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Complexo dentino-pulpar

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COMPLEXO
DENTINO PULPAR
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odontologia
O complexo dentino-pulpar é uma estrutura dentro da nossa cavidade
bucal formado pela dentina e pela polpa dentária. Duas estruturas
essenciais para o nosso dente.
 
 
ROHANA NÓBREGA
 A dentina comparada ao esmalte é uma estrutura menos mineralizada, constituída por
vários túbulos. Então, os prolongamentos dos odontoblastos possuem contato direto com
o tecido pulpar, porque os corpos dos odontoblastos estão na polpa e os prolongamentos
dele estão na dentina. É uma estrutura muito permeável, devido a quantidade de túbulos
dentinários. Por isso o processo carioso conseguem chegar a polpa, chega a passar até
bactérias dependendo do tamanho, e após as bactérias chegarem a polpa teremos
infecção, inflamação. 
 
Um detalhe importante é que quanto mais eu chego perto da polpa a permeabilidade
será maior, porque eu vou ter um maior numero de túbulos, e além disso vou ter um
maior diâmetro deles. 
 
Fonte: Google Imagens
 É devido esses túbulos que eu consigo ter comunicação entre a dentina e a
polpa, ocorre a troca de fluidos e mantém a vitalidade pulpar e permite a
remineralizarão da dentina no processo de cárie
A dentina reacional é formada em resposta a estímulos mais suaves, como por
exemplo, abrasão, atrição. Ou a estímulos mais intensos, como carie ou preparos
cavitários. E essa dentina ela é formada pelos odontoblastos que já estão lá na
polpa (pré-existentes, primários ou originais). Então a produção dessa dentina
terciária vai depender do tempo do estimulo e da intensidade. As vezes o
estimulo é mais suave então ela consegue ter um padrão de organização. 
A polpa regride de tamanho e da espaço a dentina, então isso é algo que a gente observa
muito em pacientes mais idosos, porque aquela região da polpa vai estar mais atrese
(comprimida) houve uma grande produção de dentina reacional, que vai ocorrer durante
o tempo devido a traumas, atrição, abrasão.
 
Rohana Nóbrega
 A dentina reparativa ou reparadora ou osteode ou osteodentina, é desenvolvida através
de estímulos de alta intensidade e alta freqüência. Então o que acontece, começou a
produzir dentina reacional, então eu vou começar a ter dentina reparadora. Quem vai
produzir? CELULAS MESENQUIMAIS INDIFERENCIADAS (CMI), presentes na polpa (células
tronco) começam a se diferenciar em odontoblastos devido ao estimulo. Os fatores de
crescimento são quem vão dizer que essas células devem se diferenciar em
odontoblastos, elas necessitam dessa informação, então eu tenho um conjunto de
mediadores que vão fazer com que essas células se diferenciem em odontoblastos. 
 
Também é uma dentina irregular. Com a formação dessa dentina a polpa é protegida da ação
bacteriana, resíduos metabólicos. Como os túbulos são tem uma formação linear, isso diminui a
permeabilidade, sendo favorável ao processo de reparo. 
 
 E por fim a dentina esclerótica ou esclerosada, ela é formada na maioria dos casos em
lesão crônica, geralmente ela ta ali abaixo das restaurações. É uma dentina mais
mineralizada, é como se fosse uma hipermineralização da dentina. Ela vai sendo
observada a partir do envelhecimento, das respostas as agressões, ela vai obliterando os
túbulos dentinários até chegar a oblitera-los completamente, e quando essa dentina é
produzida os prolongamentos odontoblasticos irão sumindo, retraindo. 
 
Os túbulos dentinários são cilíndricos, preenchidos por material mineralizado, a luz do
túbulo está diminuindo nesse processo de mineralização, consequentemente diminui a
permeabilidade. Clinicamente ela tem a cor enegrecida ou acastanhada, ela é bem lisa,
dura e brilhante. Quanto mais escura ela for, mais mineralizada ela vai estar, e se mais
mineralizada ela vai estar a polpa vai estar mais protegida. Se a polpa não tem vitalidade,
eu não tenho produção de dentina. E se agressão for muito intensa nada disso vai ter
utilidade, a polpa morreu. 
 
 
Quando ela estiver muito escurecida, é necessário desgastar um pouco. Agora do ponto de vista
biológico, justifica eu tirar essa dentina aqui? NÃO. Se for um dente posterior a gente vai mexer
nisso aqui? NÃO. É a melhor proteção pulpar produzida pelo nosso próprio organismo e o paciente
não sente dor, e porque o paciente não sente dor, porque os túbulos estão obliterados. 
 
 Proteção do complexo dentino-pulpar consiste na proteção tanto sobre o tecido
dentinário, quanto sobre a polpa que sofreu exposição. Então o complexo dentino-
pulpar é uma unidade funcional como vocês viram, onde o diâmetro dos túbulos
dentinarios vai definir o grau de proteção. 
 
 
Rohana Nóbrega
 
Já vimos também que dente sem vitalidade não forma dentina, logo a dentina
remanescente deve ser protegida para evitar que chegue na polpa, porque se chegar
na polpa eu vou ter inflamação e se eu tiver inflamação, e essa inflamação não for
tratada a polpa vai morrer. 
 
A inflamação pulpar ela pode ser reversível ou irreversível. Se essa inflamação
progredir de reversível para irreversível, vai necessitar de tratamento endodôntico.
Essa proteção deve ser aplicada sob restaurações (em baixo), JAMAIS você deve fazer
uma restauração que fique diretamente em contato com a polpa. Então pra que eu vou
proteger a polpa? Melhorar o vedamento marginal, melhorar a ativação reparadora,
proteger a polpa contra estímulos térmicos, elétricos, bacterianos, e contra substancias
irritantes. Por exemplo, a resina composta se eu não fizer a proteção da polpa, ela vai
irritar essa polpa, ela tem estímulos que podem passar pelos túbulos e irritar a polpa. 
 
 
 
 Quando nós temos uma cavidade mais profunda, a proteção vai ser
diferente da utilizada em uma cavidade rasa.
 
Cavidade rasa: aquela que o preparo está aquém ou no nível que ultrapassa
ligeiramente a formação amelo-dentinária (cavidade rasinha);
 
Cavidade média: aquela que está em 0,5 a 1mm aquém ou no nível que
ultrapassa ligeiramente a formação amelo-dentinária;
 
Cavidade profunda: aquela que está já ultrapassou metade da dentina e
ainda existem 0,5 mm de dentina remanescente na polpa.
 
Cavidade muito profunda: aquela que a dentina remanescente é menos de
0,5 mm. Nessa situação, já se observa a cor rosa da polpa. Nesse caso deve-
se fazer a proteção da polpa para evitar que ela seja exposta, pois isso pode
causar infecções pulpares. Nessa situação, quando se observar a cor rosa da
polpa, significa que existe ali menos de 0,5 mm de dentina remanescente.
 
 
 Existem duas formas de se proteger a polpa:
 
 Proteção direta: o material protetor estará em
contato diretamente com a polpa. Deve-se ser feita
apenas em caso de exposição pulpar.
 
Proteção indireta: o material protetor da polpa
estará em contato com a dentina.
 Materiais utilizados na proteção pulpar:
 Seladores ou sistema adesivo
 Base forradora
 Base cavitária
 Sistema de capeamento
 
 - Sistema selador ou vedador: pode ser aplicado em todas as paredes da
cavidade. Portanto, pode ser utilizado em esmalte e em dentina. (Não
podendo ser aplicado diretamente na polpa). 
 É uma substância líquida que produz uma película protetora quando aplicado
na cavidade que vai vedar a embocadura dos túbulos, impossibilitando que o
paciente sinta sensibilidade, e também previne a infiltração. 
 Exemplo de seladores:
 Vernizes (sistema adesivo) cavitários convencionais;
 Vernizes cavitários modificados;
 Adesivos dentinários.
 
 
 - Base cavitária: utilizada para proteger ou para substituir dentina. São
utilizados em maior espessura de 1 até 3 mm. Isso possibilita reconstruir as
paredes destruídas da dentina a partir de lesões cariosas.
 Abaixo desse material encontra-se a base forradora.
 Portanto, a base cavitária encontra-se acima da base forradora.
 Não se deve aplicar sobre a polpa exposta.
 Exemplo:
 - Cimento de ionômero de vidro (mais utilizado);
 - Cimento fosfato de zinco;
 - Cimento dióxido de zinco e eugenol;
 
Com exceção do ionômero de vidro,os outros citados acima estão em desuso devido o
ionômero de vidro ser um material de melhor qualidade.
 Primeiro se utiliza a base cavitária e depois o selador:
 Primeiro o ionômero de vidro e depois o sistema adesivo ou o verniz cavitário.
 
 
 
- Base protetora ou agente forrador: são utilizados na parede axial e
pulpar, quando a espessura de dentina é menor do que 0,5 mm.
 Deve-se utilizar de 0,2 a 1,0 mm. 
 Esse material deve apresentar composição bactericida e bacteriostática;
 Deve apresentar composição biológica que promova a cicatrização da
polpa;
 Não deve ser aplicada sobre a polpa exposta.
 Exemplos de materiais forradores: Cimento de hidróxido de cálcio,
cimento de ionômero de vidro e cimento de zinco e eugenol. 
 
 
 Deve ser aplicado apenas na porção mais profunda da cavidade. (pequena bolinha).
Não é utilizado nas paredes da cavidade.
 
 Segue-se a ordem:
 1° - BASE FORRADORA; (cimento de hidróxido de cálcio)
 2° - BASE CAVITÁRIA; (cimento de ionômero de vidro)
 3° - VERNIZ OU SISTEMA ADESIVO. 
 
 - Sistema capeador ou agente capeador:
 Utilizado na polpa exposta ou quando se observa a cor rosa da polpa quando se
tem menos de 0,5 mm de dentina remanescente.
 Exemplos:
 - Pó ou pasta de hidróxido de cálcio
 - MTA (agregado de trióxido mineral)
 Em caso de exposição de polpa com sangramento deve-se primeiro realizar uma
hemostasia, controle do sangramento.
 
 OBSERVAÇÃO: O agente de capeamento nunca deve ser utilizado sobre a polpa
sangrando, pois ocasiona elevação no número de eritrócitos na polpa, aumentando
o grau de inflamação e dificultando a recuperação da polpa.
 
Em caso de sangramento pulpar deve-se seguir:
1° - Hemostasia (controle do sangramento)
2° - Agente capeador (PA, pó de hid de ca)
3° - Agente forrador (Cimento de hid de ca)
4° - Base cavitária (cimento de ionômero de vidro)
5° - Selador. (Verniz em restaurações apenas de amalgama e sistema adesivo em
restaurações de resina composta ou de amalgama). 
 
 
 
A hemostasia deve ser feita inicialmente com uma irrigação de soro
fisiológico ou com solução ou suspensão de hidróxido de cálcio.
Após fazer a irrigação, deve-se pegar uma bolinha de algodão estéril
e fazer uma compressão com uma pinça no lugar de sangramento.
Somente após estancar o sangramento é que se deve fazer uso de
uma medicação.
 
Exemplo de medicamentos:
Otosporin ou Maxitrol.
 
A medicação não deve ser utilizada na polpa em sangramento porque o
hidróxido de cálcio age por contato direto, e o coágulo impede o contato
direto do hidróxido de cálcio com o tecido vivo. Quando se observa uma
dentina esclerosada em um dente na cavidade oral de um paciente, deve-se
utilizar ali o ionômero de vidro e o selador, não precisando mexer nessa
dentina, pois a dentina esclerosada é um ótimo agente de proteção pulpar.

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