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Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB)

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LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO 
 
De acordo com a lei 12.376/2010, a “Lei de introdução ao código civil” (LICC), passou a 
chamar-se “Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro” (LINDB), possuindo 30 artigos. 
Ela faz a introdução às leis em geral, não estando restrita somente ao Código Civil, e sim a todos 
os ramos do direito. 
 
Art. 1º e 2º – VIGÊNCIA DAS LEIS: 
Quando a lei não estabelece, expressamente, a data do início de sua vigência, ela começa 
a vigorar 45 dias após sua publicação oficial no território nacional, e três meses no território 
estrangeiro. Este intervalo de tempo é chamado Vacatio Legis. Caso haja qualquer alteração na 
lei durante a Vacatio Legis, a contagem dos dias reinicia. No entanto, se ela já está em vigor, ela 
é considerada uma nova lei. 
observação: a Vacatio Legis exclui o dies a quo (dia inicial) e inclui o dies ad quem (dia final). 
 
Art. 2º - REVOGAÇÃO DAS LEIS: 
 Há dois tipos de classificação quanto à revogação das leis – quanto à extensão e quanto 
à forma de revogação. Em relação à primeira, ela pode ser derrogação (revoga parcialmente 
certa lei) ou ab-rogação (revoga totalmente certa lei). Quanto à segunda, ela pode ser tácita 
(revoga indiretamente – geralmente diz em seu final: "ficam revogadas as disposições em 
contrário") ou expressa (revoga diretamente – diz especificamente quais leis, artigos etc. devem 
ser revogados). 
 
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou 
revogue. 
I - A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare. 
II - A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não 
revoga nem modifica a lei anterior. 
III - Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora 
perdido a vigência (REPRISTINAÇÃO). 
 
ANTINOMIA – existência de duas normas conflitante entre si. 
A) cronológico – lex posteriori derrogat priori (vale quem veio por último) 
B) hierárquico – lex superiori derrogat inferiori (vale quem está acima) 
C) especialidade – lex specialis derrogat generali (vale quem é mais específica) 
 
Art. 3º - OBRIGATORIEDADE DAS LEIS: 
 Depois de publicada e uma vez decorrido o prazo da Vacatio Legis, a lei passa a ser 
obrigatória para todos, e ninguém pode alegar desconhecimento dela. 
 
Art. 4º - LACUNA DAS LEIS: 
Quando a lei for omissa, cabe ao magistrado utilizar as fontes integradoras do direito 
nesta sequência: analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Se o juiz optar pela 
utilização da analogia, deverá buscar a solução em outra norma semelhante. O juiz pode optar 
pelos costumes, se não encontrar uma norma semelhante, ou também, pode escolher os 
princípios gerais de direito, que podem ou não estarem previstos em lei, mas normalmente não 
são positivados. Estes princípios dão razão ou servem de base ou fundamento para a decisão do 
juiz. 
 
Art. 5º – INTERPRETAÇÃO DAS LEIS (HERMENÊUTICA): 
Nada mais é do que buscar o sentido da norma, compreendendo as múltiplas 
possibilidades de interpretação, e sempre buscando a s melhores condições para a sentença. 
1) técnicas de interpretação: 
A) gramatical/ literal: analisa cada termo usado na norma. 
B) lógica/ racional: faz uso de raciocínios lógicos para descobrir o verdadeiro significado 
(dedutivo – geral ao particular ou indutivo – particular ao geral). 
C) sistemática: analisa a norma a partir do ordenamento jurídico que faz parte. 
D) histórica: analisa a norma a partir de seus antecedentes históricos e seu processo 
legislativo. 
E) finalística/ teleológica: análise da norma pela sua finalidade, adaptando às exigências 
sociais. 
 
2) interpretação quanto à origem: 
A) autêntica: justificativa do legislador (criador da lei) em relação à criação de uma lei. 
B) doutrinária: interpretação de estudiosos (pessoas que possuem conhecimentos técnico/ 
específicos) sobre a lei. 
C) judicial: interpretação do aplicador da lei (responsável por fazer a transição entre lei e 
caso concreto). 
 
3) interpretação quanto aos resultados: 
A) declarativa: declara exato alcance da norma. 
B) extensiva: estende o alcance da norma, que “traz menos do que deveria”. 
C) restritiva: restringe o alcance da norma, que “traz mais do que deveria”. 
D) ab -rogante: conclui que norma é inaplicável. 
 
Art. 6º – APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO: 
Neste artigo, é mostrada a irretroatividade da lei, ou seja, ela só incidirá sobre os fatos 
ocorridos durante seu período de vigência, não podendo alcançar efeitos produzidos por relações 
jurídicas anteriores à sua entrada em vigor. Dessa forma, ela estabelece uma segurança jurídica 
– a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 
A) direito adquirido: direito subjetivo definitivamente incorporado ao patrimônio jurídico 
do titular. 
B) ato jurídico perfeito: aquele já realizado, acabado segundo a lei vigente ao tempo em 
que se efetuou. 
C) Coisa julgada: decisão judicial de que já não caiba recurso. 
 
Art. 7º – 19 º – APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO: 
É aplicável a norma estrangeira no território brasileiro, desde que haja disposição legal 
positivada, pois a lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo 
e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
Casamentos no Brasil serão regidos pela lei brasileira. Brasileiros que desejem se casar 
com estrangeiros só poderão fazê-lo em consulado brasileiro. As questões patrimoniais 
obedecerão às leis onde os cônjuges estiverem domiciliados, se estiverem domiciliados em 
países diferentes, será regido pela lei do lugar onde tiveram o primeiro domicílio conjugal. O 
divórcio realizado no estrangeiro terá o prazo legal de um ano para ser reconhecido no Brasil 
Será considerada domiciliada a pessoa sem domicílio, em sua residência habitual, 
temporária ou naquele local onde facilmente seja encontrada. 
A qualificação dos bens e relações referentes a eles obedecem à lei do país onde se 
encontram. Assim como as obrigações. A sucessão de bens de estrangeiros será regulada pela 
lei brasileira em benefício de seus herdeiros brasileiros. 
As pessoas jurídicas de direito privado obedecem a lei do Estado onde foram criadas. 
Para terem filiais no Brasil, devem passar pela aprovação do governo brasileiro. Os governos 
estrangeiros não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação, no 
entanto eles podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes 
diplomáticos ou dos agentes consulares. 
As autoridades brasileiras são competentes para julgar o réu domiciliado no Brasil, 
mesmo sendo estrangeiro. Quando for necessário aplicar a lei estrangeira, será observada 
somente a lei estrangeira (observação: não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de 
quem a invoca prova do texto e da vigência). Lembrando que as leis estrangeiras não terão 
eficácia no Brasil se de alguma forma ofender o país em sua soberania, ordem ou bons costumes. 
Não são admitias nos tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. 
Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos: 
A) haver sido proferida por juiz competente; 
B) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; 
C) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução 
no lugar em que foi proferida; 
D) estar traduzida por intérprete autorizado; 
E) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. 
As autoridades consulares brasileiras têm competência para celebrar para brasileiros o 
casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento 
e de óbito dos filhos de brasileira ou brasileiro nascido no país da sede do Consulado. Os atos 
celebrados pelos cônsulesbrasileiros apenas serão válidos desde que cumpram todos os 
requisitos legais. Se a autoridade consular negar a celebração de algum ato previsto no artigo 
18, poderá ser pedido novamente dentro do prazo de noventa dias. 
 
CONFLITOS DA LEI NO ESPAÇO 
O conflito é positivo quando os dois países indicam suas próprias normas para resolver 
o conflito (exemplo: entre Brasil e Portugal em relação ao estatuto pessoal – personalidade, 
nome, capacidade, família, etc. – onde o Brasil indica lei de domicilio e Portugal a de 
nacionalidade, no caso de português que resida no Brasil). O conflito é negativo quando os dois 
países excluem suas normas para resolver o conflito (exemplo: entre Brasil e Itália em relação 
ao estatuto pessoal, onde o Brasil indica lei de domicílio e a Itália a de nacionalidade, no caso de 
brasileiro residente na Itália).

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