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Cópia de questões de obrigações - todo o semestre

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Exercícios de aplicação
1) Cite e as 4 principais características da relação jurídica obrigacional e dê um
exemplo de obrigação intransmissível.
Resposta:
1. Pessoalidade: são as partes, as pessoas presentes da relação ativas e passivas;
2. Transitoriedade: significa que ela nasce e em algum determinado momento ela vai ter
que se extinguir,
3. Transmissibilidade: elas passam de uma pessoa pra outra, e podem ser:
- Por ato inter vivos: ex: cessão de crédito, assunção de dívidas, pagamento com
sub-rogação;
- Por sucessão hereditária;
- Intransmissibilidade: exceção (por acordo das partes ou em caso de obrigação
personalíssima);
4. Patrimonialidade do objeto: obrigação não necessita ser patrimonial desde que
corresponda a um interesse digno de proteção jurídica.
2) Apresente 3 diferenças entre os direitos reais e os direitos pessoais.
Resposta:
Direitos Reais: Direitos Obrigacionais ou Pessoais:
Afeta a coisa direta e imediatamente Afeta a pessoa, uma pessoa determinada
Seguem o princípio da legalidade visto
são sempre previstos em lei, só podem
criados através de uma lei;
Não está previsto exaustivamente na lei
toda obrigação está prevista em lei, poi
muitas relações;
São taxativos, limitados, são os objeto
direito obrigacional;
São tidos como ilimitados
O direito real, não cai sobre a pessoa, ma
sobre a coisa, como as penhoras; A aç
direito real recai sobre quem possui a
do bem;
O direito obrigacional cai sobre a pe
sobre quem deveria dar ou fazer, ou não f
Possui eficacia erga omnes - visto que
oponíveis a todas as pessoas, indistintam
A ação de direito obrigacional cai so
pessoa;
É oponível a toda a sociedade, ou sej
tenho uma casa, ela é minha propriedade
espero que toda a sociedade não ba
frente com meu direito de possuir a casa;
É oponível somente ao devedor;
3) Qual o conceito trazido pelos autores de obrigação como processo e o que você
identifica como ponto central para distingui-lo do conceito clássico de obrigação?
Resposta: Ao referi a obrigação como um processo, significa dizer que é necessário
afastar o entendimento de que a obrigação apenas impunha deveres a uma das partes,
ou seja, segundo os autores, o processo como obrigação, trata-se de uma relação
dinâmica, exigindo assim, de ambas as partes, a resolução do conflito visando a busca
pelo adimplemento. Segundo os autores, a teoria estruturada anteriormente acerca da
análise externa da relação obrigacional, centrada na metodologia tradicional, refere-se
apenas a obrigação como um vínculo entre dois sujeitos reunidos com intuito de direitos
e deveres (credor e devedor). Já a análise interna, mais recente, tem como objetivo
principal o adimplemento da relação obrigacional, ou seja, a relação obrigacional não
será apenas sobre direitos e deveres, mas sim sobre faculdades, capacidades e ônus.
A principal diferença entre as duas teorias está na simples compreensão de que uma
relação obrigacional é mais do que dois pólos -sendo um passivo é um ativo- apenas,
trata-se de direitos, deveres, faculdades, materialidade, intensidade de atuação e a
individualidade de cada polo. Assim, às obrigações, vista sobre a perspectiva da
análise externa, não possui mais espaço no mundo contemporâneo, visto a ascensão
da globalização e do pluralismo nas sociedades vigentes, que contribuíram muito para
que os problemas e mazelas sociais fossem ainda mais escancarando. Cabe portanto,
segundo os autores, as relações obrigacionais, garantir a soberania da igualdade, da
dignidade humana e da valorização da cidadania;
4) Conceitue tutela externa do crédito, os princípios que lhe dão suporte e explique
como um terceiro totalmente estranho à relação jurídica obrigacional, pode vir a
ofendê-la e a ser ofendido por ela.
Resposta: É possível trabalhar com ordenamentos jurídicos baseados em sistemas
fechados ou abertos. O sistema fechado consiste em um positivismo jurídico e da busca
pela ciência para o direito. No qual, o direito aplicado seria apenas aquele emanado da
autoridade legislativa competente para editar a norma, não sendo permitido interferências
de valores filosóficos, sociológicos e económicos. O sistema aberto, apoiado na
jurisprudência, aceita a incompletude, a capacidade de evolução e a modificabilidade do
sistema e flexibilizando espaços para a ponderação de critérios. O conceito de boa-fé, se
destaca no sistema aberto, possibilita ao magistrado adequar a aplicação do Direito e dos
influxos de valores sociais. Existem duas acepções de boa-fé, uma subjetiva e a objetiva. A
boa-fé objetiva é o primeiro enfoque. Compreende-se como um modelo ético de conduta
social, verdadeiro "standard" jurídico ou regra de conduta, atrelada à ideia de lisura,
honestidade e correção, de modo a não se frustrar a legítima confiança da outra parte. Já
não é um princípio e sim um estado psicológico, em que a pessoa possui a crença de ser
titular de um direito, o que em verdade só existe na aparência. A boa-fé objetiva dominou
os ordenamentos jurídicos no século XIV, sobreviveu até o fim da Segunda Guerra Mundial.
Dirige-se à correção da conduta do indivíduo, pouco importando a sua convicção. Não se
deve avaliar se o indivíduo agiu com boa fé, comportamento em conformidade com
padrões sociais vigentes. O princípio de boa-fé encontra a sua justificação no interesse
coletivo de que as pessoas pautem e seu agir pela lealdade e cooperação, incentivando o
sentimento de justiça social. Por isso, a boa fé objetiva é fonte de obrigações, impõe
comportamentos aos contratantes, segundo regras de correção, na conformidade do agir
do homem comum daquele meio social.
5) Quais os três elementos constitutivos da relação jurídica obrigacional e quais as
categorias de deveres presentes no vínculo jurídico?
Resposta: Elementos Constitutivos das relações jurídicas obrigacionais:
1. Subjetivo ou pessoal: que são os sujeitos ativos (credor) e passivos (devedor);
2. Objetivo ou material: que se refere ao objeto da prestação;
3. Ideal, imaterial ou espiritual: é basicamente o vínculo jurídico existente na relação.
Ou seja, o sujeito passivo (devedor) obriga-se a cumprir uma prestação patrimonial de dar,
fazer ou não fazer (objeto da obrigação e vínculo jurídico), em benefício do sujeito ativo
(credor).
1. Elemento Subjetivo - sujeitos da relação obrigacional
Podendo ser composta por pessoas jurídicas e físicas, sempre haverá a presença
dos sujeitos ativo (credor) e passivo (devedor). O sujeito ativo, credor, é sinteticamente o
titular do direito de crédito que detém o poder de exigir o cumprimento da prestação
pactuada. Já o sujeito passivo, que é o devedor, é sobre quem será exercido o direito
potestativo do titular do direito de crédito, ou seja, é a parte a quem será incumbido o dever
de efetuar as prestações. No entanto, tais sujeitos devem ser determinados ou
determináveis. Os sujeitos determinados já são conhecidos e claramente definidos
desde a formação da obrigação, como na celebração de um contrato, enquanto, que os
sujeitos determináveis não podem ser identificados desde o nascimento da obrigação,
vindo porém a serem identificados mais tarde, como nos casos de promessas de
recompensa. Ademais, pode-se ocorrer a indeterminabilidade subjetiva passiva da relação
obrigacional, que são casos onde é impossivel indentificar antecipadamente que são quem
é o devedor da obrigação, como em obrigações propter rem, que são prestações de
natureza pessoal que antecedem a um direito real, acompanhando-o em todas as suas
mutações. Por fim, é ainda importante salientar que além dos sujeitos passivos e ativos,
existem ainda na relação obrigacional os sujeitos conhecidos como secundários ou
coadjuvantes, que são os representantes e os núncios:
- Representantes: agem em interesse de algum dos sujeitos, manifestam a
declaração de vontade e são tanto representantes legais (curadores, tutores ou os
pais) ou os representantes voluntários (que são os mandatários);
- Núncios: apenas transmitem a vontadedo declarante, são meros mensageiros e não
interferem efetivamente na relação obrigacional;
-
2. Objetivo ou material - referente ao objeto da prestação:
Se divide em objeto direto (ou imediato) e objeto indireto (ou mediato). O objeto
imediato é ação ou omissão do devedor na satisfação do interesse do credor, é
sinteticamente a prestação, que terá sempre conteúdo patrimonial, ou seja, a prestação
consiste basicamente, numa ação do devedor de entregar alguma coisa, realizar uma
consulta, dar uma aula e também numa omissão, que é uma espécie de atividade negativa,
como a obrigação de não fazer algo como a de não fazer escavações do lado de um prédio
que podem provocar desmoronamento; entre outras; Em síntese, as prestações que
constituem o objeto direto da obrigação podem ser positivas (de dar - coisa certa ou
incerta- e de fazer) ou negativas (de não fazer);
Obrigação Positiva: Obrigação Negativa:
De dar:
1. Coisa certa: é identificado a qua
do objeto, como a entrega
determinado produto, como uma
específica comprada na loja
escolha da cor, escolha dos ba
dos pneus, etc;
2. Coisa incerta: são indicados ap
pelo gênero, espécie e qualidade,
venda de um saco de soja;
De não fazer: como em casos de artista
por meio de um contrato se obrigam a
aparecer na emissora concorrente, ou se
obrigações negativas consistem
abstenções juridicamente relevantes;
De fazer: é a realização de uma co
comissiva, como fazer um vestido
casamento;
Por fim, o objeto indireto ou mediato da relação obrigacional, se refere a coisa considerada
como interesse do sujeito ativo, credor, é basicamente o bem da vida relevante ao
exercício da relação jurídica obrigacional.
Desta forma, o objeto imediato é a prestação, e o objeto mediato é o bem da vida.
3. Elemento ideal ou vínculo jurídico existente entre o credor e o devedor:
É o vínculo existente que une o credor e o devedor. Visto que, a obrigação que tem
como a fonte o fato jurídico, gera uma consequência jurídica que faz com que o devedor
fica obrigado, no caso vinculado a cumprir uma determinada prestação patrimonial que
interesse o sujeito ativo, o credor.
6) Explique o papel da lei e da vontade humana como fontes de obrigações
ilustrando a sua resposta com exemplos.
Resposta: Antes de adentrar ao que é considerado como fonte no direito hodierno, é
importante fazer uma análise do que foi considerado como fonte das relações obrigacionais
no direito, do qual o direito civil brasileiro é filho, o Direito Romano. Neste direito, Gaio,
definiu como fonte, os contratos firmados entre duas partes; os quase contratos, situações
jurídicas como as gestões de negócios; o delito que era consumado ao causar prejuízo a
outrem e o quase delito que era a negligência ou imprudência. Ou seja, antes, no Direito
Romano os critério de definição acerca da fonte da relação obrigacional se resume na
existência ou não da vontade, onde esta se caracteriza na existência do contrato e do
delito, e a falta desta é por fim, o quase contrato e o quase delito. Depois, segundo
algumas doutrinas, as fontes são os meios pelos quais se estabelecem e se formam as
normas e regras jurídicas, ou seja, as leis. Outras, alegam que fonte é tudo que origina a
obrigação, além da lei e da vontade humana. No entanto, nas relações jurídicas
obrigacionais, as fontes são basicamente os fatos jurídicos como os contratos, o ato ilícito,
entre outros, que faz com que surja uma relação jurídica obrigacional. Assim, possui
inúmeras classificações, como a que Caio Mário da Silva, fundamentou:
Obrigação como fonte direta ou imediata: que são as obrigações que resultam
diretamente da lei como: a obrigação de pagar alimentos, além disso, ela é classificada da
seguinte maneira;
- atos jurídicos negociais que são os atos unilaterais de manifestação de vontade
como os testamento, os contratos, entre outros;
- atos jurídicos não negociais que são os atos stricto sensu;
- atos ilícitos como o enriquecimento ilícito;
E a obrigação como fonte mediata ou indireta: onde a lei atua somente como
pano de fundo em todas as obrigações visto que mesmo as obrigações que derivam
diretamente da vontade humana não podem contrariar a lei, como nas relações negociais;
Assim, a vontade humana, existe tanto na obrigação como fonte direta ou imediata,
visto que é uma manifestação expressa de alguém, como as celebrações de contrato de
compra e venda de coisa usada, como exemplo. E está presente também, na fonte
imediata, já que as obrigações não nascem necessariamente da manifestação de vontade,
mas também por meio das atitudes e do comportamento humano, sendo necessário assim
a constituição do suporte fático que torna concreto o que existe em abstrato na norma,
como exemplo: obrigação de reparação de danos por atos ilícitos, onde a manifestação de
vontade alguém gerou um fato jurídico, que vai gerar uma relação obrigacional que terá
como fonte o comportamento errôneo de alguém, ou seja, a fonte mediata ou indireta.
Assim de acordo com o Código Civil, as fontes das obrigações são:
a. contratos;
b. declaração unilateral de vontade;
c. ato ilícito;
7) Diferencie as obrigações de resultado das obrigações de meio e dê um exemplo
de cada uma delas.
Resposta: Às Obrigação de resultado são basicamente aquelas que somente se
considera cumprida ou adimplida se o resultado final for o esperado pelo devedor, como
exemplo mais utilizado pagar a prestação do financiamento de algum automóvel; Já nas
Obrigação de meio: o devedor meio que se considera desobrigado (livre, como se tivesse
cumprido) ainda que o resultado final não venha a ser atingido, como os advogados para
com os clientes onde as obrigações são de meio, e não do fim;
8) Explique os efeitos da obrigação natural.
Resposta: Os efeitos da obrigação natural são: inexigibilidade jurídica e irrepetibilidade do
pagamento voluntário (solutio retentio) como exemplo as dívidas prescritas e divididas de
jogos; Assim, a obrigação natural é um débito que não se pode ter como exigência jurídica,
a responsabilidade patrimonial do sujeito passivo, ou seja, o devedor, porém, casos esses
venha a ser cumprida não irá se caracterizar pagamento indevido. Em síntese, a obrigação
natural não se difere da obrigação civil, visto que ambas tratam de uma relação de crédito
e débito que tem como vincular um objeto e sujeitos determinados, todavia, sua distinção
está no fato da ausência de exigibilidade. Por exemplo, em se tratando de dívidas, todos os
elementos estruturais de uma relação obrigacional irão ser aplicados, no entanto, não
poderá ser exigida a prestação, mesmo que haja a irrepetibilidade do pagamento (que é o
pagamento voluntário). Já a inexigibilidade tem a finalidade de preservação da segurança e
estabilidade jurídica, trata-se de um dever de consciência, onde cada sujeito da relação
deve honrar a palavra, cumprindo a prestação para a qual se acordou; Ou seja, a
obrigação natural se baseia em regra moral. Com isso, a obrigação natural pode ser
classificada da seguinte forma:
a. Quanto à tipicidade: dependendo da previsão em lei poderá ser típica ou atípica;
b. Quanto à origem: poderá ser originária ou derivada, será originária quando é
inexigível desde o princípio da relação, como nos casos das dívidas de jogo e será
derivada quando a relação nasce como uma obrigação civil, mas depois perde a
exigibilidade, como em casos de dívida prescrita;
c. Quanto aos efeitos produzidos: será comum (admite todos os efeitos da
obrigação civil, menos aqueles referente à exigibilidade judicial) ou limitada (se
restringe apenas a retenção de pagamento, onde a lei nega outros efeitos, como a
promessa de pagamento);
9) Conceitue obrigação propter rem e cite 2 exemplos desse tipo de obrigação.
Resposta: São as figuras que estão entre os direitos pessoais e reais: Ou seja, existem
obrigações, em sentido estrito, que decorrem de um direito real sobre determinada
coisa, aderindo a essa e, por isso, acompanhando-a nas modificações do seutitular. São
as chamadas: obrigações in rem, ob rem ou propter rem, também conhecidas como
obrigações reais ou mistas; As obrigações propter rem: se transmitem automaticamente
para o novo titular da coisa que se relacional; É o caso, por exemplo, da obrigação do
condômino de contribuir para a conservação da coisa comum, em que a obrigação decorre
do direito real, transmitindo-se com a transferência da titularidade do bem. Por fim, a
obrigação propter rem é diferente das obrigações com eficácia real, visto que nestas há a
possibilidade de oponibilidade a terceiros quando houver anotação preventiva no registro
imobiliário como nos casos de locação e compromisso de venda; como as taxas de
condomínio, onde um arrecada e outro contribui; Tarifas de água e luz são classificadas
como obrigação propter rem
10) O princípio da identidade da prestação devida rege exclusivamente às
obrigações de entrega de coisa certa? Explique e fundamente sua resposta.
Resposta: Sim, o princípio da identidade da prestação devida, diz que mesmo que o bem
entregue seja mais valioso que o combinado, o credor poderá se recusar a receber, visto
que não foi aquilo acordado na relação obrigacional. Assim, segundo o artigo 313, do
Código Civil: “O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida,
ainda que mais valiosa.”
11) Distinga as obrigações de dar coisa certa das obrigações de restituir dê um
exemplo de cada uma delas.
Resposta: A obrigação de entrega de coisa certa: tem por objeto a entrega do devedor
ao credor de uma coisa determinada, específica e certa, ou seja, uma coisa individualizada
que não pode ser substituída por outra coisa sem o consentimento do credor, assim,
segundo o princípio da identidade e do artigo 313 do CC, credor de coisa certa não é
obrigada a aceitar outra coisa ainda que mais valiosa, como exemplo a entrega de um
carro, com placa 1234, cor preta, único proprietário Maria da Silva. Já a obrigação de
restituir é basicamente obrigação de devolver a mesma coisa que pegou emprestado ou
alugado, como por exemplo, João aluga a casa de Maria por 6 meses, após os 6 meses ele
tem a obrigação de entregar a casa da mesma forma que lhe foi alugada no início;
12) Na venda de uma chácara com plantação de laranjas as partes deixam de
estabelecer quem tem direito à plantação. No momento da tradição as laranjas
estão totalmente verdes. O adquirente pode ficar com a chácara e com as laranjas
pelo mesmo preço ajustado pela compra ou deverá pagar a mais por elas? Por
quê?
Resposta: Segundo o artigo 237 do Código Civil: “Art. 237. Até a tradição pertence ao
devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir
aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.”
Assim, segundo o código, se os frutos estiverem totalmente verdes, ainda não podem ser
separados da coisa principal e com isso serão considerados frutos pendentes ou
perceptivos. Desta forma, os pendentes irão pertencer ao credor, o sujeito ativo. Contudo,
no exemplo supracitado da compra e venda da chácara, como as partes não combinaram
nada previamente em sentido contrário, aplica-se a lei de acordo com o artigo 237,
parágrafo único, que diz que o comprador lucrará os frutos sem poder cobrar a mais por
eles.
13) Perdendo-se a coisa objeto da prestação da obrigação de dar coisa certa sem
culpa do devedor quem suportará os riscos antes e após a tradição? Por quê?
Resposta: De acordo com o artigo 238 do Código Civil: “Se a obrigação for de restituir
coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a
perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.” Assim,
será aplicado o princípio da coisa perece para o dono, ou seja, antes ou após a tradição,
não havendo culpa do devedor pela perda da coisa é o credor quem suportará os riscos,
visto que ele é o dono.
14) Perdendo-se a coisa objeto da prestação da obrigação de restituir com culpa do
devedor quem suportará os riscos antes e após a tradição? Por quê?
Resposta: De acordo com o artigo 239 do Código Civil, se a coisa se perder por culpa do
devedor, responderá este pelo equivalente, das perdas e danos.
15) O locatário, sem autorização do proprietário (locador), mandou consertar um
problema de infiltração de água existente num dos quartos da casa alugada.
Sabendo que o contrato é omisso sobre o assunto, quais os direitos do locatário?
Explique e fundamente a sua resposta.
Resposta: Trata-se do previsto no artigo 96, do Código Civil, parágrafo 3: “As benfeitorias
podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. § 3 São necessárias as que têm por fim
conservar o bem ou evitar que se deteriora." Assim, terá sim o direito a indenização e
retenção visto que agiu com boa fé para que se evite a deterioração do bem como um todo.
16) O locatário sem autorização do locador instala no imóvel alugado uma central de
aquecimento a gás. O contrato é omisso sobre o assunto. Considerando o
disposto em lei quais os direitos do locatário nesse caso? Explique.
Resposta: O locatário realizou o previsto no Art. 96. que diz: “As benfeitorias podem ser
voluptuárias, úteis ou necessárias. § 1 São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que
não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de
elevado valor.” Assim, o locatário não terá direito a indenização, nem direito a retenção, só
terá apenas direito de levantamento, caso a benfeitoria realizada não tenha prejudicado o
bem principal. Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, receberá
o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor,
observar-se-á o disposto no art. 239. Ou seja, o credor lucrará os frutos sem obrigação de
indenizar o devedor, e como o devedor teve despesas rege-se a situação pelas
benfeitorias.
17) Na venda de 100 sacas de café torrado, moído, tipo 1, após embarcar o café em
caminhão de sua propriedade, o vendedor deixa de entregá-lo porque o caminhão
tombou devido à queda de barreira na pista ocasionando a perda total da
mercadoria. Qual a solução prevista no Código Civil para esta situação?
Explique.
Resposta: Será aplicado o que está previsto no artigo 243 do Código Civil que diz “a coisa
incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade”. Assim o devedor
precisava entregar ao credor as 100 sacas de café torrado e moído, tipo 1, tratando-se
assim de coisa certa, específica e determinada. No entanto, com o advento da queda da
barreira na pista, fato totalmente fora de controle do devedor, isso não pode ocorrer. Desta
forma, por se trata de coisas fungíveis, que poderão ser substituídas, o credor terá que
substituir as sacas de café, devendo buscar o mesmo gênero, espécie e qualidade do
produto para entregar ao credor.
18) Na mesma situação do caso anterior, se as partes ajustaram em contrato que o
comprador deveria retirar a mercadoria até o dia 5, depois de cientificado para
buscar o café, o comprador deixa de retirá-lo e uma semana mais tarde, o café
perece devido a uma inundação. Qual a solução prevista para o caso de acordo
com o Código Civil?
Resposta: Aplica-se o disposto no artigo 235 do Código Civil que diz que: “Deteriorada a
coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a
coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.”
19) Sendo vários os devedores em uma obrigação e a prestação podendo ser
cumprida por partes, a obrigação pode ser considerada indivisível ou solidária?
Explique.
Resposta: A divisibilidade e a indivisibilidade dizem respeito à prestação do objeto da
obrigação enquanto que a solidariedade é de natureza subjetiva porque se refere à
responsabilidade dos sujeitos. Assim, as obrigações divisíveis são aquelas cuja a
prestação pode ser cumprida em partes, como pagar com dinheiro; Já nas obrigações
indivisíveis,isso não pode ocorrer, não pode ser cumprida em partes; Assim, sendo vários
os devedores em uma obrigação e a prestçaõ pode ser cumpida por partes, a obrigação
será considerada solidária, pois refere-se a responsabilidade dos devedores;
A indivisibilidade em si, tem como causa a natureza da prestação onde cada
devedor paga o todo porque é impossível ao bem ser repartido. sendo assim, de natureza
objetiva, subsiste enquanto a prestação do objeto suportar e cassa quando a obrigação se
converte em perdas e danos; Já na solidariedade, além de não se presumir, tem como
natureza a subjetividade e causa a lei a ou a vontade das partes, assim, cada devedor
paga o todo porque deve o todo e somente cessa com a morte dos devedores e credores,
além de conservar-se quando a obrigação se converte em perdas e danos;
20) Quais as espécies de indivisibilidade? Dê um exemplo de cada uma delas.
Resposta: Previstas no artigo 258 do CC a indivisibilidade pode ser:
a) material, natural ou física: é aquela decorrente da própria natureza do objeto da
prestação, como acontece em casos onde há compra e vendas de um touro reprodutor;
b) convencional: decorrem da própria vontade dos sujeitos da relação obrigacional, ou
seja, é constituído por um negócio jurídico, onde os sujeito estipulam desde o início que
aquilo será indivisível, como contrato de compra e venda;
c) legal: decorrem da lei em benefício de determinados sujeitos, como a obrigação cujo o
adimplemento resulte na perda de sua viabilidade;
---------------------------------------------------------------------------------------------------------
Aula do dia 11/03/2021
1. Qual o conceito trazido pelos autores de obrigação como processo e para que
você identifica como ponto central para distingui-lo do conceito clássico de
obrigação?
Reposta: Ao citar a obrigação como um processo, significa dizer que é necessário afastar
o entendimento de que a obrigação apenas impunha deveres a uma das partes, ou seja,
segundo os autores, o processo como obrigação, trata-se de uma relação dinâmica,
exigindo assim, de ambas as partes, a resolução do conflito visando a busca pelo
adimplemento. Segundo os autores, a teoria estruturada anteriormente acerca da análise
externa da relação obrigacional, centrada na metodologia tradicional, refere-se apenas a
obrigação como um vínculo entre dois sujeitos reunidos com intuito de direitos e deveres
(credor e devedor). Já a análise interna, mais recente, tem como objetivo principal o
adimplemento da relação obrigacional, ou seja, a relação obrigacional não será apenas
sobre direitos e deveres, mas sim sobre faculdades, capacidades e ônus. A principal
diferença entre as duas teorias está na simples compreensão de que uma relação
obrigacional é mais do que dois pólos -sendo um passivo é um ativo- apenas, trata-se de
direitos, deveres, faculdades, materialidade, intensidade de atuação e a individualidade de
cada polo. Assim, às obrigações, vista sobre a perspectiva da análise externa, não possui
mais espaço no mundo contemporâneo, visto a ascensão da globalização e do pluralismo
nas sociedades vigentes, que contribuíram muito para que os problemas e mazelas sociais
fossem ainda mais escancarando. Cabe portanto, segundo os autores, as relações
obrigacionais, garantir a soberania da igualdade, da dignidade humana e da valorização da
cidadania.
2. Explique a importância do princípio da boa fé objetiva e dos deveres de conduta
que integram a visão orgânica e social da obrigação como processo?
Resposta: É possível trabalhar com ordenamentos jurídicos baseados em sistemas
fechados ou abertos. O sistema fechado consiste em um positivismo jurídico e da busca
pela ciência para o direito. No qual, o direito aplicado seria apenas aquele emanado da
autoridade legislativa competente para editar a norma, não sendo permitido interferências
de valores filosóficos, sociológicos e económicos. O sistema aberto, apoiado na
jurisprudência, aceita a incompletude, a capacidade de evolução e a modificabilidade do
sistema e flexibilizando espaços para a ponderação de critérios. O conceito de boa-fé, se
destaca no sistema aberto, possibilita ao magistrado adequar a aplicação do Direito e dos
influxos de valores sociais. Existem duas acepções de boa-fé, uma subjetiva e a objetiva. A
boa-fé objetiva é o primeiro enfoque. Compreende-se como um modelo ético de conduta
social, verdadeiro "standard" jurídico ou regra de conduta, atrelada à ideia de lisura,
honestidade e correção, de modo a não se frustrar a legítima confiança da outra parte. Já
não é um princípio e sim um estado psicológico, em que a pessoa possui a crença de ser
titular de um direito, o que em verdade só existe na aparência.
A boa-fé objetiva dominou os ordenamentos jurídicos no século XIV, sobreviveu até
o fim da Segunda Guerra Mundial. Dirige-se à correção da conduta do indivíduo, pouco
importando a sua convicção. Não se deve avaliar se o indivíduo agiu com boa fé,
comportamento em conformidade com padrões sociais vigentes. O princípio de boa-fé
encontra a sua justificação no interesse coletivo de que as pessoas pautem e seu agir pela
lealdade e cooperação, incentivando o sentimento de justiça social. Por isso, a boa fé
objetiva é fonte de obrigações, impõe comportamentos aos contratantes, segundo regras
de correção, na conformidade do agir do homem comum daquele meio social.
3. Explique quais as modalidades esportivas apontadas pelo autor para diferenciar o
conceito clássico ou tradicional de obrigação da obrigação como processo?
Resposta: O autor compara as relações obrigacionais com a lógica do jogo de tênis e a
lógica de um jogo de frescobol. Em uma partida de jogo de tênis, assim como na
perspectiva tradicional da obrigação, a qual consistia apenas em prestação de dar, fazer ou
não fazer, o devedor ficava num papel de subjugado tendo-se a impressão que este não
mais restaurará a liberdade que tinha no ato do contrato, neste caso assim como numa
partida de tênis o traço principal é necessidade de aniquilar o oponente com golpes
certeiros, ou seja, trata-se de um jogo em que não interessa a parceria, a harmonia do
esporte, mas sim quem sairá vencedor. Já a compreensão das relações obrigacionais
como um processo, remete segundo o autor, em uma partida de frescobol, nesta os
jogadores não são somente oponentes, mas sim cooperam igualmente para o resultado
prazeroso de uma partida, nas relações obrigacionais hoje em dia, não deve haver apenas
um caráter singular da obrigação onde se tem deveres para apenas uma das partes, mas
sim uma dinâmica onde tanto credor como devedor devem colaborar com condutas que
levam ao êxito no objetivo principal de uma relação obrigacional que é o seu
adimplemento. Dessa forma pode se obter a satisfação dos interesses patrimoniais
recíprocos, sem que tenha o comprometimento dos direitos de personalidade e dignidade
de nenhuma das partes.
5. Qual princípio que fundamenta a tutela externa do crédito e em que esta consiste?
Resposta: O princípio da função social do contrato respalda a tutela externa do crédito,
pois defende o respeito aos efeitos do contrato também no meio social, está atrelado à
conformidade das relações jurídicas dos negócios ao ordenamento jurídico, dessa forma,
preenche uma das condições necessárias para requerer a tutela do direito. A tutela externa
de crédito trata da responsabilização de terceiros pela violação do direito de crédito alheio.
Cria um dever à toda coletividade, seja de não violar obrigação contratual alheia que saiba
ou deveria saber, ou a existência de um contrato no plano jurídico, o terceiro que sabe ou
deveria saber da convenção havida entre determinadas partes, não pode interferir de modo
a prejudicar o adimplemento daquele contrato. Em suma, os reflexos externos das relações
contratuais, que podem afetar a esfera de terceiros, impõe um comportamento solidário
cooperativo, que é atuado pela noção da função social do contrato.
5. Explique como um terceiro totalmente estranho à relação jurídica obrigacionalpode vir a ofendê-la ou ser ofendido por ela?
Resposta: Este fenômeno ocorre quando terceiros estão expostos aos riscos de danos
pessoais ou patrimoniais oriundos de uma relação jurídica de execução de um determinado
contrato. Seriam os contratos com eficácia de proteção para terceiros. Em suma, cabe ao
terceiro a percepção de uma indenização, não em razão de uma violação de algum dever
de prestar (pois este seria específico das partes), mas por ser ofendido em sua identidade
físico- psíquica e econômica. Adiante, o entendimento do Superior Tribunal de Justiça
julga que o contrato de seguro detém importante função social no tocante ao terceiro
totalmente estranho à relação jurídica obrigacional, neste caso, há uma preservação do
litisconsórcio passivo, onde a empresa seguradora tem a obrigação de prestar amparo ao
réu segurado, de modo a não vir a ofender o contrato entabulado entre as partes.
Quando um terceiro intervém em contrato de outrem, oferecendo ofertas melhores que a
concorrência, em consequência, no entanto ofendem a constituição de relações contratuais
já realizadas. Através de um abuso no exercício da liberdade contratual, que por sua vez,
vem resultar na responsabilidade de quem induz outrem à violação de contrato.
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Obrigações de entrega de Coisa Incerta - Exercícios de Aplicação:
1. ¨A¨ vende a ¨B¨ 100 sacas de café torrado e moído, tipo 1. Após ensacar, pesar e
contar as sacas que deveriam ser entregues ao comprador, o depósito do vendedor é
atingido por uma enchente e todo o café se perde. Dê a solução para a situação,
conforme o disposto no código civil.
Resposta: Preceitua o art. 243 do Código Civil que “a coisa incerta será indicada, ao
menos, pelo gênero e pela quantidade”. No presente caso, A precisa entregar a B 100
(cem) sacas de café torrado e moído, tipo 1. No entanto, com o advento da enchente isso
não ocorreu. Portanto, como se trata de coisas fungíveis (100 sacas de café torrado e
moído, tipo 1) que podem ser substituídas, A terá que substituir as sacas de café, devendo
buscar o mesmo gênero, espécie e qualidade do produto para entregar a B. (rap)
2. Antônio, proprietário do Haras Cavalos Fortes, vende a Pedro 3 cavalos de raça
manga-larga marchador. Antônio embarca os animais em caminhão de sua
propriedade para entregá-los a Pedro. No trajeto, dois dos três cavalos pereceram
devido ao forte calor, nada obstante estivessem viajando em boas condições de
acomodação. Quem sofre os prejuízos com a perda? A obrigação se extingue?
Justifique e fundamente a resposta.
Resposta: Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração
da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. Haja vista sua inexistência material.
Logo, só depois de feita a escolha com ciência poderá falar-se em perdas e danos sem
culpa, de acordo com o princípio “Genus nunquam perit” – o gênero nunca perece. Após a
escolha quem sofre o prejuízo, havendo perecimento da coisa, sem culpa, é o próprio
alienante, pois continua sendo o proprietário, até a tradição (res perit domino).
3. A floricultura X compra do distribuidor de flores do Ceasa 30 dúzias de rosas pelo
valor de R$ 1.000,00 ( mil reais). As flores deveriam ser entregues na matriz da
floricultura em Curitiba. Todavia, a pedido do comprador as flores são enviadas para
Paranaguá, para uma filial da floricultura existente naquela cidade. No trajeto o
caminhão tomba devido à queda de barreira na pista e as flores se perdem. Sabendo
que o vendedor seguiu todas as instruções quanto ao transporte, analise a situação.
Resposta: Por se tratar de coisas fungíveis, ou seja, coisas que podem ser substituídas
por outras coisas que sejam do mesmo gênero, espécie e qualidade, o devedor deve
buscar entregar as flores ao comprador. No entanto, como a pedido do comprador as flores
que eram pra ser entregues em Curitiba, seguem a caminho de Paranaguá, e durante esse
trajeto ocorre o acidente, os riscos, ficam a mercê da responsabilidade do comprador, já
que o vendedor por ter seguido todas as instruções de entrega cumpriu as suas obrigações
e que segundo o artigo 494 do Código Civil: “Se a coisa for expedida para lugar diverso,
por ordem do comprador, por sua conta correrão os riscos, uma vez entregue a quem haja
de transportá-la, salvo se das instruções dele se afastar o vendedor.”
4. O comprador compromete-se a retirar o café (problema 1), na distribuidora de
propriedade do vendedor até o dia 05 de agosto às 18 horas. No dia 07 de agosto o
café perece em razão de inundação que atinge o depósito de propriedade do
vendedor porque o credor, mesmo cientificado de que deveria retirar a mercadoria,
não foi buscá-la.
Resposta: Se a coisa se deteriorar sem culpa do devedor, o credor poderá dar por
resolvida a obrigação ou aceitar a coisa no estado em que se encontra, com direito ao
abatimento do preço, mas sem direito às perdas e danos. – art. 235 do CC.
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ATIVIDADE FORMATIVA DE OBRIGAÇÕES PARA VALIDAÇÃO DE PRESENÇA
- 10/06/2021
ESTUDO DE CASO
Antônio Marcos aluga a Pedro Paulo o seu apartamento situado em Curitiba, à
Rua José de Alencar, 868, Edifício Palmeiras, ajustando o aluguel mensal de
R$ 1.200,00 com vencimento no dia 05 de cada mês. O contrato prevê
desconto de R$ 200,00 para pagamento até o vencimento e após esta data,
além de não incidir o desconto, incidem juros moratórios de 1% ao mês e
correção monetária. Pedro Paulo está mantendo os aluguéis em dia. No dia 05
de maio de 2020, data do vencimento do aluguel, ao observar o boleto do Mês,
Pedro Paulo identifica que o valor do aluguel com desconto foi alterado para
R$ 1600,00 (mil e seiscentos reais). O locatário dirige-se de imediato à
Imobiliária para solicitar um novo boleto, quando é surpreendido com a
informação de que o valor foi reajustado pelo locador, para corrigir o valor do
aluguel ao valor de mercado, pois apartamentos no mesmo edifício estão
sendo locados por R$ 1600,00. Considerando que a vigência do contrato é 12
meses contados de janeiro de 2020 e que neste não há previsão de correção
dos alugueis, Pedro Paulo insiste em pagar o valor previsto em contrato de R$
1.200,00 com desconto de R$ 200,00 para pagamentos em dia. O locador
recusa-se a receber este valor. O locatário procura-os como advogados para a
solução do impasse.
Com base no caso pergunta-se:
1) Qual solução prevista no Livro Direito das Obrigações do Código Civil para
resguardar os direitos do locatário e impedir o despejo ?
Resposta: No caso supracitado, foi ajustado previamente que o pagamento no valor
de 1200,00 com desconto de 200,00 até o vencimento, todo dia 5 do mês, sendo
assim, de acordo com aquilo previsto no Código Civil Brasileiro, lei 10.406/02, em
seu artigo 569 “O locatário é obrigado: II - a pagar pontualmente o aluguel nos
prazos ajustados, e, em falta de ajuste, segundo o costume do lugar; Com isso, o
artigo 571 afirma que: “Havendo prazo estipulado à duração do contrato, antes do
vencimento não poderá o locador reaver a coisa alugada, senão ressarcindo ao
locatário as perdas e danos resultantes, nem o locatário devolvê-la ao locador,
senão pagando, proporcionalmente, a multa prevista no contrato” Pela vigência do
contrato ser de 12 meses, Pedro Paulo ainda está na vigência, assim sendo para
que haja a modificação do valor do aluguel antes do fim do prazo previsto no
contrato tanto o locador quanto o locatário devem obrigatoriamente declarar a
anuência. No entanto, caso Pedro Paulo ou Pedro Paulo não concordem, o locador
somente terá o direito de pedir uma ação revisional do valor após três anos de
locação. Para isso, o contrato de locação precisa conter uma cláusula explicitando
os critérios utilizados, de acordo com o previsto na lei do inquilinato nº 8.245/91: Art.
18. É lícito às partes fixar, de comum acordo,novo valor para o aluguel, bem como
inserir ou modificar cláusula de reajuste. E o Art. 19. Não havendo acordo, o locador
ou locatário, após três anos de vigência do contrato ou do acordo anteriormente
realizado, poderá pedir revisão judicial do aluguel, a fim de ajustá-lo ao preço de
mercado.
2) O rol do artigo 335 do Código Civil é taxativo ou meramente
exemplificativo?
Resposta: O pagamento em consignação revela-se como forma excepcional para
extinguir o vínculo obrigacional e só pode ser admitido nas hipóteses
expressamente descritas no texto legal e por isso o artigo 335 CC, deve ser
considerado taxativo.
a) No caso de optarem pela ação judicial, qual seria? Qual o
procedimento?
Resposta: O inquilino deverá fazer o depósito em juízo, fazendo
assim o pagamento em consignação. Após isso deve entrar com uma
ação de contestação com pedido de tutela de urgência cautelar para
garantir o resultado útil do processo e evitar o despejo, solicitando a
revisão dos valores alegando que tal reajuste não está previsto em
contrato.
b) Quem são, respectivamente as partes legítimas ativa e passiva
para a demanda? Qual o prazo prescricional para a propositura da
demanda e qual o foro competente? Quais são os legitimados
ativos em geral para ações desta natureza? Explique.
Resposta: No polo ativo da demanda está o devedor Pedro Paulo que
reivindica que os valores ajustados em contrato sejam somente
reajustados nos prazos estabelecidos. No polo passivo está o locador
Antônio Marcos.
3) O que ocorre logo após a distribuição do processo?
Resposta: Em consonância ao Código de Processo Civil, após a distribuição do
processo a parte Autora será intimada para recolher as custas iniciais, à exceção de
haver pedido de justiça gratuita, após isto será encaminhado ao juiz da vara para
conclusão para as devidas deliberações.
4) Como serão pagos os alugueis vincendos no curso do processo?
Resposta: Segundo jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, na espécie, a
cobrança das parcelas vincendas, mas apenas as que se vencerem até a data do
trânsito em julgado, o que com isso, já tem o condão de proporcionar ao autor o
recebimento das cotas condominiais pagas, sem a necessidade de ajuizamento de
sucessivas demandas. As cotas condominiais podem ser consideradas prestações
sucessivas, de natureza homogênea, exceto se incluírem despesas extraordinárias.
Assim, as prestações vincendas incluem-se no débito, não só as que se vencerem
no curso do processo, mas, também, após a sentença, e até o trânsito em julgado.
5) Qual o prazo para contestação e o que Antônio Marcos pode alegar?
Justifique e fundamente.
Resposta: De acordo com o artigo 335 do Código de Processo Civil “Art. 335. O réu
poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo
inicial será a data: I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última
sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo,
não houver autocomposição; II - do protocolo do pedido de cancelamento da
audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a
hipótese do art. 334, § 4º, inciso I.” Ou seja, Marcos poderá oferecer contestação,
por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data de audiência
ou de protocolo do pedido, conforme art. 335 do CPC.
6) Quais as consequências no caso de sentença pela procedência do pedido?
Resposta: Caso haja a procedência da sentença no trânsito em julgado, será
direcionado à parte autora o ônus sucumbencial que deverá pagar as custas,
despesas processuais e honorários advocatícios de até 10% de acordo com o valor
da causa.
7) E se o pedido for julgado improcedente?
Resposta: Agora, caso o juiz decida pela improcedência do pedido, Pedro terá que
pagar os aluguéis conforme determinado na sentença pelo juiz, tendo em vista que
a demanda por ele proposta, foi julgada improcedente, sob pena de ter que
desocupar o imóvel, por falta de pagamento. Por conseguinte, após o trânsito
julgado, caso Pedro não pague o aluguel, o juiz, de forma fundamentada, decretará
o despejo.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art334%C2%A74i
8) Caso Pedro Paulo estivesse constituído em mora ele poderia propor a
demanda considerando o disposto no artigo 336 do Código Civil? Justifique.
Resposta: De acordo com o previsto no artigo 336 do Código Civil: “Para que a
consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às
pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o
pagamento.” Desta forma, considera-se constituído em mora o devedor que não
efetuar o pagamento e em casos onde o credor não quer receber no tempo, lugar e
forma que a lei ou a convenção estabelecer. Desta forma, Pedro Paulo não poderia
propor demanda, visto que seria ele quem estava em débito com o credor.

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