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RESUMO - Clínica de Pequenos Animais IV

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AFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR 
 
 
Alterações anatômicas específicas em cães braquicefalicos que levam a angústia respiratória, 
para que seja considerada Síndrome do Braquicefálico o animal precisa apresentar mais de uma 
alteração (ex: animal com estenose de narina e prolongamento de palato). 
O animal braquicefálico tem o focinho curto e inclinado, crânio desproporcional em relação a 
cavidade nasal, o palato mole é mais longo, porém o espaço é na cavidade é menor, então esse 
palato forma uma “prega”. 
 
RAÇAS MAIS ACOMETIDAS 
 Buldogue Inglês 
 Buldogue Frances 
 Pug 
 Shitzu 
 
SINAIS E SINTOMAS 
 Dificuldade para trocar calor 
 Ofegação 
 Stress 
 Intolerância ao exercício 
 Depressão respiratória 
 Ronco 
 Cianose 
 Síncope
 
DISTRIÇÃO 
Inspiração: o animal apresenta dificuldade respiratória na inspiração, dificuldade de via aérea 
superior. 
Expiratória: o animal apresenta dificuldade respiratória na expiração, dificuldade de via aérea 
inferior. 
Mista: o animal apresenta dificuldade respiratória tanto na inspiração como expiração, dificuldade 
de via superior e inferior. 
 
Observação sobre os pugs – possuem rotação dorsal do maxilar, sinus frontal minúsculo 
ou ausente e a proporção craniofacial menor que a do Buldogue. 
 
 
 
As principais alterações são: Estenose de narina, Prolongamento de palato e Hipoplasias, 
porém existem outras. Seguem as alterações que fazem parte da síndrome: 
 
--- ESTENOSE DE NARINA --- 
Aletas nasais (abinhas) fechadas dificultando a entrada de ar pelas narinas, na hora que o animal 
vai inspirar o ar essas aletas colabam, então o animal tem um distrição inspiratória. É congênito, 
mais comum em Shitzu e Buldogue francês. Diagnóstico feito pela inspeção direta. 
Tratamento cirúrgico: Plastia de 
narina, exitem duas técnicas, e em 
ambas retira-se um triangulo da 
aleta nasal, esse triangulo pode 
ser removido na região rostral, ou 
na região lateral da narina, sempre 
tentar tirar o mínimo possível, pois 
se ainda ficar pequeno da pra tirar 
outra parte depois, porém se a 
abertura ficar muito grande é difícil 
corrigir. 
 
--- PROLONGAMENTO DE PALATO --- 
Hiperplasia do palato mole. Durante a inspiração o palato mole obstrui a entrada de ar na 
aritenóides, gerando um efeito de vácuo nas vias aéreas, esse vácuo pode fazer os brônquios 
colabarem e o pulmão inflamar, podendo ter um edema intersticial, uma pneumonia intersticial por 
estresse ventilatório. Ocorre muito em Buldogue inglês, Pug, Buldogue francês e Cavalier King 
Charles Spaniel 
Sinais e sintomas: Ruídos respiratórios, dispnéia inspiratória, intolerância ao exercício, muita 
dificuldade para trocar calor (heat stroke) e síncope em casos mais graves. 
Diagnóstico: inspeção direta (abrir cavidade oral com o animal sedado e olhar, visualizando uma 
pele caindo por cima e cobrindo a epiglote), o exame mais utilizado é a endoscopia, pode-se fazer 
também raio-x ou tomografia (não é muito utilizado). Na endoscopia podemos ver se o animal tem 
o prolongamento, avaliar a laringe pra ver se há eversão de sacos laríngeos causando 
colabamento de laringe, avaliar se tem colapso brônquico. Na radiografia torácica podemos 
visualizar de ele tem alguma pneumonia ou edema secundário. 
Então para diagnóstico do prolongamento de palato é utilizada a inspeção direta, endoscopia e 
radiografia de tórax. 
Tratamento cirúrgico: se o palato estiver edemaciado não se 
deve operar, porque ele vai estar inchado, a possibilidade 
de tirar mais palato do que deveria é muito grande, então se 
tiver edemaciado, fazer um traqueostomia temporária, ele 
vai respirar por ela, até se estabilizar e pode fazer a cirurgia. 
A cirurgia é a Estafilectomia, onde o animal vai ser colocado 
em posicionamento anatômico, entubado, sonda presa em 
baixo, um pouco de gelo dentro da cavidade oral para 
diminuir a resposta inflamatória durante a manipulação. 
Para a técnica deve-se ancorar um fio de cada lado do 
palato, puxando a pele sobressalente e remover aos poucos a pele (cuidado para não remover 
demais, pois pode dar deiscência de pontos), usar sutura simples separada, pois a simples 
contínua veda muito, podendo formar abcessos, e se a simples separada romper vai romper 
apenas um ponto e não todos como na contínua, pode-se utilizar Nylon (porém vai ter que sedar 
o animal para retirar os pontos) ou Poliglecaprone (Monocryl) (o Monocryl não vai precisar retirar 
os pontos), não utilizar Vicryl, pois ele é multifilamentar, transmitindo as bactérias da boca para a 
região subcutânea. 
Pós operatório: antibioticoterapia, antiinflamatório, analgesia (porque eles vão sentir dor para 
comer), não fazer jejum pois para a cicatrização o animal precisa estar nutrido, então o jejum 
dificulta a cicatrização, pode-se dar alimentação mais amolecida para não dar atrito e inflamar os 
pontos e mais fracionada, dando pequenas quantidades, muito cuidado pois eles podem fazer 
falsa via porque não estão acostumados com o palato normal e engasgam, então se ater a isso. 
 
--- HIPOPLASIA DE TRAQUÉIA --- 
É uma traqueia com a luz menor do que o normal, uma diminuição da luz, bem comum em 
Buldogue ingleses. A hipoplasia vai fazer com que o animal aumente a frequência respiratória 
porque entra menos ar quando ele respira, então faz com que o animal fique mais ofegante. A 
hipoplasia de traqueia não tem tratamento cirúrgico para aumentar a luz traqueal, ele vai viver 
assim a vida inteira, então ele não pode se estressar ou passar calor pois pode ter 
colapsos/síncopes. 
 
--- EVERSÃO DOS SACOS LARÍNGEOS --- 
É a eversão da mucosa que reveste as criptas 
laringeanas, esses sacos laríngeos em um animal sem 
alterações não deve estar aparente, é o primeiro 
estágio de colabamento de laringe, se esses sacos 
edemaciarem mais um pouco (no caso da imagem) vai 
fechar completamente a laringe e esse animal não vai 
conseguir respirar. Ocorre devido à alta pressão 
negativa gerada nas vias respiratórias secundária a 
síndrome do braquicefálico. Trata-se a causa base 
(normalmente é palato), usa-se anti-inflamatório 
(corticóide é bom, se o animal não tiver contra 
indicações [cardiopata, diabético...]) e eles vão 
“desaparecer”, não precisa remover cirurgicamente. 
Sinais e sintomas são: dispneia leve a intensa, ruídos 
respiratórios, esforço rápido e ofegação constante e 
tutor relata alterações/ausência no latido (pq é a região que passa a corda vocal). 
O diagnóstico é feito a partir de endoscopia. E o tratamento cirúrgico só deve ser feito quando os 
sacos laríngeos tiverem características tumorais (o que é raro de acontecer), quando tem tumor 
de laringe, dificilmente consegue fazer ressecção completa. Quando esses sacos estiverem um 
vermelho vinho é característica tumoral, ai tem que fazer a remoção, pra fazer essa remoção o 
ideal é utilizar bisturi a laser (equipamento caro, então é difícil fazer porque poucas pessoas 
possuem), e o prognóstico é reservado a ruim porque é difícil remover ele por completo. 
No pós operatório: antibioticoterapia, anti-inflamatório e analgesia. 
 
 
 
Sacos laríngeos 
edemaciados. Quando 
eles estão normais não dá 
para visualizá-los, o canal 
fica todo pretinho. 
--- TURBINADOS NASAIA ABERRANTES --- 
É pouco pesquisado porque não tem muito endoscopista que faça o a 
rinoscopia retrógrada (para visualização desses turbinados. Essa 
endoscopia entra pela cavidade oral, faz uma curva e enxerga os 
turbinados dentro da cavidade nasal, esses turbinados vão estar bem 
fechadinhos, quase não tendo espaço para passagem de ar. O 
tratamento é cirúrgico e também com bisturi a laser, porém eles 
recidivam 
 
 
--- ALTERAÇÕES GASTROESOFÁGICAS ASSOCIADAS --- 
São alterações que ocorrem devido a síndrome do braquicefálico, envolvendo disfagia, vômito e 
regurgitação, são secundárias a todo o esforço respiratório que o animal faz. Esse
esforço 
respiratório contribui para que o animal tenha refluxo, e esse refluxo vai inflamar toda a região de 
esôfago, laringe, faringe e cavidade oral. Mais frequente em Buldogues Franceses. 
 
RESUMÃO DE SÍNDROME DO BRAQUIEFÁLICO: só é síndrome se tiver mais de uma 
alteração, o diagnóstico completo sempre realizar inspeção associada a endoscopia, associada a 
radiografia de tórax. 
Cirurgia para remoção de prolongamento de palato se chama Estafilectomia (não é 
palatoplastia). 
 
 
 
 
É uma degeneração da cartilagem traqueal, progressiva, conforme o animal vai envelhecendo, 
essa cartilagem tende a amolecer mais e ficar mais frágil e aquele musculo dorsal também fica 
frouxo, e a traquéia vai colabar sempre de dorsal pra ventral. 
Esse colapso vai ocorrer em graus diferentes, tem animais que vão apresentar sintomas 
esporádicos, e animais que não consegue respirar. 
ANATOMIA 
Na região dorsal a traquéia temos o esôfago, temos a 
musculatura dorsal da traquéia (musculo traqueal), 
anéis cartilagíneos de cartilagem hialina, e o lúmen 
da traquéia por onde passa o ar. Esse lúmen é 
revestido pelo epitélio respiratório, epitélio 
pseudoestratificado, colunas ou com células 
pavimentosas, ciliados (que fazem limpeza), e as 
células caliciformes que produzem muco, esse muco 
barra a entrada de sujeira na via respiratória, e os 
cílios se encarregam de limpar todo o sistema 
respiratório. 
 
Os animais susceptíveis são cães de meia idade a idosos, de raças miniaturas e toys (Spitz, 
Chiuaua, Pug, Poodle, Maltes, Yorkshire). É raro em gatos e não tem predisposição sexual. 
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA 
A manifestação clínica vai depender do grau de colapso, nos graus 
mais simples eles vão apresentar uma tosse intermitente e respiração 
ruidosa, nos casos mais graves ocorre síncope e sinais de obstrução. 
 Grau I: tem 25% do lúmen traqueal perdido 
 Grau II: tem 50% do lúmen traqueal perdido 
 Grau III: tem 75% do lúmen traqueal perdido 
 Graus IV: tem 90% do lúmen traqueal perdido 
Nos de grau IV, já não passa quase ar, então eles desmaiam 
com frequência. 
 DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico pode ser feito através de radiografia ou endoscopia (a endoscopia é a de escolha): 
 RADIOGRAFIA: cervical e torácica, onde vamos visualizar a diminuição do espaço da 
traquéia, normalmente ali na região de transição cervical e entrada do tórax (região 
principal de colapso),e depois ela volta a se abrir, podemos visualizar também um pulmão 
com padrão feio, na minoria dos casos o colapso ocorre na região cervical. Porém 
dependendo do grau vai ser difícil visualizar no rx, um grau IV é bem fácil visualizar, mas 
já um grau I é bem difícil, (não dá pra graduar o grau através do rx). 
 ENDOSCOPIA: aqui na endoscopia conseguirmos ver se ele tem colapso e conseguimos 
graduar. (Preferível) 
 
TRATAMENTO 
 
Tratamento conservador: emagrecimento (porque animais 
obesos colapsam com uma frequência maior), corticoides 
(spray oral ou sistêmico) pra desinflamar essa região da 
traquéia, antitussígenos (porque quando eles colabam eles 
tem estímulo de tosse) a prof usa o Vibral®, e antibióticos se 
tiver infecção secundária (muita secreção na traquéia, o 
pulmão com padrão feio). 
Tratamento cirúrgico: deve ser feito no momento que o animal está com respiração muito ruim, 
podendo entrar em óbito, só é indicado em casos graves de grau III muito sintomático ou grau IV. 
Não deve ser indicado sempre, porque ele apresenta complicações. 
O tratamento cirúrgico é feito através do Stent 
Traqueal, que é uma trama que vai ser inserida 
dentro do lúmen traqueal, para a colocação se deve 
entrar com o stent fechado dentro da traquéia, no 
momento que chega no ponto de colabamento deve-
se ir liberando esse stent, que vai se abrindo e 
liberando a luz traqueal, então no transoperatório 
tem que ter endoscopista junto, se tiver fluoroscópio 
(intensificador de imagem) junto melhor ainda, ou 
associar com radiografia transoperatória, para saber 
o ponto certo de disparar esse stent. Antes da 
cirurgia devem ser feitas mensurações de comprimento e diâmetro da traquéia, para escolher o 
tamanho adequado de stent. Também se usa um marcador que é inserido no esôfago do animal, 
ele vai dar a noção do tamanho em centímetros de onde vai ficar o stent. Tomar cuidado porque o 
stent não pode ser disparado muito próximo da carina porque ela vai estimular tosse, e também 
não pode ser disparado muito na região cervical. 
É uma cirurgia rápida, muito cara porque o stent vem dos EUA, custa em torno de uns R$30.000 
e é cheia de complicações. Depois que o stent é disparado, não dá pra arrumar, reposicionar ou 
retirar. Então por isso é indicada só em casos graves. 
Complicações: formação de muita secreção, estimulação de tosse, irritação do epitélio 
respiratório, os cílios não vão conseguir trabalhar direito no meio de toda essa trama. Além disso, 
esse stent pode migrar se ele estiver pequeno (se isso ocorrer não da pra fazer nada), pode 
quebrar (se isso ocorrer, vai ter que colocar outro por dentro desse fraturado) ou pode ficar mal 
posicionado (se ficar mal posicionado próximo a carina, esse animal vai ficar tossindo, e não tem 
o que fazer). Ou pode ocorrer uma reação inflamatória. 
 
 
 
A Paralisia ocorre quando a laringe começa a perder essa função de movimentação, ela pode 
ocorrer em gradientes diferentes, com intensidade maior ou menor, é uma doença que tende a 
ser progressiva. Isso vai comprometer todo o processo de deglutição, respiração e compromete 
também as cordas vocais do animal. 
Podem estar associadas complicações pulmonares, por vácuo na via aérea. 
Paralisia de laringe é bem frequente em Labrador, porém Goldens, Pugs e Chiuauas também 
estão desenvolvendo a paralisia, acomete cães de raças grandes e gigantes, porém já tem casos 
em Pugs e Chiuauas, os machos de meia idade e é raro em gatos. 
 
ANATOMIA 
A laringe é uma caixa cartilagínea, formada por cinco cartilagens que se articulam por uma 
inervação e uma musculatura, um mecanismo neuromuscular, conforme uma musculatura contrai 
a laringe se movimento, ela se movimenta abrindo as aritenóides pra ventilar ou fechando as 
aritenóides e abrindo o esôfago para deglutição. Ela também se contrai e se movimenta para 
vocalização. Então essas são as funções da laringe: vocalização, deglutição e ventilação. 
As cinco peças cartilagíneas que compõem a laringe são: 
 Epiglote 
 2 Aritenóides 
 Tireóide 
 Cricóide 
Elas se articulam por um processo neuromuscular. 
Ao redor dessas cartilagens temos músculos intrínsecos e 
extrínsecos que modulam tamanho, forma e posição da 
glote, um desses músculos se chama Crico-aritenoideu 
(que envolve a Cricóide e a aritenóides), esse músculo 
vai ter um déficit de contração, e a laringe não vai se 
abrir. 
Esses músculos são inervados pelo nervo Laringeo caudal 
(que é um segmento terminal do Nervo Laringeo 
Recorente). 
Motricidade Laringeana: a abertura/entrada da laringe se 
chama rima glottidis, então quando o animal vai ventilar 
essa rima se abre, se lateraliza e o ar entra, em repouso 
ela deve ficar fechada. Quem faz essa contração é o 
musculo crico-aritenoideu. 
 
 
 
 
 
ETIOLOGIA 
 Base congênita: raças predispostas são Huskies, Dálmatas, Staffordshire bull terriers, 
Rottweilers e Bouviers des Flandres. São animais que desenvolvem paralisia de laringe de 
forma congênita. 
 Base adquirida: pode ser idiopática (que não se sabe da onde veio, pode acometer os 
labradores, chiuauas, goldens e pugs), pode ser secundária a polineurite (degeneração 
nervosa generalizada), pode ser secundária a endocrinopatias (hipotiroidismo, esses 
hipotiroideus tem uma desmielização da musculatura do esôfago, tendendo a desenvolver 
megaesôfago, e tem também uma desmielização do nervo laríngeo recorrente, então eles 
tendem a desenvolver uma paralisia de laringe
progressiva secundária ao hipotiroidismo 
não controlado), pode ser secundária a traumas na região, pode ser trauma cirúrgico (ai vai 
ser chamada de etiologia iatrogênica), pode ser secundária a neoplasias (ex neoplasia de 
tireóide) ou ainda ser secundária de alguma infecção locorregional. 
Animais que tem paralisia de forma congênita, ou adquirida por polineurite, secundaria ao 
hipotiroidismo ou idiopática vão ter paralisia bilateral (as duas aritenóides estarão paralisadas). 
Se a lesão for iatrogênica, trauma ou neoplasia a paralisia vai ser unilateral (uma aritenóides vai 
estar paralisada e a outra movimentando). 
 
QUANDO SUSPEITAR? 
Colher dados de anamnese, o animal vai estar ventilando mal, respirando de forma ofegante, 
correlacionar com a raça e com o histórico (engasgo frequente, som de serrote na respiração). 
Disfonia: como a corda vocal também faz parte da laringe, o animal com paralisia também vai ter 
alteração no timbre do latido, o tutor pode relatar isso como parte dos sintomas, que ele está 
afônico (não consegue latir, vai fazer movimento de latir e não sai som), ou que mudou o timbre 
do latido dele. Essas alterações podem estar presentes. 
Alguns animais podem ter complicações respiratórias, principalmente associadas a falsas vias, a 
quadros aspirativos, alguns animais (os que tem polineurite e os que tem hipotireoidismo, com 
megaesôfago associado) podem ter regurgitação com frequência, e isso é um problema pq 
quando ele regurgita ele pode aspirar, fazendo uma pneumonia aspirativa. 
 
 
DIAGNÓSTICO 
Através da inspeção direta (olha pra laringe e verificar se ela se movimenta), porém é muito difícil 
visualizar isso (já que são cães dolicocefálicos [com o focinho comprido]), então fazemos a 
endoscopia (Laringoscopia), também inspecionar todos os segmentos da via aérea, porque eles 
também fazem colapso brônquico. Para avaliar a laringe eu preciso anestesia o paciente, devo 
escolher uma droga que não deprime o reflexo laríngeo desse animal (não usar Propofol, pois ele 
inibe), pois preciso visualizar essa laringe sob estímulo funcional, pois se utilizar medicamento 
que deprima o reflexo, vou ser induzida a achar que o paciente tem paralisia, porém pode ser só 
o efeito da droga que deprime o reflexo. Um exemplo de protocolo que pode ser utilizado é: 
Acepromazina + Opióide e indução por máscara de Isofluorano. 
Diagnóstico diferencial: diagnóstico pra todas as alterações que causam distrição respiratória 
de via aérea superior, só que não são animais braquicefalicos, e o colapso traqueal acomete só 
os animais de raças pequenas. 
Uma alteração que pode simular paralisia de laringe são neoplasias do segmento orofaríngeo. 
Também fazer diferencial pra pneumopatia primária e pneumo cardiopatia (porque o animal pode 
ter uma dispnéia mista). 
Caso for diagnosticado paralisia, temos que descobrir a causa base, só se pode falar que é 
idiopática se eu descartar todas as outras possibilidades (raça predisposta, hipotireoidismo [fazer 
os exames hormonais para saber], polineurite [fazer avaliação neurológica ampla, avaliar a 
condição/score corporal do animal e a condição muscular dele pra saber se tem a polineurite, se 
é algo que vem sendo progressivo a atrofia muscular e incoordenação motora], tumores ou 
iatrogênica) se eu descartar todas essas ai sim posso pensar em idiopática. 
Sempre avaliar rx de tórax pra ver se esse animal tem complicação pulmonar secundaria, pode-
se fazer esofagograma pra saber se tem megaesôfago, porém é muito perigoso, porque quando 
colocamos bário pra fazer o contraste o animal pode regurgitar, e com a paralisia de laringe ele 
facilmente aspira esse bário, e vai gerar um pneumonia feia, então ao invés de esofagograma é 
melhor pedir para que o endoscopista ao terminar a endoscopia, entre no esôfago, ai pode 
verificar se ele tem esse megaesôfago, é a forma menos arriscada. 
Nesse rx de tórax vou procurar se tem algum edema intersticial, se tem pneumonia aspirativa ou 
inflamatória. 
A complicação pulmonar que um animal com paralisia vai apresentar é uma bomba de vácuo 
pulmonar, é o animal se esforçando pra ventilar com a entrada de ar completamente colapsada, 
ele vai entrar, fazer vácuo na via aérea e vai fazer edema intersticial por esse efeito de bomba de 
vácuo. 
 
TERAPIA DE SUPORTE 
Terapia de suporte: anti-inflamatório, sedação pra ele respirar bem, se ele tem edema entrar com 
medicação pra diminuir esse edema pulmonar, oxigenioterapia 100% pra melhorar a saturação do 
paciente, tudo isso se faz em uma unidade de terapia intensiva (UTI). 
Então o animal chegou com uma hipóxia sistêmica, com muita dificuldade pra respirar, uma 
respiração agônica, devemos primeiro garantir o suporte de oxigênio para o paciente (oferecendo 
oxigênio, sedar o animal, e se necessário anestesia geral), coletar todos os exames possíveis, 
fazer a entubação do animal e partir pra ventilação mecânica, quando o animal está calmo, tentar 
tirar do tubo pra ver como ele reage, se ele voltar respirando de uma forma mais calma ai ok, tem 
tempo pra fazer o manejo e diagnóstico, agora se ele voltar respirando muito mal, fazer uma 
traqueostomia temporária de retorno, ai acorda o animal, se o problema dele for restrição de via 
aérea alta a traqueostomia já vai resolver o problema, se ele tiver um padrão misto vai ter que dar 
atenção as alterações pulmonares e fazer o tratamento, se necessário manter entubado. 
Protocolo de tomada de decisão: na admissão do paciente você vai reconhecer a urgência – vai 
para UTI/Internação (todo aquele processo descrito na terapia ali em cima) – depois vai para o 
diagnóstico geral (hemogasometria, triagem para endocrinopatia, pneumopatia, fisioterapia e 
reabilitação respiratória) e específico (endoscopia/laringoscopia, pode ser concomitante a cirurgia 
[já faz a cirurgia utilizando o mesmo momento anestesico para a endoscopia, já aproveitando o 
animal anestesiado] ou não [fazer primeiro a endoscopia, acordar o animal e só depois fazer a 
cirurgia, aqui vai ser necessária endoscopia pré e transoperatoria, o que gera um custo mais 
alto]). 
 
TRATAMENTO 
O objetivo do tratamento é desinflamar vias aéreas, realizar a cirurgia 
(CRICOARITENOIDEPEXIA) , essa cirurgia substitui o musculo cricoaritenoideu, vamos ficar a 
cartilagem aritenois a cartilagem cricóide, então essa aritenoide vai ficar constantemente aberta 
para ventilação. Essa cricoaritenoidepexia deve ser feita de forma unilateral, não pode fixar os 
dois lados se não o animal não consegue deglutir, se não vai ficar todo o tempo entrando 
alimento dentro das vias aereas. 
Tecnica cirurgica (CRICOARITENOPEXIA): só utilizada em paralisi bilateral, acesso pequeno 
pela lateral do pescoço, acessar a caixa cartilaginea, econtrar a aritenóide que está por dentro da 
tireoide, passar um frio de sutura entre a cricóide e a aritenóide, ficnado constantemente aberta. 
Usar fio não absorvivel. 
 
PROGNÓSTICO 
O prognóstico vai depender da causa base, se a paralisia for secundária a polineuropatia o 
prognóstico vai ser ruim porque a doença envlui muito mal. Ocorre bastante complicação por 
pneumonia aspirativa (30%), porque a aritenóide fica acerta o tempo todo, e esse animais 
precisam aprender a comer novamente, eles passam por uma reeducação de deglutição. 
A pneumonia aspirativa ocorre em até 19% dos casos, pode ocorrer em meses ou até anos após 
a cirurgia. Então orientar o dono no manejo do animal, sempre dar água, evitar alimentos 
pastosos, porque é mais fácil de fazer falsa via. Fracionar a oferta de ração. 
Alguns animais mesmo depois da cirurgia persistem com tosse, entõa pode-se usar 
antitussígenos. Persistem com intolerancia ao exercicio, porque não tem a capacidade ventilatória 
plena. Pode ocorrer também falha cirurgica, como o fio soltar, a cartilagem rasgar (principalmente 
em animais pequenos). Se isso acontecer o animal vai voltar a apresentar os mesmos
sintomas, 
vai ter que operar de novo, só que agora o lado oposto. 
Se eu tenho paralisia unilateral não é indicado cirurgia, porque a ciru vai fazer exatamente isso, 
lateralizar uma aritenóide só. 
 
TODAS AS AFECÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO SUPERIOR O DIAGNÓSTICO 
PRINCIPAL É A ENDOSCOPIA. 
 
 
 
ORTOPEDIA 
 
 
 
 
FUNÇÕES DOS OSSOS 
Os ossos do corpo são divididos em Esqueleto Axial, Esqueleto Apendicular e Esqueleto 
Visceral (osso peniano cão). 
São 319 ossos, classificados em ossos longos, ossos achatados, ossos cuboides e ossos 
irregulares. 
As funções do esqueleto são: 
 Suporte e proteção de órgãos 
 Reservatório de minerais e gordura 
 Hematopoese 
 Alavanca para musculatura 
 
HISTOLOGIA 
Histologicamente o osso é constituído de tecido conjuntivo, altamente vascularizado e 
metabolicamente ativo. 
 
Anatomicamente os ossos longos são divididos em: 
 Epífise 
 Metáfise 
 Diáfise 
Macroscopicamente divididos em: 
 Cortical 
 Esponjoso 
 Periósteo 
 Endósteo 
Microscopicamente dividido em: 
 Tecido primário 
Tecido secundário 
 
FISIOLOGIA 
A ossificação (formação do tecido ósseo, na embriologia) ocorre de duas formas 
(intramembranosa e endocondral). 
Ossificação Intramembranosa: aquela que acontece nos ossos chatos (ex: crânio). 
Ossificação Endocondral: Formação do osso através de um modelo cartilagíneo, de cartilagem 
hialina, que vai se diferenciar em matriz óssea a partir do disco epifisário (que são as placas de 
crescimento), e a partir daí vão ter crescimento longitudinal (ossos longos). 
É um ciclo de crescimento bifásico, a mais rápida ocorre quando o animal é filhote, e a partir do 
5º/6º mês esse crescimento é mais lento e gradual. Dependendo do porte do animal, o 
crescimento pode chegar até +/- 1 ano e 2 meses. 
 
LEI DE WOLFF 
Segundo a lei de Wolff, a tensão imposta aos ossos gera modificações em seu tamanho, forma e 
densidade. Então com a realização de exercícios ocorre aumento da densidade óssea, porém a 
falta de exercícios os torna mais “frágeis”. Então onde tem maior pressão no osso, o a atividade 
osteoclástica aumenta. 
O osso é um tecido viscoelástico (capacidade que uma estrutura tem de se deformar e voltar a 
sua estrutura normal). 
No gráfico: 
 A: limite elástico, limite de estresse que aquele tecido pode sofrer podendo ainda voltar ao 
seu formato normal, se ele passar desse limite ele não consegue mais voltar a sua 
estrutura normal. 
 C a E: deformidade plástica, ponto em que a estrutura se deforma, não vai se romper, mas 
vai se deformar e não vai voltar ao seu formato original. 
 E: limite de estresse, momento onde o osso vai fraturar. 
O osso não é uma estrutura morta, 
ele tem atividade metabólica 
constante, é influenciado pelas 
forças externas, e ele vai ter uma 
resposta mecânica de acordo com 
as forças exercidas. Isso faz com 
que tenhamos diversos tipos de 
fraturas, de acordo com o estresse 
desempenhado sobre aquele 
osso. 
 
EXAME ORTOPÉDICO 
O histórico e a anamnese são muito importantes, fazer observação/inspeção do animal enquanto 
caminha, se senta, se levanta, fazer palpação de cada grupo muscular, de cada articulação, 
movimentos de extensão e flexão, e por ultimo solicitar os exames de imagem (Raio -x, 
tomografia e ressonância). 
 
DEFORMIDADE 
Valgo: deformidade onde tem um arqueamento interno do membro. 
Varos: deformidade onde tem um arqueamento externo do membro (perninha de cowboy). 
Observação/Inspeção: observar o animal em estação, caminhando, no trote, no passo, como ele 
se senta, levanta, observar condição corpórea dele (se está acima do peso, abaixo). 
 
 
PALPAÇÃO 
O exame de palpação é importante porque nem sempre a fratura vai estar visível, então é 
necessário sentir, saber onde está doendo. 
Essa palpação sempre deve ser feita de distal para proximal, avaliando se o paciente tem 
sensibilidade a dor em alguma localização específica, se tem aumento de volume, aumento de 
temperatura, crepitação (osso instável), em situações mais crônicas podemos evidenciar 
assimetria muscular. 
Lembrar que existem situações que não se deve ficar palpando demoradamente enquanto pensa 
o que fazer, como em pacientes politraumatizados, então nessas situações lembrar do ABC do 
trauma e do suporte a vida, porque muitas vezes a fratura é o menos importante, deve-se avaliar 
possíveis traumas neurológicos, abdominais, urinários e só depois ortopédicos. 
 
EXAME COMPLEMENTAR 
O principal exame complementar utilizado é o Raio-x, lembrar que ele é um exame 
unidimensional, então sempre devemos ter 2 projeções para correta avaliação da fratura. 
 
TRATAMENTO 
Como decidir qual o melhor tratamento? Primeiro devemos saber identificar e classificar uma 
fratura, é a partir da classificação da fratura, e entendimento de como essa fratura aconteceu que 
vamos conseguir decidir qual o melhor tratamento para ela. 
 
BIOMECÂNICA DAS FRATURAS 
Quando uma força é aplicada sobre um objeto, em uma direção oposta, o objeto se deforma do 
estado original. 
F= m x a 
Força = massa x aceleração 
Deformidade elástica: ao retirar a força ele volta a forma normal 
Deformidade plástica: o objeto sofre deformação progressiva permanente 
A fratura acontece quando o osso é incapaz de resistir a deformidade e aí ele se rompe. Então 
temos tipo de classificação de fratura de acordo com a força que foi atuante para que essa fratura 
acontecesse. Então classificamos como: 
 Fraturas de baixa velocidade: fratura simples e pouca energia, pouco dano aos tecidos 
adjacentes. 
 Fraturas de alta velocidade: múltiplas linhas de fratura, muita energia, muito dano aos 
tecidos adjacentes. 
 
FORÇAS QUE ATUAM SOBRE A FRATURA 
Então antes de tratar a fratura, temos que neutralizar as forças que estão atuando nessa fratura, 
temos 4 forças principais que são: 
 Arqueamento: estrutura única que sofre tensão de um lado e compressão do outro lado. 
 Torção: uma extremidade para um lado e outra extremidade para o outro lado. 
 Compressão: forças advindas das extremidades do osso atuando no centro dele. 
 Distração/tensão: forças indo a lados opostos na extremidade do osso. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS 
Vamos classificar a fratura de acordo com a causa, com a comunicação desse osso com o meio 
externo, a localização dessa fratura e a estabilidade e redução. 
1. CAUSA 
Temos 2 tipos de causa: 
 traumáticas 
 patológicas (hiperparatireoidismo, neoplasia, cisto, osteomielite) 
Saber a causa vai diferenciar qual tipo de tratamento deve ser aplicado. 
 
2. COMUNICAÇÃO COM O MEIO EXTERNO 
Temos 2 tipos de comunicação: 
 Fraturas fechadas (onde os tecidos moles adjacentes não têm nenhum tipo de lesão, e não 
vamos ter comunicação do osso com o meio externo). 
 Fraturas abertas (quando temos algum tipo de comunicação), podem ser divididas em 
graus: 
 - Grau I: baixa energia, fratura simples, a comunicação ocorre de dentro pra fora, o 
fragmento ósseo pode estar visível ou não, normalmente são feridas menores que 1cm, 
tecidos adjacentes pouco comprometidos. Os ossos mais comuns são: radio e ulna/tíbia e 
fíbula (porque são ossos com pouco revestimento de tecido mole ao redor). 
 - Grau II: fraturas de média energia, simples ou cominutivas, a lesão ocorre de fora 
pra dentro (não é o próprio ossos que perfurou a musculatura e pele, mas sim o trauma), 
normalmente maiores que 1cm, moderada lesão de tecidos adjacentes e podemos ter 
corpo estranho na região da fratura. 
 - Grau III: fratura de alta energia, com exposição evidente de tecido, perda de 
tecidos moles, pode ocorrer lesão neurovascular. 
 
3. MORFOLOGIA/EXTENSÃO 
Temos 2 tipos de morfologias: 
 Completa: acometimento das duas corticais ósseas. Ela pode ser: 
- Simples (apenas uma linha de fratura, o osso fraturou em duas partes) 
- Múltipla (mais de dois fragmentos ósseos, porém consigo reconstruir) 
- Cominutiva (diversos fragmentos
que são irredutíveis [não dá mais para juntá-los]) 
 Incompleta: não houve acometimento das duas corticais 
- Fissuras (só acomete uma cortical) 
- Galho verde (uma cortical se quebra e a outra se deforma) 
4. LOCALIZAÇÃO 
Classificamos em relação a localização do osso e porções (distal, proximal e medial): 
 Fratura Epifisária 
 Fratura Metafisária 
 Fratura Diafisária 
 
5. DIREÇÃO (linha de fratura) 
São divididas em 6 tipos: 
 Transversa (linha reta) 
 Obliqua (linha diagonal) 
 Espiral (um espiral) 
 Segmentada (Butterfly) (um fragmento ósseo se solta do resto) 
 Compressão (esmagamento) 
 Avulsão (ocorre onde temos inserção de tendões e ligamentos, ai esse tendão faz 
muita força e acaba avulsionando um fragmento ósseo) 
 
6. CLASSIFICAÇÃO DE SALTER HARRIS (FRATURAS FISÁRIAS) 
São fraturas específicas da linha de crescimento do osso, fraturas que acontecem em 
pacientes jovens (pois só eles têm a linha de crescimento aberta). 
 Tipo I: ocorre a separação da linha de crescimento, a fratura é exatamente em cima da 
linha fisária. 
 Tipo II: fratura que acomete a fise e a metáfise. 
 Tipo III: acomete a fise e a epífise. 
 Tipo IV: acomete a fise, a metáfise e a epífise. 
 Tipo V: fratura compressiva da fise. 
 Tipo VI: fratura mista, tem compressão de um lado só, ela abre de um lado e fecha do 
outro. 
As fraturas tipo V e VI, não são de importância cirúrgica. Já os 4 primeiros sempre vão 
ter indicação cirúrgica, porque são fraturas articulares. 
 
 
7. ESTABILIDADE 
 Estável: mantém um alinhamento ósseo preservado 
 Instável: perderam alinhamento 
 
8. REDUÇÃO 
 Redutível: fraturas que dá pra reconstruir exatamente. 
 Irredutíveis: não dá pra reconstruir exatamente, vamos manter o eixo e alinhamento 
articular, sem se preocupar com a redução anatômica perfeita. 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
Os objetivos do tratamento é restaurar a função óssea e dos tecidos adjacentes, neutralizar as 
forças que atuam na fratura, estimular e promover cicatrização óssea, minimizar os danos 
vasculares e ter um retorno precoce da função do membro. 
Existem alguns fatores que afetam o prognóstico que temos que levar em consideração: 
- Paciente (idade, condição de saúde, nutrição, etc.) 
- Classificação da fratura (importante para esclarecer para o tutor sobre o prognóstico) 
- Duração da injúria (fratura recente, antiga, complicação de fratura) 
- Proprietário 
- Escolha adequada do tratamento 
Para decidir que tipo de tratamento vamos utilizar para cada fratura, temos que ter em mente 
alguns fatores e mecanismos que precisamos preservar pra que o osso possa consolidar. Pra que 
um osso consolide, ele precisa de 2 coisas: Condição mecânica adequada e condição biológica 
adequada. Esses dois fatores devem estar em harmonia, trabalhando juntos. 
Fatores Biológicos: vão depender da localização do osso, do suporte sanguíneo que aquele 
osso tem e de possíveis lesões que ocorreram nos tecidos moles adjacentes ao osso. 
Fatores Mecânicos: vão depender da estabilidade da fratura. 
Sempre devemos conciliar esses dois fatores, biológico e mecânico. 
 
CICATRIZAÇÃO ÓSSEA 
Temos 3 tipos de cicatrização/consolidação óssea (Primária, Secundária, Osteogênese). O osso 
tem capacidade regenerativa, então ele não vai causar uma cicatriz ali, ele vai se regenerar, se 
consolidar, voltando a sua estrutura anterior a lesão. O que define se a cicatrização vai ser 
primária ou secundária é: tipo de fratura (simples, cominutiva...) e o tipo de estabilização. 
 Secundária (clássica): vai ocorrer em fraturas onde 
fazemos a estabilidade relativa. A consolidação 
secundária vai passar por várias etapas, que se 
assemelham ao processo de ossificação. (com 
formação de fibrocartilagem). Esse tipo de 
consolidação tem 5 etapas: 
- Hemorragia e coágulo da fratura 
- Inflamação 
- Formação do calo fibrocartilagíneo (aqui é normal não 
visualizar o calo no Raio-x, já que o calo é de 
cartilagem e não de célula óssea) 
- Calo ósseo (aqui ainda tem grande chance de 
refraturar essa região, pois é região fragilizada) 
- Remodelamento do calo 
 
 Primária: quando realizamos estabilidade absoluta. Temos lacunas pequenas e estáveis, 
assim a consolidação ocorre diretamente com células ósseas, e não com cartilagem como 
na secundária. 
 
 
 
ESTABILIDADE RELATIVA (Teoria de Perren) 
 
Strain % = change in length x 100 
 original length 
(estabilidade relativa (diferença do movimento 
 no foco da fratura) (tamanho do Gap original) que ocorre naquele Gap) 
 
 
O resultado vai ser a estabilidade relativa (ou seja, o quanto esse gap esta se movimentando em 
%). Estudos mostram que pra temos uma consolidação adequada, esse Strain tem que variar 
entre 5 a 20%. 
Sempre levar que por menor que seja a fratura, sempre vai ter algum movimento no foco da 
fratura. Então pra termos uma consolidação adequada, precisamos controlar esse movimento. 
 
REDUÇÃO DE FRATURA 
Reconstrução dos fragmentos ósseos na posição anatômica, restaurando o alinhamento do 
membro. 
Para termos uma consolidação primária, precisamos ter uma redução anatômica perfeita. 
Essa redução pode ser feita de forma fechada (não vamos abrir pele/musculo), ou de forma 
aberta 
Redução Fechada: então não temos exposição 
óssea, preservamos os tecidos moles e a 
vascularização, porém a desvantagem é a maior 
dificuldade de obter uma redução perfeita. Então 
são indicadas para fraturas alinhadas, fraturas e 
galho verde, fraturas cominutivas, fraturas abaixo do 
cotovelo e joelho. (Ex. de redução fechada: “Don’t 
touch”). 
 
Redução Aberta: abordagem no foco de fratura, pra se 
fazer uma redução perfeita. Então há exposição óssea, 
para que se possa fazer a redução, normalmente 
coloca-se uma aplicação direta do implante. Por mais 
delicada que seja a abordagem, vai causar um trauma 
vascular iatrogênico. São indicadas para fraturas 
articulares, fraturas anatomicamente redutíveis e 
algumas fraturas cominutivas 
 
 
MÉTODOS DE ESTABILIZAÇÃO 
Existem vários tipos de estabilização óssea, tanto cirúrgico como conservador 
COAPTAÇÃO EXTERNA (tratamento conversador) 
Utilização de bandagens e talas para estabilizar a fratura e conseguir a estabilização óssea. 
Não é qualquer tipo de fratura que pode ser tratada por coaptação externa, existem algumas 
regras que devem ser seguidas para poder fazer a 
indicação desse tratamento conservador. 
- Indicada para fraturas fechadas (fraturas abertas 
nunca deve ser feita coaptação externa) 
- Indicada para fraturas redutíveis e estáveis e com 
consolidação rápida 
- Indicada para fraturas em osso conjunto que só um 
deles fraturou (ex: radio e ulna) 
- Sempre imobilizar no mínimo duas articulações 
(uma articulação proximal e uma distal) 
- Só se recomenda tratamentos com a tala em 
fraturas abaixo do cotovelo e abaixo do joelho (distais do cotovelo e distais do joelho), 
porque em outros locais tem mais massa muscular, dificultando o tratamento 
- Os tipos são: Muleta de Thomas, Bandagem Robert Jones, Tala em Espiga. 
 
A imobilização é feita através de camadas, a primeira camada sempre é um micropore 
(esparadrapo), depois o algodão ortopédico (camada fofa impedindo que garroteie o membro), 
depois a atadura e por ultimo a tala (de metal, pvc ou madeira), a tala nunca deve ir direto em 
contato com a pele (porque causa ferida)! 
Quando devemos remover a coaptação externa? 
Não tem tempo pré definido, vai depender do paciente, do tipo de fratura. Deve-se ir fazendo o 
Raio-x para ir acompanhando a consolidação, só fazer a retirada na hora que esse osso 
estiver consolidado (visualizar o calo ósseo). 
 
 
 
 
 
 
ANATOMIA DO COTOVELO 
Articulação úmero-radio-ulnar / Projeção Crânio
caudal 
Se tratando de relação articular, a ulna se relaciona 
medialmente com o úmero, e o rádio se relaciona 
lateralmente com o úmero. 
Então se traçarmos uma linha ao meio, a região medial 
(compartimento medial da articulação) é o úmero com a 
ulna, a região lateral (compartimento lateral) é o úmero 
com o rádio. 
A região que o úmero se apoia sobre a ulna é uma região 
menor, então o úmero de apoia 30% na ulna e 70% no 
rádio. 
 
 
 
Articulação úmero-rádio-ulnar / Projeção 
Médio lateral 
Podemos ver que o úmero se apoia na ulna. 
O rádio e a ulna são ossos paralelos, que 
dividem duas articulações (rádio-carpica / 
úmero-rádio-ulnar), então esses ossos devem 
crescer exatamente de uma forma 
sincronizada. 
 
CONCEITO 
A luxação é uma alteração traumática, um trauma na articulação do cotovelo que vai resultar 
em destruição de um ou ambos os ligamentos colaterais, vamos perder essa relação articular 
entre rádio, ulna e úmero. 
O rádio e a ulna se deslocam sempre para a lateral, já o úmero se desloca sempre para 
medial. Pode haver ruptura muscular, lesão de capsula articular, lesão ligamentar, lesão de 
cartilagem articular, isso tudo vai depender da energia aplicada no trauma. 
 
APRESENTAÇÃO CLÍNICA 
O animal sempre vai chegar com histórico de trauma (briga, queda, atropelamento), 
geralmente chegam com impotência funcional do membro (membro sem capacidade de 
exercer sua função, o animal não apoia o membro), geralmente esse membro faz abdução 
para região externa e faz um giro (porque rádio e ulna estão luxados lateralmente). Quando 
movimenta o membro ele vai crepitar. Provavelmente vai ter edema. 
Esses animais têm dor, e tem incapacidade de estender o membro e de flexionar, porque está 
desarticulado. 
 
DIAGNÓSTICO 
A fratura distal de úmero é um diagnóstico diferencial para 
luxação de cotovelo. 
O diagnóstico é através do exame físico, confirmado por 
radiografias (sempre 2 projeções perpendiculares). Na 
radiografia vamos ver o úmero sempre para medial, e rádio e 
ulna para lateral, porque quando luxa ela sai para o lado 
medial, porque o suco fossa ancônea é menor. Cada projeção 
da uma avaliação bidimensional. 
Luxação recente, ocorreu em até 48h pode-se fazer a redução 
fechada (reduzindo a articulação pro lugar anatômico dela e manter 
imóvel por 30 dias, através de artrodese com bandagens ou fixador 
externo temporário). Como reduzir? Processo ancôneo se encaixa 
na fossa ancônea, precisa flexionar esse membro, pressionar o 
processo ancôneo, fazer um giro interno na radio e uma e entender, 
encaixando na fossa, sentindo que ele articulou e fazer bandagem 
(Robert Jones) com o membro esticado de apoio impedindo que o 
animal flexione o membro tudo isso com ele anestesiado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
REDUÇÃO ABERTA 
Quando não há mais possibilidade de fazer a redução aberta, já se passou mais de 48h. Suturar 
cápsula articular, músculos, tendões. Substituir ligamento colateral por parafuso e cerclagem em 
8 se necessário. Fazer osteotomia do olecrano (se o musculo tiver contraturado, se a luxação 
tiver contratura) e uma fixação externa temporária. 
Avulsão: todo fragmento ósseo que é removido de outro osso pelo ligamento. Esse tipo de 
fratura usa-se parafuso compressivo/lag. 
 
 Distancia de uma rosca para outra = passo de rosca. Crista = altura da rosca. 
 Cis = cortical onde o parafuso entra. Trans = cortical onde o parafuso sai. 
 A broca deve ser sempre menor que a rosca, a broca tem que ser do tamanho da alma do parafuso. 
 Não existe lado certo para perfurar, existe lado certo para posicionar o implante. 
 
ARTRODESE DE COTOVELO 
Quando passou muito tempo, tem muita destruição, falha na redução aberta ou fechada, deve-se 
fazer uma artrodese (fixar articulação para 
nunca mais movimentar), com placa ou 
parafusos ou fixadores externos, destruindo a 
cartilagem para os ossos virarem um só. Deve-
se ser evitada ao máximo, mas é o último caso 
para o animal não perder o membro. O animal 
não flexiona mas apoia o membro. 
 
LUXAÇÃO REDUZIDA 
PÓS OPERATÓRIO 
Fazer radiografias seriadas (a cada 30 dias) para avaliar: 
 Primeiro: posicionamento (se esta boa, implantes adequados, apoio do membro), quanto mais 
grave mais demorar, o que não pode é ter regressão (se houver já fazer radiografia em seguida) 
da evolução. 
 Bandagem e fixador externo por 30 dias. E verificar se não volta a luxar, se voltar tem que fazer 
artrodese. 
 Opióides, dipirona e antibióticos. 
 
 
 
 
 
 
Assim como a displasia coxofemoral, é uma falha na 
coaptação articular. Incongruência articular da 
articulação do cotovelo, vários fatores que interferem 
nessa incongruência. 
Etiologia: ocorre como resultado de uma 
predisposição genética com influencias de fatores 
ambientais. E dietas de alta energia que acelera o 
crescimento. Radio ou uma cresce um mais rápido 
que o outro. 
Sinais e sintomas 
Animais começam a claudicar entre 6 a 12 meses (não união do processo ancôneo). 
Animais que apresentam sintomas tardios, mais de 6 anos é porque fragmentam o processo 
coronóide por volta dos 2 anos. 
Ou claudicam secundários a osteartroses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comprimentos radio-ulnares discrepantes 
A ulna é sempre maior que o rádio, porque ela é mais alta, pois tem o olecrano. O úmero joga 
carga de cima para baixo. 
 
 
Ulna alta e rádio baixo: fragmentação do processo coronóide (porque úmero joga carga na 
região medial) e subluxação da cabeça radial (porque cabeça do rádio praticamente não encosta 
no úmero). Lesão no úmero (osteocondrose umeral), até chegar a fragmentação do processo 
coronóide. 
Úmero se articula com ulna no compartimento medial, então neste caso quem é prejudicado é o 
compartimento medial. Imagem mostra a diferença do espaço articular entre um lado e outro. 
 
SITE: https://www.fitzpatrickreferrals.co.uk/ 
 
O processo ancôneo deve unir até os 6 meses de idade do animal, mais que isso e não tiver 
unido ele tem não união de processo ancôneo (NUPA). 
15% das displasias de cotovelo ocorrem por ulna curta. 
85% ocorrem por ulna longa (Doença do compartimento medial). 
 
 
 
 
 
Situação: Rádio cresceu mais que a Ulna 
Processo ancôneo (PA) não está unido. Não união dele porque ocorre sobrecarga 
porque ulna é curta. Se a ulna não atinge o tamanho suficiente ele não atinge a sua 
fossa. Não união do PA ocorre quando ulna for menor que o rádio. 
Situação: Ulna cresceu mais que o Rádio 
PA 
Processo Coronóide (PC) 
Super vet (Prof.ª passou vídeos desse site na aula). 
https://www.fitzpatrickreferrals.co.uk/
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
Tem que haver diagnóstico precoce, ortopedia pediátrica. E tratamento iniciar enquanto animal 
esta crescendo, 
 Raio X: baixa sensibilidade e especificidade. 
 Tomografia do coronóide (TC): 90% de sensibilidade e especificidade. 
 Artroscopia não tem no Brasil.com qualidade. 
 
Tratamento 
Ostectomia: retirada de um pedaço do osso (animals jovens) 
 
Osteotomia bi obliqua (porque ela é obliqua 
tanto de caudal para cranial e lateral para 
medial) ulnar (animais adultos), os dois 
fragmentos vão deslizar entre si 
aproximando a altura das articulações. Não 
faz fixação dessa uma, cirurgia incomoda 
pq o osso não fica fixado. 
 
 
 
Remove PC porque não tem como fixar ele por ser muito pequeno, e fazer a coroidectomia 
subtotal (onde está circulado na imagem), removendo o PC e o fragmento todo (porque está todo 
lesionado causando dor), com isso o úmero vai estar todo apoiado somente no Rádio. 
Em NUPA o Processo Ancôneo deve ser removido em animais com mais de 8 
meses de idade, não tem mais como consolida-lo. 
Se o animal não tiver fragmentado o PC existe a placa Paul Plate que corrigi 
a conformação da displasia (o membro faz um giro quando o animal vai 
crescendo, ficando torto). Essa placa corrige esse meio osso e libera o 
compartimento medial, indicação quando animal ainda
não tem artrose, não 
tem osteocondrose umeral e ainda não fragmentou o coronóide, animais 
jovens, quando chegam aos 2 anos de idade já estão com todas essas 
alterações. 
 
 
 
TRATAMENTO PALIATIVO 
Artrose severa onde a (IC) não surtirá efeitos benéficos. Articulação 
destruída: Tratar com: 
- Condroitina. 
- Infundir acido iarulónico na articulação. 
- Depomedrol (cordicóide na articulação) 
- Galliprant (sem efeitos colaterais dos antiinflamatórios convencionais). 
- Analgésicos. 
 
Desvios angulares rádio e ulna 
Prótese total de cotovelo (ainda não faz no Brasil), 
PRECOSE 
 
 
 
 
 
 
 
O fechamento da linha de crescimento também pode ser por trauma. 
 
 
 
 
 
Epífise da ulna fechou com antecedência, para 
que o rádio não encurva deve-se fazer uma 
osteoctomia da porção distal da ulna, assim o 
quando rádio for crescendo ele vá levando a 
ulna junto, e o calo ósseo da ulna (onde retirou-
se o pedaço 1cm) é concluído quando o animal 
parar de crescer . 
 
 
 
 
REVISÃO ANATÔMICA 
No osso do quadril temos algumas estruturas como: íleo, ísquio, acetábulo, púbis. 
Vista lateral do quadril e articulação coxofemoral. 
Na avaliação do paciente podemos examinar o quadril com o animal 
em estação (em pé) ou em decúbito lateral, não conseguimos palpar a 
articulação, mas conseguimos palpar o trocanter maior, que vai ser o 
ponto de referência para esse exame articular, onde vamos avaliar 
crepitações, instabilidade, presença de dor e avaliar amplitude de 
movimento. 
Na vista cranial (com o paciente em estação) podemos avaliar a diáfise 
femoral, o trocanter maior, colo femoral e a cabeça femoral. 
A conformação óssea articular favorece muito a estabilidade da 
articulação, pois “abraça” a cabeça do fêmur. Outros fatores que 
auxiliam na estabilidade são: ligamento femoral e capsula articular, são 
estruturas que não gastam energia para realizar a estabilização 
 
 
DISPLASIA COXOFEMORAL - DCF 
É a doença ortopédica mais comum nos cães, extremamente complexa, é uma anormalidade do 
desenvolvimento ou crescimento da articulação coxofemoral. Caracterizada por uma lacidez da 
articulação e que tem concomitantemente um mal desenvolvimento da conformação articular, 
esse mal desenvolvimento pode ser secundário a essa lacidez ou primário. Essa malformação é 
um arrasamento acetabular, alterações na cabeça e colo femoral, essas alterações se 
desenvolvem ao longo do primeiro ano de vida do paciente, então os pacientes normalmente 
serão filhotes e jovens. 
Então a displasia é uma anormalidade no desenvolvimento e possui como fatores principais a 
lacidez articular e má conformação óssea (podendo ser primária ou secundária). Que leva a um 
arrasamento acetabular e alterações na cabeça e colo femoral, todas essas alterações vão levar 
a fenômenos de deficiência funcional dessa articulação. 
Muita gente acha que a DCF (displasia coxofemoral) é sinônimo de Osteoartrose, mas não é, são 
duas doenças diferentes, mas que normalmente caminham juntas, pois um paciente que tem DCF 
inevitavelmente ao longo da vida ele vai desenvolver um processo de doença articular 
degenerativa. 
 
CAUSAS 
A displasia tem uma etiologia multifatorial que inclui base genética, tamanho e taxa de 
crescimento, e também fatores externos como alimentação, desenvolvimento muscular, 
desenvolvimento ósseo, biomecânica articular, ângulo de inclinação e anteversão da cabeça e 
colo femoral. 
Existem raças que possuem uma maior predisposição, como o Rottweiler, Golden, Labrador, 
Pastor alemão, porém existem outras raças que podem ser acometidos com a DCF. 
 
ÂNGULO DE INCLINAÇÃO E ANTEVERSÃO 
Quando vamos avaliar o ângulo do colo femoral ele deve 
ter um valor de 135°, se for maior que isso ela sai do seu 
alinhamento com o acetábulo, é uma alteração anatômica 
que predispõe a instabilidade. 
 
Aqui no raio-x podemos observar um arrasamento da fossa acetabular, um ângulo provavelmente 
maior do que o normal, uma subluxação, alteração anatômica da cabeça e do colo femoral, sinais 
de osteoartrose. Podemos ver que não houve diagnóstico precoce, pois já temos sinais de 
degeneração! 
 
PATOGENIA 
A displasia coxofemoral não é uma doença congênita, os pacientes não nascem com displasia, é 
uma doença de desenvolvimento, o animal nasce com uma articulação normal, e essa 
instabilidade vai se desenvolvendo conforme ele vai crescendo. A frouxidão articular é 
considerada como a principal causa de artrose na articulação. 
O paciente vai apresentar instabilidade articular e desenvolvimento da DCF normalmente até o .6º 
mês de idade, podendo apresentar um processo inflamatório (sinovit, efusão articular, 
espessamento da capsula articular, desgaste anormal e erosão acetabular (osteófito) que são 
sinais de doença articular degenerativa. 
 
Quando o animal displasico caminha, ele coloca o peso 
sobre as patas e se a cabeça femoral dele não estiver 
bem encaixada no acetábulo a subluxação vai ficar 
mais evidenciada na hora que ele coloca o peso dele 
no membro, então as vezes no RX como ele não está 
apoiando o membro, não necessariamente a 
subluxação será visualizada, mas isso não significa que 
ela não esteja acontecendo 
 
 
 
HISTÓRICO E SINAIS CLÍNICOS 
As alterações podem se apresentar de formas diferentes em animais filhotes e em adultos: 
 Jovens (4-12 meses): podemos chamar de subclínica da displasia, não necessariamente 
vai ser aquele paciente que tem uma dor intensa, mas vamos poder identificar uma 
redução de atividade (proprietário relata que o animal é preguiçoso, só gosta de dormir, e 
isso não é normal em um filhote, então provavelmente não é preguiça, é que ele já tem um 
desconforto, uma dor, e tem uma intolerância ao exercício), claudicação exacerbada por 
exercícios, dificuldade em levantar, subir escadas, saltar obstáculos, ele pode apresentar 
uma característica bem comum chamada “saltar como coelho” (andar com as perninhas 
juntas), aspecto retangular dos membros pélvicos. 
 Adultos (+ de 12 meses): claudicação, atrofia muscular pélvica, hipertrofia muscular 
torácica. 
 
EXAME FÍSICO 
 Amplitude de movimento: flexão e extensão do quadril, adução e abdução, podendo 
perceber crepitação, dor, instabilidade. 
Existem algumas manobras específicas para avaliar a frouxidão articular: 
 
 Manobra de Ortolani: aqui vamos 
encaixar uma articulação que já está 
subluxada, com o paciente em decúbito 
lateral, vai fazendo movimento de 
abdução e em algum momento essa 
cabeça femoral que estava subluxada 
vai encaixar e você vai sentir um 
“clock”, esse barulho não é a cabeça 
luxando, mas sim reduzindo. 
Mas cuidado, pois nem todo paciente 
displasico vai ter Ortolani positivo, mas 
todo paciente com Ortolani positivo é 
displasico. Porque ele só vai ter 
Ortolani positivo se tiver subluxação, 
mas o fato dele não ter subluxação não quer dizer que não tenha displasia. 
 
 
 
 Exame de Barlow: é o oposto do 
Ortolani, onde se faz adução do 
membro e a cabeça do fêmur vai 
subluxar. Procedimento que veio da 
medicina humana. 
 
 Manobra de Barden: vai avaliar 
principalmente a lacidez articular, com o 
paciente em decúbito lateral, seguramos o 
fêmur na face interna da coxa e faz-se um 
movimento no sentido lateral, com o dedo 
em cima do trocanter vai sentir a cabeça 
femoral fazendo movimento de saída da 
região do acetábulo. Em cães muito 
grandes é difícil de fazer esse exame. 
 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 Ruptura de ligamento cruzado cranial 
 Osteocondroses 
 Panosteíte 
 Fraturas/luxações 
 Doenças neurológicas: mielopatia degenerativa, síndrome da cauda equina 
 
EXAME RADIOGRÁFICO 
É o exame de eleição pra avaliar a displasia, e existem 
alguns tipos de exames radiográficos normais ou sob 
estresse: 
 Projeção ventro-dorsal em extensão: projeção 
onde o paciente está em decúbito dorsal na 
mesa, estica-se
os membros, alinhando-os e faz 
o exame. 
 
 PennHIP: exame realizado sob estresse, método 
quantitativo e objetivo para avaliar a lacidez articular, 
obrigatoriamente realizado sob sedação, avalia 
qualidade da articulação coxofemoral de forma 
quantitativa em relação a frouxidão articular, vamos 
medir a distância de separação entre o centro da cabeça 
femoral e o centro do acetábulo. Aqui a articulação 
coxofemoral é forçada a luxar, vamos dividir a medida de 
distância pelo raio da cabeça femoral, e o número 
resultante é chamado de índice de distração (DI), esse 
índice pode variar de 0 a 1, um score próximo ao 0 indica 
menos flacidez, quanto maior o índice, maior a lacidez da articulação. Cães com índice 
menor que 0.3 são considerados conformação normal na articulação, com pouco ou 
nenhum risco de desenvolvimento da doença articular degenerativa. 
Existe um aparato utilizado no exame, esse aparato é colocado no meio do joelho do cão e 
forçar uma adução em direção ao aparato. Ele serve pra fazer uma avaliação precoce, 
normalmente em pacientes que não tem alteração no rx convencional. 
 
 DAR view ou BAD (Avaliação da 
borda acetabular dorsal): projeção que 
vai resultar uma imagem onde vamos 
avaliar a borda do acetábulo, pra ver o 
quanto de recobrimento ela faz na 
cabeça femoral, é uma posição 
específica feita principalmente quando 
queremos avaliar possibilidade de 
algumas técnicas de osteotomia pra 
correção da displasia. 
Tanto a projeção ventro-dorsal quanto a PennHIP são utilizadas para diagnóstico. 
 
TRATAMENTO 
Temos algumas opções de tratamento para pacientes displasicos: 
 Conservativo: tratamento paliativo, porque não 
tem como fazer um tratamento conservativo para 
curar uma doença de mal desenvolvimento. Esse 
tratamento conservador é indicado para pacientes 
com mais de 18 meses e com sintomatologia 
leve. Ele consiste em controle de peso, exercício 
de baixo impacto visando manter uma boa 
musculatura, uso de anti-inflamatórios, uso de 
suplementos articulares (condroprotetores), 
fisioterapia, acupuntura, tudo isso faz parte de um 
tratamento conservador. 
 Cirurgico: temos 2 opções de tratamentos cirúrgicos, que são tratamentos preventivos ou 
de alivio. 
Cirurgias de prevenção: previnem a progressão da osteoartrose por aumentar a 
superfície de contato articular, tentando diminuir essa instabilidade articular. 
Indicadas para animais jovens (até 10 meses) e sem osteoartrose. 
Cirurgias de alívio: tem por objetivo eliminar a dor, ele vai continuar com a 
instabilidade articular, porém a dor não vai ser tão intensa. Indicadas para pacientes 
adultos, que já possuem osteoartrose e dor. 
 
 
 
 
 
 
CIRURGIAS DE PREVENÇÃO 
Indicadas para pacientes filhotes/jovens que não tenham ainda sinais de artrose, onde vou tentar 
fazer a cirurgia no intuito de mudar a anatomia da articulação. Existem algumas técnicas com 
esse objetivo: 
 OSTEOTOMIA TRIPLA DA PELVE: consiste 
na rotação da região distal do íleo e da região 
do acetábulo por sobre a cabeça femoral. 
Indicação – pacientes de até 10 meses de 
idade (por ser cirurgia preventiva), e que não 
possuem artrose. 
Contraindicações – pacientes adultos (mais 
de 10 meses), que já possuam artrose ou 
arrasamento acetabular. 
Ela consiste em fazer 3 osteotomias na 
pelve, uma no íleo, uma no púbis e uma no ísquio, fazendo essas três osteotomias 
conseguimos fazer uma rotação do acetábulo sob a cabeça femoral, ai fazemos o uso da 
colocação de uma placa pra estabilizar essa osteotomia do íleo. É uma tecnica complexa, 
por isso criaram a osteotomia dupla da pelve depois. 
 
 OSTEOTOMIA DUPLA DA PELVE: tem o 
mesmo objetivo do osteotomia tripla, a 
diferença é que aqui só fazemos 2 
osteotomias e conseguimos o mesmo 
resultado. Faz-se a osteotomia no íleo e no 
púbis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 OSTEOTOMIA INTERTROCANTÉRICA VARIZANTE: tem por objetivo corrigir o ângulo de 
inclinaçõa e anteversão do colo femoral. 
Indicações – pacientes até 10 meses, com ausência de osteoartrose e coxa valga. 
Contraindicações – pacientes com mais de 10 
meses, com osteoartrose e arrasamento acetabular. 
É uma osteotomia em cunha, porque vamos tirar um triangulo, fazendo com que o ângulo 
fique menor, tendo maior contato da cabeça femoral com o acetábulo. Utilizando também 
uma placa para estabilizar essa osteotomia. 
 
 ALONGAMENTO DO COLO FEMORAL: 
tem como objetivo aumentar o encaixe 
entre cabeça do fêmur e acetábulo. É feita 
uma osteotomia onde mantemos um 
afastamento, fazendo com que tenha um 
aumento da distância do colo femoral, 
levando a um maior encaixe da cabeça 
com o acetábulo. 
Indicações – pacientes jovens com 
cobertura muscular insuficiente da região 
glútea, e pacientes com colo femoral curto (Chow chow, Akita). 
 
 SINFISIODESE PUBICA JUVENIL: técnica muito simples de 
ser realizada, porém o difícil é achar o paciente adequado 
para a indicação, pois o diagnóstico precisa ser muito 
precoce, e ocorrer em animais muito jovens que ainda estão 
em fase de crescimento, pois dependo desse crescimento 
para o sucesso da cirurgia. 
É realizada uma cauterização (com eletrobisturi) na região da 
sínfise púbica (região de crescimento ósseo), matando assim 
as células de crescimento do local onde cauterizei, mas todo 
o resto da sínfise vai estar normal e vai ocorrer crescimento, 
então vai começar a 
ocorrer um 
crescimento da 
pelve de uma forma que vai ter uma maior 
cobertura da área dorsal do acetábulo na cabeça 
femoral 
Indicações – animais jovens de 4 a 6 meses, sem 
artrose. 
Ela vai ter um resultado semelhante a osteotomia 
tripla ou dupla, porém só pode ser feita em 
pacientes muito jovens, pois se eu fizer esse 
procedimento em um paciente que já parou de 
crescer não vai ocorrer nada. 
 
 
 
 
 
 
 
 CIRURGIAS DE ALÍVIO 
Realizadas em pacientes já adultos, com artrose, 
dor, existem algumas técnicas: 
 PECTINEOMIECTOMIA: remoção de uma 
parte do músculo pectíneo. 
Indicações – pacientes que tenham 
contratura nessa região, que tenham dor. 
 
 DENERVAÇÃO CAPSULAR: remoção das terminações nervosas da capsula articular, a 
técnica consiste em uma curetagem de toda a região do periósteo pra destruir as 
terminações nervosas, porém deve-se tomar cuidado 
com o nervo isquiático/ciático, pois ele passa bem 
próximo do local de onde deve ser feita curetagem, e 
se pegar o nervo o membro do animal vai ficar 
impotente, é uma técnica bem simples, porém requer 
esse cuidado. 
Indicações – pacientes com osteoartrose, com 
deformidade óssea avançada, que apresenta dor na 
região do quadril. 
 
 
 PRÓTESE COXOFEMORAL: substituição total da 
articulação, técnica que requer equipamento muito 
específico, cirurgia bem cara e cruenta. A técnica 
consiste em remover a cabeça e o colo femoral, 
introduzir a prótese no canal medular do fêmur 
(existem vários tipos de próteses). Essa técnica pode 
apresentar algumas complicações como infecções, 
luxação da prótese, fratura de fêmur. 
Indicações – pacientes com osteoartrose, insucesso 
após ACCF (colocefalectomia), cães com mais de 
15kg (aqui no Brasil, pq não temos mini próteses 
para cães menores). 
Contraindicações – cães assintomáticos (pois as vezes no rx o animal apresenta displasia, 
porém não tem dor e vive normalmente, então não há necessidade do procedimento), 
pacientes com infecções, animais jovens, neuropatias, outras condições ortopédicas. 
 
 AMPUTAÇÃO DO COLO E CABEÇA DO FEMUR 
(COLOCEFALECTOMIA): eliminação da articulação, ela 
tem um período de adaptação, pois é removido uma 
parte do osso do animal. A técnica consiste em uma 
osteotomia na região do colo, removendo a cabeça e o 
colo. 
Indicações – pacientes com osteoartrose severa e que 
tenham dor, pacientes que não responderam bem a 
denervação, ou pacientes que tenham luxação ou 
subluxação acompanhada de dor e também
pacientes muito 
pequenos para a colocação de prótese. 
Contraindicações – animais pesados, subluxação ou 
luxação coxofemoral assintomática. 
NECROSE ASSÉPTICA DA CABEÇA DO FÊMUR 
Doença que resulta em um colapso da cabeça femoral decorrente de uma situação de isquemia, 
ocorre em virtude de uma interrupção do fluxo sanguíneo. 
 
ETIOLOGIA 
Evento isquêmico de origem desconhecida ainda, porém existem 
teorias de tamponamento dos vasos intracapsulares subsinoviais, 
de ação hormonal e maturidade precoce e também de doença 
multifatorial hereditária (o que leva a algumas raças serem pré-
dispostas, como o York Shire) . 
 
EPIDEMIOLOGIA 
Ocorre em cães jovens de 3 – 13 meses (o mais comum é 7 meses), de raças pequenas (menos 
de 10kg) onde os toys e terrier são mais susceptíveis, sem predileção sexual, normalmente 
unilateral (bilateral representam apenas 12-15% dos casos). 
Os primeiros sinais clínicos podem ser dor, irritação, sensibilidade na movimentação da 
articulação. 
 
DIAGNÓSTICO 
Normalmente os tutores não identificam os sinais no início da 
doença, pois são animais pequenos e peludos, então eles vão 
claudicar, porém o tutor não percebe, por isso o diagnóstico 
ocorre muitas vezes quando já ocorreu fratura patológica ou 
quando o animal está com muita dor. É bem comum ver uma 
atrofia muscular nesse membro, evidenciando que já é um 
processo crônico. 
Exame físico: abdução e extensão articular, o animal apresenta 
claudicação e pode apresentar atrofia muscular. 
Exames complementares: exame radiográfico e ressonância 
magnética. 
 
TRATAMENTO 
O principal tratamento aqui é a ressecção da 
cabeça e do colo femoral (colocefalectomia) 
porque é um osso inviável, então ele precisa 
ser removido para o paciente não ter mais dor. 
A prótese total de quadril até seria uma opção, 
porém aqui no Brasil não temos próteses 
miniaturas para pacientes toys. Como são 
pacientes pequenos e leves, eles têm uma 
recuperação muito boa com a colocefalectomia. 
 
 
LUXAÇÃO COXOFEMORAL 
 
Origem traumática, representam 90% das luxações 
em pequenos animais. Quando um animal sofre um 
trauma (atropelamento, queda) ele pode ter uma 
luxação, e essa luxação ela pode ocorrer em qualquer 
direção, porém a direção mais comum é a Dorso 
cranial, então ela pode ocorrer em outras direções, 
porém na grande maioria das vezes vai ser dorso 
cranial. 
 
SINTOMATOLOGIA 
O histórico é de um paciente normal que nunca mancou, caminhava 
normalmente, não sentia dor, e após um evento traumático ele passou a 
ter impotência funcional e dor na manipulação. Normalmente o animal 
adota um posicionamento anormal do membro com o calcanhar virado pra 
dentro e o joelho para fora. 
 
DIAGNÓSTICO 
Feito a partir de 3 dados: 
 Histórico: paciente antes normal, e após trauma apresenta 
dor e impotência funcional. 
 Exame clínico: inspeção do membro com posição anormal, 
na palpação percebe-se que as estruturas também estão 
posicionadas de forma anormal, o exame ortopédico para 
detectar essa posição anormal chamasse “Teste do 
triangulo” pois identificamos 3 pontos, um na asa do íleo, 
outro no trocanter maior e outra no ísquio, quando 
imaginamos linhas entre os pontos podemos formar um 
triangulo, e quando comparamos o triangulo do membro 
normal com o triangulo do membro afetado 
podemos perceber uma assimetria, porque 
na luxação o trocanter maior sai da posição 
normal dele. Quando esse triangulo está 
assimétrico só existem 2 opções, ou o 
paciente tem luxação coxofemoral ou uma 
fratura de pelve. 
 Exame complementar: após identificar essa 
assimetria, realizamos o exame radiografico 
para confirmar o diagnóstico. 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
As opções de tratamento são: redução fechada ou redução aberta. Onde a redução fechada 
vamos anestesiar o paciente e tentar reduzir a luxação, é indicada em luxações recentes (ideal é 
menos de 24h), com boa conformação articular, após a redução é necessário que se faça uma 
tipoia, pois o paciente não pode apoiar aquele membro para que as estruturas possam fazer um 
processo de cicatrização. 
Já a redução aberta (cirurgia) é indicada para casos onde a luxação ocorreu a alguns dias ou 
pacientes que foram tratados com redução fechada, porém recidivou existem algumas técnicas: 
 
- Utilização de parafuso âncora, onde o 
parafuso tem um orifício por onde passamos 
um frio e fazemos a estabilização na borda do 
acetábulo com a região do colo. 
 
 
 
- Sutura ileotrocanterica, onde fazemos um orifício 
no íleo e um na região intertrocantérica (entre 
trocanter maior e menor), e passa uma sutura, 
fazendo um 8 e dar um nó. 
 
 
 
- Toggenpin, um fio que é passado pela região 
da cabeça e colo femoral, ancorando na região 
do trocanter maior e na face medial do 
acetábulo, esse fio vai mimetizar o ligamento 
femoral. 
 
 
 
 
- Colocefalectomia, ressecção da cabeça e colo femoral, 
com a colocação da prótese total de quadril. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANATOMIA 
Os cães possuem 7 vértebras cervicais, 13 vértebras torácicas, 7 lombares e 3 sacrais e as 
coccídeas variam. 
Sempre a nomemclatura vai 
ocorrer de forma que a letra 
identifique o tipo de vértebra e o 
número de onde ela se encontra, 
ex: C7 (7ª vértebra cervical), L3 (3ª 
vértebra lombar). 
Entre os espaços intervertebrais 
temos os disco intervertebrais, se 
localiza nos espaços entre cada 
vértebra, existe apenas 1 local na 
coluna onde não existe articulação 
por disco intervertebral que é entre 
C1 e C2 (entre Atlas e Axis), aqui a articulação é feita por ligamentos e um dente (processo 
odontóide). 
Na região toracica temos as costelas, então é a região onde tem uma estabilidade maior na 
coluna, por isso grande parte das hérnias de disco vão ocorrer na cervical, na transição 
toracolombar e lombar e na região lombosacral, então a região torácica é a que tem menor 
incidencia de doença do disco intervertebral, por conta dessa 
estabilidade, pode ocorrer, porém normlamente mais pro final 
(a partir de T10). 
O disco intervertebral então se encontra entre os espaços 
vertebrais, esse disco é circular, composto por um núcleo 
bem gelatinoso (núcleo pulposo) ele é bem hidratado (80% 
desse núcleo é formado por água), ao redor do núcleo 
pulposo temos o anel fibroso que é formado por fibras 
colágenas, e ao redor do anel fibroso temos a cartilagem 
hialina. 
A medula é uma estrutura nobre, muito importante porque conduz 
todos os impulsos nervosos pro corpo, é uma estrutura delicada, 
faz parte do sistema nervoso central, então assim como o cérebro, 
ela é macia e deve estar protegida, por isso ela fica dentro do 
canal medular, que é uma caixa óssea fechada. Então a medula 
tem um espaço muito restrito dentro dessa caixa óssea, então se 
tivermos qualquer estrutura (neoplasia, hérnia de disco, cisto no 
canal medular) crescendo dentro do canal medular vamos ter 
compressão da medula, mas se essa medula sofrer um trauma ela 
vai edemaciar e vai ficar apertada dentro da caixa óssea, o que também vai gerar um edema 
expansivo que vai fazer uma síndrome compartimental/compartimentalização (ocorre em qualquer 
situação onde haja um aumento de pressão e o órgão perca sua perfusão). 
 
 
CASUÍSTICA 
As doenças que mais acometem os cães são: 
 Doença do disco intervertebral 
 Trauma 
 Instabilidades mecânicas de origem anatômica 
 Deformidades congênitas 
 Deformidades degenerativas 
 Neoplasias 
 
LESÕES MEDULARES 
As lesões na medula podem ser causadas por lacerações ou 
esmagamentos, causando lesão direta (secção) de cordão medular, 
que pode ser parcial ou total, ou pode ser apenas um esmagamento, 
compressão mais discreta, tudo vai depender do deslocamento que 
houve na vértebra. 
Podem também ser causadas por compressões, tem compressões por 
trauma, por expansão, por neoplasia, por cistos ou por hérnias. Podem 
se estabelecer
por alta ou baixa velocidade (significa que ela pode 
ocorrer progressivamente ou pode ocorrer 
“do nada”). Quando é de alta velocidade é 
associada ao fenômeno de contusão. 
Ou também causadas por contusões, onde há uma onda de choque 
associada, não precisa necessariamente de fratura, só a pancada já 
é suficiente para que a transmissão dessa onda de choque faça 
edema na medula, onde no rx e tomografia simples você não 
consegue visualizar, então para o diagnóstico é necessário uma 
tomografia com contraste (mielotomografia). 
 
 SÍNDROME COMPARTIMENTAL RAQUIMEDULAR: cadeia de eventos que se 
retroalimenta, ocorre o trauma, a injuria inicial, o órgão começa a ter edema, que vai gerar 
isquemia, essa isquemia vai liberar mediadores inflamatórios que vão aumentar o edema e 
consequentemente a isquemia, se tornando um ciclo sem fim até a medula morrer por falta 
de perfusão. 
 
 MIELOMALÁCIA: é uma “morte do sistema nervoso 
central”, processo irreversível e não pode ser previsto, 
resultante em necrose aguda e liquefação. Ela pode 
ocorrer por uma isquemia por exemplo. Evolui para óbito 
(não tem tratamento), é de difícil diagnóstico por exame 
de imagem, o diagnóstico é clínico. O animal tem muita 
dor, paralisia de membros pélvicos e depois torácicos. 
Quando consegue fazer o diagnóstico normalmente é 
sugerida a eutanásia. 
 
 
 
Tipos de compressão da medula: 
Temos 3 tipos de compressões: as extradurais, as intradurais e 
extramedulares e as intramedulares. 
 Extradural: está dentro do canal medular, porém, está fora da 
Dura-máter (capa azul no desenho), exemplos – hérnia de disco, 
neoplasia, cisto 
 Intramedular: está dentro da medula, exemplos – neoplasia, 
cisto. 
 Intradural e extramedular: está dentro da Dura-máter, porém 
não está dentro da medula, exemplos – neoplasia, cisto, projetil.

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