao caso concreto 
8. Conclusão 
 
EXEMPLO 1 
1. Introdução do 
argumento a refutar 
Diz o autor que é pobre na forma da lei e que por isso 
deve ser beneficiado com a justiça gratuita. Assim diz 
o autor em sua petição inicial: 
2. Citação do 
argumento a refutar 
“O autor é pobre na forma da lei, uma vez que é 
incapaz de custear o processo sem prejuízo seu e de 
sua família” 
(p. 3) 
3. Negação do 
argumento 
Ocorre, Excelência, que tal alegação não poderia ser 
mais descabida. O autor é, na verdade, vereador na 
presente cidade, e, assim, não pode alegar pobreza. 
4. Introdução do 
argumento a 
defender 
Em relação à possibilidade de impugnação da justiça 
gratuita, assim diz o CPC: 
5. Citação do 
fundamento do 
argumento a 
defender 
“Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá 
oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas 
contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido 
superveniente ou formulado por terceiro, por meio de 
petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 
(quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem 
suspensão de seu curso.” 
6. Explicação da 
citação do argumento 
a defender 
Como se percebe, o legislador abriu espaço para a 
parte contrária se pronunciar sobre o pedido de 
gratuidade judiciária do autor. 
7. Adequação da 
citação 
No presente caso, é o que se impõe, uma vez que, 
como informado, o autor não é hipossuficiente nos 
termos da lei. 
8. Conclusão 
Assim sendo, conclui-se que deve ser revogado o 
direito à justiça gratuita ao autor. 
 
EXEMPLO 2 
1. Introdução do 
argumento a refutar 
Diz o autor que o réu praticou ato ilícito, conforme se 
demonstra adiante 
2. Citação do 
argumento a refutar 
“Percebe-se, Excelência, que o réu portanto praticou 
ato voluntário que violou direito do autor e causou-
lhe danos consideráveis, o que configura, nos termos 
do artigo mencionado, um ato ilícito indenizável” 
(p. 4) 
3. Negação do 
argumento 
Ocorre, Excelência, que o autor convenientemente 
parece ter esquecido um mandamento importante da 
legislação cível. 
4. Introdução do 
argumento a 
defender 
Assim diz o Código Civil sobre as hipóteses de 
exclusão da ilicitude: 
5. Citação do 
fundamento do 
argumento a 
defender 
“Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício 
regular de um direito reconhecido;” 
6. Explicação da 
citação do argumento 
a defender 
Como se percebe, o legislador brasileiro previu como 
excludente de ilicitude qualquer ato que esteja 
previsto no ordenamento como direito da parte. 
7. Adequação da 
citação 
No presente caso, o réu limitou-se a inscrever o 
nome do autor no rol de inadimplentes, o que é um 
direito amplamente permitido quando da hipótese de 
inadimplemento contratual. 
8. Conclusão 
Não há, portanto, qualquer ilicitude no 
comportamento da parte ré, uma vez que age 
amparada por excludente de ilicitude. 
 
 
3.2. RECONVENÇÃO 
Fundamento legal: Art. 343 do CPC; 
Prazo: O mesmo da contestação (afinal, é protocolado junto com ela); 
Cabimento: Quando houver pretensão do réu a satisfazer; 
Endereçamento: Ao mesmo juiz incumbido de julgar aquele processo; 
Instrumentalidade: Nos autos do processo, junto com a contestação, na mesma 
peça; 
Verbo: Os mesmos da contestação; 
Valor da causa: Mesma lógica da petição inicial (Art. 292 do CPC). É necessário 
recolher custas. 
Dicas: A reconvenção se assemelha muito à petição inicial;

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