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CADERNO DE AULA CIVIL 3 - ATUAL PRINCIPIOLOGIA DO DIREITO CONTRATUAL

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DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
1 
 
DIREITO CIVIL III - CADERNO DE 
ESTUDOS 2021 
PRINCIPIOLOGIA DO DIREITO 
CONTRATUAL 
• Teoria Geral dos Contratos 
• Modalidades Contratuais 
• Formas de Contrato 
• Técnicas Contratuais 
 
CONTRATOS: 
O que é um Contrato? 
DEFINIÇÕES: 
(criar, modificar ou extinguir obrigações) 
• É a manifestação de vontades materializadas 
• Manifestar vontade, trazer a vontade da parte - 
Manifestação reciproca 
• O contrato nasce da conjunção, do encontro 
de vontades, dos ajuste das vontades. 
• O acordo firmado (das vontades) entre as 
partes - o negócio jurídico pode ser unilateral, 
bilateral ou plurilateral. O contrato é sempre 
negócio jurídico bilateral ou plurilateral, eis que 
envolve pelo menos duas pessoas (alteridade). 
No entanto, o contrato também pode ser 
classificado como unilateral, bilateral ou 
plurilateral. 
 
- Definição dada em aula: Contrato é um 
negócio juridico formado pelo ajuste de 
vontades que pode criar, modificar ou extinguir 
relações juridicas. 
A liberdade contratual deve obedecer a função 
social do contrato e o principio da boa-fé. 
 
- Definição doutrinária : A palavra contrato 
vem do latim contractu, que significa tratar 
com. Nada mais é do que a junção de 
interesses de pessoas sobre determinada coisa. 
Ou seja, é o acordo de vontades visando criar, 
modificar ou extinguir um direito. Em outras 
palavras, o contrato é mútuo consenso de duas 
ou mais pessoas sobre o mesmo objeto. 
Atualmente, o contrato, independente de sua 
espécie, é caracterizado como negócio jurídico 
com a finalidade de gerar obrigações entre as 
partes. Além disso, norteia três princípios 
fundamentais: autonomia das vontades, 
supremacia da ordem pública e obrigatoriedade. 
- Podemos ter como uma definição de contrato, 
basicamente, como um acordo firmado entre 
partes( podendo ser duas ou mais partes), 
podendo ser pessoa física ou juridica, sob 
determinadas condiçõesm visando regulamentar 
os interesses e relações entre os envolvidos. 
Esse acordo é considerado um negócio juridico, 
assim gerando obrigações entre as partes 
envolvidas no processo. 
O contrato é uma função social que deve ser 
respeitada. 
Pontos Principais: 
• Justiça Contratual 
• Autonomia Privada 
• Função Social 
• Boa Fé Objetiva 
 
- Principio da Boa Fé : 
 
 
 
 
 
 
I – Critério de Interpretação do Negócio Juridico 
– art 113 
 
- Art. 113 do Código Civil: "Os negócios 
jurídicos devem ser interpretados conforme a 
boa-fé e os usos do lugar da celebração" 
 
II – Limite de comportamento “Abuso do Direito” 
– Art 187 
 
A boa-fé é um dos elementos do abuso do 
direito, quem contrariar a boa-fé caracterizará 
um ato ilícito, como observado no artigo 187 
 
- Art. 187 Do Código Civil: “Também comete 
ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo, excede manifestamente os limites impostos 
pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé 
ou pelos bons costumes. ” 
 
III – Criação de “ Deveres Acessórios” – Art 422 
 
- Subjetiva x Ma Fé 
- Objetiva = Regra de 
Conduta 
Comportamento 
do homem 
 
Funções 
No 
CC/ 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
2 
 
- Art. 422 do Código Civil: Os contratantes são 
obrigados a guardar, assim na conclusão do 
contrato, como em sua execução, os princípios 
de probidade e boa-fé. 
• Dever de Proteção 
• Dever de Esclarecimento 
• Dever de Lealdade 
Portanto, para existir o contrato, seu objeto ou 
conteúdo deve ser lícito, não podendo contrariar 
o ordenamento jurídico, a boa-fé, a sua função 
social e econômica e os bons costumes. 
____________________________________ 
 
* Fiança: é uma garantia dada ao locador (no 
exemplo do contrato de locação), que irá 
garantir o adimplemento do contrato de locação 
caso o devedor principal (locatário) não honre o 
compromisso. 
A responsabilidade do fiador é subsidiária, e ele 
exonera da fiança dada pelo Artigo 12 da Lei 
nº8.245( que dispõe sobre a locação). 
 
* Aval: É o ato cambiário por meio do qual uma 
pessoa (avalista) garante o pagamento de um 
título em favor do devedor principal ou de um 
coobrigado. O aval resulta da assinatura do 
avalista no verso ou anverso do título, 
geralmente é acompanhado da expressão “por 
aval” 
_____________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
3 
 
DOS CONTRATOS - NOÇÃO GERAL – AULA 
DO DIA 09/08/2021 
O CONTRATO é um negócio jurídico formado 
pelo ajuste de vontades que pode criar, 
modificar e extinguir relações jurídicas. Seu 
efeito é a criação de direitos e obrigações 
O fundamento ético do contrato é a Vontade 
Humana, desde que atue na conformidade da 
ordem jurídica. 
É a lei que disciplina os efeitos dos 
contratos, que obriga o declarante a pagar a 
recompensa prometida e que impõe ao autor do 
ato ilícito o dever de ressarcir o prejuízo 
causado. 
Em resumo o contrato é um acordo de 
vontades, na conformidade da lei e com a 
finalidade de adquirir, resguardar, transferir, 
conservar, modificar ou extinguir direitos. 
 
FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO 
Art. 421. A liberdade contratual será exercida 
nos limites da função social do contrato 
PRINCIPIO DE JUSTIÇA CONTRATUAL: 
Por meio deste princípio o juiz pode corrigir os 
efeitos produzidos entre as partes, em um 
primeiro momento, quando estes forem 
socialmente inaceitáveis por prejudicarem a 
coletividade ou por estarem e desacordo com 
valores fundamentais e, em um segundo 
momento quando houver a produção de 
efeitos diversos daqueles esperados por uma 
das partes ao ter celebrado o contrato. 
Segundo Caio Mario, a Função Social do 
contrato serve para limitar a autonomia da 
vontade quando tal autonomia esteja em 
confronto com o interesse social e este deva 
prevalecer, ainda que essa limitação possa 
atingir a própria liberdade de não contratar. 
O atendimento a Função Social pode ser 
enfocado sob dois aspectos: 
INDIVIDUAL: Relativo aos contratantes 
PÚBLICO: O interesse da coletividade sobre o 
contrato 
Destarte, a função social do contrato somente 
estará cumprida quando a sua finalidade for 
atingida de forma justa. 
 
VALIDADE DO CONTRATO: 
Para que o Negócio Jurídico produza efeitos, 
possibilitando a aquisição, modificação ou 
extinção de direitos, deve-se preencher certos 
requisitos. Se os possuir o contrato é válido 
Os requisitos de validade dos contratos são de 
duas espécies: 
1. ORDEM GERAL: comuns a todos os atos e 
negócios jurídicos, sendo: 
a. Agente capaz; 
b. Objeto lícito 
c. Ser possível, determinado ou 
determinável 
 
2. ORDEM ESPECIAL: Especifico dos 
contratos 
a. Consentimento recíproco ou o Acordo 
de Vontades 
Os requisitos de validade podem ainda, ser 
distribuídos em três grupos: 
1. REQUISITOS SUBJETIVOS: Refere-se a 
manifestação de vontade dos indivíduos 
a. Capacidade genérica dos contraentes: 
Trata-se da capacidade de agir em geral 
É o primeiro elemento ou condição subjetiva de 
ordem geral para a validade do contrato. Estes 
serão nulos se a incapacidade, absoluta ou 
relativa não for suprida pela representação ou 
pela assistência; Art – 166, I CC 
 
b. Aptidão específica para contratar: 
Capacidade especial para contratar 
Em certos contratos a lei exige capacidade 
especifica para contratar e a falta dessa 
legitimação ou impedimentos para realização de 
certos negócios impossibilita o ato. 
A capacidade para contratar deve existir no 
momento da declaração de vontade do 
contratante; 
 
c. Consentimento recíproco ou acordo de 
vontades: Deve ser livre e espontâneo 
Deve abranger seus três aspectos: 
i. Acordo sobre a existência e 
natureza do contrato 
ii. Acordo sobre o objeto do contrato 
iii. Acordo sobre as cláusulas que o 
compõem 
Se a declaração de vontade não for livre e 
espontânea sua validade pode ser afetada 
pelos vícios ou defeitos do negócio jurídico: 
• Erro 
• Dolo 
• Coação 
• Estado de Perigo• Lesão 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
4 
 
• Fraude 
A manifestação de vontade nos contratos 
pode ser: 
TÁCITA: quando a lei não exigir que seja 
expressa – Art 111/CC 
O silêncio pode ser interpretado como 
manifestação tácita da vontade quando as 
circunstâncias ou os usos autorizarem, e não for 
necessária a declaração de vontade expressa. 
 
EXPRESSA: exteriorizada verbalmente, por 
escrito, gesto ou mimica, de forma inequívoca. 
 
2. REQUISITOS OBJETIVOS: Refere-se ao 
objeto do contrato 
a. Licitude do Objeto: É o objeto que não 
atenta contra a lei, a moral, ou os bons 
costumes. Quando o objeto é imoral os 
tribunais aplicam o princípio de direito que 
ninguém pode valer-se da própria torpeza 
– Nemo auditur propriam turpitudinem 
allegans 
 
Objeto Imediato do contrato é sempre uma 
conduta humana e se determina pela 
PRESTAÇÃO: dar, fazer ou não fazer; 
Objeto Mediato do contrato são os bens ou 
prestações sobre as quais incide a relação 
jurídica obrigacional. 
 
 
b. Possibilidade física ou jurídica do objeto: 
Quando impossível o negócio é nulo – Art 
166, II/CC. 
A Impossibilidade do objeto pode ser: 
3. FÍSICA: que emana das leis físicas ou 
naturais de abrangência absoluta, isto é 
alcançar a todos sem distinção; 
 
4. JURÍDICA: quando o ordenamento 
jurídico proíbe, expressamente, negócios 
a respeito de determinado bem (Herança 
de pessoa viva). A Ilicitude do objeto é 
mais ampla pois abrange os contrários à 
moral e aos bons costumes. 
 
a. Determinação de seu objeto: O objeto do 
negócio jurídico deve ser determinado ou 
determinável. 
 
Admite-se a venda de coisa incerta que será 
determinada pela escolha, cuja indeterminação 
cessa com a concentração. Art. 243/CC 
A doutrina ainda exige que o objeto do 
contrato possua algum valor econômico. 
 
5. REQUISITOS FORMAIS: Trata-se do meio 
de revelação da vontade 
É a forma que irá preceder as coisas. No Direito 
Brasileiro, em regra, a forma é LIVRE. 
As partes podem celebrar o contrato por escrito, 
público ou particular, ou verbalmente, a não ser 
nos casos em que a lei para dar maior 
segurança e seriedade ao negócio, exija a 
forma escrita, pública ou particular. 
O Consensualíssimo é a regra e o formalismo a 
exceção. Art. 107/CC 
 
Podem ser distinguidas três espécies de 
formas: 
a. FORMA LIVRE: é qualquer meio de 
manifestação da vontade; 
 
b. FORMA ESPECIAL OU SOLENE: é a 
exigida pela Lei, como requisito de validade 
se determinados negócios jurídicos. Em 
regra, a exigência de que o ato seja 
praticado com observância de determinada 
solenidade para assegurar a autenticidade 
dos negócios e garantir a livre manifestação 
da vontade, demonstrar seriedade do ato e 
facilitar a sua prova. 
 
c. FORMA CONTRATUAL: É a 
convencionada pelas partes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
5 
 
PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DO 
DIREITO CONTRATUAL – AULA DO DIA 
23/08/2021 
 O direito contratual rege-se por diversos 
princípios alguns tradicionais, outros mais 
modernos, sendo os mais importantes: 
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE – 
SERVE COMO FUNDAMENTO PARA OS 
CONTRATOS ATÍPICOS – Art 425/CC 
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos 
atípicos, observadas as normas gerais fixadas 
neste Código. 
Enunciado 582 – 7º Jornada de Direito Civil: 
Com suporte na liberdade contratual e, portanto, 
em concretização da autonomia privada, as 
partes podem pactuar garantias contratuais 
atípicas. 
Este princípio se alicerça exatamente na ampla 
liberdade contratual, no poder dos contratantes 
de disciplinar os seus interesses mediante 
acordo de vontades. Tem as partes a faculdade 
de celebrar ou não contratos, sem qualquer 
interferência dos Estados. Pode-se então 
conceituar três aspectos: 
 Faculdade de contratar e de não contratar; 
 Liberdade de escolha do outro contratante; 
 O poder de estabelecer o conteúdo do 
contrato. 
CONTRATO ATÍPICO: É aquele que resulta de 
um acordo de vontades não regulado no 
ordenamento jurídico, mas gerado pelas 
necessidades e interesses das partes. É valido, 
desde que estas sejam capazes e o objeto lícito, 
determinado ou determinável e suscetível de 
apreciação econômica. O contrato atípico 
requer muitas cláusulas, detalhando todos os 
direitos e obrigações que o compõem. 
Os contratos atípicos podem ser: 
PROPRIAMENTE DITOS: São aqueles criados 
sem qualquer relação com a legislação civil 
CONTRATO ATIPICO MISTO – Mistura do 
contrato atípico com o típico 
CONTRATO DE ADESÃO: É 
o contrato redigido somente pelo fornecedor, 
sem que o consumidor possa discutir ou 
modificar substancialmente seu conteúdo. Para 
estes contratos, a lei determina que as 
cláusulas que limitam o direito do consumidor 
sejam redigidas com destaque. 
 
PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DA ORDEM 
PÚBLICA 
É o limite do Princípio da Autonomia, 
compreendeu-se que se a ordem jurídica 
prometia a igualdade política, não estava 
assegurando a igualdade econômica. 
A Ordem Pública é também uma cláusula geral, 
inserida no ordenamento jurídico através do art 
17 da LINDB: 
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, 
bem como quaisquer declarações de vontade, 
não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem 
a soberania nacional, a ordem pública e os bons 
costumes. 
Este artigo retira a eficácia de qualquer 
declaração de vontade ofensiva da ordem 
pública. 
A doutrina considera de Ordem Pública as 
Normas que instituem a organização da família, 
as que estabelecem a ordem de vocação 
hereditária e a sucessão testamentária, as que 
pautam a organização política e administrativa 
do Estado, bem como as bases mínimas da 
organização econômica da Nação. 
Os Direitos também devem ser exercidos pelos 
BONS COSTUMES, conceito que decorre da 
observância das normas de convivência, 
segundo um padrão de conduta social 
estabelecido pelos sentimentos morais da 
época. 
Em resumo: a noção de ordem pública e o 
respeito aos bons costumes constituem freios 
e limites à liberdade contratual. 
 
PRINCÍPIO DO CONSENSUALISMO 
Art. 107. A validade da declaração de vontade 
não dependerá de forma especial, senão 
quando a lei expressamente a exigir. 
Rege esse princípio que para o 
aperfeiçoamento do contrato basta o acordo de 
vontades. 
Carlos Alberto Bittar conceitua que uma vez que 
o contrato se origina da vontade humana das 
partes, pode-se então concluir que as pessoas 
gozam da faculdade de vincular-se pelo simples 
CONSENSO, fundadas ademais, no princípio 
ético do respeito à palavra dada e na confiança 
recíproca que as leva a contratar. 
Com isso a Lei deve-se a princípio ABSTER-SE 
de estabelecer solenidades, formas ou fórmulas 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
6 
 
que conduzam ou qualifiquem o acordo, 
bastando para si a definição do contrato. Salvo 
alguns casos que exija, por sua seriedade de 
efeitos, o casamento, por exemplo. 
Logo, os contratos em regra, são consensuais e 
o formalismo é a exceção. 
 
PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS 
Trata-se este Princípio da ideia de que os 
efeitos do contrato só se produzem em relação 
às partes, àqueles que manifestaram a sua 
vontade vinculando-se ao seu conteúdo, não 
afetando terceiros nem seu patrimônio. 
Ou seja, as cláusulas gerais do contrato por 
conterem normas de ordem pública, não se 
destinam a proteger unicamente os direitos 
individuais das partes, mas tutelar o interesse 
da coletividade, que deve prevalecer quando 
em conflito com os interesses individuais. 
Jornada de Direito Civil: Art. 421: A função 
social do contrato constitui-se em cláusula geral 
que impõe a revisão do princípio da relatividade 
dos efeitos do contrato. Implica a tutela externa 
do crédito e seu reforço por meio do 
reconhecimento de que o contrato é dotado de 
função social. Gustavo Tepedino: Procurador 
Regional da República da 2ª Região. Teresa 
Negreiros: Pro 
PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE ou 
PRINCÍPIO DA FORÇA VINCULANTE 
Representa a força vinculante das convenções, 
ouseja a irreversibilidade da palavra 
dada/empenhada. 
Traz os seguintes fundamentos: 
• Necessidade de segurança nos negócios: 
Presume-se que seria inexistente esta 
segurança se os contratantes pudessem 
não cumprir sua palavra; 
• Intangibilidade ou Imutabilidade do 
contrato: Decorre da convicção de que o 
ACORDO DE CONTADES faz lei entre as 
partes – Pacta Sunt Servanda – Os pactos 
devem ser cumpridos. 
• Qualquer modificação ou revogação terá de 
ser também, bilateral, não sendo, o 
inadimplemento confere a parte lesada o 
direito de fazer judicialmente a outra parte 
ser obrigada a cumprir o inicialmente 
acordado, ou a remeter indenização pelas 
perdas e danos, sob pena de execução 
patrimonial. 
• Art 389/CC: Não cumprida a obrigação, 
responde o devedor por perdas e danos, 
mais juros e atualização monetária segundo 
índices oficiais regularmente estabelecidos, 
e honorários de advogado. 
• EXECEÇÃO: Escusa por caso fortuito ou 
força maior. Art 393/CC 
 
PRINCÍPIO DA REVISÃO OU ONEROSIDADE 
EXCESSIVA 
Art. 478/CC. Nos contratos de execução 
continuada ou diferida, se a prestação de uma 
das partes se tornar excessivamente onerosa, 
com extrema vantagem para a outra, em virtude 
de acontecimentos extraordinários e 
imprevisíveis, poderá o devedor pedir a 
resolução do contrato. Os efeitos da sentença 
que a decretar retroagirão à data da citação. 
Art. 479/CC. A resolução poderá ser evitada, 
oferecendo-se o réu a modificar equitativamente 
as condições do contrato. 
Art. 480/CC. Se no contrato as obrigações 
couberem a apenas uma das partes, poderá ela 
pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou 
alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a 
onerosidade excessiva. 
Trata-se este princípio da permissão dos 
contraentes recorrerem ao Judiciário, para 
obterem ALTERAÇÃO DA CONVENÇÃO e 
CONDIÇÕES MAIS HUMANAS em 
determinadas situações. 
Destarte, consiste em presumir nos contratos 
COMUTATIVOS, de trato sucessivo e de 
execução diferida (adiada postergada) a 
existência implícita – não expressa, de uma 
cláusula que se alterada a situação de fato, 
estabelecida incialmente, por fatos 
extraordinários que tornem excessivamente 
oneroso para o devedor o adimplemento, uma 
guerra a exemplo, poderá o devedor requerer 
ao Juiz a isenção parcial ou total da obrigação. 
Rebus Sic Stantibus . 
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ e PROBIDADE: é 
cláusula geral que se aplica a todo o Direito. 
Art 5º CPP: Art. 5º Aquele que de qualquer 
forma participa do processo deve comportar-se 
de acordo com a boa-fé. 
Art. 422/CC. Os contratantes são obrigados a 
guardar, assim na conclusão do contrato, como 
em sua execução, os princípios de probidade e 
boa-fé. 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
7 
 
A boa-fé exige que as partes se comportem de 
forma correta não só durante as tratativas, como 
também durante a formação e o cumprimento 
do contrato. Guarda relação com o princípio de 
direito que ninguém pode beneficiar-se da 
própria torpeza/ indecência. 
A Probidade é um dos aspectos da boa-fé e 
pode ser entendida como a honestidade de 
proceder ou a maneira criteriosa de cumprir 
todos os deveres que são atribuídos ou 
cometidos á pessoa. 
NOS CONTRATOS A BOA-FÉ DEVE SER 
MANTIDA: 
Na fase PRÉ-CONTRATUAL; 
Fase Preliminar Discussão Inicial – fase de 
negociações dela depende todo o contrato 
Na Fase EXECUÇÃO DO CONTRATO 
conclusão do contrato 
Fase PÓS CONTRATUAL: Término do Contrato 
O Princípio da boa-fé se biparte em boa-fé 
subjetiva e boa-fé objetiva. 
BOA FÉ SUBJETIVA – Concepção psicológica 
da boa-fé. Noção de entendimento equivocado. 
Trata esta divisão do conhecimento ou 
ignorância individual relativa a certos fatos, ou 
seja, conforme preceitua Judith Martins Costa, 
denota do estado de consciência ou 
convencimento individual da parte ao agir em 
conformidade ao direito, sendo aplicável, em 
regra, aos direitos reais. Logo para sua 
aplicação deve o interprete considerar a 
INTENÇÃO DO SUJEITO da relação jurídica, o 
seu ESTADO PSICOLÓGICO – a boa-fé se 
baseia numa crença ou ignorância, ou INTIMA 
CONVICÇÃO. 
• BOA FÉ OBJETIVA – Regra de Conduta 
O código Civil brasileiro trabalha a boa-fé 
objetiva, sendo esta fundada na honestidade, 
retidão, lealdade e na consideração para com 
os interesses do outro contraente, 
principalmente no sentido de não 
sonegar/ocultar informações relevantes a 
respeito do objeto e conteúdo do negócio. 
Trata desta forma, a boa-fé objetiva de um 
modelo jurídico, na medida em que se reveste 
de variadas formas, que a priori não é possível 
catalogar ou elencar, todavia esta imprecisão é 
necessária a um sistema aberto, tendo assim, o 
interprete, a liberdade de estabelecer o seu 
sentido e alcance em cada caso. 
Ainda a boa-fé objetiva é tratada no Código Civil 
em três dispositivos, sendo: 
Critério de interpretação do negócio jurídico 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser 
interpretados conforme a boa-fé e os usos do 
lugar de sua celebração. 
Limite de comportamento - abuso de direito 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de 
um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu 
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos 
bons costumes. 
CRIAÇÃO DE DEVERES ACESSÓRIOS: 
Art. 422/CC. Os contratantes são obrigados a 
guardar, assim na conclusão do contrato, como 
em sua execução, os princípios de probidade 
e boa-fé. 
Dever de proteção– Confere proteção as 
cláusulas abusivas; 
Dever de esclarecimento – Os contratantes 
que assinarem sem que tenham conhecimento 
do teor do contrato, não assinam nada – 
Contrato inexistente; 
Dever de lealdade - A parte não pode agir de 
forma desleal/Desonesta 
 
CONCEITOS CORRELATOS A BOA-FÉ 
OBJETIVA: 
Venire contra factum proprium: Protege 
uma parte contra aquela que pretende exercer 
uma posição jurídica em contradição com o 
comportamento assumido anteriormente. 
Suppressio: Um direito não exercido 
durante determinado lapso de tempo não 
poderá mais sê-lo, por contrariar a boa-fé. 
Surrectio: Acarreta o nascimento de um 
direito em razão da continuada prática de certos 
atos. 
Tu quoque: Proíbe que uma pessoa faça 
contra outra o que não faria contra si mesmo, 
constituindo em aplicação do mesmo princípio 
inspirador da exceptio non adimpleti contractus. 
 
DOS CONTRATOS ATÍPICOS: 
Art. 425. É lícito às partes estipular 
contratos atípicos, observadas as normas gerais 
fixadas neste Código. 
Observações: As partem podem, a partir 
do princípio da autonomia de vontade celebrar 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
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contratos atípicos, desde que observadas as 
normas gerais estipuladas no código civil. 
Enunciado – 582 Convenção de Direito Civil 
Com suporte na liberdade contratual e, 
portanto, em concretização da autonomia 
privada, as partes podem pactuar garantias 
contratuais atípicas. 
OS CONTRATOS ATIPICOS PODEM SER: 
PROPRIAMENTE DITOS: São aqueles 
criados sem qualquer relação com a legislação 
civil 
CONTRATO ATIPICO MISTO – Mistura do 
contrato atípico com o típico 
CONTRATO DE ADESÃO: É 
o contrato redigido somente pelo fornecedor, 
sem que o consumidor possa discutir ou 
modificar substancialmente seu conteúdo. Para 
estes contratos, a lei determina que as 
cláusulas que limitam o direito do consumidor 
sejam redigidas com destaque. 
No Brasil, em mais que esperada hora, o termo 
contrato de adesão foi trazido ao ordenamento 
jurídico pelo inovador Código de Defesa do 
Consumidor sendo, posteriormente, reafirmado 
pelo Código Civil de 2002. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
9 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS – 
AULA DO DIA 30/08/2021 
Veremos a seguir a classificação dos contratos: 
PERSONALÍSSIMOS E PESSOAIS 
_ intuito personae – somente o contratado pode 
executar o acordo. 
- aqueles em que a pessoa do contratante é 
elemento determinante de sua conclusão.Tal 
contrato não pode ser transmitido por ato inter 
vivos ou mortis causa, ou seja, pelo falecimento 
da parte. Exemplo: contrato de fiança, uma vez 
que a condição de fiador não se transmite aos 
herdeiros, mas somente as obrigações vencidas 
e não pagas enquanto era vivo o fiador e até os 
limites da herança (art. 836 do CC). 
 
IMPESSOAIS 
 o contratado pode ser substituído 
- aquele em que a pessoa do contratante não é 
juridicamente relevante para a conclusão do 
negócio. Exemplo: compra e venda, hipótese 
em que a causa do contrato está relacionada 
com a transmissão do domínio. 
 
ALEATÓRIOS OU NÃO COMUTATIVOS 
_ Aleatório – evento futuro/sorte 
- a prestação de uma das partes não é 
conhecida com exatidão no momento da 
celebração do negócio jurídico pelo fato de 
depender da sorte, da álea, que é um fator 
desconhecido. O Código Civil de 2002 trata dos 
contratos aleatórios nos arts. 458 a 461. Alguns 
negócios são aleatórios devido à sua própria 
natureza, caso dos contratos de seguro e de 
jogo e aposta. Em outros casos, contudo, o 
contrato é aleatório em virtude da existência de 
um elemento acidental, que torna a coisa ou o 
objeto incerto quanto à sua existência ou 
quantidade, como ocorre na compra e venda de 
uma colheita futura. 
 
O CC/2002 consagra duas formas básicas de 
contratos aleatórios: 
- CONTRATO ALEATÓRIO EMPTIO SPEI 
um dos contratantes toma para si o risco relativo 
à própria existência da coisa, sendo ajustado 
um determinado preço, que será devido 
integralmente, mesmo que a coisa não exista no 
futuro, desde que não haja dolo ou culpa da 
outra parte (art. 458 do CC). O risco é maior. No 
caso de compra e venda, essa forma negocial 
pode ser denominada venda da esperança. 
Como exemplo, imagine-se que alguém propõe 
a um pescador uma compra aleatória de peixes, 
pagando R$ 100,00 por qualquer quantidade 
obtida em uma hora no mar, inclusive se nada 
for pescado. 
 
CONTRATO ALEATÓRIO EMPTIO REI 
SPERATAE: 
se o risco versar somente em relação à 
quantidade da coisa comprada, pois foi fixado 
pelas partes um mínimo como objeto do negócio 
(art. 459 do CC). Nesse contrato o risco, apesar 
de existente, é menor. Em casos tais, a parte 
terá direito a todo o preço, desde que de sua 
parte não tenha concorrido com culpa, ainda 
que a coisa venha a existir em quantidade 
inferior à esperada. Mas, se a coisa não vier a 
existir, alienação não haverá, e o alienante 
deverá devolver o preço recebido (art. 459, 
parágrafo único, do Código Civil). Na compra e 
venda trata-se da venda da esperança com 
coisa esperada. No mesmo exemplo da compra 
de peixes, a proposta ao pescador é de R$ 
200,00 por uma hora no mar. 
Porém, o comprador fixa uma quantidade 
mínima de dez peixes que devem ser pescados, 
ou seja, um montante mínimo para o contrato. 
 
COMUTATIVOS OU NÃO ALEATÓRIO 
Prestação e a contraprestação definidas, 
ajustadas 
- aquele em que as partes já sabem quais são 
as prestações, ou seja, essas são conhecidas 
ou pré-estimadas. A compra e venda, por 
exemplo, é, em regra, um contrato comutativo, 
pois o vendedor sabe qual o preço a ser pago e 
o comprador qual é a coisa a ser entregue. 
Também é contrato comutativo o contrato de 
locação, pois as partes sabem o que será 
cedido e qual o valor do aluguel. 
 
 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
10 
 
GRATUITOS OU ONEROSOS 
_ Gratuitos - somente 1 das partes arcará com 
toda a obrigação – Doação pura/Comodato. 
aquele que onera somente uma das partes, 
proporcionando à outra uma vantagem sem 
qualquer contraprestação. Deve ser observada 
a norma do art. 114 do CC, que enuncia a 
interpretação restritiva dos negócios benéficos. 
Exemplo: doação pura ou simples. 
_ Onerosos – são contratos que geram 
obrigações a ambas as partes. 
** Observação – Como decorrência lógica da 
estrutura contratual, em regra, o contrato 
oneroso é bilateral, e o gratuito é unilateral. Mas 
pode haver exceção, como é o caso do contrato 
de mútuo de dinheiro sujeito a juros (mútuo 
feneratício) pelo qual além da obrigação de 
restituir a quantia emprestada (contrato 
unilateral), devem ser pagos os juros (contrato 
oneroso). 
INSTANTÂNEOS OU DE DURAÇÃO 
Instantâneo – não se prolonga no tempo/Ele se 
aperfeiçoa instantaneamente – execução 
imediata / execução diferida 
- O de execução diferida tem o cumprimento 
previsto de uma vez só no futuro. Exemplo: 
compra e venda pactuada com pagamento por 
cheque pré ou pós-datado. 
De Duração – se prolonga no tempo.- Débito 
Permanente, Trato Sucessivo, execução 
continuada. 
- tem o cumprimento previsto de forma 
sucessiva ou periódica no tempo. É o caso de 
uma compra e venda cujo pagamento deva ser 
feito por meio de boleto bancário, com 
periodicidade mensal, quinzenal, bimestral, 
trimestral ou qualquer outra forma sucessiva. 
Exemplos: locação e financiamentos em geral. 
TÍPICOS E ATÍPICOS 
Típicos – previstos no Código Civil - Art. 425. É 
lícito às partes estipular contratos atípicos, 
observadas as normas gerais fixadas neste 
Código. 
Atípicos – artigo 425 do CC: - Art. 425. É lícito 
às partes estipular contratos atípicos, 
observadas as normas gerais fixadas neste 
Código. 
- não há uma previsão legal mínima, como 
ocorre com o contrato de garagem ou 
estacionamento. O art. 425 do CC dispõe que é 
lícita a criação de contratos atípicos, desde que 
observados os preceitos gerais da codificação 
privada, caso dos princípios da função social do 
contrato (art. 421 do CC) e da boa-fé objetiva. 
PARITÁRIOS OU DE ADESÃO 
Paritário ou negociado – ampla discussão das 
cláusulas contratuais 
_ ampla liberdade contratual 
- aquele em que o conteúdo é plenamente 
discutido entre as partes, o que constitui 
raridade no atual momento contratual. De toda 
sorte, muitos contratos celebrados entre 
grandes empresas assumem essa forma, 
estando sujeitos à nova Lei da Liberdade 
Econômica, em muitas de suas previsões. 
Adesão – sem discussões das cláusulas 
contratuais 
_ não existe possibilidade de discussão do 
conteúdo. 
_ A autonomia da vontade do aderente fica 
mitigada (enfraquecida) 
_ Conceito - Art. 54/CDC. Contrato de adesão é 
aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas 
pela autoridade competente ou estabelecidas 
unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou 
serviços, sem que o consumidor possa discutir 
ou modificar substancialmente seu conteúdo. 
CONTRATO PRINCIPAL E CONTRATO 
ACESSÓRIO 
Contrato principal ou independente – é 
autônomo, não depende da existência de outro 
- existe por si só, não havendo qualquer relação 
de dependência em relação ao outro pacto. 
Como exemplo, pode ser citado o contrato de 
locação de imóvel urbano, regido pela Lei 
8.245/1991. 
Contrato acessório – não tem autonomia e só 
existirá se o contrato principal existir. 
- aquele cuja validade depende de um outro 
negócio, o contrato principal. O exemplo típico é 
o contrato de fiança, que depende de outro, 
como, por exemplo, de um contrato de locação 
de imóvel urbano. 
Diante do princípio da gravitação jurídica, 
pelo qual o acessório segue o principal, tudo o 
que ocorre no contrato principal repercute no 
acessório. 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
11 
 
Desse modo, sendo nulo o contrato principal, 
nulo será o acessório; sendo anulável o 
principal o mesmo ocorrerá com o acessório; 
ocorrendo prescrição da dívida do contrato 
principal, o contrato acessório estará extinto; e 
assim sucessivamente. Todavia, deve ficar claro 
que o que ocorre no contrato acessório não 
repercute no principal. Assim sendo, a nulidade 
do contrato acessório não gera a nulidade do 
contrato principal; a anulabilidade do contrato 
acessório não gera a nulidade relativa do 
principal e assim de forma sucessiva. A 
conclusão é retirada do art. 184 do CC, segundo 
o qual “respeitada a intenção das partes, a 
invalidade parcial de um negócio jurídico não o 
prejudicará na parte válida, se esta for 
separável; a invalidade da obrigação principal 
implica a das obrigaçõesacessórias, mas a 
destas não induz a da obrigação principal”. 
- QUANTO A NATUREZA DA OBRIGAÇÃO 
DE PRESTAÇÕES PARA AS PARTES 
UNILATERAIS, BILATERAIS E 
PLURILATERAIS 
 
1) UNILATERAIS 
Só há prestação para uma das partes. Exemplo: 
mútuo, depósito, comodato, doação. 
“Unilaterais imperfeitos” são aqueles 
contratos unilaterais que dispõe um ÔNUS ao 
donatário. Exemplo: doação modal. 
2) BILATERAIS OU SINALAGMÁTICOS 
Ambas as partes têm obrigações. Exemplo: 
compra e venda. 
“Bilaterais imperfeitos” são os originalmente 
unilaterais que se tornam bilaterais por 
CIRCUNSTÂNCIA ACIDENTAL. Exemplo: 
Mandato e depósito que geram despesas. 
Contratos “bifrontes” são aqueles que podem 
ser originalmente unilaterais ou bilaterais (ter 
obrigação só de um ou dos dois), dependendo 
se o sujeito vai cobrar a contraprestação. 
Exemplo: depósito e mandato, que podem ou 
não ser cobrados. 
Atenção a este detalhe → Doação é contrato 
unilateral, porém é negócio jurídico bilateral, 
pois exige duas manifestações de vontade 
(exige a aceitação). 
 
Há quem diga que contrato sinalagmático não é 
a mesma coisa que bilateral. Sinalagmático 
seria equidade nas prestações, o equilíbrio. E 
ainda dividem: 
O que é 
sinalagma 
genético? 
Equilíbrio no 
momento da 
formação. O que é 
sinalagma 
funcional? 
Equilíbrio ao longo 
da execução 
contratual. 
Geralmente, 
quando há 
alteração da 
natureza de um 
contrato, que é 
naturalmente 
gratuito para 
oneroso, ele passa 
de unilateral para bilateral. É o que acontece no 
mandato profissional, no depósito profissional, 
entre outros. No entanto, há uma exceção: 
contrato que mesmo com alteração de sua 
natureza de gratuito para oneroso, se mantém 
unilateral (não passa a ser bilateral) – contrato 
de mútuo feneratício (a jurus, bancário). 
 
3) PLURILATERAIS 
São aqueles em que há mais de dois 
contratantes com obrigação (contratos de 
sociedades ou de condomínios). 
 
COMUTATIVOS E ALEATÓRIOS 
1) Comutativos 
Há uma certeza quanto à existência e extensão 
da contraprestação. Exemplo: locação. 
2) Aleatórios 
Prestação de uma ou ambas as partes, bem 
como sua extensão é incerta porque depende 
de fato futuro e imprevisível. Exemplo: contratos 
de seguro. 
2.1) Contrato de coisa futura COM assunção de 
risco pela EXISTÊNCIA (emptio spei – compra 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
12 
 
da esperança): nessa primeira espécie, prevista 
expressamente no art. 458, o contratante 
assume o risco de não vir a ganhar coisa 
alguma, deixando a sorte dos acontecimentos o 
resultado de sua contratação: 
 
- Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer 
respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de 
não virem a existir um dos contratantes assuma, 
terá o outro direito de receber integralmente o 
que lhe foi prometido, desde que de sua parte 
não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada 
do avençado venha a existir. 
 
2.2) Contrato de compra de coisa futura SEM 
assunção de risco pela EXISTÊNCIA, mas pela 
QUANTIDADE (emptio rei speratae – compra 
da coisa esperada): nessa segunda espécie, 
prevista no art. 459, não há assunção de risco 
total pelo contratante, tendo em vista que o 
alienante se comprometeu a que alguma coisa 
fosse entregue. Ou seja, a coisa objeto do 
contrato deve pelo menos existir, todavia, não 
importando em quantidade. 
- Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto 
dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o 
risco de virem a existir em qualquer quantidade, 
terá também direito o alienante a todo o preço, 
desde que de sua parte não tiver concorrido 
culpa, ainda que a coisa venha a existir em 
quantidade inferior à esperada. 
 
2.3) Contrato de compra de COISA 
PRESENTE, MAS EXPOSTA A RISCO 
assumido pelo contratante: Nesta última 
modalidade, prevista no art. 460, o contratante 
aceita negociar coisa sujeita a risco, assumindo 
para si o perigo sobre a coisa, ainda que esta 
tenha se perdido antes da celebração do 
negócio. Todavia, se o contratado já sabia da 
consumação do risco antes da celebração do 
contrato, tal será inválido. 
- Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se 
referir a coisas existentes, mas expostas a risco, 
assumido pelo adquirente, terá igualmente 
direito o alienante a todo o preço, posto que a 
coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no 
dia do contrato. 
- Art. 461. A alienação aleatória a que se refere 
o artigo antecedente poderá ser anulada como 
dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro 
contratante não ignorava a consumação do 
risco, a que no contrato se considerava exposta 
a coisa. 
- QUANTO AS VATAGENS PARA AS 
PARTES: 
 
- GRATUITOS OU BENÉFICOS 
Vantagem para uma parte, desvantagem para 
outra. Exemplo: doação. 
OBS: responsabilidade nesses contratos. CC 
Art. 392. Nos contratos BENÉFICOS, responde 
por SIMPLES CULPA o contratante, a quem o 
contrato aproveite, e POR DOLO aquele a 
quem não favoreça. Nos contratos onerosos, 
responde cada uma das partes por culpa, salvo 
as exceções previstas em lei. 
Assim, quem se beneficia responde por culpa e 
dolo (exemplo: comodatário), quem NÃO se 
beneficia, responde somente por dolo (exemplo: 
comodante). 
- ONEROSOS: 
Vantagens e desvantagens recíprocas. 
Exemplo: compra e venda 
- CONSENSUAIS 
Independe de qualquer formalidade, basta o 
consentimento das partes para que se 
aperfeiçoe. Exemplo: empreitada, compra e 
venda, troca ou permuta. 
- REAIS: 
Só se formam com a entrega da coisa. 
Exemplo: mútuo, depósito, comodato 
 
QUANTO A REGULAMENTAÇÃO LEGAL DO 
CONTRATO: 
 
- TÍPICOS: 
Previstos e regulamentados em lei. Exemplo: 
locação. 
- ATÍPICOS: 
Decorrem do livre direito de contratar (art. 425 
do CC). 
- Art. 425. É lícito às partes estipular contratos 
atípicos, observadas as normas gerais fixadas 
neste Código. 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
13 
 
QUANTO A EXISTÊNCIADO CONTRATO: 
- Principais: 
Independe da existência de outro contrato (art. 
92 do CC). 
- Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, 
abstrata ou concretamente; acessório, aquele 
cuja existência supõe a do principal. 
- Acessórios: 
Dependem de outro contrato (fiança e todas as 
garantias), se nulo o principal, nulo será o 
acessório. 
QUANTO A PRESENÇA DE FORMALIDADES: 
Contrato solene – é aquele que requer 
formalidade para sua validade. Ex. Compra e 
venda de um imóvel – transcrição – registro em 
cartório (averbação) – publicidade do ato – erga 
omnes. 
IMÓVEL – TRANSCRIÇÃO – 
TRANSFERÊNCIA SOLENE DO BEM IMÓVEL 
MÓVEL – TRADIÇÃO – TRANSFERÊNCIA, 
SOLENE OU NÃO, DO BEM MÓVEL 
Contrato não solene – prescinde de 
solenidades para sua validade. Ex: Compra e 
venda mercantil 
- FORMAIS OU SOLENES: 
São conceituados como aqueles que somente 
podem ser celebrados conforme características 
especiais previstas em lei. A forma ou 
solenidade se apresenta, portanto, como uma 
condição para a formação do contrato, vale 
dizer, como um elemento constitutivo. São 
aqueles que exigem uma forma especial para a 
sua celebração, como é o caso da venda de um 
imóvel com valor superior a trinta salários 
mínimos. 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a 
escritura pública é ESSENCIAL à validade dos 
negócios jurídicos que visem à constituição, 
transferência, modificação ou renúncia de 
direitos reais sobre imóveis de valor superior a 
trinta vezes o maior salário mínimo vigente no 
País. 
- NÃO FORMAIS/INFORMAIS OU NÃO 
SOLENES: 
São aqueles que admitem forma livre, como é o 
caso do contrato do mandato, que pode ser 
expresso ou tácito, verbal ou escrito (art. 656 
CC). Lembrar ainda da locação. 
- Art. 656. O mandato pode ser expresso ou 
tácito, verbal ou escrito. 
- FORMAIS/NÃO FORMAIS X SOLENES/NÃO 
SOLENES: 
Repise-se ser mais pertinente seguir o 
entendimento de Silvio Venosa que diferencia 
o contrato solene do formal. Para ele, “o 
contrato solene é aquele que exige escritura 
pública. Outros contratos exigem, o que os torna 
formais, mas não solenes. No contratosolene, 
a ausência de forma torna-o nulo. Nem sempre 
ocorrerá a nulidade, e a relação jurídica gerará 
efeitos entre as partes, quando se trata de 
preterição de formalidade, em contrato não 
solene” (Tartuce). 
Há ainda quem diferencie de outra forma: o 
contrato solene seria aquele que exige uma 
formalidade especial (exemplo: escritura pública 
para imóveis acima de 30 SM), já o contrato 
formal seria aquele que deve ser escrito (não 
pode ser verbal, por exemplo: fiança). No 
mesmo sentido, fica a definição de não solene 
(sem forma especial) e informal (não precisa 
ser escrito), para esta visão. 
Quanto ao momento do cumprimento: 
- INSTANTÂNEOS: 
Execução se dá de uma só vez. Podem ser: 
• Execução imediata (exemplo: troca) 
• Execução diferida (exemplo: compra e venda 
com cheque pré-datado). 
DE TRATO SUCESSIVO (EXECUÇÃO 
CONTINUADA) 
Prestações cumpridas em etapas durante um 
período de tempo. Exemplo: locação. 
 
QUANTO À LIBERDADE DE DEBATE DE 
CLÁUSULAS E CONDIÇÕES DO CONTRATO 
- DE ADESÃO: 
Inexiste liberdade de convenção e discussão 
dos termos do contrato (art. 423 do CC). 
- Art. 423. Quando houver no contrato de 
adesão cláusulas que gerem dúvida quanto à 
sua interpretação, será adotada a mais 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
14 
 
favorável ao aderente. (Redação dada pela 
Medida Provisória nº 881, de 2019) Parágrafo 
único. Nos contratos não atingidos pelo disposto 
no caput, exceto se houver disposição 
específica em lei, a dúvida na interpretação 
beneficia a parte que não redigiu a cláusula 
controvertida. (Incluído pela Medida Provisória 
nº 881, de 2019) 
- PARITÁRIO (CONTRAT GRÉ À GRÉ): 
Partes em pé de igualdade para discutir termos 
do contrato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE V - AULA DO DIA 20/09/2021 
- Do Contrato Preliminar 
- Das Estipulações Contratuais em Relação a 
Terceiros 
MANIFESTAÇÃO DA VONTADE 
- FATOS JURIDICOS 
Há fatos relevantes e não relevantes ao Direito. 
Quando o fato for relevante ao universo jurídico, 
ele passa pelo processo de juridicização, e o 
bem passa a ser juridicamente protegido pelo 
Estado. 
Os Negócios Jurídicos têm sua fonte no 
princípio da autonomia da vontade. Nascem dos 
novos “fatos judicializados”. 
 
- NEGÓCIOS JURÍDICOS 
Não podem provir dos vícios de vontade (o erro, 
o dolo, a coação, o estado de perigo e a lesão). 
Para a validade, o negócio jurídico devem-se 
preencher os requisitos do artigo 104 do Código 
Civil, quais sejam: agente capaz; objeto lícito, 
possível, determinado ou determinável, e 
forma prescrita ou não defesa em lei. 
Da validade do Negócio Jurídico 
Artigo 107 - CC 
“A validade da declaração de vontade não 
dependerá de forma especial, senão quando 
a lei expressamente a exigir” 
Artigo 109 - CC 
“O silêncio importa anuência, quando as 
circunstâncias ou os usos o autorizarem, e 
não for necessária a declaração de vontade 
expressa” 
Comparar com Artigo 39, III, CDC. 
Artigo 112 - CC 
“Art. 112: “Nas declarações de vontade se 
atenderá mais à intenção nelas 
consubstanciada do que ao sentido literal da 
linguagem” 
 
A interpretação busca o verdadeiro sentido da 
vontade. De modo geral, visa à análise do 
sentido gramatical das palavras, os elementos 
econômicos e sociais que cercam a 
manifestação, o nível intelectual dos 
manifestantes e a situação em que se 
encontravam. 
A saber, deve valorar a real intenção dos 
contratantes em detrimento da linguagem 
técnica que foi utilizada no contrato. 
 
NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES 
- FASES – NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES 
Negociações Preliminares - englobam os 
momentos de negociação, proposta e aceitação. 
É a fase de análise de informações, de 
verificação das cláusulas e da possibilidade de 
contratação. 
Fase Contratual - ocorre a execução da 
obrigação de dar, fazer ou não fazer. 
Fase Pós-contratual - dão-se os 
acontecimentos posteriores ao adimplemento da 
obrigação contratual. 
- CONTRATO PRELIMINAR 
Conceito: No contrato preliminar, as partes 
buscam a conclusão de um contrato principal ou 
definitivo futuramente, firmando, para isso, um 
contrato prévio. Sendo assim, podem 
determinar de antemão as cláusulas que 
constarão no contrato definitivo. Trata-se de 
uma fase da contratação, porquanto os 
contratantes desejam o contrato final, mas não 
querem que seus efeitos operem de imediato. 
 
JURISPRUDÊNCIA: 
NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES: • Embora as 
tratativas não vinculem as partes, podendo o 
proprietário do imóvel vender o mesmo a quem 
ofereça melhor proposta, o fato é que se as 
tratativas avançam a ponto de gerar na 
convicção da parte interessada a convicção de 
que o negócio se realizará, vindo a fazer 
despesas relacionadas ao imóvel, o princípio da 
boa-fé objetiva impõe que tais gastos sejam 
ressarcidos. Não há que se falar, porém, em 
danos morais. Tribunal do Rio Grande do Sul 
Terceira Turma Recursal Cível dos Juizados 
Especiais Cíveis do Estado do Rio Grande do 
Sul, Recurso Inominado n. 71002009942, rel. 
Dr. Eugênio Facchinni Neto, v. u. , j. 16/07/2009. 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
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- A responsabilidade do advogado na condução 
da defesa processual de seu cliente é de ordem 
contratual. Embora não responda pelo 
resultado, o advogado é obrigado a aplicar toda 
a sua diligência habitual no exercício do 
mandato. - Ao perder, de forma negligente, o 
prazo para a interposição de apelação, recurso 
cabível na hipótese e desejado pelo mandante, 
o advogado frusta as chances de êxito de seu 
cliente. Responde, portanto, pela perda da 
probabilidade de sucesso no recurso, desde que 
tal chance seja séria e real. Não se trata, 
portanto, de reparar a perda de “uma simples 
esperança subjetiva”, nem tampouco de conferir 
ao lesado a integralidade do que esperava ter 
caso obtivesse êxito ao usufruir plenamente de 
sua chance. - A perda da chance se aplica tanto 
aos danos materiais quanto aos danos morais. 
(REsp 1079185/MG, Rel. Ministra NANCY 
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 
11/11/2008, DJe 04/08/2009). 
 
CONTRATO PRELIMINAR 
BASE LEGAL. CLASSIFICAÇÃO E 
EXEMPLOS 
Base Normativa: artigos 462 a 466 do CC/02. 
Objeto: obrigação de prestar declaração de 
vontade. 
Classificação: 
a) sinalagmático ou bilateral (Ex. Compromisso 
de Compra e Venda) - art. 463 CC/02. 
b) b) unilateral (ex. doação) – art. 466 do 
CC/02. 
CONTRATO PRELIMINAR X NEGOCIAÇÃO 
PRELIMINAR 
A negociação preliminar, diferente do contrato 
preliminar, não gera uma obrigação, pois não se 
trata de um contrato, e sim de uma fase 
preliminar ao contrato, tendo como objeto 
apenas a análise de vontades, debates prévios, 
etc. Portanto, não sendo um contrato, não 
possui os requisitos de um contrato, nem 
mesmo geram direitos, por se tratar de tratativas 
preliminares, não contendo os elementos 
essenciais de um contrato. 
FINALIDADE E REQUISITOS DO CONTRATO 
PRELIMINAR 
Finalidade do contrato preliminar: é a 
realização de um contrato definitivo, 
assegurando sua celebração no futuro, e o 
tornando obrigacional, como forma de 
segurança. 
Requisitos: O contrato preliminar, exceto 
quanto à forma, deve conter todos os 
requisitos essenciais ao contrato a ser 
celebrado. (artigo 462, CC). 
CONTRATO PRELIMINAR X NEGOCIAÇÃO 
PRELIMINAR 
Embora não gerem obrigações para ambas as 
partes, nem mesmo vinculação, as negociações 
preliminares seguem o princípio da boa-fé, que, 
se violada, pode gerar deveres jurídicos para os 
contraentes. 
REQUISITOS DO CONTRATO PRELIMINAR 
Requisitos: 
•Artigo 104 CC; 
•Compatibilidade com a natureza do contrato 
definitivo; 
•Requisitos do contrato definitivo, exceto quanto 
à forma; 
•Impossibilidade de direito de arrependimento; 
•Pagamento integral do preço; 
REGISTRO 
Art. 463, CC, em seu parágrafo único: O 
contrato preliminar deveráser levado ao 
registro competente. 
Este ato é recomendado para que o comprador 
constitua um direito real, dando publicidade ao 
mesmo e exercendo o seu direito de proteção – 
eficácia erga omnes. 
No entanto, tratando-se de ação de 
adjudicação compulsória, é dispensável o seu 
prévio registro, tendo validade, caso não 
registrado. 
ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. REGISTRO 
DA PROMESSA - PREQUESTIONAMENTO - 
PRECEDENTES DA CORTE - 1 - Está 
assentada a jurisprudência da Corte no sentido 
não ser exigido o registro da promessa para o 
ingresso da ação de adjudicação compulsória. 2 
- Permanecendo o Acórdão recorrido no plano 
do exame do contrato, enquadrado na Lei n. 
4.591/64, faltou o devido prequestionamento 
para a questão do litisconsórcio e da multa 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
17 
 
excessiva. (STJ, REsp n. 203581 – SP, Terceira 
Turma, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes 
Direito, DJU 8.3.2000). 
Adjudicação Compulsória - Ação pessoal que 
pertence ao compromissário comprador, ou ao 
cessionário de seus direitos à aquisição, 
ajuizada com relação ao titular do domínio do 
imóvel - (que tenha prometido vendê-lo através 
do contrato de compromisso de venda e compra 
e se omitiu quanto à escritura definitiva) - 
tendente ao suprimento judicial desta outorga, 
mediante sentença constitutiva com a mesma 
eficácia do ato não praticado. 
 
CONTRATO PRELIMINAR 
ARREPENDIMENTO 
O artigo 463 do Código Civil determina: 
 “concluído o contrato preliminar, com 
observância do disposto no artigo 
antecedente, e desde que dele não conste 
cláusula de arrependimento, qualquer das 
partes terá o direito de exigir a celebração do 
definitivo, assinado para à outra para que o 
efetive” 
O contrato preliminar vincula as partes. É 
possível se eximir dessa vinculação fazendo 
constar cláusula de arrependimento no contrato 
preliminar, a qual exclui a obrigação de se firmar 
contrato definitivo. Entretanto, sem a menção da 
cláusula em questão, e ocorrendo empecilho 
referente ao cumprimento do contrato definitivo 
por alguma das partes, o contratante poderá 
exigir sua execução específica, que ocorrerá 
com a apresentação do contrato preliminar ao 
juiz para a conclusão do contrato principal. 
 
TUTELA ESPECÍFICA – Adjudicação 
Compulsória 
Decreto 58/37: 
Artigo 15 - Os compromissários têm o direito 
de, antecipando ou ultimando o pagamento 
integral do preço, e estando quites com os 
impostos e taxas, exigir a outorga da escritura 
de compra e venda. 
Artigo 16 - Art. 16. Recusando-se os 
compromitentes a outorgar a escritura definitiva 
no caso do artigo 15, o compromissário poderá 
propor, para o cumprimento da obrigação, ação 
de adjudicação compulsória, que tomará o rito 
sumaríssimo. 
TUTELA ESPECÍFICA – Execução de 
Obrigação de Fazer 
Art. 497 Na ação que tenha por objeto a 
prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se 
procedente o pedido, concederá a tutela 
específica ou determinará providências que 
assegurem a obtenção de tutela pelo resultado 
prático equivalente. Parágrafo único. Para a 
concessão da tutela específica destinada a inibir 
a prática, a reiteração ou a continuação de um 
ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a 
demonstração da ocorrência de dano ou da 
existência de culpa ou dolo. 
 
PROMESSA DE DOAÇÃO 
CONCEITO DE DOAÇÃO 
Por contrato de doação, podemos compreender 
um negócio jurídico pelo qual uma das partes, 
chamada de doador, transfere bens ou proveitos 
advindos de seu patrimônio para a outra parte, 
chamada de donatário, de maneira livre de 
quaisquer prestações e remunerações. 
CC, Art. 538. Considera-se doação o contrato 
em que uma pessoa, por liberalidade, transfere 
do seu patrimônio bens ou vantagens para o de 
outra. 
Esse negócio se trata, portanto, de um contrato 
benéfico, dependendo da ação de mera 
liberalidade, o que implica que a única 
interpretação admitida é a interpretação 
restritiva, não existindo cabimento para 
interpretações declarativas ou extensivas, 
conforme pontua o Código Civil em seu artigo 
114 - Os negócios jurídicos benéficos e a 
renúncia interpretam-se estritamente. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
Unilateral: Impõe obrigação apenas ao doador. 
Há quem considere a doação como um contrato 
bilateral Imperfeito (consentimento). No caso da 
doação modal ou com encargo, seria bilateral. 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
18 
 
Gratuito: Porque se inspira no propósito de 
fazer uma liberalidade benéfica. 
Consensual: porque se aperfeiçoa pela 
conjunção das vontades do doador e do 
donatário (aceite do doador). 
Solene: porque a lei lhe impõe forma escrita, a 
menos que se trata de bens móveis de pequeno 
valor, seguindo-se de imediato a tradição. – 
Artigo 541 CC 
Animus domini: uma característica particular 
da doação, que pode ser entendida como o 
ânimo ou propósito de beneficiar 
patrimonialmente o destinatário da vontade do 
doador. 
Execução imediata: A forma habitual é a 
execução imediata, instantânea. 
Polêmica – Promessa de Doação 
Flávio Tartuce (2011), Arnoldo Wald (1998), 
Monteiro, Maluf e Da Silva (2010), Carlos 
Roberto Gonçalves (2013) e Marcos Jorge 
Catalan (2017) 
Para estes, o simples fato de inexistir dispositivo 
de lei que vede a promessa de doação gratuita 
já a torna admissível; além disso, a sua 
pactuação não ofende os princípios contratuais, 
pelo contrário, assim como todos os demais 
contratos preliminares que, devem respeitar a 
boa-fé contratual e os limites da função social 
do contrato, assim também se deve proceder 
em relação ao pacto preliminar de doação, que 
vincula o promitente-doador ao adimplemento 
do seu contrato definitivo a fim de satisfazer a 
legítima expectativa criada junto ao promitente-
donatário. Assim consagra a perfeita lição da 
professora Maria Celina Bodin de Moraes 
(2013): 
“Se é repugnante uma doação ‘coativa’, 
igualmente deplorável é uma promessa 
descumprida. Tendo a manifestação da 
vontade por parte do promitente-doador se 
expressado livre e espontaneamente, 
condenável será a inexigibilidade da 
promessa.” 
Polêmica – Promessa de Doação 
Agostinho Alvim (1980), Silvio Rodrigues 
(2004) e Miguel Maria de Serpa Lopes (1996) 
Para estes, o contrato preliminar de doação 
parece eivado de uma nulidade tal que sequer 
lhes convém conceituá-lo como se modalidade 
contratual de fato fosse. Os mencionados 
juristas insistem em defender que a promessa 
de doação gratuita não possui qualquer traço de 
validade e tampouco vinculatoriedade, haja vista 
que o ato de doar configura obrigação a título 
gratuito e, nesse caso, “[…] até a formalização é 
lícito o arrependimento do promitente doador” 
(RODRIGUES, 2004, p. 212), e isso porque a 
intenção do doador de praticar o referido ato de 
disposição (animus donandi) – defendem – deve 
ser atual, expressa no momento em que ocorre, 
de fato, a concretização da transferência 
patrimonial. “A necessidade de ser atual o 
animus donandi tem constituído óbice à 
promessa de doação. E isso porque entre a 
promessa e sua efetivação pode ter havido 
arrependimento.” Agostinho Alvim (1980, p. 42. 
grifos do autor) 
Polêmica – Promessa de Doação 
Caio Mário da Silva Pereira (2010) e Darcy 
Arruda Miranda (1993). 
Caio Mário até admite a promessa de doação 
gratuita do ponto de vista formal, como 
aconteceria com qualquer outra espécie, porém, 
sob a análise ontológica, descarta 
veementemente a possibilidade de exigir-se o 
adimplemento de uma doação pura, cuja 
essência está permeada pela intenção do 
doador de praticar uma liberalidade, de 
transferir seu patrimônio de forma livre e 
generosa em benefício de outrem. Segundo as 
incisivas palavras do referido professor: “Se o 
promitente-doador recusasse a prestação, o 
promitente-donatário teria ação para exigi-la, e, 
então, ter-se-ia uma doação coativa, doação por 
determinação da Justiça, liberalidade por 
imposição do juiz e ao arrepio da vontade do 
doador” (PEREIRA, 2010, p. 217). 
Ambos os juristas sustentam, apesar da 
inadmissibilidadeda promessa de doação de 
forma ampla, a possibilidade de sua plena 
validade e eficácia em uma situação especial, 
aquela que ocorre por ocasião do acordo de 
divórcio firmado no sentido de estabelecer um 
pré-contrato de doação em benefício dos filhos 
do casal, como forma de resolução aos 
possíveis conflitos de partilha de bens. 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
19 
 
“PROMESSA DE DOAÇÃO – Feita pelo pai 
aos filhos, por ocasião de sua separação judicial 
– Descumprimento – Liberalidade do ato de 
doação (art 1165 do CC/16, vigente à época) – 
Impossibilidade de se constranger alguém a 
praticá-lo – Recurso improvido (SÃO PAULO, 
2017d, grifo nosso).” 
“EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO 
DECLARATÓRIA C/C INDENIZAÇÃO POR 
DANOS MORAIS E MATERIAIS – PROMESSA 
DE DOAÇÃO PURA – PRESCRIÇÃO NÃO 
RECONHECIDA. INCOMPATIBILIDADE DE 
LIBERALIDADE E COATIVIDADE – 
INEXISTÊNCIA DE OBRIGAÇÃO E DO DEVER 
DE INDENIZAR – RECURSO PROVIDO. 
SENTENÇA REFORMADA. […] 4- Inviável 
juridicamente a promessa de doação ante a 
impossibilidade de se harmonizar a 
exigibilidade contratual e a espontaneidade, 
característica do animus donandi. Admitir a 
promessa de doação equivale a concluir pela 
possibilidade de uma doação coativa, 
incompatível, por definição, com um ato de 
liberalidade. Precedente ST. 5- A promessa 
de doação pura não cria obrigação e, 
enquanto não formalizada, já que, a 
coatividade é totalmente incompatível com a 
liberalidade. Neste contexto, é possível 
exigir a coisa doada, se observadas as 
exigências legais, contudo, não é possível 
exigir que se doe. 6- Diante do 
reconhecimento da inexigibilidade da 
promessa de doação pura, como no caso 
dos autos, inexiste obrigação, o que 
repercute, diretamente, na pretensão 
indenizatória. Não reconhecida a obrigação 
de doar, inexiste o dever de reparar. 7- 
Recurso conhecido e provido (ESPÍRITO 
SANTO, 2017b, grifo nosso).” 
“EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. Anulação de 
doação. Forma. Escritura pública. Necessidade. 
nulidade. Doação pura. PROMESSA. 
Arrependimento. Possibilidade. Procedência. 
Provimento negado. […] 2) A análise do 
documento de fl., de maneira estrita (art. 114, 
do CC/02), nos indicia uma doação pura não 
concluída – à míngua da devida escrituração 
pública. Por pura entenda-se aquela realizada 
por liberalidade, ainda que a se enaltecer 
merecimento ou afeição ao donatário. 3) 
Portanto, mesmo que eventualmente se 
considerasse possível a análise do referido 
documento como um verdadeiro contrato 
preliminar – ou promessa de doação (pactum de 
donando) -, decerto não haveria o que se prover 
em razão do arrependimento do promitente-
doador, possível em virtude da natureza 
espontânea e desobrigada atinente ao animus 
donandi em sua forma pura. Recurso não 
provido (ESPÍRITO SANTO, 2017c, grifo 
nosso).” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
20 
 
ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO – 
AULA 27/08/2021 
1) Estipulação em favor de terceiro 
2) Promessa de fato de terceiro 
3) Contrato com pessoa a declarar e sua 
distinção da cessão de contrato 
 
1) ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO 
Base Normativa: artigos 436 – 438 CC 
O contrato em favor de terceiros contém três 
pessoas da relação jurídica: o estipulante, o 
promitente e o terceiro ou beneficiário. 
O estipulante é quem realiza a oferta (ou 
estipulação) em benefício de outro indivíduo. 
Esse benefício abrange uma obrigação de dar, 
fazer e não fazer. 
O promitente é a pessoa que promete executar 
o que foi determinado pelo estipulante (a 
pessoa que deverá cumprir a obrigação foi 
direcionada a bem do terceiro). 
O terceiro ou beneficiário é o destinatário do 
objeto da obrigação. É a pessoa a ser 
beneficiada por aquela conduta. 
CONCEITO: “Por meio da estipulação em favor 
de terceiro, ato de natureza essencialmente 
contratual, uma parte convenciona com o 
devedor que deverá realizar determinada 
prestação em benefício de outrem, alheio à 
relação jurídica-base.” Gagliano (2012, p. 60) 
“Quando, no contrato celebrado entre duas 
pessoas, denominadas estipulante e promitente, 
convenciona-se que a vantagem resultante do 
ajuste reverterá em benefício de terceira 
pessoa, alheia à formação do vínculo 
contratual.” (Carlos Roberto Rios Gonçalves 
(2015, p. 393). 
 
NATUREZA JURIDICA: - É viável afirmar que a 
tese adotada pela doutrina majoritária é a de 
que o instituto da estipulação contratual em 
favor de terceiros tem natureza jurídica de 
contrato ímpar, único, não previsto no direito 
positivado, visto que não implica prestação 
favorável às próprias partes, mas sim a um 
indivíduo que não participa da convenção. 
- a existência e validade desse negócio 
jurídico não dependem da vontade desse 
terceiro, "mas somente a sua eficácia, 
subordinada que é à aceitação. 
- A promessa em favor de terceiro é, também, 
consensual e de forma livre. O terceiro não 
precisa ser desde logo determinado. Basta que 
seja determinável, podendo mesmo ser futuro, 
como a prole eventual. 
 
- Não é requisito que o terceiro possua 
capacidade civil; 
- É primordial a gratuidade do benefício, não 
acarretando, portanto, contraprestação ao 
beneficiário. 
- Nessa relação jurídica, o estipulante e o 
beneficiário poderão exigir o cumprimento da 
obrigação pelo devedor. 
- Artigo 438 do Código Civil - o estipulante 
pode substituir o terceiro a qualquer momento, 
sem a necessidade de solicitar sua anuência ou 
a aprovação de outro contratante. 
- O beneficiário não é obrigado a aceitar um 
benefício, bem como a sua recusa constitui 
renúncia quando o direito já houver sido 
adquirido. 
PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO 
Conceito: A promessa de fato de terceiro está 
prevista nos artigos 439 e 440 do Código Civil e 
ela implica no fato de que uma pessoa se 
compromete com outra a obter o consentimento 
de uma terceira pessoa na conclusão de um 
contrato sem ter recebido preliminarmente o 
consentimento desta última pessoa para a 
conclusão deste contrato. A eficácia deste 
contrato depende da ratificação posterior da 
terceira pessoa que não está, a priori, obrigada 
a nada. 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
21 
 
FASES : - A promessa de fato de terceiro 
possui uma fase de antecipação onde não 
existe ainda a conclusão do contrato em 
virtude da ausência do consentimento da 
terceira pessoa e uma segunda fase onde 
existe a decisão da terceira pessoa. 
- Na fase de antecipação o objetivo é o de 
realizar um contrato válido que possa ser 
executado, substituindo-se a vontade de uma 
das partes ainda não expressa, que é 
justamente a da terceira pessoa. 
- O contratante que se compromete a obter o 
comprometimento da terceira pessoa 
assume uma responsabilidade pessoal pelo 
fato prometido. Neste momento existe um 
contrato imperfeito e válido porque ainda não 
houve a ratificação pela terceira pessoa, ficando 
somente os contratantes obrigados. 
 
REQUISITOS E RESPONSABILIDADES: 
• Requisitos/Forma: A promessa de fato de 
terceiro não é submetida a alguma forma 
particular e pode inclusive ser tácita. 
• Ratificação – instrumento pelo qual o 
terceiro aprova a iniciativa daquele que o 
representou desprovido de poderes. Tal 
manifestação é unilateral, ou seja, caberá a 
ele a opção em concluir ou não o contrato. 
• Artigo 440 CC - “nenhuma obrigação 
haverá para quem se comprometer por 
outrem, se este, depois de se ter 
obrigado, faltar à prestação. ” Com a 
ratificação a obrigação daquele que se 
comprometeu em obter o consentimento do 
terceiro deixa de existir. O promitente 
assume somente a responsabilidade que 
ocorrerá a ratificação e não que o contrato 
será executado pelo terceiro. A obrigação do 
promitente é de resultado. 
 
RATIFICAÇÃO: 
• A partir do momento em que ocorre a 
ratificação o terceiro torna-se parte no 
contrato e este opera efeitos retroativos, 
salvo quando a ratificação for de um 
contrato nulo frente a terceiros. 
• A recusa do terceiropode ser explícita ou 
resultar de um ato manifestando sua 
vontade de não o concluir, como o 
ajuizamento de uma dada ação. Se o 
terceiro demorar para tomar uma decisão 
ele poderá ser constituído em mora. 
• A falta de ratificação acarreta a 
responsabilidade por perdas e danos (desde 
que provados) do promitente frente a seu 
cocontratante, conforme estabelece o caput 
do artigo 439 do CC, em virtude de que este 
se comprometeu em obter o consentimento 
do terceiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
22 
 
EFEITOS DOS CONTRATOS - AULA DO DIA 
04/10/2021 
REGRA: seu principal efeito consiste em criar 
obrigações, estabelecendo um vínculo entre as 
partes contratantes; todos os seus efeitos são 
meramente obrigacionais. 
Não atinge terceiras pessoas. 
 
OBRIGATORIEDADE DOS CONTRATOS 
Também denominado princípio da 
intangibilidade dos contratos, representa a 
força vinculante das convenções. 
Pelo princípio da autonomia da vontade, 
ninguém é obrigado a contratar. Os que o 
fizerem, porém, sendo o contrato válido e eficaz, 
devem cumpri-lo. 
Como foram as partes que escolheram os 
termos do ajuste e a ele se vincularam. 
O PRINCÍPIO TEM POR FUNDAMENTOS: 
a) a necessidade de segurança nos 
negócios: deixaria de existir se os contratantes 
pudessem não cumprir a palavra 
b) a intangibilidade ou imutabilidade do 
contrato: o acordo de vontades faz lei entre as 
partes, personificada pela máxima pacta sunt 
servanda. 
A esse limitação a esse princípio, dentro da 
concepção clássica, é o caso fortuito ou força 
maior, consignada no art. 393 e parágrafo único 
do Código Civil. 
PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE 
Relatividade dos efeitos do contrato 
Os efeitos do contrato só se produzem em 
relação às partes, àqueles que manifestaram a 
sua vontade, vinculando-os ao seu conteúdo, 
não afetando terceiros nem seu patrimônio. 
Código Civil de 1916 prescrevia: “A 
obrigação, não sendo personalíssima, opera 
assim entre as partes, como entre seus 
herdeiros” 
Código de 2002: não concebe mais o contrato 
apenas como instrumento de satisfação de 
interesses pessoais dos contraentes, mas lhe 
reconhece uma função social. 
As cláusulas gerais, por conterem normas de 
ordem pública, não se destinam a proteger 
unicamente os direitos individuais das 
partes, mas tutelar o interesse da 
coletividade, que deve prevalecer quando em 
conflito com aqueles. 
Enunciado 21 - I Jornada de Direito Civil - 
demonstra a interligação entre o princípio da 
socialidade e a mitigação do princípio da 
relatividade. 
“A função social do contrato prevista no art. 421 
do novo Código Civil constitui cláusula geral, 
que impõe a revisão do princípio da relatividade 
dos efeitos do contrato em relação a terceiros, 
implicando a tutela externa do crédito”. 
Enunciado 23 (editado na mesma Jornada): 
“A função social do contrato prevista no art. 421 
do novo Código Civil não elimina o princípio da 
autonomia contratual, mas atenua ou reduz o 
alcance desse princípio, quando presentes 
interesses metaindividuais ou interesse 
individual relativo à dignidade da pessoa 
humana”. 
“Partes, no contrato, são os contratantes, 
aqueles que contrataram, emitiram as 
respectivas declarações negociais -, por si 
mesmos ou através de representante, voluntário 
ou legal, e, que, no momento considerado, 
continuem a ocupar essa posição ou aqueles 
que, por transmissão ou sucessão, inter vivos 
ou mortis causa, vieram a adquirir ou ocupar a 
posição dos contratantes originários ou de 
quem, entretanto haja passado a ocupar a 
posição destes. Terceiros, em relação ao direito 
de crédito, é quem não for sujeito da relação 
obrigacional, quem não for, pois credor nem 
devedor”. (Humberto Theodoro Júnior) 
Princípio da Relatividade: o contrato somente 
vincula as partes, não beneficiando nem 
prejudicando terceiros, res inter alios acta 
tertio neque nocet neque prodest – princípio da 
relatividade dos efeitos contratuais. 
Não são TERCEIROS/São partes: 
Sucessores a título universal – salvo nas 
Obrigações Personalíssimas 
Sucessor singular causa mortis – legatário. 
Sucessão a título singular por ato entre vivos – 
doação, cessão de crédito. 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
23 
 
A sucessão mortis causa pode dar-se 
A. a título universal e a título singular, 
caracterizando-se a primeira pela transmissão 
do patrimônio ou cota parte do patrimônio do 
defunto e a segunda, pela transferência de 
algum ou alguns bens determinados. 
B. se legítima, apenas a título universal e se 
testamentária, apenas a título singular. 
C. apenas a título universal. 
D. apenas a título singular, porque a lei exige 
a partilha de bens entre os herdeiros. 
E. a título singular e a título universal, 
caracterizando-se a primeira pela transmissão 
de cota parte do patrimônio do defunto e a 
segunda, pela transmissão de certa 
generalidade de coisa ou cota parte concreta 
de bens. 
ONEROSIDADE EXCESSIVA 
Opõe-se ao princípio da obrigatoriedade, pois 
permite aos contraentes recorrerem ao 
Judiciário, para obterem alteração da 
convenção (contrato) – REVISÃO 
CONTRATUAL 
A obrigatoriedade no cumprimento de um 
contrato pressupõe a inalterabilidade da 
situação de fato, quando se sua elaboração, 
no entanto, modificar-se em razão de 
acontecimentos extraordinários (uma guerra, 
p. ex.), que tornem excessivamente oneroso 
para o devedor o seu adimplemento, poderá 
este requerer ao juiz que o isente da obrigação, 
parcial ou totalmente. Entre nós, a teoria em tela 
foi adaptada e difundida por Arnoldo Medeiros 
da Fonseca, com o nome de teoria da 
imprevisão. 
A teoria da imprevisão consiste, portanto, na 
possibilidade de desfazimento ou revisão 
forçada do contrato quando, por eventos 
imprevisíveis e extraordinários, a prestação de 
uma das partes tornar-se exageradamente 
onerosa. 
As modificações supervenientes que atingem o 
contrato podem ensejar pedido judicial de 
revisão do negócio jurídico. OBS: Não pode 
haver onerosidade excessiva pelo que 
corresponder ao risco normal do contrato. 
Artigo 478/CC: “Nos contratos de execução 
continuada ou diferida, se a prestação de uma 
das partes se tornar excessivamente onerosa, 
com extrema vantagem para a outra, em virtude 
de acontecimentos extraordinários e 
imprevisíveis, poderá o devedor pedir a 
resolução do contrato. Os efeitos da sentença 
que a decretar retroagirão à data da citação”. 
Princípio da revisão dos contratos ou da 
onerosidade excessiva = decorrentes da 
modificação do negócio jurídico, posterior à 
pactuação, com quebra insuportável da 
equivalência das prestações. 
Presente nos contratos comutativos, de trato 
sucessivo e execução diferida. 
Cláusula Rebus sic stantibus = consiste 
basicamente em presumir, nesses contratos, a 
existência implícita de uma cláusula, pela qual 
a obrigatoriedade de seu cumprimento 
pressupõe a inalterabilidade da situação de fato. 
Se esta, no entanto, modificar-se em razão de 
acontecimentos extraordinários, que tornem 
excessivamente oneroso para o devedor o 
seu adimplemento, poderá este requerer ao 
juiz que o isente da obrigação, parcial ou 
totalmente. 
Requisitos para a resolução/reequilíbrio do 
contrato por onerosidade excessiva: 
Vigência de um contrato comutativo de 
execução diferida ou de trato sucessivo; 
Ocorrência de fato extraordinário e 
imprevisível; 
Considerável alteração da situação de fato 
existente no momento da execução, em 
confronto com a que existia por ocasião da 
celebração; 
Nexo causal entre o evento superveniente e a 
conseqüente excessiva onerosidade 
art. 479. A resolução poderá ser evitada, 
oferecendo-se o réu a modificar 
equitativamente as condições do contrato. 
Presentes os pressupostos exigidos no artigo 
478, a parte lesada pode pleitear a resolução do 
contrato. Permite, todavia, o art. 479 CC que a 
parte contrária possa, considerando que lhe é 
mais vantajoso manter o contrato, 
restabelecendoo seu equilíbrio econômico, 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
24 
 
oferecer-se para modificar equitativamente 
as suas condições. 
 “Essa cláusula, resultante do labor 
jurisprudencial não afronta nenhuma lei. Ao 
contrário, ajusta as normas jurídicas ao sentido 
social dos fatos. Sabe-se, os acontecimentos 
recebem o impacto das mudanças da 
sociedade. Seja no plano moral, como no 
âmbito econômico. A inflação brasileira afeta 
diariamente as expressões econômicas das 
cláusulas contratuais. Urge analisá-las de modo 
a não gerar enriquecimento sem justa causa e 
que a expressão substancial seja superada por 
dados formais” (REsp 371/CE, Recurso 
Especial 1989/0008942-0, rel. Ministro Vicente 
Cernicchiaro, Segunda Turma, DJ 04/06/1990, 
p. 5054). 
 “O advento de plano econômico, que impôs o 
bloqueio e indisponibilidade da grande massa 
de dinheiro existente no mercado, 
impossibilitando o cumprimento, nas condições 
e prazos avençados, das promessas de compra 
e venda de imóveis celebradas e que previam 
prazo de pagamento para além de 180 dias, por 
parte de compromissários-compradores que 
contavam com recursos de poupança ou de 
outras aplicações financeiras para saldar as 
prestações assumidas, caracterizando a medida 
governamental factum principis, e de ser 
considerado como força maior motivadora da 
dissolução do vinculo contratual, impondo-se 
em consequência o retorno ao status quo ante, 
com devolução das parcelas pagas, de molde a 
evitar enriquecimento sem causa.“ STJ, REsp 
42.882, rel Min Salvio de Figueiredo Teixeira, 
DJ 8.5.1995. 
 “INDENIZACAO DE PERDAS E DANOS 
CAUSADOS POR ACIDENTE DE VEICULO - 
ESTOURO DE PNEU - INOCORRENCIA DE 
CASO FORTUITO. RECURSO 
IMPROCEDENTE. ESTOURO DE PNEU 
BASTANTE USADO NAO E IMPREVISIVEL, 
SOMENTE POR SI, NAO CARACTERIZA 
CASO FORTUITO OU FORCA MAIOR. 
NEGLIGENCIA DO MOTORISTA. (TJ-PR - AC: 
628924 PR Apelação Cível - 0062892-4, 
Relator: Mário Rau, Data de Julgamento: 
21/06/1994, Primeira Câmara Cível (extinto TA)) 
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ORDINÁRIA DE 
REVISÃO DE CLÁUSULA CONTRATUAL - 
TABELA PRICE - CAPITALIZAÇÃO DE 
JUROS - ILEGALIDADE - MERA 
IRRESIGNAÇÃO - AUSÊNCIA DE 
DEMONSTRAÇÃO DE QUE OS JUROS 
COMPOSTOS NÃO ESTÃO SENDO 
COBRADOS - SUBSTITUIÇÃO DA TAXA 
REFERENCIAL (TR) PELO IGPM - 
POSSIBILIDADE - APLICAÇÃO DO 
PRINCÍPIO REBUS SIC STANTIBUS - TEORIA 
DA IMPREVISÃO OU ONEROSIDADE 
EXCESSIVA - SENTENÇA MANTIDA - 
RECURSO NÃO PROVIDO. (TJ-MS - AC: 7589 
MS 2003.007589-5, Relator: Des. Horácio 
Vanderlei Nascimento Pithan, Data de 
Julgamento: 09/03/2004, 2ª Turma Cível, Data 
de Publicação: 12/03/2004). 
 
BOA-FÉ OBJETIVA 
Preceitua o art. 422 do Código Civil: “Os 
contratantes são obrigados a guardar, assim na 
conclusão do contrato, como em sua execução, 
os princípios de probidade e boa-fé”. 
Boa fé objetiva impõe ao contratante um padrão 
de conduta, de agir com retidão, ou seja, com 
probidade, honestidade e lealdade. 
O princípio da boa-fé se biparte em boa-fé 
subjetiva, também chamada de concepção 
psicológica da boa-fé, e boa-fé objetiva, também 
denominada concepção ética da boa-fé. 
A boa fé objetiva deixa de ser princípio geral de 
direito para transformar-se em cláusula geral, 
sendo, portanto, fonte de direito e de obrigações 
Uma das principais funções do princípio da boa-
fé é limitadora: veda ou pune o exercício de 
direito subjetivo quando se caracterizar abuso 
da posição jurídica. 
A “teoria dos atos próprios”, ou a proibição de 
venire contra factum proprium, aduz, “protege 
uma parte contra aquela que pretende exercer 
uma posição jurídica em contradição com o 
comportamento assumido anteriormente. 
Depois de criar uma certa expectativa, em razão 
de conduta seguramente indicativa de 
determinado comportamento futuro, há quebra 
dos princípios de lealdade e de confiança se 
vier a ser praticado ato contrário ao previsto, 
com surpresa e prejuízo à contraparte”. (Ruy 
Rosado de Aguiar Júnior) 
Jurisprudência do Superior Tribunal de 
Justiça: “Havendo real contradição entre dois 
DIREITO CIVIL III – 3 SEMESTRE 2021 
 
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comportamentos, significando o segundo 
quebra injustificada da confiança gerada pela 
prática do primeiro, em prejuízo da contraparte, 
não é admissível dar eficácia à conduta 
posterior”. 
Exceção do contrato não cumprido 
(exceptio non adimpleti contractus) 
Artigo 476 CC - Nos contratos bilaterais, 
nenhum dos contratantes, antes de cumprida a 
sua obrigação, pode exigir o implemento da do 
outro. 
• em contratos bilaterais = onde há 
reciprocidade de prestações, onde as partes 
são simultaneamente credoras e devedoras. 
• defesa de resolução por inadimplemento 
involuntário = exceptio non adimpleti 
contractus - meio de defesa, pelo qual a 
parte demandada pela execução de contrato 
pode argumentar que deixou de cumpri-lo 
pelo fato da outra ainda também não ter 
satisfeito a prestação correspondente. É 
uma defesa oponível pelo contratante 
demandado contra o cocontratante 
inadimplente, em que o demandante se 
recusa a cumprir a sua obrigação, sob a 
alegação de não ter, aquele que a 
reclama, cumprido o seu dever. 
• além de recíproca, para se valer dessa 
defesa, as prestações devem ser 
simultâneas no momento da exigibilidade. 
Não aplicada em prestações sucessivas. 
• somente haverá lugar para a oposição da 
“exceptio”, se o débito reclamado estiver 
vencido e a negativa do pagamento pela 
“excipiens” ocorrer em razão de o 
demandante ter que cumprir prévia ou 
simultaneamente a sua obrigação. 
• além de recíproca, para se valer dessa 
defesa, as prestações devem ser 
simultâneas no momento da exigibilidade. 
Não aplicada em prestações sucessivas. 
• somente haverá lugar para a oposição da 
“exceptio”, se o débito reclamado estiver 
vencido e a negativa do pagamento pela 
“excipiens” ocorrer em razão de o 
demandante ter que cumprir prévia ou 
simultaneamente a sua obrigação. 
• a exceção de contrato não cumprido pode 
ser arguida tanto diante do inadimplemento 
absoluto, parcial ou total, como também 
diante da simples mora, compreendida 
como inadimplemento relativo, valendo dizer 
que a prestação ainda pode ser realizada, 
desde que seja possível satisfazer os 
interesses das partes. 
• O princípio garante ao devedor à 
possibilidade de, no processo judicial em 
que é demandado, negar provisoriamente o 
adimplemento da prestação até que receba 
a contraprestação. 
• A exceção do contrato não cumprido 
também pode ser utilizada fora do processo 
judicial, por meio de uma interpelação, 
protesto ou notificação extrajudicial 
reclamando o cumprimento da obrigação, o 
devedor também pode contestar, recusando 
a prestação, via de contraprotesto, até que o 
notificantes adimpla sua parte 
primeiramente. 
• Demandado para o cumprimento forçado da 
prestação inadimplida, pode o devedor 
apenas defender-se por meio da exceção do 
contrato não cumprido, como também 
adotar uma postura ofensiva, contra-
atacando o autor com uma ação 
reconvencional. 
• O principal efeito desse princípio em face 
das partes é paralisar a ação de 
cumprimento, permitindo ao excipiente 
suspender o adimplemento da prestação a 
que é obrigado até que o excepto cumpra a 
que lhe compete. 
• Além de paralisar a ação de cumprimento, o 
princípio também impede que o demandante 
procure por qualquer via (direta ou indireta), 
atender seu crédito, sem antes cumprir sua 
obrigação ou oferecer, conjuntamente, a 
prestação devida. 
Exceção do contrato não cumprido 
(exceptio non adimpleti contractus) 
cláusula solve et repete 
Admite restrição = clausula solve et repete / 
atendendo o princípio de autonomia de vontade 
das partes. 
P.ex. contratos administrativos = visando 
proteger a administração pública. 
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A cláusula solve et repete , que significa pague 
e depois reclame, é uma renúncia à exceção de 
contrato não cumprido (artigos 476 e 477 do 
Código Civil) uma vez que, se convencionada, o 
contratante estará renunciando

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