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Sociologia - Cultura, Multiculturalismo e Identidade Social

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AULA 4 – CULTURA
- O que é cultura?
- primeiras definições de cultura:
· As primeiras ideias que foram estabelecidas sobre cultura dizem respeito a relação da europa com o processo de expansão marítima e colonização de povos nas novas terras
· Coincide com essas formulações a fundação da antropologia e de estudos sobre o evolucionismo da sociedade (inspirado no evolucionismo das espécies de Darwin)
Basicamente se entendia as diferenças entre as sociedades de duas formas:
	1 - Com graus diferentes de desenvolvimento e organização, umas mais complexas e outras mais simples (antropologia)
· Assim, as simples poderiam se desenvolver em algum momento em direção as complexas (a Europa se autocolocava como esse centro de referência)
	2 - Com naturezas diferentes, compostas por povos de diferentes espécies ou etnias (teorias raciais); civilizados e selvagens. 
Depois foram entendidas como compostas por culturas diferentes, com práticas, crenças, rituais e línguas diferentes
· Assim cada sociedade era de um único jeito, sem possibilidade de mudança
No primeiro entendimento, a cultura era algo que poderia ser desenvolvido, mesmo que entendida como ligada a leis de funcionamento 
Na segunda forma de pensar, a cultura era algo fechado em si mesmo, e sempre igual
As duas formas de pensar foram sendo substituídas ao longo do tempo, por visões que consideram que não existe uma linha de desenvolvimento para todas as sociedades e também que as culturas não são fixas conforme as características biológicas das pessoas, sua língua, território, ou praticas
· ela é fruto de trocas e conflitos humanos
- cultura como entendemos hoje
Podemos pensar a cultura como práticas sociais, tradições, valores e ideias de diferentes grupos sociais que se transforma nas interações com outros grupos e também transforma eles nesse processo
Um autor que escreveu sobre cultura na sociedade capitalista é o italiano Antonio Gramsci (Itália, 1891-1937):
· Ele desenvolveu o conceito de hegemonia para explicar o funcionamento e reprodução das sociedades capitalistas
· Para ele não tinha uma dominação de classe no sentido de coerção ou uso de força, mas uma hegemonia da classe dominante, em que no mundo das ideias (das leis, dos conhecimentos, dos valores) as formas de pensar e interesses dessa classe eram estabelecidos como os de todo mundo e isso tinha aceitação social, legitimidade
· Essa legitimidade (de ser legítimo) vem do papel dos aparelhos ideológicos do Estado, como a escola, as instituições públicas, e a mídia de massa que disseminam essas ideias, valores – a cultura dominante em determinado momento histórico
Uma outra interpretação sobre cultura é dos autores Theodor Adorno (Alemanha, 1903-1969) e Max Horkheimer (Alemanha, 1895-1973): 
· São autores da chamada Escola de Frankfurt, da vertente que teve inspiração no trabalho de marx sobre conflito de classes e sociedade capitalista, mas estudando mais a cultura
· Como a cultura possibilitava a reprodução do modo de produção capitalista
· Desenvolvem o conceito de indústria cultural: por meio da comunicação de massas, radio, cinema, tv a classe dominante produzia conteúdos que não eram críticos a essa sociedade e que serviam para disseminar a ideologia (o falseamento da realidade) da classe dominante, evitando contestação
· Também são críticos ao uso das tecnologias para criar formas de entretenimento voltadas a essa dominação (razão instrumental)
· Escreveram no período pós-guerra e de totalitarismos, onde se fazia muita crítica ao desenvolvimento do conhecimento para fins militares e de não melhoria da humanidade
Próximo a esse sentido, Bourdieu também trabalhou com as noções de cultura erudita e cultura popular
· Para ele a cultura erudita é aquela cultivada pela classe dominante, que envolve teatro, opera, pinturas e outros circuitos que servem pra distinção social
· Já a cultura popular seria aquela da classe trabalhadora que, na sociedade capitalista, tende mais a imitar a cultura dominante do que criar uma própria (por exemplo, as roupas de grife falsificadas)
Autores dos chamados estudos culturais defendem outro ponto de vista: que não há essa separação entre erudito e popular, mas diferentes manifestações e combinações culturais, fruto de trocas e conflitos
· Essa perspectiva considera a criatividade da classe trabalhadora em produzir formas de cultura que não são exatamente cópias, mas formulações ligadas a suas praticas e modos de vida
Por exemplo: A música do MC Fioti Bubum tan tan - a flauta de Bah, e agora o Butantã
Um outro autor que trabalha com a noção de cultura, e foca a questão de ser fruto de trocas e conflitos, é o jamaicano Stuart Hall (Jamaica, 1932-2014): 
· Ele escreveu sobre o processo de globalização e defendeu que ela promoveu um maior acirramento das diferenças étnicas e raciais
· Trabalha também com a noção de identidade cultural como sendo um processo de identificação: algo que pode ser mudado, que não é fixo nos indivíduos e depende das relações de poder em que está inserido e também da sua autonomia (subjetividade) para responder, negociar ou negar o que é colocado por essas relações
· No iluminismo se pensava no sujeito centrado e unificado, que havia algo que existia em cada pessoa e era único e não mudava
· Na sociologia do interacionismo simbólico (anos 50) acreditava que o sujeito mudava, na relação desse núcleo original e no contato com os outros na sociedade
· Essa formulação do Stuart Hall é da modernidade tardia ou da pós-modernidade, onde não se pensa mais em um sujeito unificado, que é uma coisa só e sempre a mesma
· O sujeito está fragmentado, ele pode se identificar com varias coisas ao mesmo tempo e que podem ser contraditórias entre si
- isso ajuda a se defender de discriminação como racismo e machismo por exemplo
· Um exemplo sobre identificação: 
· Eu me identifico como mulher a partir de um processo de aprendizado sobre isso; mas eu não me identifico com representações e imagens da cultura de massa sobre feminilidade, por exemplo (uso de maquiagem, salto alto, roupa rosa); mas isso não me livra da relação de poder de em todo lugar, toda mídia que eu acesso, esse padrão ser mostrado para mim o tempo todo ou nem conseguir negociar completamente a expectativa da sociedade sobre isso
· Depende do contexto e das relações de poder em questão, mas também da individualidade da pessoa e do grupo social a que ela faz parte.
Podemos pensar também sobre cultura brasileira
· Foi estabelecido no início da república até o primeiro governo vargas, foi muito disseminada a ideia de uma cultura genuína brasileira que seria fruto da mistura entre negros, indígenas e europeus
· Que dela teria nascido uma mistura positiva, no orgulho da nação; (um legado das interpretações feitas da obra de Gilberto Freyre)
· Por mais positiva que se vendesse essa ideia, ela deixava de lado a história da escravidão, o racismo ainda presente e a desigualdade econômica que pesava sobre os negros que tinham sido libertos mas sem oportunidades de sobrevivência
· Essas ideias também se baseavam em ideias meio biológicas e meio culturais sobre a mistura, falando sobre um “tempero brasileiro” quando se referiam as mulheres consideradas mestiças
· Hoje esse ideário persiste nas entrelinhas de muitas formas de produzir cultura, mas na televisão e cinema são maneiras que se pretendem elogiar ou ser positivas, mas prendem determinados grupos sociais em ideias pré-estabelecidas e muito simplificadas, os estereótipos
A cultura brasileira pode ser pensada como constituída por muitas culturas particulares, isto é, valores, praticas e tradições que são próprias de varias regiões do brasil e que também se misturam entre si e com outras ideias por meio do processo de globalização
A diversidade cultural ou multiculturalismo servem também para pensar as nações no contexto de globalização, de grande circulação de pessoas e de práticas, costumes e valores no mundo
Que como vimos pode causar conflitos e também originar novas formas culturais

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