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Líquido Amniotico

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Na mulher, durante a gestação, há a formação do líquido amniótico, que preenche a bolsa amniótica que 
alberga o feto. De forma interessante, vamos verificar como a análise desse material pode impactar o pré 
e pós-natal, já que é um material que interage diretamente com o feto podendo gerar resultados 
importantes sobre o bem-estar do bebê. 
Formação e composição do líquido amniótico 
O líquido amniótico é produzido pelas vilosidades coriônicas no início da gestação e, como nós já 
aprendemos, tem a função de proteger o feto contra traumas, manutenção da temperatura etc. Veja a 
seguir uma imagem que mostra o embrião em desenvolvimento no interior do útero. Note a irrigação do 
embrião, as vilosidades coriônicas e o líquido amniótico. 
A composição do líquido amniótico se assemelha a um plasma pós-diálise, onde íons e proteínas são 
mantidos num limiar bem estreito. Variações nesses valores refletem alterações fetais. 
A formação do líquido varia de acordo com: 
• deglutição do feto; 
• micção, pois a urina fetal é o principal fator envolvido em sua formação; 
• transporte passivo do líquido através das membranas do âmnio; 
• excreção do fluido pulmonar, já que o sistema respiratório fetal se encontra imerso em líquido. 
Polidrâmnio - Acúmulo de líquido (> 2.000mL). Associado à má formação fetal, a distúrbios 
genéticosinfecções congênitas. 
Oligodrâmnio - Baixa quantidade de líquido (< 400mL). Reflete má formação do sistema urinário fetal. 
Diagnóstico laboratorial do líquido amniótico 
A amniocentese estuda as células do feto. A coleta é preconizada para gestantes que atendam critérios 
específicos para rastreio de síndromes genéticas graves que justifiquem um procedimento invasivo a esse 
nível como, por exemplo, para diagnóstico precoce de síndrome de Down. Esse exame é feito em 
gestantes a partir da 15ª semana de gestação. 
Os quadros clínicos que indiquem rastreio antes da 15ª semana serão feitos pela coleta da vilosidade 
coriônica, pela biópsia. 
De forma geral, algumas dosagens bioquímicas devem ser priorizadas, pois sofrem alterações no curso, 
são elas: 
Função hepática e renal 
É a dosagem de alfa-fetoproteína (AFP), produzida no fígado; e avaliação indireta da função renal, já que 
toda AFP encontrada no líquido é excretada pelos rins. As amostras para tais análises devem ser 
prontamente refrigeradas. Observe o quadro a seguir à relação da dosagem de AFP.
 
Líquido Amniótico 
Bilirrubina 
 É o prognóstico do grau de incompatibilidade materno fetal na eritroblastose fetal. A destruição maciça de 
hemácias leva ao aumento da degradação de hemoglobina e formação de subprodutos. O líquido pode 
adquirir coloração amarela a verde-claro quando apresentar altas concentrações de bilirrubina. A figura a 
seguir mostra com detalhes como os anticorpos maternos anti-Rh levam à hemólise fetal. 
Creatinina e ácido úrico 
Ambas as dosagens se correlacionam com a idade fetal. A creatinina avalia indiretamente a massa 
muscular fetal, enquanto o ácido úrico se correlaciona ao aumento no metabolismo de nucleotídeos que é 
crescente no curso da gestação. 
Maturação pulmonar 
Avaliação direta a partir do teste de luz polarizada que permite a quantificação da razão 
albumina/surfactante pulmonar. Essa dosagem permite quantificar os surfactantes no pulmão fetal. Já 
análises indiretas levam em consideração a quantificação de lectina e esfingomielina no líquido, 
considerando primariamente a razão entre elas. A partir da 33ª semana, há um aumento marcante de 
lectina, que é um dos componentes do surfactante fetal, enquanto a esfingomielina tem uma taxa de 
determinação constante. 
Infecções intra-amnióticas 
Causa de morte fetal, parto prematuro e sepse. Os principais agentes envolvidos são os microrganismos 
que colonizam a vagina (Gardnerella vaginalis, Streptococcus agalactiae, Mycoplasma e Ureaplasma), em 
especial quando há ruptura das membranas. Já os patógenos virais (Citomegalovírus, herpes simplex vírus 
e rubéola) atingem o feto via disseminação hematogênica. Principais gêneros anaeróbios isolados são 
os Bacterioides sp., Fusobacterium sp. e cocos Gram-negativos entéricos; importância também deve ser 
dada às enterobactérias (Escherichia coli, Proteus mirabilis); além do Toxoplasma gondii. 
Principais síndromes genéticas diagnosticáveis pelo exame do líquido amniótico 
 
Para a análise do material genético, é feita a coleta do líquido amniótico por amniocentese. Nesse líquido 
teremos as células embrionárias fetais e células maternas. Além disso, pode ser feita a coleta de células 
por biopsia. Em ambos os casos, deve ser feita a cultura de células para teremos material genético fetal 
suficiente para realizar as análises cromossômicas e/ou moleculares. Para estudos moleculares, é 
necessário obter pelo menos 2mL de amostra. É importante ressaltar que as células maternas estão em 
menor quantidade, apresentam menor taxa proliferativa e assim, após a cultura as células fetais irão 
sobressair. 
Algumas alterações genéticas associadas ao metabolismo podem ser diagnosticadas com dosagens 
bioquímicas realizadas diretamente no líquido.

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