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01/11/2022 15:35 ana_dis_u2_s3_wa https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3343006&atividadeDescricao=… 1/2 Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Ele possibilita diversas formas de interação com o conteúdo, a qualquer hora e de qualquer lugar. Mas na versão impressa, alguns conteúdos interativos são perdidos, por isso, fique atento! Sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! Nesta webaula, serão explorados o caráter simbólico da linguagem, o fenômeno da paráfrase e da polissemia e o funcionamento da interpretação. Caráter simbólico da linguagem Na sociedade em que vivemos, geralmente consideramos bonitos olhos da cor azul, não é mesmo? São tão desejáveis que há, inclusive, pessoas que usam lentes de contato coloridas. Mas não é o que acontece na história roteirizada e dirigida por Michel Ocelot: nela eles são associados a mau-olhado e, por isso, causam medo e provocam agressividade. Inverter padrões estéticos foi o jeito que Ocelot encontrou de fazer uma forte crítica social e começar esta seção aludindo a esse filme, é uma maneira de colocar em xeque a ideia de que o significado é como um rótulo grudado à palavra. Esta pode assumir determinado significado em um lugar e, em outro, significar outra coisa. O exemplo de Azur mostra que mesmo atributos físicos não são significados naturalmente: são interpretados conforme o contexto social. E é assim que começamos esta seção: por que até mesmo algo que vemos, enxergamos claramente, pode assumir determinado significado em um lugar e, em outro, significar outa coisa? Uma primeira aproximação dessa questão implica em marcar este ponto: tudo é interpretado conforme o contexto. Não existe nada, digamos, empírico: tudo é simbólico, ou seja, interpretado a partir de processos histórico-sociais. Nada tem uma realidade natural, já dada, fixada: tudo é resultado de interpretação. Para um analista de discurso, a interpretação não basta: é preciso compreender a questão que está investigando. Qual é a diferença entre compreender e interpretar? A seguir conheça cada um dos conceitos. Compreender é “saber que o sentido pode ser outro” (ORLANDI, 1988, p. 12). Este é, por exemplo, o trabalho do analista de discurso: não basta interpretar, é preciso construir um dispositivo analítico de interpretação para mediar a relação com os sentidos. É deste modo que se pode compreendê-los ao invés de ficar simplesmente repetindo já- ditos, prendendo-se (percebendo ou não) a sentidos já construídos. Compreender Interpretar Não é nada fácil delimitar fronteiras entre o mesmo e o diferente. Quando dizemos, há sempre algo que se mantém, falamos palavras já-ditas. Ao mesmo tempo, “produzimos uma mexida na rede de filiação dos sentidos” (ORLANDI, 2007a, p. 36). Dizemos que a linguagem funciona na tensão entre processos parafrásticos e processos polissêmicos. Análise do Discurso Interpretação Unidade 2 - Seção 3 01/11/2022 15:35 ana_dis_u2_s3_wa https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3343006&atividadeDescricao=… 2/2 O fenômeno da paráfrase e da polissemia A seguir, conheça os conceitos da paráfrase e da polissemia. Paráfrase “Os processos parafrásticos são aqueles pelos quais em todo dizer há sempre algo que se mantém, isto é, o dizível, a memória. Assim, a paráfrase representa o retorno aos mesmos espaços do dizer. Produzem-se formulações do mesmo dizer sedimentado. A paráfrase está do lado da estabilização. Polissemia É nesse jogo entre o mesmo (paráfrase) e o diferente (polissemia) que o dizer é trabalhado, que o discurso é constituído. Em síntese, os sujeitos (e os sentidos) se movimentam nesse duplo campo em que há estabilização e transformação ao mesmo tempo. Agora, como isso acontece? Por que isso é possível? Nas palavras de Orlandi: se o real da língua não fosse sujeito a falha e o real da história não fosse passível de ruptura não haveria transformação, não haveria movimento possível, nem dos sujeitos nem dos sentidos. (...) Dizemos que a incompletude é a condição da linguagem: nem os sujeitos nem os sentidos, logo, nem o discurso, já estão prontos e acabados. Eles estão sempre se fazendo, havendo um trabalho contínuo, um movimento constante do simbólico e da história. É condição de existência dos sujeitos e dos sentidos: constituírem-se na relação tensa entre paráfrase e polissemia. Daí dizermos que os sentidos e os sujeitos sempre podem ser outros. Todavia nem sempre o são. Depende de como são afetados pela língua, de como se inscrevem na história. Depende de como trabalham e são trabalhados pelo jogo entre paráfrase e polissemia. — (Orlandi, 2007a, p. 37). “ ” Em suma, isso significa dizer que o “gesto da interpretação se dá porque o espaço simbólico é marcado pela incompletude, pela relação com o silêncio. A interpretação é o vestígio do possível” (ORLANDI, 2007a, p.18). Vídeo de encerramento Para visualizar o vídeo, acesse seu material digital.
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