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gestante - parto normal

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Mecanismo do parto 
São movimentos passivos que o feto executa no 
transcurso do canal de parto. Tem características 
gerais constantes e variações de acordo com a 
pelve e o tipo de apresentação. 
Apresentação cefálica 
Representa 96% dos partos normais, sendo: 
99,9% - Flexão 
1% - Defletida (1º grau: Bregma; 2º grau: Fronte; 3º 
grau: Face) – quanto mais, pior prognóstico 
 
Morfologia da pelve/bacia 
Ginecóide é a mais 
comum: 50% - 
arredondada, melhor 
prognóstico 
Platipelóide também 
tem bom prognóstico 
Andróide tem pior 
prognóstico 
Planos da bacia 
Utilizados para definir a altura da apresentação 
fetal 
 Plano de 
DeLee (mais 
utilizado) 
 Plano de 
Hodge 
 
 
Contratilidade uterina 
Durante toda a gestação há contrações (não 
efetivas) 
Progesterona é essencial para a manutenção da 
gravidez 
As contrações apresentam um triplo gradiente 
descendente e são involuntárias 
Frequência de 3 a 4 em 10 min; intensidade de 40 
a 50 mmHg; duração de 60 seg (indica TP) 
Contração = dilatação = expulsão fetal 
Feto de termo 
Peso: 3000 a 3500g 
Altura/comprimento: 49-50 cm 
Polo cefálico: suturas e fontanelas / variedade de 
posição 
Apresentação fetal: cefálica 96,5%, pélvica 3%, 
córmica (acrômio) 0,5% 
Apresentação pélvica 
Completa: modo de nádegas e membros 
inferiores 
Incompleta: joelhos (coxa em extensão), pés (1 
membro em extensão) 
 
Tempos 
 
Sophia Cruz – M40 FMJ 
 
Assistência clínica do parto 
O parto é uma coisa natural e inevitável, mas faz 
a assistência para evitar complicações naturais 
Fases clínicas ou períodos do parto 
Premonitório ou pré-parto 
Antecede os períodos do parto 
30 a 36 semanas 
Descida do fundo uterino (2 a 4 cm), com 
acomodação da apresentação no canal de 
parto 
Contrações irregulares e incoordenadas; aumento 
das secreções cervicais com saída de muco e 
raios de sangue (sinal de parto) 
Culmina nos pródromos de trabalho de parto 
(contrações progressivamente mais intensas, 
amolecimento, apagamento e centralização do 
colo) 
Termina na fase de pródromos do trabalho de 
parto (fase latente do TP) que dura 14 a 20 h. 
A fase latente ocorre quando as contrações 
(ineficazes) tornam-se mais intensas, porém não 
há dilatação progressiva e rápida do colo 
OBS: para se considerar contrações eficazes que 
indicam TP: 3 a 4 contrações em 10 min - TP dura 
em média 10h. 
 
Primeiro período (dilatação) 
Começo do TP, termina com o colo totalmente 
dilatado (10 cm) 
Diagnóstico: contrações uterinas regulares (3/10 
min de 40mmHg de intensidade) e dilatação de 4 
cm 
 - Multíparas: dilatação e apagamento do colo 
durante o TP (colo mais grosso, porém dilata) 
 - Primíparas: apagamento ocorre antes do 
início do TP (colo é mais fino com dilatação) 
Conduta: monitoramento do bem estar materno-
fetal e internação 
Toque vaginal: dilatação, apagamento, 
orientação, consistência, altura da apresentação, 
variedade de posição, grau de flexão, 
sinclitismo/assinclitismo, integridade da bolsa. 
Devido ao volume grande da cabeça fetal e à 
dificuldade da passagem, ela se movimenta, 
oferecendo uma das metades de cada vez 
 Sinclitismo: a sutura sagital está a igual 
distância do pube e do sacro 
 Assinclitismo posterior: a sutura sagital está 
mais próxima do pube 
 Assinclitismo anterior: a sutura sagital está mais 
próxima do sacro 
 
Amniotomia: indicada para correção de distocias 
funcionais, avaliação da variedade de posição 
(caso não seja possível com a bolsa íntegra), 
avaliação do líquido amniótico em alguns casos 
de parto operatório 
Alivio da dor: métodos não farmacológicos 
(imersão em água, hipnose, acupuntura – 
humanizado) que nem sempre são todos 
oferecidos pelo hospital escolhido; métodos 
farmacológicos (analgesia regional – raqui ou 
epidural; ou inalatória) 
 
Partograma 
Existe para proteção do TP 
É uma representação gráfica da evolução do TP 
cujo uso é obrigatório em toda maternidade. 
As linhas do gráfico são as linhas de ação 
 
Segundo período – expulsivo 
Inicia quando a dilatação do colo se completa 
em 10 cm e termina com a expulsão total do bebê 
Dura 30 min a 2:30h em primíparas e 1h em 
multíparas 
Apresentação fetal comprime o períneo e 
observa-se a rima vulvar abrindo-se 
Contrações: 5/10 de 50 a 70 mmHg de intensidade 
Diagnóstico: a gestante apresenta esforços 
expulsivos, desejo de defecar, agitação e dores 
intensas caso não tenha realizado analgesia 
Conduta: posição de litotomia (Bonnaire-Bué) 
deitada dorsalmente, mais utilizada, analgesia 
perineal e episiotomia se necessário em situações 
extremas 
 
Parto espontâneo (manobra de Ritgen 
modificada) 
O objetivo dela é evitar a deflexão rápida da 
cabeça comprimindo o períneo posterior e 
controlando a deflexão da cabeça fetal com a 
mão oposta 
 
Atualmente não é recomendada a manobra de 
Kristeller (pressão na região superior do útero) 
Episiotomia 
Mediana – bulbocavernoso, transverso superficial 
do períneo (causa maior risco de fissura do 
períneo retal). 
Médio lateral – bulbocavernoso, transverso 
superficial do períneo, puborretal do elevador do 
ânus. 
 
Tipos e indicações 
 
Saída do feto 
Mantê-lo na altura do introito vaginal 
Face voltada para baixo e para o lado ou apoiá-
lo sobre o abdome materno, para evitar aspiração 
do líquido amniótico 
Clampeamento do cordão, aprox. 10 cm de sua 
inserção no RN 
Esperar 3 min em média para clampear o cordão, 
para permitir maior transfusão de sangue do 
cordão e da placenta para o feto (diminui 
anemia) 
Contraindicações (ISTs) 
Terceiro período – secundamento 
Descolamento e expulsão da placenta e das 
membranas ovulares 
Ocorre em 10 e 20 min após o período expulsivo, 
com máximo de 30 minutos 
Diagnóstico: pinçamento do cordão umbilical 
próximo a vulva, verificação de espasmos 
tetânicos irregulares de partes do útero após o 
terceiro mês de gravidez (sinal de Ahfeld), tração 
intermitente discreta do cordão umbilical (sinal de 
Fabre), elevação do corpo uterino através da 
palpação abdominal não acompanhada da 
movimentação do cordão umbilical (sinal de 
kustner), sensação de peso sobre o reto (sinal da 
placenta) 
Conduta: se a placenta já descolou, adota-se 
uma conduta ativa para diminuir as perdas 
sanguíneas e hemorragias puerperais (ocitocina 
profilática 10U, IM; e massagem uterina 
imediatamente após expulsão e a cada 15 min 
nas primeiras 2h de puerpério) 
Revisão do canal de parto após saída da 
placenta para identificar algumas laceração e 
correção se houver 
 
Episiorrafia do períneo se tiver feito episiotomia 
 
Mecanismos de descolamento 
Baudelocque-Schultze: implantação placentária 
no fundo uterino (corporal). É a forma mais 
comum (75%), onde a placenta exterioriza-se pela 
face fetal em forma de guarda-chuva, com 
sangramento surgindo após a saída da placenta. 
Baudelocque-Duncan: implantação placentária 
nas paredes laterais uterinas (25%) e a 
exteriorização dela ocorre pela borda inferior, 
com sangramento precedendo a saída da 
placenta 
 
 
Manobras de secundamento 
• Harvey 
• Credé 
• Jacob-Dublin 
 
 
Quarto período – Greenberg 
Inicia após o secundamento e se estende por 1 h 
Período de hemostasia do local onde estava 
inserida a placenta 
Mecanismos 
Miotamponagem: contração uterina, compressão 
e laqueadura dos vasos uteroplacentários 
(ligadura vivas de Pinard) 
Trombotamponagem: formação de coágulos 
(trombos) nos grandes vasos uteroplacentários e 
hematoma intrauterino, que recobre a ferida 
aberta no sítio placentário 
Indiferença miouterina: útero torna-se ´´apático``, 
apresenta fases de contração e relaxamento, 
podendo se encher progressivamente com 
sangue. 
Contração uterina ´´fixa``: após 1h, o útero 
adquire maior tônus, e a contração se sobrepõe 
ao relaxamento, passando a se manter contraído 
- globo de segurançade Pinard 
Período de maior risco de hemorragia – cuidado 
Reposição sanguínea: Parto normal: 500 ml de 
sangue / cesárea: 1000 ml de sangue 
 
 
Parto humanizado 
 
Novo olhar para a mulher que está vivenciando a 
cerimônia do nascimento, surgiu devido muitas 
complicações em cesáreas 
É um conjunto de condutas e procedimentos que 
promovem o parto e o nascimento saudáveis, 
respeitando o processo natural e vitando 
condutas desnecessárias ou de risco para a mãe 
e para o bebê 
Sem condutas intervencionistas, levando em 
conta as necessidades, valores individuais e os 
sentimentos da gestante, reconhecendo seu 
protagonismo 
Princípios do programa de humanização no pré natal e 
nascimento PHPN 
- Toda gestante tem direito ao acesso a 
atendimento digno e de qualidade no decorrer 
da gestação, parto e puerpério; 
- Toda gestante tem direito de saber e ter 
assegurado o acesso à maternidade em que será 
atendida no momento do parto; 
- Toda gestante tem direito à assistência ao parto 
e ao puerpério e que esta seja realizada de forma 
humanizada e segura, de acordo com os 
princípios gerais e condições estabelecidas na 
prática médica; 
- Todo recém-nascido tem direito à assistência 
neonatal de forma humanizada e segura. 
 
 
 
Tipos de violência durante o parto 
• Institucional 
• Moral 
• Física 
• Psicológica 
• Verbal 
Cerca de ¼ das mulheres sofrem violência 
obstétrica 
 
Brasil apresenta uma das maiores taxas de 
cesarianas e intervenções obstétricas. 
Alto índice de morbimortalidade materna. 
Maior taxa de cesarianas na rede privada (85% 
dos partos) 
Maior grau de instrução – menor número de 
intervenção 
Ciclo gravídico-puerperal não deve ser 
considerado uma doença, com condutas 
autoritárias, sem evidências científicas e invasivas.

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