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Queixa-crime (exame XV) peça prático profissional - OAB

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DE NITERÓI DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO.
    Enrico, (qualificação) por seu advogado que esta subscreve (conforme procuração com poderes especiais anexa, conforme art. 44 do CPP) vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, oferecer QUEIXA-CRIME em face de Helena, (qualificação), com fundamento nos arts. 30, 41 e 44, todos do CPP, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
DOS FATOS
   No dia 19/04/2014, Helena realizou comentários ofensivos em uma publicação de Enrico em uma rede social, afirmando que ele “não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha!”. Disse, ainda, que o mesmo trabalhava todos os dias embriagado, relatando um suposto fato da vida particular do querelante. 
DO DIREITO
    Assim procedente, cometeu a querelada o crime de injúria (CP, art. 140, “caput” - Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.) ao dizer que o querelante não passa de um “idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha”. 
De acordo com Nélson Hungria injuriar consiste na "manifestação, por qualquer meio, de um conceito ou pensamento que importe ultraje, menoscabo ou vilipêndio contra alguém"[footnoteRef:1], desse modo, verifica-se que o comentário teve o inegável objetivo de ofender a dignidade de Enrico. [1: HUNGRIA, Nélson. Comentários ao Código Penal, 5ª ed., Rio de Janeiro, Forense, 1979.] 
A querelada praticou, ainda, o crime de difamação (CP, art. 139 - Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.), ao imputar ao querelante fato ofensivo à sua reputação, quando disse que ele trabalha bêbado todos os dias.
Os fatos ocorreram em publicação em uma rede social, no perfil pessoal de Enrico, meio que, indubitavelmente, facilita a divulgação da calúnia, da injúria e da difamação, devendo incidir a causa de aumento de pena prevista no art. 141, III, do CP.
Por derradeiro, da forma como os crimes foram praticados, deve ser punido o querelado nos termos do art. 70 do CP, pois se trata de concurso formal de crimes.
PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) a designação de audiência preliminar ou de conciliação (CPP, art. 520);
b) a citação da querelada;
c) o recebimento da queixa-crime;
d) a oitiva das testemunhas ao final arroladas;
e) a condenação do querelado pela prática dos crimes de calúnia (CP, art. 138), difamação (CP, art. 139) e injúria (CP, art. 140), com o aumento de pena do art. 141, III, do CP, em concurso formal de crimes (CP, art. 70);
f) f) a fixação de valor mínimo de indenização, com fundamento no art. 387, IV, do CPP (Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: (...) IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido).
Nesses termos, pede deferimento.
Local e data.
Advogado (OAB/...).
Rol de Testemunhas
1. Carlos, (endereço);
2. Miguel, (endereço);
3. Ramirez, (endereço).

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