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A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL DE 0 A 5 ANOS
Nome, Licencianda em Licenciatura em Pedagogia do estudante) no Centro Universitário Internacional Uninter
SOBRENOME, Nome do Professor orientador convidado (o nome do professor Corretor deve ser colocado após a primeira postagem e correção)
RESUMO
A afetividade está presente desde os primeiros dias da vida da criança, a criança começa em uma constante interação e adaptação ao mundo em que vive e para isso utiliza de mecanismos primeiramente físicos, corporais, para mais tarde desenvolver outros, essencialmente psíquicos. Os aspectos afetivos positivos que permeiam as relações sociais estabelecidas entre a criança e o adulto determinam a construção de identidade e o valor que a criança dá a si mesmo. As experiências vivenciadas com alto nível de consciência, motivadas pelo prazer da descoberta e permeadas pela afetividade garantem uma riqueza de significados por toda a vida. No contexto escolar, tais relações ampliam-se num nível dinâmico e diversificado, exigindo que a criança esteja num constante processo de readaptação e assimilação sobre o sentido e a forma como acontecem as coisas em sua volta. A construção da linguagem oral permite à criança expressar suas ideias e sentimentos em relação ao mundo e às pessoas que as cerca. O presente trabalho tem como problema, como a afetividade influência no desenvolvimento de aprendizagem do aluno na educação infantil, tem como objetivo, discutir a importância da afetividade na relação professor-aluno na educação infantil. A metodologia utilizada para compor o trabalho foi a pesquisa bibliográfica.
PALAVRAS-CHAVE: Afetividade. Aprendizagem. Educação. Família. 
1. Introdução 
O presente trabalho tem como problema, como a afetividade influência no desenvolvimento de aprendizagem do aluno na educação infantil, tem como objetivo, geral discutir a importância da afetividade na relação professor-aluno na educação infantil. 
Desta maneira o presente trabalho foi baseado na ideia de autores como: Henry Wallon, Jean Piaget entre outros. Os tópicos a serem trabalhados: Um olhas sobre a afetividade, a Afetividade na educação Infantil e o afeto como ferramenta de aprendizagem.
Justifica-se que a afetividade é um importante auxílio para a aprendizagem e a relação professor/família/aluno é fundamental para que isso aconteça. Buscou-se dessa maneira uma melhor investigação de como se estabelecem as relações de afetividade infantil entre o adulto e a criança e como elas entusiasmam o processo de ensino-aprendizagem, sendo esse assunto de grande importância para educação, e para minha futura formação acadêmica.
A afetividade está sempre ligada à educação, pois a criança inicia a fase escolar, trazendo uma mistura de emoções e expectativas, obtidas através da experiência construída por fatores emocionais. A aprendizagem é considerada como um processo contínuo, onde o ser humano começa a aprender desde a barriga da mãe e permanece durante toda a vida, pois o caminho para atingir o crescimento, a maturidade e o desenvolvimento como pessoas, num mundo organizado, cujas interações como meio nos permitem a organização do conhecimento.
A educação estabelece um conjunto de relações estáveis, estruturadas, pois busca os princípios que oferecem acerca do comportamento humano, para tornar mais eficiente o processo de ensino aprendizagem, constituindo e determinando o motivo da observação, significando assim o estudo que o homem viabiliza quando consideramos a mediação recíproca entre o sujeito e objeto, isto é, quando consideramos esses aspectos em interação constante.
A educação afetiva é a primeira preocupação do professor, porque é o elemento que condiciona o comportamento e a atividade cognitiva da criança. O ato de ser bom resulta no afeto que, gera o prazer de aprender e educar, pois cada dia os pais tem menos tempo para exercerem a educação afetiva com seus filhos. Assim, cada estudante traz consigo sua vivência histórica, familiar, desde a mais tenra idade. Como a escola para a criança é um contexto totalmente novo, é necessário que ela se sinta amada, acolhida e segura nesse novo ambiente.
Andamos tão atarefados, com tantas atividades profissionais e pessoais, que o desejo que o dia termine mais de 24 horas é cada vez mais comum, afinal, esse parece o único jeito de fazer tudo. Não podemos mudar o ritmo do tempo, mas conseguimos nos organizar melhor e cumprir o que precisamos no período que temos disponível. Quando conseguimos administrar bem nosso tempo, de um modo geral, temos disposição para outras atividades como cuidar dos filhos, da família e da casa.
A família passou por períodos distintos, no Brasil, os quais se relacionavam como contexto sociocultural e econômico do país. Na atualidade a divisão de papeis entre homem e mulher teve grandes alterações. A mulher fez um movimento que lhe garantiu uma posição diferente no mundo, com isso é claro ver que as mulheres estão cada vez mais incluídas no mercado de trabalho.
2. Metodologia
 
Este estudo teve como base uma pesquisa bibliográfica, que foi feita através de pesquisas em sites, revistas e livros, visando alcançar os objetivos propostos. Segundo Lakatos e Marconi (1987, p. 66) a pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento, seleção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado, em livros, revistas, jornais, boletins, monografias, teses, dissertações, material cartográfico, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o mesmo.
Quanto aos procedimentos, a pesquisa será de caráter qualitativo. Para Minayo (2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. Segundo Rudio (2007, p. 9) "para adquirir o qualitativo de científico, a pesquisa deve ser realizada de modo sistematizado, utilizando para isto método próprio e técnicas específicas e procurando um conhecimento que se refira à realidade empírica". Dessa forma, segundo o autor, a pesquisa científica se diferencia das demais modalidades de pesquisa pelo método, pelas técnicas, por estar voltada para a realidade empírica e pela forma de comunicar o conhecimento obtido. Assim, vimos que o conjunto dos instrumentos, técnicas, métodos utilizados para a execução de uma pesquisa científica podem ser denominados de metodologia.
3. Um Olhar Sobre a Afetividade
Notadamente a afetividade deve ter importância central na formação escolar e integral da criança, desde o ponto de vista de que a criança é um ser complexo que não é dotado somente de razão, mas antes de afeto, componente fundamental para que a aprendizagem ocorra, já que está justamente na base da inteligência humana.
A criança começa a criar vínculos afetivos, desde recém-nascida quando é acolhida pelas pessoas mais próximas que interpretam seus movimentos como estados afetivos. O pequeno humano inicia a manifestação com vários tipos de emoções que visam a expressão e a comunicação de algo ao outro, que pode ser o desconforto ou a alegria, a dor por meio do choro etc.
A interação social decorre dentro de um dispositivo cultural. Por cultura de um grupo de pessoas significam-se seu modo global de vida, sua língua, seus modos de perceber, classificar e pensar a respeito do mundo, formas de comunicação não-verbal e interação social, normas e convenções sobre comportamento, valores morais e ideais. [...] Todos esses aspectos da cultura afetam o comportamento social, direta ou indiretamente (ARGYLE, 1974, p.148).
O termo afetividade, segundo o Dicionário Aurélio, está relacionado ao termo afeto, do latim affectus, afeição, que significa afeição, amizade, amor. Porém, essa definição não é unânime, já que cada autor tende a relacionar a afetividade a algo diferente. Desse modo, compreender o significado de afetividade não é umatarefa fácil, pois, como afirma Capelatto (2012, p. 11) ela se constitui em uma das relações humanas mais profundas e complexas: "a afetividade é a dinâmica humana mais profunda e complexa que podemos experimentar; é a "loucura" das relações, tão difícil de compreender e aceitar". Isso porque, explica o autor, a afetividade se materializa na medida em que dois humanos se ligam através do amor, que, apesar de ser único, traz em seu núcleo outro sentimento: o medo da perda. Desse modo, segundo Capelatto (2012), na medida em que começamos a amar, nasce também o medo de perder o ser amado, por exemplo, quanto mais um filho cresce e busca ter a sua vida própria, maior é o medo dos pais de perdê-lo. Sendo assim, conforme o autor, "a afetividade mistura esses dois elementos: o amor e o medo de perder" (2012, p. 12). Desse modo, percebe-se que para Capelatto (2012), a afetividade está relacionada com o medo da perda. Portanto, aí temos a afetividade como algo ligado ao amor e ao medo da perda.
Na concepção de Piaget, Criador da Epistemologia Genética, a afetividade está relacionada com a razão: “a afetividade seria a energia, o que move a ação, enquanto a razão seria o que possibilitaria ao sujeito identificar desejos, sentimentos variados, e obter êxito nas ações”. Assim, percebe-se que afetividade e razão se complementam. 
Em seu artigo "a efetividade no desenvolvimento da criança: contribuições de Henri Wallon", Ana Rita Souza Almeida traz algumas contribuições acerca de afetividade na visão walloniana. Em seu estudo, a autora identificou que a afetividade em si deve ser dissociada do sentimento, da paixão, da emoção, isso porque a afetividade é um termo empregado para identificar um "domínio funcional abrangente", sendo que nesse domínio pode aparecer diferentes manifestações, desde as primeiras, basicamente orgânicas, até as diferenciadas, como as emoções, os sentimentos e as paixões. Assim, na visão walloniana a efetividade não pode estar estritamente relacionada à paixão e a emoção, mas sim algo mais abrangente e diversificado, podendo englobar outras manifestações, inclusive as mais básicas.
	Ainda segundo Wallon (1954), a efetividade é influenciada por dois fatores: o orgânico e o social: 
A afetividade é um domínio funcional, cujo desenvolvimento dependente da ação de dois fatores: o orgânico e o social. Entre esses dois fatores existe uma relação recíproca que impede qualquer tipo de determinação no desenvolvimento humano, tanto que a constituição biológica da criança ao nascer não será a lei única do seu futuro destino. Os seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas circunstâncias sociais da sua existência onde a escolha individual não está ausente (WALLON, 1954, p. 288).
	Viu-se, então, que a afetividade pode ser influenciada por dois fatores, o orgânico que seria as motivações internas e o social, que seria a sociedade, representada pelos pais, professores, amigos, etc. Também notamos nas palavras de Wallon que os fatores orgânicos, podem, sim, ser transformados pelos sociais. Desse modo, na concepção walloniana os professores fazem parte dos fatores influenciadores da afetividade.
	Segundo Almeida (2008, p. 345), Henri Wallon defendia que a afetividade é um fator imprescindível no desenvolvimento da criança: "a posição de Wallon a respeito da importância da afetividade para o desenvolvimento da criança é bem definida". Além disso, tendo um "papel imprescindível no processo de desenvolvimento da personalidade e este, por sua vez, se constitui sob a alternância dos domínios funcionais". Desse modo, pode-se perceber que a presença da afetividade é de suma importância na fase inicial do ser humano, influenciando no processo de desenvolvimento de sua personalidade. Além disso, Almeida (2008) aponta que Wallon também apontava a relação da efetividade com a inteligência: "Wallon é um autor que privilegia as relações intrínsecas entre a afetividade e a inteligência, foco pouco abordado nos meios acadêmicos, especialmente no Brasil" (idem). Piaget também compartilha dessa ideia quando menciona que "parece existir um estreito paralelismo entre o desenvolvimento afetivo e intelectual, com este último determinando as formas de cada etapa da efetividade"(PIAGET, 1962, p. 158). Rossini (2001) afirma que crianças que possuem uma boa relação afetiva apresentam melhores níveis de aprendizagem: "as crianças que possuem uma boa relação afetiva são seguras, têm interesse pelo mundo que as cerca, compreendem melhor a realidade e apresentam melhor desenvolvimento intelectual" (ROSSINI,2001 p. 9). Assim, pode-se constatar que a afetividade exerce papel fundamental na construção da personalidade da criança e mantém relação intrínseca com a inteligência, contribuindo no processo de aprendizagem da criança.
3.1 A AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Como constatado, a afetividade exerce papel fundamental nos anos iniciais do ser humano, mantendo influência, inclusive, com a inteligência e com a capacidade de aprendizagem. Como a escola é uma das principais instituições, juntamente com a família e a sociedade, responsáveis pelo desenvolvimento cognitivo da criança, é pertinente trazer à tona reflexões sobre a afetividade especificamente durante a educação infantil. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (BRASIL, 1996), em seu artigo 29, a educação infantil no Brasil compreende o atendimento às crianças de 0 à 6 anos, ficando estabelecido que a educação infantil deve ser ofertada em creches ou entidades equivalentes dos 0 a 3 anos de idade e em pré-escolas dos 4 aos 6 anos de idade. 
Esse período compreendido da educação infantil coincide em grande parte com o período denominado Primeira Infância, que abrange dos 2 aos 7 anos de idade. Período no qual, segundo Jean Piaget (1896-1980), "com o aparecimento da linguagem, as condutas são profundamente modificadas no aspecto afetivo e emocional com o aparecimento da linguagem" (2013, p. 15). Piaget afirma que além de todas as ações reais ou imateriais que é capaz de fazer, nessa fase a criança, através da linguagem, torna-se capaz de "reconstituir suas ações passadas sob forma de narrativas, e de antecipar suas ações futuras pela representação verbal" (2013, p. 16). Esse processo, segundo Piaget, resulta em três consequências essenciais para o desenvolvimento mental da criança, sendo elas: 
[...] uma possível troca entre os indivíduos, ou seja, o início da socialização da ação, uma interiorização da palavra, isto é, a aparição do pensamento propriamente dito, que tem como base a linguagem interior e o sistema de signos, e, finalmente, uma interiorização da ação como tal, que, puramente perceptiva e motora que era até então, pode daí em diante se reconstituir no plano intuitivo das imagens e das " experiências mentais" (PIAGET, 2013, p. 16).
	Assim, conforme o autor, durante a primeira infância, com a aparição da linguagem, acontece três ações importantes na vida da criança: a socialização, o pensamento e a intuição. Para Piaget, isso tudo, sob o ponto de vista afetivo, desencadeia uma "série de transformação paralelas, desenvolvimento de sentimentos interindividuais (simpatias e antipatias, respeito etc.) e de uma afetividade inferior organizando-se de maneira mais estável do que no curso dos primeiros estágios" (p. 16). Desse modo, pode-se inferir através das palavras do autor que na primeira infância, período no qual a criança está cursando a educação infantil, é um período muito importante, já que ele é permeado de descobertas, aprendizagens e sentimentos. Nesse contexto, a pedagogia afetiva torna-se de grande valia, uma vez que vai contribuir para o processo de ensino-aprendizagem em sala de aula. 
	Segundo Rossini (2001), a afetividade é algo que acompanha o ser humano desde seu nascimento até a sua morte, porém enfatiza que até os 12 anos a presença da afetividade é decisiva: "dizemos que, até os 12 anos, a vida do ser humano é extremamente afetiva e, a partir daí, o futuro adulto já tem estabelecidas suas principais formas de afetividade"(p. 9). Conforme a autora, uma boa relação afetiva traz uma série de consequências positivas na vida de uma criança: "as crianças que possuem uma boa relação afetiva são seguras, têm interesse pelo mundo que as cerca, compreendem melhor a realidade e apresentam melhor desenvolvimento intelectual” (ROSSINI, 2001, p. 9). Vê-se, então, que a afetividade mantém papel importante na aprendizagem e no desenvolvimento cognitivo. 
	Pensando nisso, Rossini (2001), e levando em consideração de que o ser humano pensa, sente, age, apresenta uma proposta pedagógica que tem como foco central a afetividade do ser humano, a pedagogia afetiva. A autora justifica a sua abordagem no fato de que ter um quociente intelectual (QI) alto nem sempre é o suficiente: "ele pode ter um quociente (QI) altíssimo, porém se o seu SENTIR estiver comprometido ou bloqueado, a sua AÇÃO não será energizante, forte, eficaz, produtiva (ROSSINI, 2001, p. 15, grifo do autor). Além disso, Rossini (2001) defende que se deve dar oportunidade para que a afetividade floresça na criança: " as crianças devem ter oportunidades de desenvolver sua afetividade. É preciso dar-lhes condição para que seu emocional floresça, se expanda, ganhe espaço (idem).
	Codo (1999, p. 50) lembra-nos que “sem uma relação afetiva ampla e abrangente, o processo de desenvolvimento acontece de forma desarmônica, isto é, determinados aspectos da pessoa ficam atrofiados, sobretudo no que diz respeito às emoções”.
	Rossini (2001) afirma que a falta de afetividade pode prejudicar o processo de aprendizagem da criança: "a falta de afetividade leva à rejeição aos livros, à carência de motivação para a aprendizagem, à ausência de vontade de crescer. Portanto, uma das nossas máximas é: aprender deve estar ligado ao ato afetivo, deve ser gostoso, prazeroso" (p.15-16).
Até o momento foi possível constatar de que afetividade tem relação com a capacidade cognitiva de cada um, influenciando no processo de aprendizagem da criança, sendo que a presença do afeto é ainda mais crucial nos primeiros anos de vida do ser humano, período no qual a criança está inserida na educação infantil. Na medida em que o afeto é um fator determinante na aprendizagem da criança é de suma importância que o docente também se valha do afeto como ferramenta de melhoramento do ensino-aprendizagem.
3.2 A AFETO COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM
Educar é não é uma tarefa fácil. Apesar de não existir um manual, sabemos que educar exige, dentre outros atributos, paciência e doação. Porém, o primeiro passo em direção ao educar uma criança é o relacionamento professor-aluno. Como vimos, a afetividade detém um papel importante no processo de aprendizagem de uma criança, apesar do fato de que a família deve ser a principal fonte de afeto, também cabe à escola fomentar esse sentimento entre os seus educandos. Luck (1983) defende que a escola deve ajudar as crianças a desenvolverem-se em todos os sentidos, não ensinando apenas conteúdos e habilidades intelectuais, mas também habilidades sociais, pessoais, etc.: 
	Percebe-se que, o papel da escola vai além do mero transmissor de conhecimentos e conteúdo, ela também deve estar preocupada com o "sentir" dos educandos. Assim, notamos que a relação afetiva entre aluno-professor tem um papel fundamental no processo de aprendizagem, podendo ser uma importante ferramenta para fomentar a qualidade do processo de educar. Isso, pois, quando há uma relação mútua entre ambos, há a propensão a trocas, como defende Codo (1999, p. 50): “a partir do envolvimento, em que o professor se propõe a ensinar e os alunos se dispõem a aprender, uma corrente de elos de afetividade vai se formando, propiciando uma troca entre os dois”. 
	Na medida em que o afeto se torna tão importante na vida das crianças, especialmente na primeira infância, e ainda influencia no processo cognitivo, por que não o usar como uma ferramenta para promover a educação? Porém, resta-nos buscar de que forma a efetividade se materializa durante o processo de aprendizagem, isto é, de que forma ela pode ser aplicada durante as aulas. 
	Em seu livro "A linguagem do afeto: como ensinar virtudes e transmitir valores", Celso Antunes enumera diversas virtudes e diversos valores que devem ser ensinados as crianças e sugere ações para ajudar pais e professores a transmiti-los. A proposta do autor é "mostrar que assim como é possível uma criança aprender valores e virtudes, é igualmente possível tornarmo-nos melhores pais e professores: para isso, basta substituirmos a arrogância de imaginar que sabemos tudo pela fragilidade de descobrir que a cada instante aprendemos mais e que a cada passo podemos nos reconstruir" (ANTUNES, 2005, p. 10). Através das palavras do autor, podemos compreender que não apenas os educandos podem melhorar e estar em constante aprendizagem de valores e virtudes, mas também os educadores, ou seja, percebemos que o primeiro passo rumo a uma relação afetiva é estar disposto a aprender junto às crianças, é reconhecer que a aprendizagem não é uma via de mão única, mas uma troca. Isso acaba automaticamente causando uma aproximação maior na medida em que o educador se coloca na mesma condição do educando: o de aprendiz.
	A pedagoga Maria Rossini em seu livro intitulado "Pedagogia afetiva" propôs-se a discutir a pedagogia sob outro viés: o afetivo, sendo que a justificativa para essa abordagem é a de que "aprender deve estar ligado ao ato afetivo, deve ser gostoso, prazeroso” (ROSSINI, 2001, p. 16). Em seu livro, Rossini (2001) explica o que fazer para que a afetividade seja bem desenvolvida, aflore, ganhe espaço, sendo que o desenvolvimento da afetividade pressupõe um trabalho baseado em três alicerces (ou pontos básicos), são eles: limites, mitos do cotidiano e ritmos, sobre os quais discorremos na sequência. 
	Segundo a autora, dar limite às crianças é um dos pilares da afetividade, consistindo em algo, muitas vezes, difícil de aplicar, mas que surte efeitos muitos positivos a curto e a longo prazo. Isso, pois "criar um filho sem nunca dizer "não" significa comprometer seu equilíbrio futuro: será um ser humano com dificuldade de tomar conta do próprio destino (p. 19). Apesar de autora referir-se a afetividade advinda dos pais, essa abordagem também inclui os professores, que mais adiante também serão inseridos nos pilares da afetividade. Além de que o período mais importante para aplicar os limites, segundo a autora, é entre os 4 e 5 anos de idade, período o qual a escola e os professores já estão inseridos no cotidiano da criança.
	Como dar limites é trabalhoso e gera culpas, é comum haver o "jogo-do-empurra", seja entre pai e mãe ou entre a família e a escola, porém a autora adverte que alguém tem que assumir a responsabilidade: " é muito mais fácil deixar que as crianças fiquem à vontade, façam tudo conforme seus desejos. Mas nossa responsabilidade como pais e professores nos impõem um papel de preparar essa criança para a vida" ( p. 21). Assim, temos que por mais que dar limites exija paciência, seja desconfortável, é um legado que como educadores estamos deixando para as crianças, além de que a falta de limites é visto pela criança como falta de afeto e amor, pois " no pensamento da criança, a falta de limites é codificada como ausência de afeto, de amor. Portanto, vale a pena dizer a elas o que fazer e como fazer, mostrar os limites (ROSSINI, 2001, p. 22).
	Desse modo, as crianças enxergam a falta de limites como falta de amor e afeto, portanto os educadores que estiverem dispostos a aplicar a pedagogia afetiva devem estar atentos para a imposição de limites. Rossini (2001) fornece algumas formas de impor esses limites, vamos nos ater em apenas três delas, sendo que a primeira é fazer a criança entender que limite não é castigo e ensinar que as pessoas não podem e nem são capazes de fazer tudo o que querem. Porém, para que isso aconteça, conforme a autora, é preciso que as regras "sejam claras, firmes e cobradas, todos os dias". Traduzindo para o dia-a-dia na escola, a autora cita o exemplo do horáriopreestabelecido para o lanche na escola: "respeitar este horário não é castigo. É uma regra da escola que deve ser cumprida todos os dias, o ano inteiro. Esta é uma regra simples como tantas outras que ela irá encontrar pela vida” (p. 23).
	Outra forma de dar limites às crianças, segundo Rossini (2001), é dizer "não" sem usar a palavra "não". Ela explica que a criança não codifica ou não compreende o significado da palavra não, sendo que uma alternativa à palavra não, seria trocá-la por uma justificativa. Observamos a situação exemplificada pela autora:
A mãe passou pelo quarto dele e viu que ele estava "escalando a janela (era um sobrado). Rapidamente disse:
- João, não sobe na janela!
Parece que ele entendeu:
- João, sobe na janela!
E continuou sua façanha. A mãe parou o que estava fazendo, foi até ele e disse:
- João, se você subir na janela, vai cair, quebrará o pé e ficará sem escolinha de futebol! Como num passe de mágica, ele desceu da janela imediatamente (ROSSINI, 2001, p. 26).
	Percebe-se que dizer a palavra "não" foi ineficaz, mas à medida que foi posto uma justificativa com efeitos que viriam a prejudicar o bem-estar da criança, a mãe teve sucesso na sua imposição de limite. A autora explica que "toda vez que tiramos o não, automaticamente apresentamos uma justificativa para a criança. Está justificativa terá como centro os motivos dela e não os nossos" (p. 27).
	A última forma de impor limite, aqui apresentada, consiste em dar exemplo. Para a autora, o exemplo constitui-se na melhor forma de ensinar crianças e jovens, pois eles estão diariamente atentos aos comportamentos dos pais, professores, dos responsáveis, etc. Dessa forma, como assumimos o papel de "donos da lei" ao impormos regras, ao desrespeitarmos tais regras acabamos gerando uma confusão na cabeça das crianças: "se nós não cumprimos as "leis", estaremos provocando uma incongruência muito grande que vai gerar uma insegurança para eles” (p. 36). Transpondo isso para o âmbito escolar, quando, como educadores, colocamos regras, devemos ser o primeiro a segui-las, pois seria incoerente, por exemplo, fixarmos um horário para o lanche, mas, durante a aula, fazermos nosso lanche. Isso acabaria diminuindo a credibilidade do educador e das suas regras.
	Chalita (2001) vem corroborar com a discussão sobre esse ponto quando defende que um professor de educação infantil deve ser aquilo que ele defende perante seus alunos. O autor acredita que não é possível transmitir aquilo que não tem, desse modo, por exemplo, não sendo possível dar afeto sem antes sentir afeto, ainda afirma que o educador infantil dever ter:
[...] luz própria e caminhar com pés próprios. Não é possível que ele pregue autonomia sem ser autônomo; que fale de liberdade sem experimentar a conquista da independência que é saber, que ele queira que seu aluno seja feliz, sem demonstrar afeto. E para que possa transmitir afeto é preciso que sinta afeto, que viva o afeto. Ninguém dá o que não tem (CHALITA, 2001, p. 161).
	Ficou corroborado que não é possível dar afeto, sem antes ter afeto. Que não é possível exigir autonomia, sem ser autônomo, isto é, uma relação educadora-educando baseada na afetividade pressupôs ser verdadeiro e coerente com as crianças.
	Agora, entra-se no segundo pilar visando ao fomento da afetividade: os mitos do cotidiano. Segundo Rossini (2001), mitos “são tradições, às vezes lendárias ou não, que explicam ou ilustram os principais acontecimentos da vida" (p. 41), porém em seu livro ela refere-se aos mitos do cotidiano da criança. Assim, mitos do cotidiano seriam as principais peças que pertencem ao dia-a-dia da criança, os quais Rossini (2001) inclui: pais, professores, avós, almoço de domingo, namoro, histórias, brinquedos brincadeiras, datas comemorativas e Deus. Nesse estudo, como nosso foco é a afetividade aplicada na sala de aula, atermo-nos em discorrer sobre o mito do professor.
	Conforme Rossini (2001), com a complexidade da viva moderna, os pais acabam delegando aos professores papéis que antes eram únicos e exclusivos dos pais. Sendo assim, a autora afirma que o professor deve ser líder, que ele "deve saber que liderança não se impõe, se conquista. Na sala de aula, ele representa a direção, a própria família. Ali ele é o dono da lei" (ROSSINI, 2001, p. 44). Podemos verificar na fala da autora que, mais uma vez, aparece o professor com uma figura de liderança, no sentido de falar valer a sua palavra, assim podemos afirmar que ter uma relação de afeto com os educandos pressupôs ser firme quando for necessário e deixar claro o seu papel de educador, sem, entretanto, colocar-se em um grau muito acima do educador, lembrando que líder é aquele que inspira pessoas, não precisando fazer uso de força ou poder para motivar outras pessoas a fazerem aquilo que se deseja.
	Além disso, a autora menciona algumas qualidades importantes no professor: "deve ter qualidades humanas imprescindíveis num educador de hoje: equilíbrio emocional, responsabilidade, caráter, alegria de viver, ética e principalmente gostar de ser professor" (ROSSINI, 2001, p.44). Dessa forma, vimos que os educadores que buscam ter um relacionamento baseado na efetividade precisam ir além do mero transmitir de conteúdos, ele deve possuir, além das habilidades essenciais a um professor, outras habilidades ainda mais envolventes, tais como alegria de viver, ética e amor à profissão. Essa última imprescindível para pôr em prática a pedagogia efetiva, pois, como já vimos, não é possível transmitir o que não se vive, dar o que não se tem. 
	O terceiro e último alicerce na perpetuação da afetividade, segundo Rossini (2001), é o ritmo. Assim como tudo na natureza é cíclico, rítmico, como, por exemplo, os oceanos com o movimento das marés, os vegetais com os períodos de plantio ou colheita, os animais com os impulsos instintivos, o ser humano também possui um ritmo ou ciclo próprio. Conforme a autora, também existe diferença na duração de ciclo entre seres da mesma espécie, como exemplo ela menciona a idade diferente do início da menarca entre duas irmãs, uma com 12 e outra com 10 anos e a diferença de idade para iniciar a andar entre dois irmãos, sendo que um aos 9 e outro com 10 anos. 
	Para a autora, "existem dois tipos de ritmos: o vital (abrir e fechar) e o espiralado (de baixo para cima). Todo ser vivo possui ritmo cíclico desenvolvendo-se em espiral mais repetindo de certa forma as linhas de base” (ROSSINI, 2001, p. 62). Rossini (2001) explica que o conhecimento acontece de forma espiralada, pois para aprender uma multiplicação, por exemplo, a criança teve "na base" a adição e essa teve "na base" a brincadeira de agrupar tampinhas ou palitos.
	Segundo Rossini (2001), existem dois tipos de ritmos pelos quais o ser humano é afetado: os ritmos externos e os próprios ritmos internos. Sendo que nos ritmos externos encontramos o dia, a noite, as estações do ano, os hábitos rotineiros, etc. e nos ritmos internos encontramos as diferentes fases do desenvolvimento humano em seus diferentes aspectos (físico, intelectual, psíquico ou anímico), as diferenças de temperamento. 
	A autora explica que quando há quebra de ritmo traz insegurança à criança:
 Desde que a criança nasce começam a ser estabelecidas certas rotinas como fixação de horários, hábitos, praxias (práticas rotineiras) ... ela vai captando e interiorizando o ritmo diário destas rotinas, que vão se transformando em ritos do dia-a-dia com um ritmo bem estabelecido. Acomoda-se a esses ritos diários e não gosta de vê-los desrespeitados (ROSSINI, 2001, p. 64).
	
	Evidenciou-se pela fala da autora que as crianças se habituam a ter horários, rotinas e hábitos, quando esse ciclo, ou ritmo, é quebrado, acaba causando muita insegurança a elas. Para ilustrar essa quebra de ritmo dentro da escola, ela fornece como exemplo o porta-mochilas de uma sala de crianças com idade aproximada de 3 anos que foi retirado para manutenção. Como as crianças estavam habituadas a entrar e, primeiramente, guardarem as suas mochilas, como um ritual diário, naqueledia elas ficaram perdidas, andando em círculos, sem sabe o que fazer com seu material. Outro exemplo dado foi o sinal do horário do intervalo que, quando adiantado, mesmo as crianças não sabendo as horas, elas sentem algo estranho no ar, ficando inquietas, intranquilas.
A criação de ritmos na escola deve ter como objetivo demarcar o tempo: " a escola também deve proporcionar uma rotina diária com atividades que "marquem" o tempo em horas, dias, semanas, meses... (...) assim, a criança vai interiorizando as partes do dia, as partes da semana, as partes do ano. Enfim, vai marcando o ritmo do tempo (p. 66). Além disso, é necessário, também, que sejam criadas "passagens" entre um ciclo e outro, isto é, criar ritos de passagens. Vejamos alguns exemplos baseados em vivência própria relatos pela autora, selecionamos apenas os que dizem respeito a criação de ritos que podem ser criados durante o período da educação infantil:
- Diferentes horários de intervalos ou de entrada e saída das aulas, de acordo com as diferenças de idades das crianças;
- A definição de espaços - na educação infantil eles ficavam num prédio; de 1º a 4º série iam para "outro" prédio. Era mais que uma promoção de série (ROSSINI, 2001, p. 61).
	Percebe-se que a criação de ritmos é muito importante para as crianças perceberem quando se encerra um ciclo e se inicia um novo. Um outro exemplo de fechamento de ciclo é a formatura, quando as crianças participam da cerimônia de formatura em sua creche ela percebe que à partir daquele momento fecha-se uma fase e começa outra, com outros elas desafios, um novo ciclo. Deixar claro essas passagens e respeitar cada um dos ritmos é de suma importância no processo da afetividade.
	Assim, foi visto os três pilares básicos para que facilitar e instigar a afetividade: limites, mitos do cotidiano e ritmos, baseados na obra Pedagogia Afetiva, de Maria Augusta Sanches Rossini. 
	Considerou-se que algumas atitudes aparentemente simples podem contribuir para que aflore a afetividade no relacionamento educador-educando contribuindo no processo de aprendizagem, especialmente na educação infantil. Pois, apenas uma escola muito bem estruturada, equipada, com brinquedos e computadores não garante uma qualidade no processo de aprendizagem, já que as crianças têm no professor sua maior fonte de motivação. Nesse sentido, a fala de Tapia e Fita exprime a importância do relacionamento aluno-professor para o processo educativo: "os processos de ensino-aprendizagem são satisfatórios quando se estabelece uma conexão, uma sintonia entre o professor e os alunos, uma cumplicidade" (TAPIA; FITA, 2010, p. 90). Os autores mencionam a sintonia e a cumplicidade como atributos essenciais para um processo de ensino-aprendizagem satisfatório, ou seja, sem um relacionamento educador-educando no qual exista afeto e sintonia não há um processo de ensino-aprendizagem de qualidade. 
	Os autores ainda afirmam que ter um bom professor pode ser o fator que mais motiva os alunos de uma classe: "às vezes se diz que o mais motivador para um aluno é ter um bom professor. Também se diz que um bom professor é aquele que sabe motivar seus alunos" (TAPIA; FITA, 2010, p. 91). Assim, evidenciou-se que o autor atribui a qualidade de ser um bom professor àquele que sabe motivar os seus alunos e o fato de ter um bom professor motiva os educandos. 
	Em outra fala, os autores afirmam que bons professores não apenas motivam, mas também inspiram:
Devemos reconhecer que existem grandes professores com escassos conhecimentos de psicopedagogia, mas grande intuição e capacidade de interagir com seus alunos. Sua simples presença já é motivadora. Ao entrar na classe, a atitude dos alunos muda, mostrando-se dispostos a realizar tarefas que com outros professores pareciam impossíveis (TAPIA; FITA, 2010, p. 90-91).
	Desse modo, observou-se que, muitas vezes, educadores com muito conhecimento, mas com pouca sintonia e afinidade com seus alunos não conseguem atingir os seus objetivos em sala de aula, ao passo que um professor com menos conhecimento e mais entrosamento com a turma, acaba motivando os seus alunos com a sua simples presença, incentivando-os a fazerem tarefas que não faziam com outros professores. Aí entra o afeto como uma importante ferramenta para fomentar o bom relacionamento, a cumplicidade e a motivação no ambiente escolar.
4. Considerações finais
	
Devido à importância do meio social para a formação integral do ser humano, foi possível constatar que os professores compreendem que o papel do adulto é o de servir como mediador entre a criança e o mundo. Os exemplos que um adulto mostra a uma criança, o que são valores que levaram por toda a vida, momentos em que ficarão marcados na memória para sempre. 
A afetividade enquanto relação com cargas afetivas positivas garante a segurança e o apoio emocional para as descobertas a que as crianças se lançam em busca do conhecimento do mundo e de si mesmas. O professor é o mediador do conhecimento, e seu desempenho terá mais resultado se apresentar estratégias e recursos que possam envolver laços afetivos com seus alunos. Também deve procurar conhecer a história de vida do aluno e analisar a mesma, desenvolvendo práticas pedagógicas de acordo com a realidade de cada um deles, resultando num trabalho diferenciado e aprofundado, trabalhando características pedagógicas afetivas. Porque afetividade e inteligência estão ligadas e fazem parte da construção psíquica do ser humano, pois a afetividade não se limita somente a escola, ela deve se manifestar no ambiente familiar através da construção e educação dos filhos. 
Na concepção de alguns autores da educação infantil mostra que é necessário o indivíduo ter convívio social e interagir com o meio, para que ele possa se desenvolver. Desta forma, a educação infantil passa ser um lugar privilegiado para aprendizagem, e o professor deve estar qualificado para poder atender e proporcionar para os seus alunos momentos gratificantes que envolva o social, emocional, desenvolvimento por completo, na educação infantil é preciso que o professor esteja preparado para lidar com esse desenvolvimento e ao mesmo tempo saber lidar com o conhecimento, que envolva o estímulo, aprendizagem e afetividade. Sabe-se que a relação professor/aluno não pode ser de afeto materno, mas sim, de amizade, respeito, cumplicidade, para isso é preciso que exista comunicação e diálogo com o aluno, pois quanto mais houver essa comunicação melhor será á relação professor/ aluno. O educador também não deve esquecer-se de impor limites e saber corrigir, no momento certo e da forma certa. As relações de mediação feitas pelo professor, durante as atividades pedagógicas, devem ser sempre permeadas por sentimentos de acolhimento, simpatia, respeito e apreciação, além de compreensão, aceitação e valorização. 
Ao que se diz de afetividade, significa um processo continuado de aprendizagem emocional e cognitivo, onde deve ser enxergada e utilizada como uma ferramenta eficaz na educação infantil. Os profissionais em educação têm o papel de acreditar que as relações afetivas com os alunos devem ser mais um poderoso meio para combater a fraca aprendizagem dos mesmos, portanto é impossível dissociar afetividade de aprendizagem com qualidade. 
	É necessário lembrar, ainda, que não é apenas o aluno que tende a ser beneficiado com uma abordagem mais efetiva. A humanização da relação também pode levar o professor a ampliar seu desenvolvimento sensibilizando-o passa a compreender melhor o seu próprio trabalho e as direções para as quais o aluno pode avançar, construindo sua história, a partir de relações interpessoais.
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