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1 METODOLOGIA CIENTÍFICA HENRIQUE DIAS SOBRAL SILVA EDUCAÇÃO A FACULMONTES DISTÂNCIA 1 METODOLOGIA CIENTÍFICA HENRIQUE DIAS SOBRAL SILVA 1 Diretor Geral:Valdir Henrique Valério Diretor Executivo:William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luíza mendes Leite Carla Jordânia G. de Souza Guilherme Prado Design: Aline De Paiva Alves Bárbara Carla Amorim O. Silva Élen Cristina Teixeira Oliveira Taisser Gustavo Soares Duarte FACULMONTES EDITORIAL 2 METODOLOGIA CIENTÍFICA 1° edição 3 Henrique Dias Sobral Silva Doutorando em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre em História pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) (2017) e graduado em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) (2015). Atuou como mediador na seção de Assistência ao Ensino no Museu Nacional (2014), tutor da disciplina de História no pré-vestibular social da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior à Distância do Estado do RJ (2015) e em outras iniciativas populares. Tem experiência na área de Histó- ria e Educação, especialmente nos temas: Colonização agrícola, Governo Vargas e História Social, Educação de Jovens e Adultos, Educação a Distância, Juventudes e Cultura Escolar 4 LEGENDA DE Ícones Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas quais você precisa ficar atento. Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro. Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-os a suas ações. Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos conteúdos abordados no livro. Apresentação dos significados de um determinado termo ou palavras mostradas no decorrer do livro. FIQUE ATENTO BUSQUE POR MAIS VAMOS PENSAR? FIXANDO O CONTEÚDO GLOSSÁRIO 5 SUMÁRIO UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 1.1 Um conceito do letramento científico .........................................................................................................................8 1.2 Usos noo meio acadêmico.....................................................................................................................................................9 1.3 Usos sociais e ética na pesquisa ......................................................................................................................................10 FIXANDO O CONTEÚDO ..............................................................................................................................................................13 2.1 Organização acadêmica e pessoal do tempo ........................................................................................................19 2.2 Abordagens da pesquisa científica...............................................................................................................................21 2.3 Natureza da pesquisa científica ....................................................................................................................................22 2.4 Tipos de pesquisa científica .............................................................................................................................................22 2.5 As classificações técnicas da pesquisa científica .............................................................................................23 2.6 Métodos de pesquisa científica .....................................................................................................................................25 FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................27 3.1 Resumo ............................................................................................................................................................................................33 3.2 Fichamento ..................................................................................................................................................................................36 3.3 Resenha .........................................................................................................................................................................................40 3.4 Comunicação científica oral ............................................................................................................................................43 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................45 METODOLOGIA CIENTÍFICA MÉTODOS E TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA TIPOS DE COMUNICAÇÃO ACADÊMICA UNIDADE 4 4.1 Formulação e identificação do problema de pesquisa .................................................................................52 4.2 Construção da bibliografia ...............................................................................................................................................53 4.3 Objetivo(s) da pesquisa .......................................................................................................................................................56 FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................58 PLANEJAMENTO DA PESQUISA CIENTÍFICA UNIDADE 5 5.1 Introdução do trabalho acadêmico .............................................................................................................................63 5.2 Referencial teórico ou revisão bibliográfica ..........................................................................................................64 5.3 Fontes e metodologia............................................................................................................................................................68 5.3 Desenvolvimento e considerações finais ................................................................................................................68 5.4 Cronograma de exacução da pesquisa ....................................................................................................................69 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................70 PLANEJAMENTO DA PESQUISA CIENTÍFICA II UNIDADE 6 6.1 Formatação de textos ............................................................................................................................................................75 6.2 Tipos de citações no texto acadêmico ......................................................................................................................78 6.3 Formatação de gráficos, figuras e tabelas ..............................................................................................................81 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................83RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................................................87 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................................................................88 NORMAS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) 6 UNIDADE 1 A unidade I apresenta a metodologia científica como parte de um exercício de letramento acadêmico, explorando seus usos e po¬tencialidades dentro e fora da universidade. Destaca-se também nessa unidade alguns compromissos éticos na construção da ciência no mundo contemporâneo. UNIDADE 2 A unidade II trata dos métodos e técnicas de estudo e pesquisa. Considerando a organização, abordagens, natureza, objetivos e procedimentos técnicos para realização da investigação acadêmica. Além disso, debate a organização acadêmica e pessoal do tempo como peça fundamental do ofício do pesquisador. UNIDADE 3 A unidade III discute os tipos de comunicação acadêmica, destacando os modos de fazer resumo, fichamento, resenha e comunicações científicas orais e a importância de cada um deles para a formação do pesquisador. UNIDADE 4 Na unidade IV os leitores são convidados a pensar a primeira parte do planejamento da pesquisa, com destaque para a escolha do tema, a construção do problema, da bibliografia e dos objetivos da investigação. UNIDADE 5 Na unidade IV os leitores são aproximados da segunda parte do planejamento da pesquisa. Nela discute-se a importância do referencial teórico, as fontes e a metodologia e as formas de construção de um cronograma de execução de seu exercício científico. UNIDADE 6 Na unidade VI são apresentadas as normas da ABNT sua importância e seus usos na construção de trabalhos acadêmicos, em especial para a construção de artigos acadêmicos. C O N FI R A N O L IV R O 7 METODOLOGIA CIENTÍFICA UNIDADE 01 8 1.1 UM CONCEITO DO LETRAMENTO CIENTÍFICO Letramento científico é um conjunto de orientações que definem os modos de es- crever, ler e pesquisar que devem ser ensinadas aos graduandos para o seu melhor rela- cionamento com a ciência no ambiente universitário (MOTTA-ROTH, 2011). Nesse contexto, deve-se considerar a realidade do aluno, seus modos de en-sinoaprendizagem associados às questões sócioculturais do fazer científico, sua relação com a tecnologia e com o meio intelectual. Em outros termos, letramento científico é o modo pelo qual a universidade pode ensinar aos seus alunos, novos modos de escrita, leitura e escrita no ambiente acadêmico. Para que isso ocorra, deve-se ensinar metodologia científica, um subconjunto de ferra- mentas do letramento científico, mobilizadas pelos graduandos ao longo de sua formação acadêmica para aperfeiçoamento de métodos e técnicas de leitura, escrita e pesquisa. Pode-se dizer que a metodologia científica pavimenta todas as iniciativas do letra- mento científico. Se pensarmos no sentido das palavras, teremos que metodologia trata-se segundo o Dicionário Michaelis Online (2021) de um “conjunto de regras e procedimentos para a realização de uma pesquisa”. É um conjunto de etapas a serem cumpridas de modo a solucionar uma determinada questão ou problema. Por outra parte, a palavra científica refere-se a ciência, a condução ou estruturação a partir de princípios e práticas de uma determinada ciência. Desse modo, estamos diante de um método para a exposição de problemas cientí- ficos da área do saber a qual o graduando encontra-se em formação. Pode-se dizer que a metodologia científica é uma espécie de língua franca no fazer acadêmico, uma vez que suas considerações podem ser acolhidas por todas as áreas, logicamente, guardadas as devidas especificidades de cada curso. Sobre o tema, Marconi e Lakatos (2021b) afirmam que a metodologia científica trata-se de uma operação de introdução: [...] do discente no mundo dos procedimentos siste- máticos e racionais, base da formação tanto do es- tudioso quanto do profissional, pois ambos atuam, além da prática, no mundo das idei¬as. Podemos afirmar até: a prática nasce da concepção sobre o que deve ser realizado e qualquer tomada de deci- são fundamenta-se naquilo que se afigura como o mais lógico, racional, eficiente e eficaz (MARCONI; LAKATOS, 2021a, p. 15). Destacamos aqui que a metodologia científica age sobre uma ciência que, em ter- mos gerais, trata-se de um conjunto de “[...] conhecimentos com técnicas especializadas de verificação, interpretação e inferência da realidade” (MEDEIROS, 2006, p. 41). Há que se destacar que esse processo de aprendizagem é técnico e também refle- xivo e crítico. Afinal a escolha de um tema, um problema de pesquisa e questões análogas à estes envolvem o diálogo, a reflexão e o pensamento investigativo que, por definição, de- manda crítica. Porém, para que esse processo seja realizado com qualidade, é necessário conhecer a metodologia científica. 9 1.2 USOS NO MEIO ACADÊMICO Qual sua experiência com escrita? E com leitura? Reflita e sistematize os modos como inte- rage com essas operações. A partir de uma auto-avaliação será possível conhecer melhor os modos de aperfeiçoar esses processos no cotidiano. VAMOS PENSAR? Assim sendo, nosso capítulo tratará de expressar as características e protocolos da metodologia científica, sempre com o compromisso de trazer uma análise crítica e propo- sitiva sobre o tema. O interesse maior desse exercício é animar os graduandos à pesquisa, de modo atento, crítico e acima de tudo cientes da aprendizagem em metodologia cientí- fica. Os usos da metodologia científica estrutura e normatiza a comunicação escrita e oral produzida na universidade, por graduandos e professores. Segundo Demo (1995), quando pensamos na metodologia científica na universidade, estamos diante de “[...] instrumen- tos usados para se fazer ciência” (DEMO, 1995, p. 11). Esses instrumentos não precisam ser dificultadores no processo de aprendizagem, ao contrário, como língua franca que são, pretendem aproximar pesquisadores, ideias e reflexões. As ferramentas iniciais que mobilizamos para esse fazer da ciência são os métodos de observação, escuta, leitura e experimentação. Quando mediados pela metodologia científica, a partir de suas ferramentas, a compreensão sobre os fenômenos analisados tende a ser mais aceita (AZEVEDO, 2013). Em linhas gerais, o que conseguimos construir, nessas condições, foi o conhecimento científico. Não podemos deixar de citar que esse processo é feito também com consultas in- tensas à bibliotecas (físicas ou virtuais), sites de pesquisa de conteúdo acadêmico e demais materiais formativos. Além deles, o relacionamento profissional com professores, tutores da universidade, fóruns de debate, espaços de tiragem de dúvidas e diálogos com os cole- gas colaboram de maneira potente com uma aproximação qualitativa com a metodologia científica. Ciência é uma preocupação teórica acerca de determinados fenômenos naturais e sociais para explicar o mundo em que vivemos. Quer saber mais sobre o concei- to? Pesquise no livro “Metodologia Científica” (LOZADA; NUNES, 2018) em especial o primeiro capítulo “Processo técnico-científico” (p. 13-34). Disponível em: https://bit.ly/3rUWYOG. Acesso em: 20 mar. 2021. BUSQUE POR MAIS 10 Pode-se dizer que a etapa seguinte desse processo trata-se da comunicação desses avanços de pesquisa. Toda e qualquer investigação envolve atividades comunicativas que, realizadas em distintos suportes formais, como a fala e a escrita, conformam mais uma etapa do fazer científico. Nesse processo são gerados produtos como resenhas, relatórios, artigos, painéis, monografias e outros construídos durante ou após a conclusão da pesqui- sa acadêmica. Acerca do processo comunicativo, é preciso informar e divulgar o andamento de uma dada investigação, de modo que seja possível reunir comentários, sugestões e críti- casacerca da pesquisa. Segundo Ziman (1968), o conhecimento científico terá validade e será entendido como tal, quando exposto ao parecer da comunidade acadêmica. Desse modo se consolidam espaços como simpósios, congressos, fóruns, semanas acadêmicas e bancas de avaliação dentre outros, que se tornam espaços privilegiados para se divulgar a construção de pesquisas acadêmicas. Vale dizer que em cada uma das etapas citadas neste tópico contam com caracterís- ticas específicas que serão dadas pela metodologia científica e conhecidas por nós nos ca- pítulos a seguir. Sendo nossa tentativa aqui a de apresentar um panorama sobre diferentes áreas do universo acadêmico que são afetadas pela metodologia científica. Você pode aprofundar seus estudos sobre metodologia científica em vídeo-aula do Prof. Matheus Passos. Disponível em: https://bit.ly/2P1FCCd. Acesso em: 12 dez. 2020 BUSQUE POR MAIS 1.3 USOS SOCIAIS E ÉTICA NA PESQUISA A metodologia científica é um universo vasto c omo vimos, sen do uma de suas faces a ética. Em termos sociais é sempre importante que o pesquisador pense na função social de sua pesquisa para a sociedade. Deve-se ter cuidado e atenção ao compreender a realidade que visita o pesquisador e o meio em que vive/que estuda. Espera-se que, a partir dessa compreensão, se construa uma produção científica alinhada com tais questões. Os modos se dão por meio de uma humanização da pesquisa e da ciência. Essa humanização se constrói quando quem pesquisa entende que seu fazer, crítico e reflexivo está repleto informações sobre comunidades ou indivíduos citados e suas práticas estudadas (TOMANIK, 2004). Ou seja, a pesquisa é antes de tudo um exercício coletivo do pesquisador com seus colegas, com seus objetivos, fontes e uma teia de relações que atravessam ele e sua pesquisa. Essa recomendação pode ser realizada a qualquer tempo da pesquisa e pode ser registrada na construção de investigações em quaisquer áreas do saber, o que mais im- porta é que esse eixo seja lembrado e considerado pelo pesquisador. Afinal, estamos em um momento histórico de ascensão do anti cientificismo e, por isso, é sempre tempo de reforçarmos nosso compromisso com a construção de uma ciência que seja democrática. 11 Anticientificismo: Trata-se de um comportamento de negação dos postulados, saberes e práticas científicas, em nome de opiniões e visões não embasadas em pesquisas científicas. FREITAS REIS, Robson Vitor. A Ciência e o Anticientificismo. 2020; Tema: Ciência e Epistemologia. Disponível em: https://bit.ly/3f9YSId. Acesso em: 31 out. 2020. GLOSSÁRIO Pensando em ética e democracia é necessário que façamos uma discussão acerca do respeito com as pessoas, à autoria e as ideias. Quando expomos o respeito às pessoas, queremos dizer que pesquisas com seres humanos, mas mais distintas áreas do saber, de- mandam protocolos; de modo que esses indivíduos sejam respeitados em suas vontades, desejos e suas limitações. Aqui a escuta sensível e a ética são essenciais para uma pesquisa executada em termos profissionais, idôneos e que preserve os sujeitos pesquisados. Acerca disso, recomenda-se que o pesquisador conheça e elabore um Termo de Li- vre Consentimento Esclarecido (TCLE), cabendo a ele apresenta-lo para que os indivíduos pesquisados sejam adequadamente esclarecidos e, mediante o aceite e assinatura destes ou de seus responsáveis legais, possa se dar o início de qualquer pesquisa com seres hu- manos. Sua adoção dá segurança ao pesquisador e ao sujeito pesquisado, assegurando sua preservação física e mental. No Brasil, pesquisas que se debruçam sobre o estudo de seres humanos devem ser submetidas a um Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) instância universitária de avaliação da idoneidade e dos princípios éticos em uma dada pesquisa acadêmica (BARBOSA; BOERY; FERRARI, 2012). Quando falamos sobre respeito a autoria e as ideias estamos falando do cuidado para a não realização do plágio acadêmico. Ele nada mais é do que a cópia sem autorização de um trecho, obra ou conceito construído por outra pessoa. Fenômeno considerado como crime em nosso país, trata-se de uma forma de apropriação desleal no mundo acadêmico (SILVA, 2008). Segundo os estudos de Sanchez e Innarelli (2012) existem quatro tipos de plágio: (1) o autoplágio, em que um indivíduo utiliza um trabalho próprio já publicado anteriormente, mas apresentado de maneira diversa; (2) a autoria fantasma, onde há a inserção de supos- tos autores que efetivamente não participaram de modo significativo, levando indivíduos à apropria- ção dos benefícios de conteúdos que os recompen- sa indevidamente; combinações, em variados graus, de (3) plágios literários (cópias de textos, integrais ou em partes, substituindolhes algumas palavras) e (4) plágios de conteúdo (em que as ideias de auto- res originais são reapresentadas sem que lhes seja reconhecida a origem). (SANCHEZ; INNARELLI, 2012, p. 47). 12 Essas múltiplas formas de plágio precisam ser encaradas como um problema no processo formativo desse pesquisador, questão que pode ser solucionada por meio de um processo de ensinoaprendizagem pautado no incentivo ao letramento acadêmico. Assim, avaliamos que o melhor modo de diminuir a ocorrência desse fenômeno é por meio de uma postura atenta de professores e graduandos no processo de escrita acadêmica. Uma das formas de se superar o plágio é com o incentivo à escrita autoral do graduando, escu- tando suas limitações e potencialidades e por meio da proposição de exercícios de escrita que sejam realizados de modo gradual, com vista a uma aprendizagem paulatina e media- da por uma prática reflexiva (SILVA, 2008). Ao final deste capítulo, avaliamos que foi possível aproximar você graduando e pes- quisador em formação de temas gerais com os quais terá contato ao longo desse material e de toda sua vida acadêmica. Sendo assim, com conhecimento, respeito, ética e metodo- logia científica é possível construir uma ciência que aproxime pessoas, ideias e que cons- trua soluções para os desafios de nossa sociedade. Existem programas e softwares que podem auxiliar no processo de verificação de plágio, são eles: CopySpider, Farejador de plágio, Plagius (versão gratuita com li- mitações), Plagiarisma e o Google Assignments e o melhor, são gratuitos, e podem auxiliar no exercício de averiguação dos textos. Para mais informações veja o ví- deo: “Programas para Detectar Plágio - Como escolher programas que detectam Plágio?”, disponível em: https://bit.ly/3rT5DRp. Acesso em: 15 fev. 2020. BUSQUE POR MAIS 13 1. Metodologia científica pode ser definida como a) um conjunto de iniciativas que visam construir o anticientificismo, descredenciando a ciência nos meios de comunicação. b) uma forma de trabalhar a leitura e a interpretação na formação universitária, sem diálogo com a escrita, afinal, ela é desenvolvida na educação básica. c) um conjunto de diretrizes para a construção interdisciplinar entre as ciências humanas e biológicas, a partir dos métodos de ambas. d) um conjunto de etapas ordenadas, com a finalidade de estruturar uma dada pesquisa acadêmica. e) uma organização para construção de trabalhos escolares em geral. 2. Como pode ser descrita a relação entre letramento acadêmico e metodologia científica? a) Como uma relação de disputa, afinal, são concepções distintas nos estudos metodológicos. b) Como uma relação transdisciplinar, pois a metodologia científica pensa o processo de aprendizagem da leitura. c) Como uma relação complementar, dado que a metodologia científica é um tópico do processo de letramento acadêmico. d) Como uma relação opcional, dado que a leitura e alfabetização são elementos opcionais para a metodologia e para o universo acadêmico. e) Como uma relação conflitante, dado que são correntes científicas distintas e que discordam na formação dos graduandos. 3. “[...] O atode plagiar teses acadêmicas já custou o emprego de diversas autoridades europeias, incluindo o de um presidente húngaro, dois ministros alemães e uma ministra espanhola. Na Alemanha, dois ministros da chanceler alemã, Angela Merkel, pediram demissão após serem acusados de plágio e terem seus títulos cancelados pelas universidades em que estudaram. Em 2011, jornalistas divulgaram vários trechos plagiados na tese de doutorado do ministro da Defesa, KarlTheodor Guttenberg. Ele teve o título de doutor em direito cancelado pela universidade e virou motivo de chacota. Os alemães passaram a brincar que seu sobrenome era Googleberg, uma referência ao uso de textos copiados da internet. Dois anos depois, foi a vez da ministra da Educação, Annette Schavan, pedir demissão após denúncias de plágio em sua tese de filosofia. Na Hungria, o presidente Pál Schmitt (foto) renunciou em 2012 após uma revista divulgar os trechos plagiados da tese de doutorado que ele apresentou em 1992 na Universidade de Medicina Semmelweis, em Budapeste. O trabalho, sobre os jogos olímpicos modernos, era praticamente a tradução de um texto búlgaro. [...] Em 2018, a ministra de Saúde da Espanha, Carmen Montón, foi forçada a renunciar após acusações de plágio em sua tese de mestrado na Universidade Rei Juan Carlos, em Madrid. Em seu trabalho sobre reprodução assistida, ela copiou parágrafos e páginas inteiras de textos encontrados na internet, incluindo alguns verbetes da Wikipedia. Carmen também teve contestado seu título, pois FIXANDO O CONTEÚDO 14 não tinha completado todas as aulas para apresentar sua tese. [...]” (Plágio já derrubou um presidente e vários ministros na Europa. Portal Ig Crusoé Antagonista. São Paulo, 08 de out. de 2020. Disponível em: https://ultimosegundo.ig.com.br/colunas/crusoe/20201008/ plagiojaderrubouumpresidenteevariosministrosnaeuropa.html. Acesso em: 31 de out. 2020). Diante do exposto, responda com V ou F as seguintes alternativas: ( ) A matéria sobre o plágio entre políticos nos mostra como o ambiente político é truculento, haja vista que o plágio pode ser harmonizado no ambiente político e acadêmico, pois não se trata de um crime, mas sim, um pequeno desvio. Para sua solução basta que o acadêmico e/ou político peça desculpas aos autores que plagiou por meio de uma nota de retratação e a sua universidade. ( ) O plágio entre políticos e suas demissões é um claro sinal da necessidade de se colocar o tema do plágio em perspectiva, como um problema a ser enfrentado pelas democracias, somente em países europeus. ( ) O plágio precisa ser entendido como uma forma de roubo intelectual, em que se usurpam ideias, conceitos e com isso se fragiliza a construção do saber científico. Trata-se de um crime que afeta todo o campo científico e, por isso, precisa ser combatido. ( ) Cabe aos professores o oferecimento de uma formação cuidadosa e sistemática para que seus alunos não cometam plágio. Para isso, deve-se incentivar a leitura, crítica e a construção da produção acadêmica de forma cuidadosa, sem opressões, mas com escuta sensível e estudos sistemáticos no campo da metodologia científica. ( ) Não há qualquer relação entre o plágio anunciado na matéria com o plágio acadêmico, o plágio só tem validade enquanto o indivíduo encontra-se em seu período de formação, não podendo ser considerado um crime. Assinale a sequência correta. a) F, F, V, V, V. b) V, F, F, F, V. c) V, F, V, F ,V. d) F, F, F, V, V. e) F, F, V, V, F. 4. Angela está produzindo um trabalho final para uma disciplina da faculdade que cursa e encontrou o seguinte trecho: Este texto apresenta reflexões sobre questões éticas na pesquisa em Lingüística Aplicada e constata que é surpreendente verificar que, até recentemente, a questão da ética tenha recebido muito pouco espaço na literatura da área. Este estudo, depois de traçar alguns paralelos entre a pesquisa médica e a pesquisa em Lingüística Aplicada, discute alguns problemas, tendo como ponto de partida dois aspectos principais: (1) relações entre pesquisadores e (2) relações entre pesquisadores e colaboradores. (p.43) 15 PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira e. Reflexões sobre ética e pesquisa. Rev. bras. linguist. apl., Belo Horizonte, v. 5, n. 1, p. 4561, 2005. Disponível em: http://www.SciELO.br/SciELO.php?script=sci_arttext&pid= S198463982005000100003&lng=en&nrm=iso. Acesso em 31 Out. 2020). Angela leu todo o artigo, fez suas anotações e escreveu: Este artigo registra reflexões acerca de questões da Lingüística Aplicada, notadamente do campo da ética na pesquisa e constata que a ética foi pouco debatida na literatura da área. Isto posto, após uma análise comparada entre a Lingüística Aplicada e a pesquisa em saúde, nossa intenção é pensar a relação entre investigadores e em um segundo momento, a relação destes com seus colaboradores. Diante do exposto qual procedimento exposto estudado em nosso capítulo Ângela está realizando e qual deve ser sua atitude. a) Ângela não cometeu qualquer erro, leu e está escrevendo um artigo e, por isso, ao final de sua escrita deve entregar seu trabalho final sem qualquer problema. b) Ângela está agindo de modo equivocado, pois está incorrendo em um caso de autoplágio, que poderá trazer maiores problemas para ela. c) Ângela está correta, leu e está produzindo um texto suas palavras, de modo autoral e original. d) Ângela está agindo de modo equivocado, pois seu trabalho parece ter um autor fantasma que não está sendo anunciado. e) Ângela está agindo de modo equivocado, pois está cometendo plágio na modalidade de plágio de conteúdo, uma vez que a pesquisadora está reapresentando ideias sem que a origem seja reconhecida. 5. Leia os trechos a seguir: [...] Eu sou sincero. Plagiei semestre passado [...] eu sei que não é o caminho correto, mas desde q não seja prejudicial na minha construção do conhecimento. Aconteceu em uma disciplina que não considerava importante para mim, já que o curso de letras é muito abrangente e então sei o q é de meu interesse, o que acredito que seja de importância para mim e devo tentar aperfeiçoarme; o que não era a disciplina na qual plagiei da net. (JL) (p. 359) “Uma coisa realmente deve ficar claro, os estudantes da universidade fazem o plágio conscientemente. Sabem que não devem, mas são seduzidos pela facilidade em conseguir um bom trabalho com o menor esforço. Porém, nada se compara ao prazer de se produzir um trabalho e ser reconhecido por aquilo que você foi capaz de fazer. Isso não tem preço!!! (CS)” (p. 367) SILVA, O. S. F. Entre o plágio e a autoria: qual o papel da universidade?. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, v. 13, n. 38, p. 357368, Aug. 2008 . Disponível em: http://www.SciELO.br/SciELO.php?script=sci_ arttext&pid=S141324782008000200012&lng=en&nrm=iso. Acesso em 31 Out. 2020. Os entrevistados pela autora do texto, ambos universitários, nos oferecem depoimentos 16 sobre a questão do plágio na universidade. Sobre o tema tratado, em articulação com a análise sobre o plágio escolha a alternativa correta. a) O segundo relato demonstra um desconhecimento sobre o tema, afinal, a produção acadêmica não deve envolver nenhum traço de prazer ou subjetividade para sua boa execução. b) O primeiro relato é uma prova concreta do modo como graduandos/as cometem o plágio, um pequeno desvio sem maiores consequências para a formação do acadêmico. c) Os dois casos são fictícios, pois não expõe situações vividas em ambientes universitários. d) No primeiro caso estamos diante de um equívoco do depoente, pois o plágio não deve ser enxergado como um pequeno desvio ou uma forma de sanar um trabalho de uma disciplina que se gosta menos, mas precisa ser entendido como um crime. e) Os depoimentos precisam ser encarados como importantes chaves de leitura sobre o plágio no ambiente acadêmico. Enquanto o primeiro mostra que é uma prática aceitável, o segundo relato reforça que é permitido cometer o plágio em algunsmomentos. 6. Luiza é graduanda em História e fará uma pesquisa com profissionais da área que atuam em escolas do segundo distrito de Contagem (MG). Enquanto isso, Pietro, que é graduando em Medicina, fará uma pesquisa com pacientes homens entre 50 e 55 anos na cidade de Belo Horizonte (MG). Acerca da ética na pesquisa, aponte a alternativa correta. a) Somente na pesquisa de Pietro será necessária a apresentação do termo de livre consentimento esclarecido (TCLE), afinal ele trabalha com uma questão mais importante do ponto de vista científico. b) Luiza e Pietro não precisam do termo de livre consentimento esclarecido (TCLE) e nem da submissão de seu projeto ao comitê de ética e pesquisa (CEP), pois eles acreditam que não é preciso, afinal, são graduandos. c) Luiza executa suas entrevistas sem qualquer termo de consentimento, pois acre-dita que o entendimento pela conversa é suficiente. d) Luiza e Pietro apresentaram os respectivos termos de livre consentimento esclarecido (TCLE) e avaliam que é o bastante para o início de uma pesquisa. e) Luiza e Pietro apresentaram seu projeto aos respectivos comitês de ética e pesquisa (CEP) e após o aceite destes, apresentaram o termo de livre consentimento esclarecido (TCLE) para seus entrevistados. 7. Sobre metodologia científica e plágio, assinale a alternativa correta. I. Metodologia científica e plágio são assuntos distantes e sem qualquer diálogo, enquanto o primeiro fala de métodos e técnica da pesquisa na universidade, o segundo trata de um crime sem relações com a escrita acadêmica. II. Metodologia científica e plágio são sinônimos, sendo que a primeira expressão é encontrada na graduação, enquanto a segunda é o crime cometido em cópias de trabalhos acadêmicos na pós-graduação. III. Cabe ao professor de metodologia científica orientar seus alunos para que o cuidado com o plágio seja parte de um programa de escrita científica, de modo a instruir seus alunos sobre esse grave problema. 17 IV. Cabe ao aluno atentar para a metodologia científica e o plágio em sua formação universitária, aprofundando-se na primeira e evitando a prática do segundo. V. O plágio é crime e deve ser discutido ao longo das disciplinas dos cursos de graduação. a) III, IV, V. b) I, II, V. c) III, IV. d) I, II, V. e) II, V. 8. Qual é o papel da metodologia científica no meio acadêmico? a) Instrumentalizar os alunos em processos como a seleção, leitura e análise, ligados à investigação dos fatos ou na procura de respostas em suas pesquisas acadêmicas. b) Instruir os alunos dos procedimentos burocráticos ligados a matrícula e rematrícula ao longo da graduação, sendo fundamental para a manutenção do aluno no curso. c) Apresentar formas de relação interpessoal na universidade, destacando a escolha do orientador e dos colegas de grupo em eventuais trabalhos. d) Instrumentalizar os alunos exclusivamente na confecção de suas apresentações orais ao longo da graduação. e) Colaborar com a inserção dos alunos nas tecnologias voltadas para a comunicação virtual, sendo essa a verdadeira metodologia científica. 18 MÉTODOS E TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA UNIDADE 02 19 2.1 ORGANIZAÇÃO ACADÊMICA E PESSOAL DO TEMPO Organização é uma peça chave para o processo de construção da metodologia cien- tífica e da vida na universidade. Por isso, recomenda-se que o graduando entenda seu cotidiano e se organize nos mínimos detalhes para iniciar sua pesquisa de modo que ela se torne um momento de construção prazerosa e não um problema (LEITE; TAMAYO; GÜN- THER, 2003). Sabe-se que não é fácil realizar pesquisas e um dos motivos é a falta de conheci- mento sobre a organização. Avaliamos que com a formação necessária o graduando pode construir sua autonomia, para isso, é necessário aprender com autonomia. No fazer uni- versitário e da ciência é necessário, portanto, ensinar e saber de algumas orientações de organização. Sendo assim recomendamos um suporte indispensável que é a agenda ou planner, suportes que funcionam como facilitadores na esquematização de datas e compromissos acadêmicos do graduando. Desde a data da prova, a aula onlineonline, o momento de pes- quisa na biblioteca virtual, a reunião com um professor, tudo pode e deve ser registrado para aperfeiçoar sua organização. É possível contar ainda com aplicativos de celular que colaboram com esse pro- cesso de organização, como o Wunderlist, Todoist, Google Keep e o melhor, todos são aplicativos gratuitos. Esses recursos têm funções de lembretes, agenda, des- pertadores para atividades pré-agendadas, blocos de anotações e outros recursos essenciais para a organização da pesquisa e do cotidiano. Para maiores informa- BUSQUE POR MAIS ções veja o vídeo “12 aplicativos que me ajudam nos estudos”, disponível em: https://bit. ly/3sXZ9C7. Acesso em: 20 mar. 2021. Sugerimos também o uso de um bloco de notas (digital ou em papel) para escrita e apontamentos, seja no celular, no computador ou em suporte físico, é necessário que o graduando tenha um espaço para sistematização de suas ideias. Conforme a dinâmica de vida e trabalho, recomendase que esse suporte seja móvel (como celulares e blocos de anotações) por conta da mobilidade que muitas vezes os deslocamentos sucessivos exi- gem. Afinal, ninguém sabe quando uma ideia de pesquisa pode surgir, por isso, é impor- tante estar preparado. Nesse espaço de escrita será possível registrar dúvidas, ideias, palavraschave, co- mentários sobre livros e textos lidos, anotações de reuniões, por exemplo. Esse espaço de registro, posteriormente, servirá de base para a escrita do futuro trabalho, seja ele qual for, pois neste bloco de notas estarão contidas ideiasforças para a investigação. Em um terceiro momento recomenda-se a criação de uma pasta digital, construída em plataformas gratuitas como o Google Drive, One Drive ou iCloud e outros. Nele o gradu- ando poderá reunir seus livros, textos, apostilas e materiais complementares em formato digital, com a segurança de não os perder. Sugerimos a criação de pastas e subpastas, com a finalidade de organizar seus conteúdos de pesquisa por tipologias como: textos lidos por disciplina, textos para ler, fichamentos, resenhas, resumos, textos em processo de elabora- ção, podem ser alguns nomes de referência. 20 Essas categorias são apenas orientadoras para uma possível pasta virtual, podendo ser preenchidas com outras categorias. Uma pasta como essa é fundamental para o gra- duando que deseja organizar sua relação com a pesquisa acadêmica e com a metodologia, afinal, ele terá a oportunidade de centralizar em formato digital e onlineonline textos e outros materiais de relevância para sua pesquisa. Quando estiver lendo textos impressos ou online realize comentários em um cader- no ou documento online à parte, como forma de síntese e registro de pontos importantes da leitura. Assim, você poderá retornar futuramente em seu resumo e encontrar ideias principais, se necessário coloque etiquetas nos cadernos para se lembrar no futuro (CA- RELLI; SANTOS, 1998). No caso de textos e/ou livros impressos, o uso de papéis adesivos em formato de bloco de notas, que marcam sem danificar os textos ou livros podem ser acom- panhados de breves anotações para consultas futuras. Todo o material listado tem por principal função tornar o processo de pesquisa científica mais autônomo e independente, fazendo com que o graduando seja o respon- sável por construir sua rotina de registro, planejamento e consulta. A organização é um trunfo em qualquer pesquisa acadêmica, quanto melhor ela for mais bem feitabemfeita será a pesquisa acadêmica, pois, a construção da ciência não se dá de forma improvisada, mas de forma sistemática e atenta (CARELLI; SANTOS, 1998). Quando falamos em organização pessoal estamos pensando na execução de uma análise atenta do tempo disponível para todas as atividades do cotidiano e universitárias. O acesso e a permanência no ensino superior demanda umasérie de ajustamentos sociais, pessoais, financeiros e de ordem profissional por parte dos alunos, sendo necessário que o aluno dedique-se a alterações com vistas a fortalecer sua formação e sua organização do tempo (BASSO et al., 2013). “[...] faça um horário de atividades. [..], planifique os próximos dias, semanas ou meses. In- clua e classifique as atividades indispensáveis (as aulas, os horários de escritório ou de tra- balho normal, mas também o tempo destinado às obrigações familiares e domésticas), as atividades importantes (estudar, encontros com a família e os amigos, e todas as atividades regulares que você realiza: religiosas, esportivas, de voluntariado, artísticas) e as atividades eventuais inadiáveis (provas, aniversários, prazos que deve cumprir, consultas médicas, via- gens marcadas). Você vai completar muitos dos horários nesses dias, mas também vai desco- brir que há um número de horários que você habitualmente usa para atividades de diversa índole: de entretenimento, domésticas, de descanso etc., mas, especialmente, muito tempo perdido. Calcule quantas horas de programas de TV você assiste, que nem gosta tanto. Ou o tempo que você investe nas discussões infindáveis no Facebook sobre assuntos supérfluos e esquecíveis [...] Os enormes textos no Facebook são efêmeros, [o trabalho acadêmico é] para sempre.” (MARTÍN, 2018, p. 955) FIQUE ATENTO Existem formas distintas de organização do tempo, mas, em qualquer delas, o aluno deve ter em mente e no papel sua agenda semanal (SOARES, 2002). Realizada na forma do preenchimento de um levantamento semanal deve elencar seus turnos, com dias e horários, disponíveis para cada atividade. Importante notar que é necessário ter clareza da divisão de turnos para os estudos, trabalho, relações interpessoais, lazer e descanso. Logicamente tem que ser considerado nesse cronograma o tempo de deslocamentos, o tempo de leitura e outras formas de emprego das horas ao longo do dia. 21 Como você organiza seu dia-a-dia? Como seus estudos estão distribuídos em sua rotina? Como você pode balancear sua organização para executar com qualidade trabalho, estudo, descanso e lazer? VAMOS PENSAR? Apesar de ser uma meta desafiadora, ela deve ser tentada, pois, a distribuição assi- métrica do tempo, poderá acarretar a fragilidade do processo formativo e da vida do aluno. Por isso, é sempre tempo de dedicar-se à organização do tempo com o fito de encontrar formas de gestão das distintas demandas do aluno. Diante do exposto, segundo Carelli e Santos (1998), somente alicerçado em bases de organização claras e definidas o graduando poderá avançar em circunstâncias favoráveis em seus estudos, para conquistar um bom desempenho no seu processo de ensinoapren- dizagem. Com organização e de modo que ela seja incentivada na universidade e pelos professores, os graduandos terão condições mínimas necessárias para a gestão e balance- amento de suas atividades no cotidiano. 2.2 ABORDAGENS DA PESQUISA CIENTÍFICA Abordagem é um modo de tratar de um determinado tema ou problema, conforme forem suas escolhas de pesquisa, sendo assim, é importante conhecer para executar uma escolha assertiva. Dentre os tipos de abordagem temos a qualitativa, a quantitativa e a qualiquantitativa. Cada uma delas trará contribuições e implicações para o processo de pesquisa. A primeira privilegia a análise com destaque para aspectos de ordem subjetiva, que podem ser identificados como modos de fazer, de pensar, de significar, práticas e sabe- res, por exemplo. Sob essa perspectiva, a compreensão de ideias, grupos sociais, sujeitos individualizados e narrativas são importantes eixos dessa abordagem (CRESWELL, 2014; GODOY, 1995). Os pesquisadores que optam por uma abordagem qualitativa compartilham a ideia de uma investigação aberta, com múltiplas formas de leitura, podendo inclusive conter traços do envolvimento pessoal/afetivo com o tema e a questão tratada. O manejo dos métodos qualitativos “[...] passa por uma pesquisa dedicada aos porquês, símbolos e repre- sentações de dados não numéricos” (SILVEIRA; CÓRDOVA, 2009, p. 32). A quantitativa se realiza por meio do uso de dados quantificáveis. Com escalas va- riáveis, conforme a escolha do pesquisador, nesta abordagem os resultados obtidos são avaliados como um quadro objetivo. Os dados numéricos podem ser trabalhados por meio de questionários, gráficos e outros modos de exposição. Na pesquisa quantitativa nota-se uma “[...] atenção alargada aos métodos e a linguagem matemática, com o objetivo de descrever e explicar os fenômenos em estudo” (FONSECA, 2002, p. 20). Sua realização se dá com fortes traços do pensamento lógico, do raciocínio dedutivo e da estatística, com isso, busca-se um entendimento de uma totalidade, por meio de ele- mentos quantificáveis (GÜNTHER, 2006). Seu uso costuma ser encontrado em pesquisas nas Ciências da Natureza e em Matemática. 22 2.4 TIPO S DE PESQUISA CIENTÍFICA A terceira abordagem é a qualiquantitativa que se apresenta como uma associação entre as perspectivas acima citadas. Ela tem um papel integrador, mobilizando caracterís- ticas de cada abordagem de modo complementar. Segundo Flick (2002), é possível dizer que elaque ela possibilita a construção de uma pesquisa mais ampla no que compete aos resultados encontrados. Se comparadas as três abordagens citadas, há que se dizer que foram enunciadas suas vocações e prédisposições, sem qualquer hierarquização delas (SANTOS FILHO, 1995). Afinal, a pesquisa qualitativa, quantitativa e qualiquantitativa não tratam-se tratam de abordagens opostas ou não conciliáveis, ao contrário, devem dialogar para uma escolha consciente para se alcançar os resultados desejados em uma investigação. Diante do ex- posto, sugere-se ao pesquisador atenção para a mobilização dessas abordagens, de modo que seja possível reunir de forma harmônica e integrada elementos delas para a constru- ção de sua pesquisa. 2.3 NATUREZA DA PESQUISA CIENTÍFICA Se considerarmos a natureza/questões didáticas, podemos citar a pesquisa básica ou pura, que tem por objetivo a geração de novos saberes e conhecimentos, pertinentes à área de estudos em que se desenvolve. Não há nela compromisso com aplicação de ordem prática ao menos não imediatamente (GRAY, 2012). Outra natureza é a pesquisa aplicada, baseada em interesses mais imediatos, em especial de emprego a médio e curto prazo, muitas vezes sendo estruturada por questões sócioeconômicas (GRAY, 2012; LAFER, 2007). Tal como no tópico anterior, há uma série de estudos que transitam pelas duas es- feras, sem qualquer problema teórico ou metodológico, afinal, elas não se excluem. Sobre essa integração entre as duas naturezas, relembramos as considerações de Gil quando este infere que é inadequado dissociar esses dois eixos, pois, “[...] a ciência objetiva tanto o conhecimento em si mesmo quanto às contribuições práticas decorrentes desse conhe- cimento” (GIL, 2018, p. 01). Portanto, pode-se pensar na integração dessas naturezas como forma de potencializar a investigação em execução. Quanto aos objetivos, podemos dividilos em três esferas. Sendo a primeira a pesqui- sa exploratória, que encontra-se encontra estruturada em procedimentos como a constru- ção bibliográfica, entrevistas com sujeitos que vivenciaram o tema em análise, imersão e contato com os sujeitos da pesquisa, por exemplo. Essa modalidade, por vezes, se estrutura no formato de estudos de caso e de pesquisa bibliográfica (GIL, 2018). Uma segunda seria a pesquisa explicativa sendo sua matriz pautada na iden-tifica- ção/explicação por meio dos resultados encontrados. Essa modalidade tende a colaborar com o aprofundamento do entendimento da realidade. Segundo Gil (2018), essa pesquisa pode estar associada a pesquisa descritiva, haja vista que o entendimento de um tema demanda uma análise mais detalhada. Sendo assim, chegamos ao terceiro tipo, a pesquisa descritiva. Baseada no princípio da descriçãode grupos, sujeitos e/ou fenômenos. Ela demanda uma observação atenta e cuidadosa na exposição do objeto da pesquisa. Sua estrutura tem por base instrumentos de coleta de dados qualitativos (TRIVIÑOS, 1987) 23 Importante citar que, em muitos casos, características de uma pesquisa exploratória po- dem conter traços da explicativa ou da descritiva e isso não é um erro. Ao contrário, trata-se de um movimento comum na pesquisa acadêmica e tende a valorizar o tema e o objeto em estudo, mas, apesar disso, é sempre bom sabermos os detalhes de cada um desses tipos para uma análise mais ampla. 2.5 AS CLASSIFICAÇÕES TÉCNICAS DA PESQUISA CIENTÍFICA No que se refere às classificações técnicas, podemos citar 11 tipologias. Cada qual com suas especificidades, elas colaboram com a possibilidade de extrair informações das fontes mobilizadas. Tais fontes, que serão estudadas posteriormente, são suportes escritos e/ou visuais, que colaboram com a solução de um determinado problema de pesquisa. As- sim, há que se pensar, qual procedimento adotar? Vejamos na sequência. Iniciamos com a pesquisa experimental, ação científica pautada na escolha de um determinado objeto de estudo para, em seguida, realizar-se a seleção das variáveis que influenciam o objeto, considerando sua definição e observação. Para Fonseca (2002) essa pesquisa pode ser desenvolvida em centros de pesquisa e em “[...] laboratórios, ou no cam- po (onde são criadas as condições de manipulação dos sujeitos nas próprias organizações, comunidades ou grupos)” (FONSECA, 2002, p. 38). Nessa modalidade alguns exemplos po- dem ser: os testes para elaboração de vacinas, a elaboração de cosméticos entre outros. A pesquisa bibliográfica se realiza quando o pesquisador dedica-se dedica a uma leitura sistemática de um determinado conteúdo já publicado. A depender da extensão do tema, recomendam-se recortes temporais que auxiliem a execução de uma pesquisa bibliográfica exequível em tempo hábil, o mesmo vale para pesquisadores que têm pouco tempo disponível para executar sua investigação. Esse é um procedimento recomendado em especial para trabalhos de conclusão de cursos de graduação. Essa modalidade de pes- quisa costuma ser mobilizada em associação com outros procedimentos técnicos. Quanto à pesquisa documental, pode-se dizer que ela debruça-se, tal como a an- terior, sob um determinado conjunto de informações já produzidas. Todavia, diferente da anterior, estaestá baseia-se em fontes documentais (escritas, audiovisuais, imagéticas, por exemplo) que carregam interesse para o pesquisador, conforme o problema de pesquisa. Podemos ilustrar essa tipologia com estudos como o levantamento dos relatórios sobre o solo do cerrado, estudos sobre o preço do pão em Paris no século XVIII, dentre outros. Na sequência temos a pesquisa de campo, que se realiza mediante a inserção do pesquisador como observador de ações e interações de uma determinada população em análise. Pode-se encontrar nesse processo o uso de metodologias de entrevistas para apro- fundamento daquela determinada realidade (KAUFMANN, 2013). Como exemplo, temos o estudo do comportamento infantil no recreio escolar, estudos sobre as interações de tra- balhadores em sindicatos. Em seguida, é importante citarmos a pesquisa expostfacto (em português, depois do fato), em sua estrutura encontra-se a noção de causa e efeito, tendo como base um de- terminado fenômeno (FANTINATO, 2015). Em geral, o modo de coleta de dados se dá após a ocorrência do fenômeno. Como exemplo desse tipo de pesquisa, pode-se citar pesquisas que avaliam a inserção de alunos do Ensino Médio de escolas públicas no Ensino Superior, índices de precipitações de chuva em uma data cidade em um determinado período. 24 Em seguida podemos citar a pesquisa de levantamento ou survey, assentada sobre a ideia de realização da análise de uma amostra ou de uma determinada população (FON- SECA, 2002). Segundo Fonseca (2002, p. 33) “[...] a coleta de dados realiza-se em ambos os casos através de questionários [survey] ou entrevistas”. Segundo Silveira e Córdova (2009), essa modalidade de pesquisa aproxima o investigador da possibilidade de um contato mais alargado com as possibilidades estatísticas. A título de exemplo, estudos de opinião sobre modos de compra, pesquisas de perfil de eleitores de um determinado partido polí- tico podem ser entendidas como formas de ilustrar esse tema. Survey trata-se de uma expressão da língua inglesa que identifica um ins-trumento de pes- quisa, normalmente um questionário, a ser aplicado a um determi-nado grupo de sujeitos, podendo ser aplicado por meio de abordagem ao vivo ou em formato digital. GLOSSÁRIO Outra classificação que podemos citar é o estudo de caso. Mobilizado para favorecer a análise de temas e tópicos conforme seu contexto, esse processo se dá por meio da utili- zação de dados qualitativos. Normalmente se dá sob um objeto definido, seja ele um sujei- to, um grupo ou um determinado espaço. A partir de uma análise exploratória, descritiva e analítica, é possível realizar uma análise mais profunda (VENTURA, 2007). Como exemplo, podemos citar o modo como alunos do Ensino Médio entendem o conceito de ética e esté- tica em uma determinada instituição, como alunos surdos convivem com novos métodos de aprendizagem em libras. Outra modalidade a ser anunciada é a pesquisa participante, que se trata de um processo de envolvimento do investigador com a pessoa ou grupo em estudo. A relação de interação que o pesquisador estabelece, além de finalidades acadêmicas, tende a cola- borar para que a comunidade em apreciação encontre caminhos para eventuais desafios com os quais conviva (BRANDÃO, 1984). Pode-se citar como exemplo o estudo das formas de ensino da Física em uma escola indígena no Norte do país, o acompanhamento dos métodos de ensino oral para alunos surdosmudos no sul do Brasil. Associada à anterior, temos a pesquisa-ação, amplamente utilizada em estudos nas áreas das ciências humanas e sociais, ela identifica um procedimento de desenvolvimento do investigador em relação ao tema tratado. Conforme aponta Elliot (1991, p. 69) “[...] o estu- do de uma situação social com vistas a melhorar a qualidade da ação dentro dela”. Em perspectiva também advinda da Antropologia, temos a pesquisa etnográfica, advinda de estudos antropológicos do século XIX e do início do século XX. Tal como a an- terior, esta colabora com um entendimento mais profundo de um determinado tema, de- dicando-se a executar um contato mais estreito entre pesquisador e o grupo social sob o qual o recorte da pesquisa será feito. Há um processo de tornar o objeto familiar e aquilo que era familiar aos olhos do pesquisador estranho (FONSECA, 2002). Há um compromisso com a noção de “ver mais de perto”, acompanhando mais es- treitamente o modo como determinado grupo lida com suas mais diversas questões. Ainda em diálogo com os dois procedimentos anteriores, relembramos aqui a pes- quisa etnometodológica que se conforma como uma metodologia na qual os sujeitos in- vestigados têm suas ações acompanhadas pelo pesquisador. Aqui encontram-se “[...] prá- 25 ticas como a interação, a experiência da perda, da comemoração, do insucesso” (COULON, 1995, p. 30). Elencamos como temas de pesquisa possível a análise do insucesso escolar para alunos do 8º ano do ensino fundamental, as formas de ensino de etnomatemática para alunos da Educação de Jovens e Adultos, por exemplo. Ao final desse levantamento, informamos que cada uma dessas variantes analisadas não precisam ser gravadas, mas sim, interpretadas de modo crítico com o compromisso de que o aluno sintase confortável e amparado no ato de sua escolha quando realizar seus estudos acadêmicos. Assim, é importante salientar que o pesquisador tem a liberdade de escolha das classificações e da teoria para realizar seu trabalho, desde que realize esse exercício de modo organizado, coerente e baseado em uma pesquisa bemestruturada. 2.6 MÉTODOS DE PESQUISA CIENTÍFICA Passadas as características de pesquisa anteriores, quando discutimos os métodos, estamos tratando da forma como os pesquisadores mobilizam aspectos da relação do ho- mem com o saber. Uma vez que existem distintos métodos, é necessário apresentarmos seus gradientes e expormos exemplos sobre o seu funcionamento. Começamos pelo método indutivo que é antes de tudo embasado na ideia de ex- periência. Por meio da experimentação o pesquisador alcança considerações mais amplas acerca de seu tema de pesquisa (PRODANOV; FREITAS, 2013). Percorrendo assim um cami- nho do particular para o geral, podemos utilizar como exemplo, estudos de opinião sobre cosméticos, pois, a partir dos entrevistados, chega-se a um resultado geral. Uma vez que o método indutivo pretende alcançar generalizações, por vezes seu uso pode ser limitado nas áreas de ciências humanas e sociais. Essa dificuldade se dá, pois, parte dos fenômenos sociais muitas vezes não podem ser generalizados, configurando-se como casos particulares. Em outra esfera, partimos para o método dedutivo, que trata-se de um momento de análise de dados que levam o pesquisador a uma determinada conclusão (PRODANOV; FREITAS, 2013). Seu procedimento se dá por meio de uma proposição ampla que, mobiliza- da pelo exercício analítico, alcança uma conclusão. Vejamos um exemplo: As disciplinas de língua portuguesa e matemática recebem um peso mais alargado nas políticas públicas para toda a Educação Básica. A disciplina de sociologia é oferecida somente no ensino mé- dio. Logo, a sociologia não recebe um peso mais alargado nas políticas públicas. Diante do exemplo, notase que esse método de pesquisa e de raciocínio, se dá a par- tir das premissas expostas em cada uma das frases do exemplo. É possível perceber que a conclusão deu-se deu por meio do que encontrava-se registrado nas premissas. Ademais, destacamos o método hipotético-dedutivo que, nascido da crítica ao mé- todo indutivo, parte da ideia do problema de pesquisa como chave analítica para a cons- trução científica. Segundo Poper (1975, p. 14), “[...] o método científico consiste na escolha de problemas interessantes e na crítica de nossas permanentes tentativas experimentais e provisórias de solucionálos”. Na tentativa de solucionar o problema, formulam-se questões provisórias; a partir das considerações suscitadas por ela, estas devem ser testadas na intenção de provar sua veracidade. Neste raciocínio buscam-se evidências nas fontes e na bibliografia para negar ou reforçar uma determinada questãodeterminada questão que, ainda que seja avaliada como verdadeira por um pesquisador, pode ser superada por outro, em outra pesquisa 26 (MARCONI; LAKATOS, 2021a). Utiliza-se esse método, sobretudo, em testes para fabricação de vacinas e medicamentos em geral; mas há também exemplos nas ciências humanas, por exemplo, no que se refere à suposta superioridade de alguns povos sob outros, hipóte- se descartada por pesquisas ao longo de todo o século XX. Outro elemento no campo dos métodos de pesquisa é o método histórico que é baseado no incentivo e promoção de uma recuperação de aspectos da trajetória sobre um dado tema (MARCONI; LAKATOS, 2021a). Trata-se de uma resposta ao movimento de nos- so tempo que insiste em diminuir a participação da história nas discussões acadêmicas e públicas, sendo ele ainda necessário e útil a construção da investigação científica. Como exemplo podemos citar o movimento realizado por muitos autores quando buscam, a origem das palavras ou conceitos ao longo da história, a trajetória de instituições no tempo, são alguns exercícios que estão contidos nesse método. Vale dizer que não tra- ta-se de uma apresentação do passado pelo passado, mas sim um exercício de aproxima- ção com questões históricas para se entender o tempo presente. Em seguida é necessário citarmos o método comparativo que, amplamente mo- bilizado na construção do saber científico, colabora com a possibilidade de aproximação entre temas, grupos, objetos de pesquisa e fenômenos. Ele pode ser exemplificado como em pesquisas em que se alisam os métodos de aprendizagem do letramento da língua portuguesa, ou a molaridade de dois elementos químicos. Por último, destacamos o método tipológico, estrutura de raciocínio criada pelo so- ciólogo alemão Max Weber (1864-1920) que parte da noção de que tiposideais e modelos são úteis para se discutir e pensar fenômenos complexos de ordem social. Normalmente apresentado junto ao método comparativo, o tipológico trata de um arquétipo que, não existindo na materialidade, ajuda a interpretála (MARCONI; LAKATOS, 2021a). Podemos ci- tar o arquétipo do “malandro carioca” que, não existindo na materialidade, trata-se de um modelo para se pensar os modos de sociabilidade e interação dos cariocas, em especial ao longo do século XX. Ao final desse extenso exercício de exposição de métodos, abordagens, natureza, objetivos e classificações e da metodologia científica, é importante dizer que esses perfis não precisam ser gravados ou memorizados. O que sugerimos é que a escolha deles seja feita conforme seu problema de pesquisa, de modo atento, independente e autônomo. Reforçamos que essa preparação demanda leitura tanto sobre o tema escolhido quanto sobre a metodologia a ser empregada e é sobre leitura e modos de escrita que trabalhare- mos no próximo capítulo. O livro “Como elaborar projetos de pesquisa” (2018) de Antônio Carlos Gil aprofun- da os temas tratados ao longo da segunda unidade de nosso livro. Disponível em: https://bit.ly/3sYmbZM1. Acesso em: 19 mar. 2021. BUSQUE POR MAIS 27 1. Cláudia fez uma breve anotação a lápis sobre o tópico “Organização acadêmica e pessoal do tempo”, mas está com dificuldades para identificar os termos que colocou no trecho, leiamos o que ela escreveu: Organização acadêmica e pessoal do tempo passa pela estruturação de uma agenda ou planner, acompanhada de um _____________, no computador uma pasta _____________, além disso, recomenda-se quando da leitura de impressos ou online se realize comentários em um _____________ a parte. Diante das lacunas, qual alternativa identifica as palavras que Cláudia está com dificuldade de reconhecer na sua escrita a lápis. a) bloco de notas, digital, caderno ou documento online. b) bloco de cartas, catálogo, relatório. c) bloco de provas, apostila, fichamento. d) bloco de notas, americana, documento online. e) pasta catálogo, de apoio, caderneta. 2. Max faz graduação em Geografia, no polo de Campina Grande (PB), tendo aulas pelas manhãs (8:30 até as 12:00), morando com sua família próximo a faculdade não gasta tempo de transporte e a tarde trabalha em formato home office entre as 14:00 e as 18:00. Diante disso, Max está tendo dificuldade de organizar seu tempo, como Max pode proceder, com base nos estudos deste capítulo: I. O graduando deve organizar seus dias e horários de estudo e trabalho, de modo a superar suas dificuldades e melhor balancear seu tempo. II. O graduando deve esperar uma orientação dos professores e tutores, afinal, qualquer tentativa de mudança pode ser um ato descuidado de sua parte. III. O graduando não tem condições de trabalhar e estudar ao mesmo tempo, sendo necessário deixar alguma dessas atividades. IV. A independência e a autonomia devem ser incentivadas no espaço universitário por meio da organização do tempo do graduando. V. A organização é algo inato caso o aluno não tenha, ele terá dificuldades por to¬da a organização. a) I, IV, V. b) I, II, III. c) I, IV. d) I, III. e) I, II, V. 3. Avalie os recortes abaixo conforme a abordagem de pesquisa científica realizada: FIXANDO O CONTEÚDO 28 “Mundo ultrapassa 50 milhões de casos de Covid; EUA se aproximam de 10 milhões de infectados. São mais de 50,4 milhões de infectados e 1,2 milhão de mortos pelo vírus, aponta levantamento da Universidade Johns Hopkins.” Mundo ultrapassa 50milhões de casos de Covid; EUA se aproximam de 10 milhões de infectados. Bem Estar Coronavírus, G1. 09 de novembro de 2020. “O vírus não cria nada, mas revela tudo”, diz historiadora que escreveu livro sobre a gripe espanhola no Brasil. A historiadora Heloisa Starling faz relação entre as pandemias de 1918 e a atual do coronavírus. SIEMANN, Everton. “O vírus não cria nada, mas revela tudo”, diz historiadora que escreveu livro sobre a gripe espanhola no Brasil.” NSC Total. 08 de novembro de 2020. “A Gripe Espanhola que varreu o mundo em 1.918, causando mais de 50 milhões de mortes e a pandemia do Coronavírus de 2.020, guardam incríveis semelhanças, apesar da distância temporal de 102 anos. As duas doenças, aqui como na Europa, inicialmente não foram levadas a sério, tidas como uma simples gripe, que pelo descaso das autoridades e dos políticos, matou 30 mil brasileiros, sendo que no Rio de Janeiro, foram a óbito 12 mil pessoas em dois meses. O então presidente da República Rodrigues Alves faleceu antes de tomar posse para seu segundo mandato. E mais. Assim como hoje muitos apontam para a China como sendo a responsável pela criação do novo coronavírus em laboratório, em 1.918 a gripe espanhola teria sido uma traiçoeira criação bacteriológica dos alemães.” Semelhanças entre a Gripe Espanhola e o Coronavírus no Brasil. Jornal Atibaia Hoje. 26 de abril de 2020. Diante do exposto e considerando as abordagens, marque a alternativa correta. a) Tratam-se de três trechos de artigos sobre a pandemia do novo coronavírus com abordagens interessantes e criativas, elementos que apesar de não ajudarem na metodologia científica, estão presentes nos trechos. b) Os recortes apresentam três abordagens distintas, sendo a primeira uma demonstração de pesquisa quantitativa, a segunda uma pesquisa qualitativa e a terceira demonstrativa, quando se fala de muitos temas em um mesmo texto. c) Os recortes apresentam somente a abordagem quantitativa, pois não é necessária outra abordagem quando se fala em questões e estudos na área de saúde. d) Os recortes apresentam três abordagens distintas, sendo a primeira uma demonstração de uma opinião sem embasamento teórico, a segunda uma pesquisa qualitativa e a terceira qualiquantitativa, pois agrega elementos qualitativos e quantitativos na execução da análise. e) Os recortes apresentam três abordagens distintas, sendo a primeira quantitativa, a segunda qualitativa e a terceira qualiquantitativa, abordagem que associa aspectos das duas primeiras, compondo um quadro balanceado para a execução da pesquisa científica. 4. Ana, do polo de Brejo Santo (CE), está escrevendo um resumo sobre o que aprendeu no capítulo 2 deste material didático, mas ficou com dúvidas em como pode registrar com 29 suas palavras a noção de natureza da pesquisa. Ana escreveu cinco pequenos trechos e pede a você que escolha aquele que melhor apresenta a natureza da pesquisa. a) A pesquisa básica, é uma modalidade focada na graduação, pois é uma pesquisa simples e sem grandes implicações, enquanto a pesquisa aplicada é realizada na pós-graduação e exige um maior investimento de tempo. b) A pesquisa básica gera novos conhecimentos nas ciências em que se desenvolve a investigação, sendo a aplicação desse saber não empregada imediatamente. Enquanto isso, a pesquisa aplicada, tem aplicação a médio e curto prazo. c) A pesquisa básica mobiliza saberes somente nas licenciaturas e, como o nome diz, está voltada para a educação básica. Por outra parte, a pesquisa aplicada não encontra limites, podendo ser mobilizada por todas as áreas do conheci-mento. d) A pesquisa básica e a pesquisa aplicada são sinônimos da construção científica na universidade, não existindo qualquer diferenciação. e) A pesquisa aplicada é mais relevante, pois tem impacto na sociedade, enquanto a pesquisa básica é irrelevante, não produzindo qualquer conhecimento científico. 5. Leia os trechos a seguir que apresentam definições quanto aos objetivos de uma pesquisa acadêmica: “[...] a pesquisa [...], ou estudo exploratório, tem por objetivo conhecer a variável de estudo tal como se apresenta, seu significado e o contexto onde ela se insere. [...] se destina a obter informação do Universo de Respostas de modo a refletir verdadeiramente as características da realidade.” PIOVESAN, Armando; TEMPORINI, Edméa Rita. Pesquisa exploratória: procedimento metodológico para o estudo de fatores humanos no campo da saúde pública. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 29, n. 4, p. 318325, Aug. 1995. p.321. “Quando se diz que uma pesquisa é [...], se está querendo dizer que se limita a uma descrição pura e simples de cada uma das variáveis, isoladamente, sem que sua associação ou interação com as demais sejam examinadas”. CASTRO, Cláudio de Moura. Estrutura e apresentação de publicações científicas. São Paulo: McGrawHill, 1976, p. 66. “A pesquisa [...] visa [...] as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento” SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000. p.21. Conforme as ausências nas citações marque a alternativa correta, respeitando a ordem em que foram apresentadas a) pesquisa exploratória pesquisa explicativa pesquisa permanente. b) pesquisa explicativa pesquisa exploratória pesquisa descritiva. c) pesquisa exploratória pesquisa descritiva pesquisa explicativa. d) pesquisa descritiva pesquisa explicativa pesquisa exploratória. 30 e) pesquisa permanente pesquisa ascendente pesquisa exploratória. 6. Com base em nossos estudos acerca dos procedimentos técnicos da metodolo-gia científica leia os trechos abaixo: I. A pesquisa bibliográfica e documental dialogam na medida em que podem ser encontradas associadas, uma vez que ambas demandam um determinado acervo seja ele bibliográfico ou na forma de fontes diversas (escritas, audiovisuais, imagética, por exemplo). II. Uma pesquisa que se dedica a conhecer o comportamento dos alunos da educação infantil no recreio escolar pode ser denominada como uma pesquisa de campo. III. Uma pesquisa expostfacto é uma pesquisa que demanda formação em língua estrangeira, não sendo possível realizála sem esse tipo de suporte. IV. Uma pesquisa expostfacto mobiliza noções de causa e efeito, sendo o modo de coleta de fontes de pesquisa, após o acontecimento. Podendo ser um exemplo a investigação sobre o papel da instalação de uma escola em uma comunidade de ribeirinhos. V. A pesquisa de levantamento ou surveySurvey se realiza por meio de suporte estatístico e pode ser notada em pesquisas de estudo de público em museus e centros de divulgação científica. É correto o que se afirma somente em: a) I e II. b) I, II, III, IV e V. c) I, III, IV e V. d) I, II, IV e V. e) III, IV e V. 7. Classifique as afirmações sobre os procedimentos técnicos de pesquisa com V (verdadeiro) ou F (falso): ( ) Uma pesquisa de estudo de caso pode ser exemplificada por meio de um estudo sobre escolas da educação de jovens e adultos da região norte de Bom Jesus das Selvas (MA) ou por uma pesquisa de avalie a trajetória de professores de matemática na escola normal de GuajaráMirim (RO). ( ) Uma pesquisa participante não demanda métodos específicos, contando somente com a empatia e capacidade de extroversão do pesquisador. ( ) A pesquisa ação pode ser implementada com visitantes de um museu, com a finalidade de que esses possam expor suas impressões sobre o espaço e, com isso, será possível aperfeiçoar as atividades desenvolvidas neste espaço. ( ) A pesquisa etnográfica colabora com a ideia de “ver mais de perto” o objeto, sendo possível nessa metodologia um processo deaproximação mais aprofundado do pesquisador que terá que dialogar com a Antropologia para a execução mais qualitativa de seu trabalho. ( ) A pesquisa etnometodológica é “uma análise interpretativa desse processo e das propriedades pertinentes a este, contudo sem pretender compor prescrições de ação laboral e comunicativa para os fenômenos estudados” (MENNELL, 1975). 31 a) F, F, V, V, V. b) V, V, F, F, V. c) V, F, V, F, V. d) F, V, V, V, F. e) V, F, V, V, V. 8. Enumere a segunda coluna a partir dos que você aprendeu sobre procedimentos na pesquisa científica. Posteriormente, marque a sequência correta 1. método indutivo 2. método dedutivo 3. método hipotético-dedutivo 4. método histórico 5. método comparativo 6. método tipológico a) 1 2 3 5 4 6 b) 3 2 4 5 6 1 c) 2 3 6 1 4 5 d) 5 2 1 3 6 4 e) 4 3 2 1 6 5 ( ) Para se sustentar que todos os alunos de escolas públicas de Uruçuí (PI) são des- cendentes de indígenas, é necessário verificar as árvores genealógicas de cada um desses alunos, pois, a soma dos casos oferecerá um determinado número, enquanto a afirmação tende a totalidade. ( ) Se Fernando completar menos de 100 pontos ao final do bimestre, ele será reprovado. Beatriz tirou nota inferior a 100 pontos no bimestre. Beatriz será reprovada. ( ) Felipe estuda a história do ensino público em Santana do Paraíso (MG) para isso mobiliza referências da história da cidade, da formação de professores e documentos da secretaria de educação municipal. ( ) Mariana executa um exercício de pesquisa em que analisa os pólos universitários da Faculmontes de Magé (RJ) e Rio Sono (TO), em uma pesquisa sobre desempenho dos alunos. ( ) No polo de Porecatu (PR), Luiz analisa o arquétipo do gaúcho, para debate em suas aulas para o ensino fundamental. ( ) A professora Joana perguntou para 25 alunos do quarto ano se eles queriam a cor azul no mural e eles aceitaram. Com isso, Joana concluiu que os 10 alunos restantes também escolheriam a cor azul. 32 TIPOS DE COMUNICAÇÃO ACADÊMICA UNIDADE 03 33 3.1 RESUMO Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em sua norma técnica (NBR) 6028 o resumo trata-se de uma exposição escrita concisa que tem por finalidade a apresentação de aspectos gerais de um determinado texto e/ou material audiovisual. Es- pera-se que esse tipo de registro traga consigo elementos como os objetivos do autor do material original, seus métodos e alguns aspectos das considerações finais deste (MACHA- DO; LOUSADA; ABREU-TARDELLI, 2004). A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o centro nacional de normalização de reconhecimento público no país desde a sua fundação em 1940. Nas décadas seguintes, até o tempo presente, essa instituição sem fins lucrativos encarrega-se de construir e atualizar normas e diretivas para produtos, inclusive elabora normas técnicas (as NBR’s) para traba- lhos acadêmicos. FIQUE ATENTO O resumo pode ser de dois tipos: simples ou expandido. O resumo simples contém tema, objetivo, breve descrição da metodologia, resultados e considerações do documento ou pesquisa analisada. Ademais, conta com número de palavras e/ou caracteres pré-esta- belecido, comumente é encontrado como parte inicial de um artigo acadêmico, mas tam- bém pode ser um exercício de escrita livre, com finalidades de organização individual do pesquisador (RIBEIRO, 2016). Ele não tem citações, quadros, imagens e demais elementos extratextuais. Espera-se que esse tipo esteja presente em artigos acadêmicos, por exem- plo: EXEMPLO 1 O artigo aborda a educação rural/do campo gestada nos movimentos sociais populares. Focaliza as experiências das Casas Familiares Rurais (CFRs) e das Escolas Famílias Agrícolas (EFAs), vincu- ladas aos sindicatos de trabalhadores rurais, Organizações Não Governamentais (ONGs) e asso- ciações comunitárias, e as experiências da Fundação de Desenvolvimento, Educação e Pesquisa da Região Celeiro (FUNDEP) e do Instituto de Capacitação e Pesquisa da Reforma Agrária (ITER- RA), vinculadas à Via CampesinaBrasil. O objetivo é captar, nas experiências de formação que ar- ticulam trabalhoeducação feitas por esses movimentos e organizações, as contradições expres- sas nas práticas/concepções de Pedagogia da Alternância. Tais contradições têm o potencial de iluminar os projetos de sociedade perspectivados pelos sujeitos coletivos que constroem suas propostas pedagógicas assentadas sobre a relação trabalho produtivo e educação escolar. Nesse sentido, a Pedagogia da Alternância pode apontar para uma relação trabalhoeducação de novo tipo, tendo por base a cooperação e a autogestão. No entanto, pode também significar formas de controle das tensões sociais, acenando para a possibilidade de o agricultor permanecer na terra, bem como mascarar o desemprego, alternando educação profissional e estágio remu- nerado por meio de políticas de parceria com empresas que se tornam agentes de formação (RIBEIRO, 2008, p. 27, grifo nosso)(RIBEIRO, 2008 p. 27 grifo nosso) . 34 As partes com grifo nosso, em sequência, identificam respectivamente o tema, ob- jetivo, metodologia e resultados. Cada qual participou da construção desse resumo acadê- mico simples, demonstrando os elementos principais do artigo acadêmico. Nesse sentido, o estilo de resumo simples apresentado é parte da construção de um artigo acadêmico. Um segundo modelo é o resumo expandido que, além da diferença de tamanho, comporta a possibilidade de diálogo do texto base com outras obras. Ele mantém os mes- mos elementos como tema, objetivo, metodologia, resultados e conclusões, mas aqui po- dem ser expandidos e descritos com mais profundidade (RIBEIRO, 2016). Nessa modalidade o autor poderá elaborar mais sua escrita, suas ideias e ainda dia- logar com outros autores e seus trabalhos. Nesse tipo de resumo são bemvindas citações, imagens e outros elementos extratextuais que possam colaborar com o entendimento sobre o tema (MELLO, 2018). No geral, resumos expandidos contam com um número de páginas que varia de 2 a 6 páginas, dependendo das orientações de escrita sugeridas. Seja qual for o tipo escolhido, sugere-se a escolha de um tempo verbal para estrutu- rar a escrita, sendo comumente empregado o pretérito do indicativo (eu visitei, eles apren- deram, ele nasceu), mas outros tempos podem ser utilizados, desde que sejam mantidos até o fim da escrita. Cabe ao pesquisador que escreve um resumo o cuidado e a responsa- bilidade em tornar seu resumo um artefato breve e claro sobre uma obra maior (RIBEIRO, 2016). Pode-se dizer que o resumo é um flash do material completo e, um bom resumo, pode ser um convite à leitura do trabalho original. Os elementos estudados nessa unidade demandam capacidade de leitura atenta, exercício de síntese (capacidade de resumir) e organização de ideias. Como esses exercícios se dão no seu cotidiano? Avalie a presença dessas operações e pense nessas características. VAMOS PENSAR? Vale destacar que o resumo não é um texto frio, uma cópia de ideias do texto origi- nal, ele é na realidade a oportunidade de se exercitar a síntese a partir de uma determina- da leitura. Resumir demanda leitura atenta e cuidado com as ideias contidas no material original, a capacidade de transpor para poucas linhas o exercício de uma pesquisa mais alargada com destaque para os pontos já anunciados anteriormente. Ao longo da escrita do resumo deve-se pensar sempre em quem será o leitor, que pode ser o próprio pesquisador, um professor ou um leitor desconhecido. Se for para você, atente-se em deixar o resumo de modo mais familiar com seu estilo próprio de leitura e escrita, de modo que, em consultas futuras, você tenha a possibilidade de economizar tempo evitando sucessivas releituras do texto base. Caso seja para um professor ou para o público em geral, a orientação é respeitar as normas de escrita, da gramática e da ortografia, trazendo as impressões do autor do resumo como forma de levar seus
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