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A Constituição Federal e o Meio Ambiente Processo de Constitucionalização do Meio Ambiente· Caráter protetivo incipiente; · Cunho meramente econômico/instrumental; · Benefícios apenas ao homem; · Proteger o microbem, sem interrelação sistêmica com o meio ambiente; · Recursos naturais = recursos econômicos. 1824: CF do Império – não há previsão; 1891: 1ª CF a dispor sobre normas sobre o uso do solo; 1934: proteção do patrimônio histórico, natural e cultural; 1937: proteção ao patrimônio, natural, cultural e artístico; 1946: manteve normas de 1937; 1967: manteve demais disposições + necessidade de análise ecológica para aproveitamento agrícola da terra sujeitas as intempéries e calamidades – não sistematizou o direito ambiental; 1988: constitucionalização e sistematização do direito ambiental – meio ambiente como direito fundamental (positivação do direito ao meio ambiente) – termo meio ambiente utilizado pela 1ª vez. Artigo 225 da Constituição Federal de 1988 · Consagrou o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado; · Cria sistema de normas jurídicas protetivas; · Constitucionalização do direito ambiental; Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. · Norma fundamental/regra-matriz; · Cunho antropocêntrico mitigada (doutrina) = satisfação das necessidades humanas; · Consagra o meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental da pessoa humana; · Atributos dos direitos fundamentais; · Aplicabilidade imediata; · Eficácia dirigente – orientação ao poder público; · Eficácia irradiante – interpretação; · Eficácia horizontal – deve ser respeitado também nas relações particulares; · Mínimo existencial ecológico; · Regime jurídico do meio ambiente = bem de uso comum do povo – titularidade difusa, transindividual e indisponível; · Dever geral de proteção => responsabilidade compartilhada: poder público + setor privado; · Princípio da solidariedade intergeracional. Dever específico de proteção (§1º) § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: · Materializa a atuação do poder público – efetivar direitos (dever específico de proteção ao meio ambiente); · ROL exemplificativo, obrigatório e vinculante. I - Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; · Lei 9.985/00 – SNUC – criação de espaços territoriais especialmente protegidos = unidades de conservação: · Proteção integral; · Uso sustentável. · Restaurar = restituir condição original (diferente de recuperar) II - Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; · Base normativa: · § 1º, II, CF; · Lei 9.985/00 – SNUC; · Lei 11.105/05 – biossegurança; · Acesso a recursos genéticos e repartição de benefícios: · Lei 13.123/15 (CDB-Rio 92 => COP10) – biodiversidade: Protocolo de Nagoya – Brasil não ratificou. III - Definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; · Lei 9.985/00 – SNUC; · Já tinha previsão específica na Lei 6.938/81 como instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente. · Lei 12.651/12 (Código Florestal); · Espaços Territoriais Especialmente Protegidos (EPTS): · Áreas de Preservação Permanentes; · Reserva Legal (típico de área rural): guardar parte da propriedade para preservação da natureza; · Unidade de Conservação da Natureza; · Terra Indígena. · ADI 4.717/DF/2018: modificação da UC = não cabe MP para diminuir a proteção. Fonte: Estratégia Concursos IV - Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; Avaliação de Impacto Ambiental · Instrumentos normativos: · LC 140/2011; · Conama 237/97. · Avaliação de Impacto Ambiental (AIA): · Instrumento da PNMA; · Ferramentas de gerenciamento ambiental preventivo; · Procedimentos legais, institucionais e técnicos. · EPIA: Estudo prévio de impacto ambiental (impacto significativo) + RIMA; · Espécie de AIA; · Público; · Empreendimentos públicos e privados; · Natureza prévia, pública e complexa; · Audiência Pública (obrigatória somente se requerida pelo MP, entidades civis e no mín. 50 cidadãos) · Não vincula a administração ambiental; · Princípio da prevenção; · Legislação: · Leis 6.938/81, 11.105/15 e Res. CONAMA 01/86e 237/97. V - Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; · Leis; · Lei de Agrotóxicos (7.802/89); · Lei de Biossegurança (11.105/05); · Lei de Resíduos Sólidos (12.305/10). VI - Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; · Lei 9795/99; · Matéria transversal; · Caráter formal e não formal; · Dever do poder público e da coletividade. VII - Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. · §7º: · Vaquejada: ADI 4983/2016 – inconstitucional a vaquejada: vedadas as práticas que submetam os animais à crueldade; · Lei 13.364/16: efeito backlash; · EC 96/2017: previsão expressa de que são permitidas práticas desportivas que utilizem animais desde que sejam manifestações culturais; · Lei 13.873/19: reconhece rodeio, vaquejada e o laço como manifestações culturais nacionais · Briga de galo: ADI 2514/SC/2005 – inconstitucional. VIII - Manter regime fiscal favorecido para os biocombustíveis destinados ao consumo final, na forma de lei complementar, a fim de assegurar-lhes tributação inferior à incidente sobre os combustíveis fósseis, capaz de garantir diferencial competitivo em relação a estes, especialmente em relação às contribuições de que tratam a alínea "b" do inciso I e o inciso IV do caput do art. 195 e o art. 239 e ao imposto a que se refere o inciso II do caput do art. 155 desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 123, de 2022). § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. · Dec. 97.632/89 – PRAD: Plano de Recuperação de Área Degradada (é um AIA) – prévio; · Princípio do poluidor-pagador. § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. Fonte: Estratégia Concursos § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. Fonte: Estratégia Concursos · Não são bem da União; · Não atrai a competência da JF. § 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. · Bens públicos de uso especial. § 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. · Bens da União; · Possibilidade de exploração pelo particular – regime de permissão; § 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejammanifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 96, de 2017). Repartição de Competência · Competência legislativa = legislar (editar normas); · Privativa; · Concorrente; · Suplementar. · Complementar; · Supletiva (lei não existe). · Competência administrativa/material = gestão/execução. · Exclusiva; · Comum. Competência Legislativa 1. Privativa: único ente político (técnica horizontal); a. União: i. Artigo 22, CF; ii. Delegável: · LC => autorizar E e DF => questões específicas · Competência Legislativa Privativa Ambiental (Artigo 22, CF) Analisar a dominialidade do bem. Meio ambiente natural (recursos naturais com potencial energético/econômico): IV. Águas e energia; · E os Estados? Corpos d’água, em regra, são bens dos Estados, e não da União (regra). Porém, regula no exercício da competência concorrente. E quando é da União? · Terrenos de domínio da U; · Banhem mais de um E; · Sirvam de limites com outros países; · Se estendam a território estrangeiro ou dele provenham; · Decorrentes de obras da União; · Mar territorial; · Potencial de energia hidráulica. X. navegação; XII. jazidas, minas, recurso minerais; XXVI. energia nuclear. b. Estados (competência residual): i. Artigo 25, caput e §§1º e 3º, CF; ii. Indelegável. c. Municípios (interesse local): i. Artigo 29, caput e 30, I da CF. 2. Concorrente: U, E, DF – técnica vertical (artigo 24, CF); a. Regra geral no exercício da competência legislativa em matéria ambiental. i. União = normas gerais; ii. E/DF = suplementar. iii. M = não atua. Proteção ao meio ambiente e ao patrimônio cultural/histórico/paisagístico/turístico. Controle de poluição. Defesa do solo e dos recursos naturais. Legislar sobre florestas, pesca, caça, conservação da natureza, fauna I. Direito Urbanístico VI. florestas, caça, pesca, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII. proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagísticos; VIII. responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. · Princípio do poluidor-pagador; · Responsabilização civil (objetiva), penal e administrativa (artigo 225, §3º, CF). 3. Suplementar: assuntos específicos – não pode flexibilizar a norma geral; a. Estados: artigo 24, §§2º e 3º, CF – competência concorrente; b. DF: artigo 24, §§2º e 3º c/c 30, II, CF – competência concorrente; c. Municípios: artigo 30, II, CF – NÃO atuam. Competência Administrativa · Todos entes federativos; · Forma horizontalizada; · Exercício da função administrativa. · Exclusiva: a. União (artigo 21, CF); i. Exclusividade na exploração econômica dos recursos energéticos; ii. Elaboração/execução de planos e diretrizes em determinados temas de interesse nacional. b. Estados (artigo 25, §§1º e 2º, CF); c. Município (artigo 30, VIII e IX, CF); · Comum (regra): qualquer ato material para proteger o meio ambiente – verbos – e promover a execução de políticas públicas para proteção do meio ambiente e controle da poluição. a. Todos os entes – isonomia de participação dos entes; b. Regime de cooperação mútua; c. Artigo 23 e 225, § 1º, CF.
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