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HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO SANGUÍNEA Hemostasia • Processo pelo qual o sangue se mantém fluido e restrito aos vasos sanguíneos. • Finalidade: evitar perdas sanguíneas, bem como a perda de fluidez do sangue. • Equilíbrio: – Fatores localizados na parede dos vasos (células endoteliais) – Elementos celulares circulantes (plaquetas) – Proteínas plasmáticas (fatores da coagulação e anticoagulação) Equilíbrio hemostático Mecanismos Procoagulantes Mecanismos Anticoagulantes Componentes do sistema hemostático • Plaquetas • Vasos (endotélio) • Proteínas da coagulação • Anticoagulantes naturais • Proteínas do sistema fibrinolítico Plaquetas • Pequenos discos redondos • MO – megacariócitos • Trombopoetina • Não possuem núcleo e não podem se reproduzir Plaquetas Replicação endomitótica sincrônica = replicação do DNA sem haver divisão nuclear ou citoplasmática aumenta o tamanho da célula 1 megacariócito = 1.000 a 5.000 plaquetas Contagem normal: 150 a 400 mil 1/3 das plaquetas fica retido no baço normal Plaquetas Actina e miosina Trombostenina (proteína contrátil) Resíduos de RE e Golgi enzimas e cálcio Mitocôndrias ATP e ADP Prostaglandinas reações vasculares e teciduais Fator estabilizador da fibrina Fator de crescimento (multiplicação cels endoteliais) Grânulos (antagonista da heparina, fibrinogênio, vWF, fator de crescimento...) Glicoproteínas (aderência só ao endotélio lesado) Plaquetas • Glicoproteínas responsáveis pela adesão e agregação – GPIa = adesão ao colágeno – GPIb e GPIIb/IIIa = ligação ao fator de von Willebrand (a “cola” que liga a plaqueta ao endotélio), consequentemente ao endotélio vascular e ligação plaqueta-plaqueta Plaquetas ativadas Funções das plaquetas • Adesão (plaqueta-parede vascular) • Agregação (plaqueta-plaqueta) • Atividade secretória (liberação dos grânulos – estabilização dos agregados e feedback positivo para plaquetas) • Atividade pró-coagulante – ativação da cascata pela exposição do fator plaquetário 3 • Fator de crescimento – PDGF estimula a multiplicação de céls musculares lisas dos vasos, acelerando a cicatrização Hemostasia primária: adesão plaquetária • Lesão endotelial – exposição da matriz subendotelial, sendo o principal constituinte o colágeno. • A adesão das plaquetas depende da interação entre a glicoproteína Ia/IIa (GP Ia/IIa) e GP VI da membrana da plaqueta, com as fibrilas de colágeno – rolagem das plaquetas com sua ativação • Esta ligação é estabilizada por uma importante proteína plasmática - o fator de von Willebrand (FvWB) -um multímero produzido normalmente pelas células do endotélio. A ligação entre o FvWB e a superfície da plaqueta se faz por intermédio da chamada glicoproteína Ib (GP Ib). Se o FvWB não existisse, a força da corrente sanguínea não permitiria a adesividade plaquetária por um período de tempo suficiente para dar a continuidade ao processo de hemostasia primária. O FvWB age produzindo uma espécie de 'gancho' entre a plaqueta e o colágeno subendotelial. Hemostasia primária: ativação plaquetária • Agonistas plaquetários - colágeno, a trombina e a epinefrina • Aumento dos receptores de agregação e de ativação na membrana plasmática • Regurgitação dos conteúdos de seus grânulos: cálcio, serotonina (vasoconstrição) e ADP (importante amplificador da ativação plaquetária), fator de von Wiilebrand e fibronectina (aumentam adesividade plaquetária), trombomodulina, fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), fator V • Há ativação da fosfolipase C e fosfolipase A2 que transformam fosfatidilinositol e fosfatidilcolina (da membrana) em Ac. Aracdônico, que é tranformado em Tromboxane A2 (TxA2), a partir da ação da enzima ciclooxigenase (COX1). O TxA2 amplifica a ativação e secreção plaquetária. • Exposição do fator III (fosfatidilserina), que serve como receptor para os fatores de coagulação Mecanismos de hemostasia • Vasoconstrição • Formação do tampão plaquetário • Formação do coágulo sanguíneo • Crescimento final de tecido fibroso Fases da hemostasia • Hemostasia primária – Formação do tampão plaquetário • Hemostasia secundária – Consolidação do tampão pela fibrina • Fibrinólise – “limpeza” – quebra do coágulo Constrição vascular Lesão Contração do vaso (reflexos nervosos, espasmo miogênico local, fatores humorais provenientes do tecido e das plaquetas) Fluxo sanguíneo Constrição vascular Corte bem definido Ruptura por esmagamento Formação do tampão plaquetário • Ruptura pequena tampão plaquetário • Contato com endotélio vascular lesado, fibras de colágeno mudanças nas plaquetas! – Aumento de volume – Forma irregular com pseudópodos – Proteínas contráteis contraem e liberam grânulos de fatores ativos – Aderem ao colágeno e à proteína “fator de Von Willebrand” – Secretam ADP e enzimas produzem tromboxano A2 – ADP e tromboxano ativam mais plaquetas. Formação do coágulo sanguíneo • Lesão pequena = tampão plaquetário basta • Lesão grande = tampão plaquetário + coágulo sanguíneo Formação do coágulo sanguíneo • 15 a 20 seg = traumatismo intenso • 1 a 2 min = traumatismo leve. • 3 a 6 min = lesão média é preenchida toda ou as extremidades pelo menos • 20 min a 1 hora= retração do coágulo, oclusão do vaso Coágulo Sanguíneo • Redes de fibrina dispostas em todas as direções • Retém glóbulos sanguíneos, plaquetas e plasma • Fibrina se adere à superfície lesada também Coágulo Sanguíneo Mecanismo bioquímico de coagulação sanguínea • Anticoagulantes – inibem a coagulação (predomínio na corrente sanguínea) • Pró-coagulantes – promovem a coagulação (ativados em caso de lesão) Coagulação Tampão plaquetário frouxo Cascata de fatores de coagulação Ativador da protrombina Protrombina Trombina Fibrinogênio Fibrina Tampão plaquetário firme e estável (coágulo) Cascata de coagulação • Via extrínseca – Começa com o traumatismo do vaso e tecidos – Mais rápida • Via intrínseca – Começa no próprio sangue – Mais lenta Fatores de coagulação: enzimas proteolíticas na forma inativa. Quando convertidas a suas formas ativadas desencadeiam a cascata de coagulação . Fatores de coagulação Via extrínseca 1. Liberação de fator tecidual (tromboplastina tecidual) 2. FT + Fator VII + Ca++ ativam Fator X em Fator Xa 3. Fator Xa + Fator V + Ca++ = formação de complexo ativador da protrombina Via intrínseca 1. Traumatismo na parede do vaso e exposição de colágeno 2. Ativação de Fator XII e liberação de fosfolipídeos plaquetários com fator plaquetário 3. 3. Fator XIIa + cininogênio + calicreína = Fator XIa 4. Fator XIa ativa Fator IX 5. Fator IXa + Fator VIII + fosfolipídios plaquetários+ fator plaquetário 3 = Fator Xa 6. Fator Xa + Fator V + fosfolipídios plaquetários = formação complexo ativador da protrombina Papel do Ca++ • Necessário para promover ou acelerar a maioria das reações da coagulação. • Sem cálcio não existe coagulação Conversão da Protrombina em Trombina • O fator limitante da velocidade de coagulação é a formação do ativador de protrombina. Protrombina • Sintetizada no fígado • Necessidade de vit. K • Hepatopatias e carência de vit. K níveis de protrombina tendência hemorrágica Conversão do fibrinogênio em fibrina – Formação do coágulo • Fibrinogênio – Sintetizado no fígado – hepatopatia – Peso molecular alto – pouco estravasa para líquidos intersticiais, apenas quando a permeabilidade dos capilares aumenta patologicamente Conversão do fibrinogênio em fibrina – Formação do coágulo Trombina remove 4 peptídeos do fibrinogênio Monômero de fibrina Polimerizaçãocom outros monômeros Formação do retículo do coágulo Conversão do fibrinogênio em fibrina Retração do coágulo • Expulsão do soro de dentro do coágulo – 20- 60min. • Soro é incapaz de coagular. • Plaquetas – proteínas contráteis • Fibroblastos do tec. conjuntivo da área e as cél. do endotélio fazem o revestimento do vaso • Coágulo retrai e as bordas do vaso tracionam e ocluem a lesão. Coágulo Sanguíneo COÁGULO ORGANIZAÇÃO FIBROSA (restauração tecidual) DISSOLUÇÃO (remoção dos coágulos de pequenos vasos) Lise do coágulo - Fibrinólise Tecido e endotélio lesado Ativador do plasminogênio tecidual (t-PA) Plasminogênio (profibrinolisina) Plasmina (fibrinolisina) Lise do coágulo IMPORTANTE! Limita a extensão do trombo em formação durante o processo de coagulação Lise do coágulo - Fibrinólise • Após a degradação do coágulo, os PDF são removidos por macrófagos e outras células do SRE Anticoagulantes intravasculares • Fluxo sanguíneo – Diluição e dispersão dos fatores • Fatores endoteliais superficiais – Textura lisa do endotélio vascular – Glicocálice que repele fatores de coagulação e plaquetas – Trombomodulina – ativa proteína C – Proteína C (APC) – inativa fator Va e VIIIa – Proteína S – amplifica a ação da proteína C Anticoagulantes intravasculares • Inibidores dos fatores de coagulação – TFPI – Antitrombina (AT) • Heparina – baixa concentração fisiológica – Produzida pelos mastócitos no tecido e basófilos no sangue – Usado para evitar coagulação intravascular junto com a antitrombina III Anticoagulantes intravasculares Testes de função hemostática • Sangramento anormal pode resultar de: – Distúrbio vascular – Trombocitopenia ou distúrbio de função plaquetária – Defeito de coagulação do sangue • Os testes avaliam os componentes da hemostasia: PLAQUETAS, PAREDE VASCULAR E COAGULAÇÃO Avaliação da hemostasia primária • Hemograma completo: – Contagem de plaquetas • 150.000-400.000/uL – Avaliação de plaquetas em microscópio • Testes de função plaquetária: – Tempo de sangramento – Teste de agregação plaquetária Avaliação da hemostasia primária Causas de trombocitopenia – Defeito na produção: Deficiência na MO: aplasia, QT, RT, infiltração Eritropoese ineficaz: anemia megaloblástica – Aumento na destruição (consumo) – Não imunológica: CIVD, PTT, SHU – Imunológica: drogas, PTI, HIV – Pseudotrombocitopenias – grumos (EDTA), macroplaquetas Avaliação da hemostasia primária Drogas que induzem trombocitopenia Acetaminofen Ác. valpróico Alfa metildopa Antib. betalactâmicos carbamazepina Cimetidina Cloroquina Cocaína Digoxina Etanol Furosemide Heparina Ibuprofeno Indometacina Interferon Penicilinas Ranitidina Sulfas Avaliação da hemostasia primária Trombocitopenia pela heparina Comum em pacientes hospitalizados Pode ocorrer no início do uso, por aglutinação das plaquetas Forma mais severa (1% pac) inicia depois de 5 dias ou mais Redução do nº de plaquetas em 50% Maior problema – desenvolvimento de Trombose Anticorpos contra complexo heparina-FP4 Avaliação da hemostasia primária • Outras causas de trombocitopenia: – Infecções severas • Depressão do setor megacariocítico da MO • Aumento do consumo ( CIVD) – Transfusão maciça: • Diluição • Defeito de função (sangue estocado) – Hiperesplenismo: seqüestro Avaliação da hemostasia primária • Trombocitopenia gestacional – 5% das mulheres normais - gravidez sem complicações – Etiologia desconhecida, sem história prévia – Trombocitopenia moderada – Aparecimento tardio, corrigindo depois do parto Defeitos da hemostasia primária Alterações de plaquetas ou endotélio Distúrbios na hemostasia primária Púrpuras Púrpuras • Manifestações clínicas: – Sangramento de pele - petéquias e equimoses – Sangramento mucosas - gengivorragia, epistaxe, – Sangramento gastrointestinal, hematúria, menorragia Púrpuras Avaliação da hemostasia primária • Tempo de sangramento – Duke (lóbulo da orelha) VR 1-3min – Ivy (antebraço) VR 2-7 min Restrito à investigação de disfunções plaquetárias TS – Método de Ivy • Insuflar manguito de pressã - 40mm Hg • Incisão no antebraço, com Template, em área livre de vascularização • Aguardar o surgimento da gota de sangue para acionar o cronômetro • A cada 30 seg, encostar superficialmente uma tira de papel filtro • Marcar o tempo quando não manchar mais o papel. TS prolongado Defeitos quantitativos e qualitativos plaquetas Defeitos na interação plaqueta/endotélio Doeças vasculares Sensibilidade e especificidade controversas Mau preditor de hemorragia em cirurgias Teste de agregação plaquetária • Investigação: – anormalidades qualitativas das plaquetas, principalmente nas desordens congênitas – pacientes com manifestações clínicas hemorrágicas ou trombóticas – acompanhamento de indivíduos em uso de anti- agregantes plaquetários. Teste de agregação plaquetária • Método: Born (agregômetro de plaquetas) – Resposta à adição de agentes agregantes: ADP, adrenalina, colágeno e ristocetina. • Doença de von Willebrand e na doença de Bernard Soulier: agregação frente à ristocetina é anormal. • Trombastenia de Glazmann a agregação está diminuída com todos os agregantes, exceto com a ristocetina Teste de agregação plaquetária Teste de agregação plaquetária Luz LUZ Agonista Doenças plaquetárias • Hereditárias: – Síndrome de Bernard-Soulier – Trombastenia de Glansmann – Doença de von Willebrand • Adquiridas: – Síndromes mielodisplásicas – Medicamentos Plaqueta Endotélio GpIb vWF Sítio de lesão X Bernard Soulier Plaqueta Endotélio GpIb vWF Sítio de lesão GpIIb/IIIa Fibrinogênio Plaqueta ativada Conteúdo Dos grânulos X X X X X X Glanzmann Avaliação da hemostasia secundária • Coleta da amostra http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Blooddraw.jpg Coleta da amostra • Punção direta, sem lesão tecidual • Menos traumática possível • Catéter – lavar com salina estéril, desprezar os primeiros 5 ml • Garroteamento prolongado estase venosa [ ] grandes moléculas (FvW, VIII) pode encurtar TTPA • Garrote – até 1 min Centrifugação • 10-15 min, 3500rpm • Plasma Pobre em Plaquetas • PPP < 10.000/uL Anticoagulante • Citrato de sódio 3,2% na proporção 9:1 (3,8%retarda a formação do coágulo quelando o cálcio da reação) • Correção para Ht > 50% Qtde. de citrato = 0,5mL (100- Ht) 50 Hemólise • Agitação excessiva ou coleta inadequada TP e TTPA falsamente encurtados • Hemólise - ativação de plaquetas causam ativação da cascata de coagulação • Amostras visivelmente hemolisadas devem ser rejeitadas Hemólise Temperatura Temperatura inadequada ou amostra parada por muito tempo TP e TTPA prolongados Armazenar à temperatura ambiente e testar: TTPA em até 4 horas Testes de função plaquetária – 3h TP – até 24 horas à temp. 18-24ºC Armazenamento • Amostras não devem ser refrigeradas • Falso encurtamento do TP (temp 4º ativa F VII) • O transporte de amostras para hemostasia em gelo ou refrigerado não deve ser praticado Armazenamento • Para determinações posteriores - congelar o plasma à -70ºC • Conservação da amostra – -20ºC duas semanas – -70ºC seis meses • Descongelamento rápido a 37ºC e conservação 2 horas no máximo a 4ºC Testes de triagem de coagulação • Avalia: – Via extrínseca – Via intrínseca – Conversãode fibrinogênio em fibrina Testes de triagem de coagulação Testes de função hemostática Exames de triagem Anomalias indicadas pelo alongamento Causa mais comum do distúrbio Tempo de trombina (TT) Deficiência ou anomalia de fibrinogênio ou inibição da trombina por heparina CIVD Tratamento com heparina Tempo de protrombina (TP) Deficiência ou inibição de um ou mais dos seguintes fatores de coagulação: VII, X, V, II (protrombina), fibrinogênio Doença hepática Tratamento com varfarina CIVD Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA ou KTTP ou ATTP) Deficiência ou inibição de um ou mais fatores de coagulação: XII, XI, IX (doença de Christmas), VIII (hemofilia), X, V, II (protrombina), fibrinogênio Hemofilia Doença de Christmas (+ doenças acima) Dosagem de fibrinogênio Deficiência de fibrinogênio CIVD Doença hepática TP – Tempo de protrombina • Avalia a via extrínseca e comum da coagulação • Avalia fatores VII, X, V, II (protrombina) e fibrinogênio. • Utilizado para controle de anticoagulação oral TP – Tempo de protrombina • Tromboplastina comercial (fator tecidual +Ca) • Adicionada ao PPP, medida de formação do coágulo • Resultados: – Tempo em segundos (12-14 s) – Atividade (70-130%) – RNI ( 1,0 0,12) TP – Tempo de protrombina Curva de atividade • Diluições do plasma de referência em tampão Veronal Tubos: 1 2 3 4 1:1 1:2 1:4 1:8 100 % 50% 25% 12,5% • TP em duplicata • Curva em papel milimetrado Importante:NOVA CURVA PARA CADA NOVO LOTE DE REAGENTE RNI Índice internacional normalizado (INR ou IIN) TP corrigido a padrões mundiais. Padronização dos reagentes O uso de anticoagulantes orais é avaliado somente pelo INR. RNI= RISI R= TP pac TP contr. ISI ( Índice de sensibilidade internacional) = CADA FABRICANTE FORNECE O SEU VALOR RNI Usado para avaliar a anticoagulação oral Faixa terapêutica RNI TVP - 2,0 - 3,0 Prevenção de TEP - 2,0 - 3,0 Prevenção de recorrência em pac. com válvula - 3,0 - 4,5 Causas de prolongamento do TP • Hereditário – Deficiência de fator VII • Adquirido – Uso ACO – Doença hepática – Def. Vit K TTPA – Tempo de tromboplastina parcial ativada • Tempo de formação do coágulo de fibrina • Resultados – Segundos – R = TTPA pac TTPA cont TTPA – Tempo de tromboplastina parcial ativada • Avalia fatores da via intrínseca (XII, XI, IX e VIII) e comum (X, V, II, I) • Todos os fatores, exceto XIII e VII • Preparação comercial de fosfolipídios (tromboplastina parcial) • Ativador de contato (ácido elágico, sílica micronizada, caulim, celite) • CaCl2 Avaliação da hemostasia TTPA • Controle de heparinização • Alvo de 1,5-2,5 x controle normal depois de 6h início da infusão • Anti Xa (teste cromogênico) pode controlar em pacientes resistentes à heparina Causas de prolongamento de TTPA TTPA prolongado Quadros hereditários Com manifestação hemorrágica Def. F VIII Def. F IX Def. F XI Doença de von Willebrand Sem manifestação hemorrágica Def. F XII Def. pré-calicreína Def. cininogênio de alto PM Quadros adquiridos Uso de heparina Anticoagulante lúpico Inibidor adquirido de F VIII, IX, XI Franco R 2001 Hemofilias • Doenças hemorrágicas hereditárias ligada ao X • Deficiências dos fatores VIII( A) e IX (B) • Prevalência: – Hemofilia A - 10-20 casos/100.000 homens – Hemofilia B - 2-4 casos/100.000 Classificação das hemofilias Níveis de FVIII ou IX Frequência A B Severa <1% 70% 50% -------------------------------------------------------------------------- Moderada 1 a 5% 15% 30% -------------------------------------------------------------------------- Leve 5 a 20% 15% 20% -------------------------------------------------------------------------- Sintomas clássicos • Episódios de sangramento: – Articulações (hemartroses) – Músculos – Órgãos internos – Cérebro Diagnóstico das Hemofilias • História clínica: – Sangramentos espontâneos – Hematoma pós-traumático • Exames laboratoriais: – TTPA prolongado-TP normal – Teste de mistura normaliza TTPA – Dosagem de Fator VIII – Dosagem de Fator IX Outras deficiências TTPA • Deficiência de F XI ( Hemofilia C) – Sangramentos leves – Descendentes de judeus Ashkenazi • Deficiência de F XII, precalicreína e cininogênio de alto peso molecular – Não cursam com sangramento Doença de von Willebrand • Anormalidade qualitativa ou quantitativa do FvW • Doença hemorrágica hereditária mais freqüente • Prevalência de 1 a 3% • Manifestações hemorrágicas muco-cutâneas • Diagnóstico requer cuidadosa história do paciente e familiar • Tipos 1, 2 e 3 (subtipos) Diagnóstico laboratorial – TP – normal – TTPA – pode estar prolongado, freq. normal – Contagem de plaquetas geralmente normal, pode estar diminuída no tipo 2B – Dosagem do Antígeno do FvW – Atividade funcional do FvW – Atividade do fator VIII Causas de TP e TTPA prolongados TP e TTPA prolongados Quadros hereditários Deficiência F V Deficiência F X Deficiência F II Hipofibrinogenemia Afibrinogenemia Disfibrinogenemia Quadros adquiridos CIVD Doença hepática Deficiência de Vit. K Uso de ACO Uso de heparina Inibidor adq, F II, V, X Anticoagulante lúpico Tempo de Trombina • TT obtido após adição de trombina • Influenciado pelas concentrações de fibrinogênio e por inibidores como a heparina • Resultado: segundos (15-16s) Avaliação da hemostasia Tempo de Trombina prolongado • Pequenas qtdes heparina (< TTPA) • Disfibrinogenemias • Hipofibrinogenemia (50-70mg/dL) – (L-asparaginase inibe síntese do fibrinogênio) • Inibidores da trombina Fibrinogênio • Método de Clauss - Baseado no TT • Concentração de fibrinogênio inversamente proporcional ao TT • Valores de referência: 200-400 mg/dL Fibrinogênio alterado • Disfibrinogenemias • Hipofibrinogenemia • Doença hepática Dosagem de fatores • Utiliza-se plasma deficiente apenas no fator que se quer determinar • Este plasma tem tempo de coagulação (TP ou TTPA) prolongado pela ausência de um único fator • A adição de um plasma normal vai encurtar o tempo proporcionalmente à concentração do fator Dosagem de Fator VIII ou IX • Curva com plasma de referência • Diluições deste plasma para diferentes concentrações • Utiliza plasma deficiente no fator • TTPA: teste que avalia os fatores Avaliação da Fibrinólise • PDF • Dímeros D • Plasminogênio • t-PA • PAI-1 • PAP • 2-antiplasmina Fibrinólise primária • Ativadores circulantes do fibrinogênio e alguns venenos de cobras • PDF • Dímeros -D Dímeros D Dímeros D Teste importante para exclusão de TV • Teste semi-quantitativo – Aglutinação por látex • Testes quantitativos – ELISA – Imunoturbidimétrico – ELFA (Sistema Vidas Biomériuex) Mini-Vidas Mini-Vidas Testes de hemostasia Fator VII Fator VIII Fator IX Fator X Fator XI Fator XII Fator XIII Fibrinogênio Homocisteína basal Homocisteína pós sobrecarga PAI-1 Plasminogênio Agregação plaquetária Anticorpos anti-cardiolipina Anticorpos anti-plaqueta Antitrombina Co-fator da Ristocetina Dímeros D Fator de von Willebrand Fator II) Fator V Fator V Leiden (por PCR) Testes de hemostasia Inibidor de Fator VIII Inibidor de Fator IX Inibidor de Fator, testes de triagem Multímeros do Fator de von Willebrand Plaquetas: contagem e morfologia PDF Proteína C (cromogênico) Proteína C (imunológico) Proteína S total e Proteína S livre Protrombina G20210A (por PCR) Resistência à Proteína C ativada (RPCA) Tempo de Protrombina - TP Tempo de Sangramento de Duke Tempo de Sangramento de Ivy Tempo de Trombina - TT Tempo de Tromb. Parcial Ativado - TTPA Teste de mistura para TP prolongado Teste de mistura para TPPA prolongado ANTICOAGULAÇÃO • MECANISMOS REGULADORES DA COAGULAÇÃO – Reações bioquímicas da coagulação do sangue • Reguladas para evitar ativação excessiva do sistema, formação inadequada de fibrina, e, oclusão vascular – Atividade das proteases atuantes na ativação da coagulação é regulada por numerosas proteínas inibidoras→ anticoagulantes naturais • Principais inibidores fisiológicos da coagulação – TFPI→ “tissue factor pathway inhibitor” – PC→ proteína C – PS→ proteína S – AT→ antitrombina Complexo FVIIa/FT – Atua sobre dois substratos principais – Ativação de FIX e FX Reações reguladas pelo inibidor da via do fator tecidual (TFPI) – TFPI Proteína produzida pelas células endoteliais Apresentam 3 domínios do tipo “Kunitz” 1º domínio→ liga-se e inibe o complexo FVIIa/FT 2º domínio→ liga-se e inibe o FXa Ativação direta do FX é regulada negativamente de modo rápido na presença do TFPI→ limita produção do FXa e FIXa Ligação do FXa - necessária para inibição do complexo FVIIa/FT pelo TFPI. • Proteína C ativada (PCa) – Ativada pela ligação ao seu receptor no endotélioEPCR (“endothelial PC recptor”) após ligação da trombina ao receptor endotelial trombomodulina (TM) – PCa inibe a coagulação clivando e inativando os FVa e FVIIa – Processo potencializado pela PS • Atua como cofator não enzimático nas reações de inativação – Função procoagulante quando gerada em excesso – Potente anticoagulante, em pequena quantidade → sua ligação à TM endotelial é o ponto chave para ativação da via inibitória da PC • AT (anteriormente denominada AT III) • Inibidor primário da trombina • Efeito inibitório sobre diversas enzimas da coagulação – FIXa, FXa, FXIa • Acelera a dissociação do complexo FVIIa/FT e impede sua reassociação • Elimina qualquer atividade enzimática procoagulante excessiva ou indesejável • Molécula de heparan-sulfato • Proteoglicana presente na membrana das células endoteliais • Acelerador das reações catalisadas pela AT • Atividade inibitória da AT é potentemente acelerada pela heparina – Polissacarídeo linear estruturalmente similar ao heparan-sulfato SISTEMA PLASMINOGÊNIO/PLASMINA (Sistema fibrinolítico) Fibrinólise – Degradação da fibrina mediada pela plasmina • Composto por diversas proteínas (proteases séricas e inibidores) – Regulam a geração de plasmina→ enzima ativa produzida a partir de pro- enzima inativa (plasminogênio) – Função: degradar a fibrina e ativar metaloproteinases de matriz extracelular • Outras funções do sistema plasminogênio/plasmina em outros processos » Remodelagem da matriz extracelular » Crescimento e disseminação tumoral » Cicatrização » Infecção • Dois ativadores fisiológico do plasminogênio – Ativador do plasminogênio do tipo tecidual (t-PA) – Ativador do plasminogênio tipo uroquinase (u-PA) Formação de seríno-protease ativa → Plasmina – Plasmina não degrada apenas a fibrina, também o fibrinogênio, FV e FVIII • Em condições fisiológicas fibrinólise → processo altamente específico para fibrina • Ativação localizada e restrita, não sistêmica • Função de remover o excesso de fibrina do intravascular de modo equilibrado TROMBOFILIAS HEREDITÁRIAS Trombofilia Definição • Tendência à trombose decorrente de alterações hereditárias ou adquiridas da coagulação ou da fibrinólise, que levam a um estado pró-trombótico Classificados em dois grupos distintos : I - indivíduos que desenvolveram fenômenos tromboembólicos associados a doenças neoplásicas, traumas, imobilização prolongada no leito ou devido à presença de anticorpo antifosfolipídeo. II - indivíduos com tendência trombótica geneticamente determinada, independente dos fatores de risco exógenos, sendo definido como trombofilia hereditária ( TH ). Mecanismo de hipercoguabilidade Geração de trombina - evento básico na hemostasia sanguínea. Papel central nos dois sistemas de hemostasia – Efeito anticoagulante observado com baixos níveis plasmáticos; – Tendência para coagulação paulatinamente observada com o aumento da concentração plasmática. Causas de TH Frequentes ou bem estabelecidas – deficiência de antitrombina III (AT) – deficiência de proteína C (PC) – deficiência de proteína S (PS) – resistência à PCa (FVQ 506 / Fator V Leiden) – hiperhomocisteinemia Raras ou não bem estabelecidas – Disfibrinogenemia – Hipo ou displasminogenemia – Deficiência do cofator II da heparina – Anormalidades da glicoproteína rica em histidine – Aumento do inibidor do ativador de plasminogênio – Deficiência do ativador do plasminogênio – Trombomodulina anormal Deficiência de Antitrombina III • Glicoproteína sintetizada no fígado e – meia-vida plasmática de 65 horas. • Herança autossômica dominante, – F:M - igualmente afetados; – Indivíduos heterozigotos - 40 a 70% da atividade funcional da proteína. – Não há descrição de homozigose • Especula-se que a mesma possa ser incompatível com a vida Fenotipicamente - dois tipos de deficiência AT . Tipo I - caracterizado pela redução simultânea da atividade funcional e antigênica – alelo mutante não codifica a proteína. Tipo II - desproporção entre a atividade funcional reduzida, na presença de níveis antigênicos normais – Sugere uma molécula anormal com defeito no centro reativo (fundamental para a ligação com a trombina) – Defeito no sítio de ligação com a heparina ou ambos. Deficiência de Proteína C • Glicoproteína dependente de vitamina K, – Sintetizada no fígado – Meia vida de 6 a 8 horas. • Herança autossômica dominante – Heterozigotos - níveis variados da proteína • Habitualmente com valores inferiores à 50% da concentração normal – homozigotos - níveis indetectáveis da proteína. Classificação Fenotípica • Tipo I - redução equivalente da atividade funcional e níveis antigênicos • Tipo II -níveis antigênicos normais e a atividade funcional reduzida – 10% dos casos. • Aproximadamente 160 mutações identificadas no gene da PC. – 60% das mutações tipo I resultam da troca de um aminoácido por outro. Deficiência de Proteína S • Glicoproteína dependente de vitamina K – Produzida no fígado,células endoteliais, células de Leydig e megacariócitos. – Meia vida de 42 horas – 60% da PS está ligada com a fração C4b do sistema complemento – 40% na forma livre. • Heterozigotos - nível de PS total varia de 30-65% dos valores normais e de PS livre 15-50%. • Homozigotos - níveis inferiores a 5%. Classificação Tipo I – redução dos níveis antigênicos da PS total e livre, e concomitante redução da atividade da PS livre. Tipo II- níveis antigênicos normais de PS total e livre, e redução da atividade funcional. Tipo III- níveis antigênicos de PS total normais e PS livre com atividade e níveis antigênicos reduzidos. Resistência à PCa Principal etiologia de TH. Adição de PCa purificada ao plasma humano normal – proteólise dos fatores Va e VIIIa e consequente prolongamento do tempo de tromboplastina ativada (ttpa). resistência à proteína C ativada (RPCa) – Mutaçãode ponto caracterizada pela transição G→A no nucleotídeo 1691, – resulta na mudança Arg→Gln no codon 506, um dos sítios de ligação com a PCa essa molécula foi denominada fator V Leiden (FVL). – Fator V mutante inativação deficiente do fator Va com desequilíbrio entre o fator V inativo e ativo → geração maior de trombina e hipercoagulabilidade. Fenótipo e presente em até 98% dos casos de RPCa. – Heterozigotos - risco para desenvolvimento de trombose venosa 8-10 vezes superior àquele da população geral, mulheres em uso de ACO ou durante a gravidez – aumento em 30-40 vezes – Prevalência entre indivíduos normais 2- 10% dos descendentes de caucasóides menos de 1% entre descendentes de orientais,africanos ou populações indígenas. Diagnóstico • prolongamento do ttpa pela adição de PCa • pesquisa da mutação Arg506-Gln – amplificação por PCR. Hiperhomocisteinemia • Resultante de anormalidades funcionais das enzimas do metabolismo da metionina ou da deficiência de cofatores enzimáticos com vitamina B6, B12 ou ácido fólico. • Aumento moderado de homocisteina – variante termolábil da enzima metileno tetrahidrofolato (MTHFR). – Transição 677 C →T no gene da MTHFR – mudança de Ala-Val → redução na ligação com o ác. Fólico → níveis inferiores aos normais de ác.fólico ativo (que apresenta atividade cofatora no metabolismo da homocisteina). – atividade funcional inferior a 50% da forma normal • O risco para o desenvolvimento de trombose é variado entre as distintas populações. Protrombina mutante Transição G→A na posição 20.210 na extremidade 3’ do gene – correlação com níveis plasmáticos elevados de protrombina e desenvolvimento de trombose venosa. Alelo mutante da protrombina identificado em 2,3% da população geral – Elevação para 6% entre indivíduos com pelo menos um episódio de trombose venosa. – prevalência desse alelo mutante varia de 4-7% dos casos de TH. variante da protrombina - segunda causa mais frequente de TH. Manifestações Clínicas Caracterizada pelo desenvolvimento de manifestações tombóticas em indivíduos com idade inferior a 45 anos – TVP e/ou EP observadas na maioria dos casos Os episódios trombóticos recorrentes ou envolvendo sítios incomuns – veia cava,hepática ou de membros inferiores. 50% dos casos - história familiar de trombose – defeitos genéticos específicos. Indivíduos heterozigotos para as deficiências de PC, PS e AT e a presença do fator V Leiden – manifestações clínicas associadas a fatores desencadeantes exógenos durante o ciclo gravídico puerperal , após cirurgias ou imobilização. Associação com fatores adquiridos desencadeantes de trombose – mais frequente (62%) em pacientes com fator V Leiden 30-40% dos casos de deficiência de AT,PC ou PS. • ACO – associado ao aumento do risco de TH • particularmente na presença do fator V Leiden e deficiência de AT. • Episódios trombóticos raramente observados na infância. – Formas homozigóticas para deficiência PC,PS no período neonatal - “purpura fulminans” ( trombose de microcirculação que se manifesta logo após o nascimento). Diagnóstico A avaliação global da coagulação pelo tempo de tromboplastina parcial ativado ou tempo de protrombina não permite identificar pacientes com TH. – Necessidade da utilização de métodos específicos para cada fator custo elevado limitado a determinados centros. Seleção dos casos – Baseado no quadro clínico – Reservada para casos onde não há associação com doenças sistêmicas como neoplasias, doenças autoimunes ou síndrome antifosfolípide. – A ausência de história familiar não exclui a possibilidade de TH Testes laboratoriais específicos Testes diagnósticos iniciais Hemograma e esfregaço periferico Tempo de protrombina TTPA Tempo de trombina e Screening para Lupus Anticardiolipina e anticorpo anti β2glicoproteina Proteina C ativada Fibrinogênio Protrombina mutante (G20210GA) homocisteína Testes laboratoriais específicos Testes adicionais específicos • Mutação do fator V leiden • Antitrombina • Atividade Proteína C • Atividade Proteína S • Atividade do Plasminogênio • Teste de trombocitopenia induzido por heparina • Mutação JAK2 por PCR Testes laboratoriais - quando solicitar História familiar sugestiva Após 1º evento trombótico – Fase aguda: • diminuição da proteína C e S • Aumento do fibrinogênio e fator VIII – Aguardar normalização: em média 6 semanas – Níveis de antitrombina diminuídos em vigência de terapia com heparina – Fatores dependentes da vitamina K diminuídos em vigência de terapia com Warvarin – Teste para fator V de leiden e protrombina mutante não sofrem alterações em vigência de terapia anticoagulante • Resultados alterados – Necessidade de confirmação • Repetir exames - ausência de anticoagulação • Avaliar familiares Tratamento • Anticoagulação • Ausência de protocolos específicos para crianças – 2 semanas a 3 meses para neonatos – 3 a 6 meses para crianças
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