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politicas educacionais

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Prévia do material em texto

Indaial – 2021
Educacionais
Prof.ª Monica Maria Baruffi
2a Edição
Políticas
Elaboração:
Prof.ª Monica Maria Baruffi
Copyright © UNIASSELVI 2021
 Revisão, Diagramação e Produção: 
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
B295p
Baruffi, Mônica Maria
Políticas educacionais. / Mônica Maria Baruffi – Indaial: UNIASSELVI, 
2021.
235 p.; il.
ISBN 978-65-5663-741-9
ISBN Digital 978-65-5663-742-6
1. Sistema educacional brasileiro. - Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci.
CDD 370
Caro acadêmico, diante das inúmeras mudanças que estão ocorrendo no plano 
político-econômico mundial e simultaneamente em nosso país, faz-se necessária 
reformulação das leis que regem, particularmente, o sistema educacional brasileiro. 
Assim, é necessário que enquanto profissionais da educação e futuros professores, 
realizemos estudo e reflexão das políticas governamentais. 
Neste livro de estudos, você, acadêmico, reconhecerá as mudanças ocorridas 
até o momento na Educação Brasileira, a partir dos documentos que regem o sistema 
educacional brasileiro. Partimos da Constituição Brasileira, seguida pela Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação, ambos importantes no processo político educacional brasileiro. 
Com a perpetração destes dois documentos basilares busca-se a construção de outros 
documentos que serão elencados no transcorrer das unidades deste livro, demonstrando 
as mudanças que ocorreram e que ocorrem no cenário federal, estadual e municipal, 
influenciando nos programas e nas políticas públicas relacionadas à Educação, nosso 
foco de estudo. 
Trataremos neste livro as seguintes temáticas: na primeira unidade, trataremos 
das Políticas Públicas na educação, Constituição Federal e sua influência na Lei de 
Diretrizes e Bases da educação; reconheceremos o histórico da LDB/1996 e sua 
influência na estrutura educacional em todas as esferas governamentais.
Na segunda unidade apresentaremos a comunicação existente entre 
globalização e as políticas públicas; falaremos sobre as instituições formadoras do 
sistema educacional brasileiro, a nova Base Nacional Comum Curricular e a organização 
e gestão escolar coletiva. 
Na terceira unidade trataremos da identidade da escola, a organização e gestão 
frente às políticas públicas; identificaremos as competências do professor na escola e 
da equipe gestora; reconheceremos as áreas de atuação dos membros da escola e os 
instrumentos da estruturação política educacional na instituição escolar. 
Caro acadêmico, este livro tem a finalidade de auxiliar você em sua formação e 
auxiliar na discussão das temáticas referentes às políticas públicas na área educacional. 
Acreditamos que você poderá reconhecer no transcorrer da leitura a importância das 
políticas educacionais para sua formação.
Ótimo estudo!
Prof a. Monica Maria Baruffi
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO ...................................................... 1
TÓPICO 1 - POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL ....................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 O QUE SÃO POLÍTICAS PÚBLICAS? ...................................................................................3
2.1 COMO SE FAZEM AS POLÍTICAS PÚBLICAS? ..................................................................................7
2.2 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A EDUCAÇÃO ................................................................................ 11
3 LIGAÇÃO ENTRE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A LEI DE DIRETRIZES E 
 BASES DA EDUCAÇÃO ..................................................................................................... 29
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 33
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 34
TÓPICO 2 - A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996 .............................. 39
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 39
2 COMO SITUAR-SE SOBRE A LDB .................................................................................... 39
3 A LDB E SUA ESTRUTURAÇÃO ........................................................................................ 44
4 BREVE ANÁLISE DOS TÍTULOS DA LDB ......................................................................... 45
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................69
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 71
TÓPICO 3 - A EDUCAÇÃO BRASILEIRA, SUA ORGANIZAÇÃO E RELAÇÃO COM AS 
 POLÍTICAS EDUCACIONAIS ............................................................................75
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................75
2 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – HISTÓRICO ............................................................75
3 O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (2011 – 2020) .......................................................79
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 84
RESUMO DO TÓPICO 3 .........................................................................................................87
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 88
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 91
UNIDADE 2 — POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS ................ 93
TÓPICO 1 — POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS ....................95
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................95
2 A GLOBALIZAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NAS POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS .........95
3 NOVAS REALIDADES SOCIAIS E AS REFORMAS EDUCATIVAS NO BRASIL ................ 101
4 REVOLUÇÃO INFORMACIONAL ..................................................................................... 104
5 NÍVEIS E MODALIDADES DE EDUCAÇÃO E ENSINO ..................................................... 110
RESUMO DO TÓPICO 1 ...................................................................................................... 144
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................145
TÓPICO 2 - AS INSTITUIÇÕES FORMADORAS DO SISTEMA EDUCACIONAL 
 BRASILEIRO ....................................................................................................149
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................149
2 PROGRAMAS DO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO ..........149
3 OS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO NACIONAL ...........................................................152
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................156
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 157
TÓPICO 3 - A ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR COLETIVA .......................................159
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................159
2 CONCEITUANDO ORGANIZAÇÃO E GESTÃO .................................................................159
3 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA PÚBLICA ........................................................................162
4 OBJETIVOS DA ESCOLA E AS PRÁTICAS DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ....................163
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................166
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................169
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................170
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 173
UNIDADE 3 — A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR JUNTO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS ............... 177
TÓPICO 1 — A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR JUNTO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS .................. 179
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 179
2 A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR: LUGAR DE APRENDIZAGEM ........................................... 179
2.1 PAPEL DO GESTOR ESCOLAR ........................................................................................................182
2.2 PAPEL DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA ..................................................................................183
2.3 PAPEL DO PEDAGOGO ....................................................................................................................185
2.4 PAPEL DO ALUNO .............................................................................................................................186
2.5 COLABORADORES ............................................................................................................................186
3 A GESTÃO PARTICIPATIVA E A CULTURA ORGANIZACIONAL NA ESCOLA .................187
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 191
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................192
TÓPICO 2 - A APRENDIZAGEM E AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO 
 E DA GESTÃO ESCOLAR .................................................................................195
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................195
2 AS FUNÇÕES ESSENCIAIS NO SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO E DE GESTÃO ESCOLAR ........195
3 ORGANIZAÇÃO E DESEMPENHO DO CURRÍCULO ....................................................... 200
4 A FORMAÇÃO CONTINUADA ..........................................................................................201
RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................... 208
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 209
TÓPICO 3 - A GESTÃO PARTICIPATIVA CONTINUANDO A CONSTRUÇÃO E 
 PLANEJAMENTO DE UMA ESCOLA DEMOCRÁTICA ....................................213
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................213
2 OS MECANISMOS DA ESTRUTURAÇÃO POLÍTICA EDUCACIONAL NA ESCOLA .........213
2.1 CONSELHOS ESCOLARES ...............................................................................................................214
2.2 GRÊMIOS ESTUDANTIS ...................................................................................................................214
2.3 APPs – ASSOCIAÇÃO DE PAIS E PROFESSORES ..................................................................... 215
2.4 A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DA ESCOLA E DA APRENDIZAGEM ..................................... 216
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................219
RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................... 225
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 226
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................231
1
UNIDADE 1 - 
AS POLÍTICAS PÚBLICAS 
NA EDUCAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer aspectos relacionados ao conceito de políticas públicas e sua 
funcionalidade;
• entender o que é a Constituição Federal e sua influência na Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação;
• reconhecer o histórico da LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação;• conhecer o envolvimento entre a LDB e as esferas federal, estadual e municipal;
• entender a LDB e sua organização com as políticas públicas.
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL 
TÓPICO 2 – A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996
TÓPICO 3 – A EDUCAÇÃO BRASILEIRA, SUA ORGANIZAÇÃO E RELAÇÃO COM AS 
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO 
EDUCACIONAL
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico! Estamos iniciando o Livro Didático de Políticas Educacionais 
e queremos, neste tópico, apresentar alguns conceitos relacionados às políticas públicas 
e qual o seu envolvimento com a educação. Assim, a Constituição Federal também fará 
parte deste estudo, além de nossa carta magna na educação, a LDB – Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação.
Afinal, que ligação tem as políticas públicas, a Constituição Federal e a LDB para 
o trabalho desenvolvido na esfera educacional? É significativa a interação entre elas e 
cabe a nós, acadêmicos e futuros profissionais da educação, compreendermos esta 
ligação, que determina o bom funcionamento ou não dos projetos desenvolvidos pelas 
esferas federais, estaduais e municipais.
Cabe ressaltar, prezado acadêmico, que você está sendo convidado a analisar, 
refletir, questionar e construir novas ideias a partir dos conhecimentos que serão 
apresentados a partir deste momento.
Vamos à leitura!
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
2 O QUE SÃO POLÍTICAS PÚBLICAS?
Acadêmico! Se você fosse perguntado sobre o que são políticas públicas, qual 
seria sua resposta? Acreditamos que, inicialmente, pararia e refletiria sobre o tema. É algo 
natural do ser humano, que ao ser questionado, por alguns segundos ou minutos pare e 
reflita sobre o que foi perguntado.
A esta pergunta pensamos que sua resposta possa estar relacionada a uma visão 
prática do dia a dia, mas como? Existem outras formas de visualizarmos as políticas 
públicas? Vejamos!
As políticas públicas possuem sua história e conceitos, conforme o Manual de 
Políticas Públicas: conceitos e práticas do Sebrae, coordenado por Caldas (2008, p. 5):
A função que o Estado desempenha em nossa sociedade sofreu 
inúmeras transformações ao passar do tempo. No século XVIII e XIX, 
seu principal objetivo era a segurança pública e a defesa externa 
4
em caso de ataque inimigo. Entretanto, com o aprofundamento 
e expansão da democracia, as responsabilidades do Estado se 
diversificaram. Atualmente, é comum se afirmar que a função 
do Estado é promover o bem-estar da sociedade. Para tanto, ele 
necessita desenvolver uma série de ações e atuar diretamente em 
diferentes áreas, tais como saúde, educação, meio ambiente.
Assim, observa-se que o Estado passou e passa por transformações, as 
quais são acompanhadas por toda a sociedade. Se antes a preocupação encontrava-
se direcionada à defesa do território, hoje, além da defesa do território nacional, as 
preocupações voltam-se também para as áreas da saúde, segurança pública, educação, 
meio ambiente. Mesmo que saibamos da fragilidade em muitas dessas áreas, o Estado 
necessita voltar a se organizar e buscar soluções para a fortificação delas, pois a 
população necessita dessas ações.
Desta forma, falar em políticas públicas para alguns é o mesmo que ser 
utópico, pois elas não surtem efeitos desejáveis. Sim, vivemos uma realidade delicada 
e repleta de problemas, os quais precisam ser passados a limpo. Mesmo que muitos 
não acreditem, já se deixaram levar pelo descrédito da política, mesmo assim são 
necessários movimentos que reformulem todo o sistema em que o Estado se encontra, 
para assim determinarmos as ações e os programas para a melhoria e estabilidade das 
áreas de segurança pública, saúde, educação, dentre outras.
E como afirma Oscar Wilde em uma de suas célebres frases e utilizada por 
Mário Luiz Neves de Azevedo (2008, p. 9) na apresentação do livro Políticas Públicas 
Contemporâneas: “Isto é utópico? Um mapa-múndi que não inclua a Utopia não é digno 
de consulta”.
Neste livro didático, a utopia em sua mais elevada significação será utilizada 
e levará você, acadêmico, a refletir sobre como, por que e para que são utilizadas as 
políticas públicas e como elas influenciam em nosso cotidiano.
Ainda conforme Azevedo (2008, p. 18), “escrever sobre Políticas Públicas é 
tratar, essencialmente, sobre projetos em construção que dependem da visão de mundo 
dos seus promotores”.
Afinal, o que são essas políticas públicas? Vamos buscar respostas em nosso dia a dia.
Em cada momento de nossa vida, em nosso cotidiano, estamos envoltos 
por regras que determinam nossa maneira de agir, pensar, conviver e determinam o 
processo de construção econômica, política e social de um país, de nossas vidas e da 
sociedade num todo.
Em muitos momentos estas políticas passam despercebidas, mas elas 
encontram-se dentro da história da humanidade. Podemos relatar também forte 
influência na Grécia Antiga, onde a palavra política tem seu berço, onde filósofos como 
5
Aristóteles e Platão foram os precursores desta ciência. Cabe, aqui, perguntarmos: 
política é uma ciência? Sim, a política é uma ciência, que “determina quais são as ciências 
necessárias nas cidades, quais as que cada cidadão deve aprender” (ABBAGNANO, 
2000, p. 773).
Perante o apresentado na citação, podemos perceber que as políticas são 
as regras de organização e de convivência necessárias para que uma cidade, um 
estado e país consigam se desenvolver e viver em harmonia, sendo os governantes os 
responsáveis pelos caminhos a serem traçados para a melhoria da qualidade de vida da 
população envolvida.
Ao buscarmos respostas referentes ao que é Política Pública, encontramos 
diversas definições que nos remetem à organização, a estudos voltados às ações a 
serem empregadas para o bem-estar da sociedade.
Como afirma Santos (2012, p. 5): “Políticas públicas são ações geradas na esfera 
do Estado e que têm como objetivo atingir a sociedade como um todo ou partes dela”.
Cabe ressaltar que as políticas públicas são também de nossa responsabilidade, 
enquanto cidadãos, que buscam melhoria de vida. As políticas públicas terão eficácia, 
a partir do momento que os cidadãos compreendam como ocorre a criação dessas 
políticas (ações, programas) nas esferas federais, estaduais e principalmente nas 
que estão bem próximas de cada um de nós, e que estão sendo desenvolvidas, as 
municipais. Estas ações também ocorrem dentro e fora de nossas residências, e somos 
nós, também responsáveis pela sua aplicabilidade, transparência e eficácia.
Como? Eu responsável por políticas públicas? Isso não compete somente 
aos governantes? Sim, compete a eles, mas também a cada cidadão, que possui a 
responsabilidade de cobrar e de fazer cumprir as leis através de ações.
Fica claro que a política, segundo Santos (2012, p. 2), “[...] sempre está ligada ao 
exercício do poder em sociedade, seja em nível individual, quando se trata das ações 
de comando, seja em nível coletivo, quando um grupo (ou toda sociedade) exerce o 
controle das relações de poder em uma sociedade”. De acordo com o mesmo autor, 
podemos perceber que, independentemente do nível, seja individual ou coletivo, a 
política está presente e vem acompanhada de outra palavra, que é o poder.
O poder é algo que se encontra impregnado dentro de todas as áreas de 
estruturação profissional ou política. Este poder pode ser compreendido como algo 
positivo ou negativo. Positivo no sentido de ser compreendido como um processo de 
transformação de uma sociedade, voltada às bem feitorias, à visão de uma sociedade 
em que todos possuam seus direitos e seus deveres.
6
No aspecto negativo, pode levar o detentor do poder a tornar-seum dominador, 
sem a preocupação com a qualidade de vida da população. Conforme Santos (2012, p. 2), 
o termo poder é “capacidade ou propriedade de obrigar alguém a fazer alguma coisa”. O 
autor ainda expõe que: “Nesse sentido, é importante ressaltar que o poder (em suas 
mais variadas manifestações) pode ser exercido mediante o uso da coação e/ou da 
persuasão. Em matéria de política, ambas as opções são tidas como válidas, tudo 
depende de quem exerce o poder e de como opta por exercê-lo” (SANTOS, 2012, p. 2).
Diante do exposto, observa-se que a política possui várias possibilidades, dentre 
elas nos deparamos com as que nos levam a construir uma sociedade com direitos 
e deveres bem estruturados, ou a que nos leva a termos uma sociedade totalmente 
desestruturada e mantida como refém de suas ações.
Frente a isso, as políticas públicas são as ações que determinam como, por que e 
para que servirão. Elas, conforme Marinho (2006, p. 1), são de “responsabilidade do Estado, 
com base em organismos políticos e entidades da sociedade civil, se estabelece um processo 
de tomada de decisões que resultam nas normatizações do país, ou seja, nossa Legislação”.
Assim, as políticas públicas retratam não só questões acerca da economia, mas do 
envolvimento de diversos segmentos, contendo condições e possibilidades de desenvolver 
mecanismos que auxiliem no crescimento e qualidade de vida da população.
Cabe ressaltar que as políticas públicas recebem diversas definições, Souza 
(2006, p. 26) as define como:
O campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, ‘colocar o 
governo em ação’ e/ou analisar essa ação (variável independente) 
e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas 
ações (variável dependente). A formulação de políticas públicas 
constitui-se no estágio em que os governos democráticos traduzem 
seus propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que 
produzirão resultados ou mudanças no mundo real.
Assim, podemos definir políticas públicas como as ações que os governantes 
utilizam para realizar um governo voltado à melhoria da qualidade de vida da população, 
da economia, da educação, da segurança pública, enfim, dando ao seu país, estado ou 
município possibilidades de crescimento.
Tendo essas ações e programas voltados a esses segmentos, pode-se perceber 
que todos, independentemente de nível econômico, terão possibilidades de crescimento 
e de manutenção da qualidade de vida.
Agora surge outra pergunta: como são elaborados os programas, como se 
fazem as políticas públicas?
Vamos elucidar essas dúvidas!
7
2.1 COMO SE FAZEM AS POLÍTICAS PÚBLICAS?
Seguindo o raciocínio, observamos que as políticas públicas são as ações, 
programas desenvolvidos pelos governantes, as quais são prioridade.
[...] as Políticas Públicas são a totalidade de ações, metas e planos 
que os governos (nacionais, estaduais ou municipais) traçam para 
alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público. É certo que 
as ações que os dirigentes públicos (os governantes ou os tomadores 
de decisões) selecionam (suas prioridades) são aquelas que eles 
entendem serem as demandas ou expectativas da sociedade, ou 
seja, o bem-estar da sociedade é sempre definido pelo governo e não 
pela sociedade (CALDAS, 2008, p. 5).
Independentemente das participações ou não da sociedade nas ações que 
envolvem a melhoria do bem-estar da sociedade, enquanto cidadãos necessitamos nos 
manter atentos e participativos nas ações que os governantes desenvolvem em nosso país, 
estado e município.
Alguns poderão estar incomodados com a apresentação da última parte da 
citação de Caldas (2008, p. 5): “o bem-estar da sociedade é sempre definido pelo 
governo e não pela sociedade”. Por que isso ocorre? O autor explica:
Isto ocorre porque a sociedade não consegue se expressar de for-
ma integral. Ela faz solicitações (pedidos ou demandas) para os seus 
representantes (deputados, senadores e vereadores) e estes mobi-
lizam os membros do Poder Executivo, que também foram eleitos 
(tais como prefeitos, governadores e inclusive o próprio Presidente 
da República) para que atendam às demandas da população. As de-
mandas da sociedade são apresentadas aos dirigentes públicos por 
meio de grupos organizados, no que se denomina de Sociedade Civil 
Organizada (SCO), a qual inclui, conforme apontado acima, sindica-
tos, entidades de representação empresarial, associação de morado-
res, associações patronais e ONGs em geral (CALDAS, 2008, p. 5-6).
Dessa forma, nós, cidadãos, necessitamos nos organizar em nossa rua, 
através de associação de bairros, para ir em busca de soluções para os problemas que 
envolvem nossa comunidade. Sabemos das dificuldades financeiras que as instituições 
governamentais passam, principalmente as municipais, são inúmeras.
[...] os recursos para atender a todas as demandas da sociedade e 
seus diversos grupos (a SCO) são limitados ou escassos . Como con-
sequência, os bens e serviços públicos desejados pelos diversos 
indivíduos se transformam em motivo de disputa. Assim, para au-
mentar as possibilidades de êxito na competição, indivíduos que têm 
os mesmos objetivos tendem a se unir, formando grupos (CALDAS, 
2008, p. 6).
Observe, acadêmico, que as palavras de Caldas nos remetem à ideia de 
competição, embate na possibilidade de busca de resultados que deem à população 
melhores condições de vida. Ainda ressalta Caldas (2008, p. 6) com relação à questão 
do embate:
8
Não se deve imaginar que os conflitos e as disputas na socieda-
de sejam algo necessariamente ruim ou negativo. Os conflitos e 
as disputas servem como estímulos a mudanças e melhorias na 
sociedade, se ocorrerem dentro dos limites da lei e desde que não 
coloquem em risco as instituições.
Com isso, podemos determinar que a organização da sociedade civil precisa 
estar presente na formulação das ações que auxiliem na melhoria de todos os setores 
que envolvem a sociedade.
Já sabemos que as políticas públicas são desenvolvidas a partir do interesse dos 
governantes e recebidas as ideias da sociedade organizada. Outro fator a ser observado 
na elaboração das políticas públicas é que nem sempre as ações desenvolvidas ou 
solicitadas pela sociedade civil organizada são atendidas, e a sociedade necessita 
buscar ajuda ou apoio em outros grupos organizados para que suas reivindicações 
sejam aceitas. Em outro momento, pode ocorrer um embate, conforme apresentado 
anteriormente por Caldas (2008), e isso não deve ser visto como um momento de 
revolta, mas de busca de soluções.
Estes embates ocorrem devido ao que nos apresenta Caldas (2008, p. 6), 
quando diz que: “as sociedades contemporâneas se caracterizam por sua diversidade, 
tanto em termos de idade, religião, etnia, língua, renda, profissão, como de ideias, 
valores, interesses e aspirações” e acabam também tendo sua maneira de pensar e agir 
com relação a determinadas situações. Para alguns, ações como a melhoria da pracinha 
do bairro não é condizente com os seus interesses e preferem que as melhorias sejam 
realizadas em outros setores. Para que não ocorram embates mais fervorosos é preciso 
o diálogo e a organização. Quem são os atores que criam essas Políticas Públicas? Qual 
é a logística desse processo?
No processo de discussão, criação e execução das Políticas Públicas, 
– encontramos basicamente dois tipos de atores: os ‘estatais’ (oriun-
dos do Governo ou do Estado) e os ‘privados’ (oriundos da Sociedade 
Civil). Os atores estatais são aqueles que exercem funções – públicas 
no Estado, tendo sido eleitos pela sociedade para um cargo por tempo 
determinado (os políticos), ou atuando de forma permanente, como os 
servidores públicos (que operam a burocracia) (CALDAS, 2008, p. 8).
Cada um desses atores possui uma função determinada. Os atores estatais (os 
políticos) buscam no período das campanhas políticas apresentar programas e ações que 
poderão vir a ser desenvolvidas, sendo que as Políticas Públicas são definidas pelo 
poder legislativo.
Entretanto, aspropostas das Políticas Públicas partem do Poder 
Executivo, e é esse Poder que efetivamente as coloca em prática. 
Cabe aos servidores públicos (a burocracia) oferecer as informações 
necessárias ao processo de tomada de decisão dos políticos, bem 
como operacionalizar as Políticas Públicas definidas. Em princípio, 
a burocracia é politicamente neutra, mas frequentemente age de 
acordo com interesses pessoais, ajudando ou dificultando as ações 
governamentais.
9
Assim, o funcionalismo público compõe um elemento essencial para o 
bom desempenho das diretrizes adotadas pelo governo (CALDAS, 2008, p. 8). Os 
atores privados (sociedade civil) são os que não possuem ligação direta com o setor 
administrativo do Estado. São eles:
• A imprensa.
• Os centros de pesquisa.
• Os grupos de pressão, os grupos de interesse e os lobbies.
• As Associações da Sociedade Civil Organizada (SCO).
• As entidades de representação empresarial.
• Os sindicatos patronais.
• Os sindicatos de trabalhadores.
• Outras entidades representativas da Sociedade Civil Organizada – (SCO) (CALDAS, 
2008, p. 9).
Além dos que foram apresentados, existem outros atores, como os que fazem 
parte da área do turismo, da cultura, que também são da área privada e podem fazer 
parte desse processo.
Com o que foi apresentado até o momento, sabemos quem são os atores 
do processo. Cabe agora determinarmos os caminhos, os estágios ou fases que são 
necessários seguir para a formulação até a execução das Políticas Públicas.
As Políticas Públicas possuem seus estágios, os quais assim se apresentam, 
segundo Caldas (2008, p. 7):
• Primeira fase – Formação da Agenda (Seleção das Prioridades).
• Segunda fase – Formulação de Políticas (Apresentação de Soluções ou Alternativas).
• Terceira fase – Processo de Tomada de Decisão (Escolha das Ações).
• Quarta fase – Implementação (ou Execução das Ações).
• Quinta fase – Avaliação.
Cabe ressaltar que estas fases possuem uma ligação, elas estão somente 
apresentadas separadamente para melhor compreensão do processo.
Com relação às fases, vamos identificá-las uma a uma e assim você, acadêmico, 
compreenderá melhor esse processo de criação de novas Políticas Públicas.
Segundo Caldas (2008), a primeira fase, determinada como Formação 
da Agenda, busca organizar e detectar quais são os problemas existentes na 
sociedade e determinar os valores necessários para a sua elaboração. Caldas (2008, p. 
10-11) defende que “tal processo envolve a emergência, o reconhecimento e a definição 
das questões que serão tratadas e, como consequência, quais serão deixadas de lado”.
10
Na segunda fase, temos a Formulação de Políticas, quando ocorrem as possíveis 
alternativas para solucionar os problemas alavancados.
Cabe observar que nesta fase é importante uma relação de dialogicidade 
com todos os setores envolvidos, pois sabendo ouvir as partes envolvidas, no caso os 
segmentos administrativos e econômicos, conseguir-se-á determinar se estas ações 
são ou não possíveis de serem levadas adiante. “Outra análise importante se refere aos 
riscos que cada alternativa traz, desenvolvendo uma forma de compará-las e de medir 
qual é mais eficaz e eficiente para atender ao objetivo e aos interesses sociais” (CALDAS, 
2008, p. 13).
Já na terceira fase temos o Processo de Tomada de Decisões, em que os 
governantes junto às Políticas Públicas tomam decisões. Segundo Caldas (2008, p. 13):
[...] a fase de tomada de decisões pode ser definida como o momento 
onde se escolhe alternativas de ação/intervenção em resposta aos 
problemas definidos na Agenda. É o momento onde se define, por 
exemplo, os recursos e o prazo temporal de ação da política. As 
escolhas feitas nesse momento são expressas em leis, decretos, 
normas, resoluções, dentre outros atos da administração pública.
Outro passo importante, nessa fase, é definir como se dará o processo de tomada 
de decisões, ou seja, qual é o procedimento que se deve seguir antes de decidir algo. Primei-
ramente, deverá se decidir quem participará do processo, se este será aberto ou fechado.
Quando Caldas (2008) trata da participação ou não no processo de tomada de 
decisões, ele está apresentando a possibilidade dos governantes de abrirem espaço 
para a sociedade civil participar ou não. Se for uma participação aberta, os governantes 
necessitam determinar se haverá consulta dos favorecidos.
No caso de se prever tal tipo de consulta (como, por exemplo, no Or-
çamento Participativo), é necessário estabelecer se a decisão será 
ou não tomada por votação, as regras em torno da mesma, o número 
de graus (direta ou indireta) que envolverá a consulta que será feita 
aos eleitores etc. Essa definição é fundamental pelo fato de que dife-
rentes formas de decisão podem apresentar diferentes controladores 
da Agenda e resultar em decisões diferentes (CALDAS, 2008, p. 14).
Na quarta fase temos a Implementação, na qual as ações serão realizadas, é o 
momento de colocar o projeto em ação. Para isso o setor administrativo passa a executar o 
projeto. Cabe salientar que durante o processo de execução do projeto podem ocorrer 
mudanças drásticas, dependendo da postura do poder administrativo.
Por último, temos a fase de Avaliação, a qual deve estar em permanente ação, 
desde o primeiro momento do estágio ou fases da elaboração das Políticas Públicas.
11
A avaliação, em sua estrutura, mostra aos gestores quais as ações que foram 
bem desenvolvidas e as que deixaram lacunas. Dessa forma, a avaliação acaba sendo 
uma ferramenta de aprendizado e dando aos administradores respostas das ações ali 
empregadas.
De maneira geral, o processo de avaliação de uma política leva em 
conta seus impactos e as funções cumpridas pela política. Além dis-
so, busca determinar sua relevância, analisar a eficiência, eficácia e 
sustentabilidade das ações desenvolvidas, bem como servir como um 
meio de aprendizado para os atores públicos (CALDAS, 2008, p. 19).
Diante do exposto, podemos perceber que as Políticas Públicas serão realmente 
determinantes e eficazes se ocorrer uma boa administração política. Segundo Caldas (2008, 
p. 19), ela será uma boa política se cumprir as seguintes funções:
• Promover e melhorar os níveis de cooperação entre os atores 
envolvidos.
• Constituir-se num programa factível, isto é, implementável.
• Reduzir a incerteza sobre as consequências das escolhas feitas.
• Evitar o deslocamento da solução de um problema político por meio 
da transferência ou adiamento para outra arena, momento ou grupo.
• Ampliar as opções políticas futuras e não presumir valores 
dominantes e interesses futuros nem predizer a evolução dos 
conhecimentos. Uma boa política deveria evitar fechar possíveis 
alternativas de ação.
Você deve se perguntar: para que eu necessito saber destas questões?
A partir do momento que você inicia um processo de reconhecimento das ações que 
são desenvolvidas e elaboradas pelo sistema governamental, seja ele em nível federal, esta-
dual ou municipal, você poderá compreender e dar sua parcela de participação no processo 
de construção de novas ações e programas, principalmente, no que diz respeito às áreas que 
são de maior importância para você, sua comunidade e com relação a sua vida profissional.
Frente ao exposto, vamos seguir nosso caminho, pois, depois de reconhecermos 
o que são as Políticas Públicas, sua função e sua elaboração, passaremos a tratar de ou-
tro documento em que também foi necessária a participação dos vários segmentos da 
sociedade civil organizada para sua elaboração. Estamos falando da Constituição Federal.
2.2 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A EDUCAÇÃO
A Constituição Federal é a carta magna de um Estado Democrático, nela estão 
contidas todas as leis que regem o sistema governamental. Conforme Machado e Cunha 
(2016, p. 23), “a Constituição de um Estado Democrático é a cartilha na qual os cidadãos 
apreendem os fundamentos e a proteção de seus direitos, a disciplina da atuação e dos 
limites do Poder Estatal e a função social da comunidade”.12
Nosso país, o Brasil, possui sua Constituição, por ser um Estado Democrático, e 
nessa constituição estão elencados todos os segmentos que formam a estrutura gover-
namental. A Constituição Brasileira foi promulgada em 5 de outubro de 1988 “fruto da 
convocação da Assembleia Nacional Constituinte pela Emenda n° 26, de 17.11.1985, e de 
sua posterior aprovação por essa mesma Assembleia (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 23).
No que diz respeito a sua organização, a Constituição da República Federativa do 
Brasil de 1988 estava assim composta em sua composição original, conforme Machado 
e Cunha (2016, p. 23):
[...] com 245 artigos em suas Disposições Permanentes (note-se 
que inúmeros artigos são compostos de vários incisos, parágrafos 
e alíneas, tais como os arts. 5°, 271, 22, 24, 155, entre outros) e 70 
artigos em suas Disposições Transitórias (também com incisos e 
parágrafos, a exemplo dos arts. 27 e 47).
Observa-se que a Constituição Brasileira possui, após seus 21 anos de existência, 
uma nova roupagem, sendo que:
[...] foram aprovadas 62 emendas constitucionais, além de seis 
emendas de revisão. [...] Enfim, a Constituição em vigor conta 
agora com 250 artigos na Parte Permanente (alguns artigos ainda 
acrescidos ao texto com numeração sequencial alfabética – 103-
A, 146-A etc.) e 97 artigos no Ato das Disposições Transitórias 
(MACHADO; CUNHA, 2016, p. 24).
Outro fator importante a ser ressaltado nesta etapa da construção da 
Constituição Federal são os princípios fundamentais, que cada cidadão brasileiro 
deve saber e que são a base da Constituição.
O vocábulo princípio, do latim principium, traz à mente a noção 
genérica de início, começo, origem ou causa. Em sentido jurídico, 
princípio é norma que expressa os valores mais altos da sociedade, 
de tal forma que, integrado na ordem Constitucional, passa a orientar 
todas as demais normas e regras do ordenamento jurídico que ela 
baliza (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 3).
Ainda conforme Machado e Cunha (2016, p. 3), “os princípios são os fundamentos 
com base nos quais serão previstas as regras que tem por finalidade fazê-los efetivos em 
determinada ordem de disciplina”.
Assim, deverão ser seguidas as regras, sob “pena de, não o fazen-
do, ser considerada inconstitucional, justificando sua exclusão do ordenamento 
jurídico” (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 3).
Caro acadêmico, podemos observar com estes parágrafos iniciais que estamos 
diante de um documento no qual se estabelece a identidade de um Estado Democrático, 
que deve ser seguido, conseguindo assim manter a ordem e o progresso de um país.
13
Após este momento de reflexão, e de percebermos como cidadãos conscientes 
de nossos direitos e deveres, para assim podermos realizar as cobranças de mudança 
em nosso país, em todas as suas esferas, vamos continuar nossos estudos caminhando 
dentro desse documento maior – que é a Constituição – e verificar que em seus títulos 
há um que será nosso foco, que é o Título VIII, que se refere à Ordem Social.
Neste título encontramos oito capítulos, que são dispostos na seguinte ordem:
QUADRO 1 – DISPOSIÇÕES DO TÍTULO VIII – DA ORDEM SOCIAL
FONTE: A autora (2021).
CAPÍTULO DA ORDEM SOCIAL ARTIGOS
Capítulo I Disposições Gerais Art. 193
Capítulo II Da Segurança Social, composto pelas Seções I, II, III e IV Arts. 194 a 214
Capítulo III 
Da Educação, da Cultura e do Desporto.
Composto por:
Seção I – Da Educação
Seção II – Da Cultura
Seção III – Do Desporto
Atrs. 205 a 217
Arts. 205 a 214
Arts.215 a 216
Art. 217
Capítulo IV Da Ciência, tecnologia e Inovação Arts.218 a 219
Capítulo V Da Comunicação Social Art. 220 a 224
Capítulo VI Do Meio Ambiente Art. 225
Capítulo VII Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso Arts. 226 a 230
Capítulo VIII Dos Índios Arts. 231 a 232
Observando o quadro anterior, destacamos o Capítulo III, no qual está exposto 
na Seção I, o que diz respeito à Educação, nos artigos 205 a 214. Daremos maior ênfase a 
esta seção, pois é a que se relaciona ao nosso trabalho, com nossas vivências enquanto 
profissionais da educação.
Você, acadêmico de licenciatura, que está buscando construir sua vida profis-
sional, ou que já esteja nesta área e busca novos conhecimentos, é de suma importân-
cia perceber-se integrado nestes artigos que serão apresentados nesta unidade.
Quando tratamos da Constituição Federal nos deparamos com a Educação, 
ponto crucial no desenvolvimento de um país. Se buscamos ordem e progresso 
necessitamos de uma educação que esteja voltada à melhoria da qualidade de vida de 
seus confederados.
Assim, iniciamos com o Artigo 205: “A educação, direito de todos e dever do 
Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, 
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania 
e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988).
14
Observa-se, neste artigo, dois dos grandes princípios da Constituição, que são: o 
direito e o dever. O direito, inicialmente, à educação para todos. Conforme Machado e 
Cunha (2016, p. 1081):
Assim, podemos afirmar que foi atribuído a todo indivíduo brasileiro 
uma prerrogativa legal de exigir do Estado e da família esse direito. 
Ousamos afirmar ainda, que esse direito está incorporado ao patri-
mônio do indivíduo, sem possibilidade de reversão, por força da lei. 
Desse modo, todos podem exigir do Estado e da família o referido di-
reito, porque o legislador incumbiu-lhes tal dever, ou seja, tal obriga-
ção refere-se à regra imposta por lei. Resumindo: o legislador cons-
tituinte incumbiu ao Estado e à família o dever de prestar educação 
a todos. Caberá ao Estado a complementação da educação recebida 
em casa pelas pessoas.
Cabe ressaltar que a família também é responsável diretamente pela educação 
das crianças, sendo ela uma parceira do Estado nesse processo. No entanto, observam-
se ainda muitas lacunas referentes a essa situação, pois ao referir-se ao dever da família 
na educação dos filhos, estes em muitos momentos transferem essa responsabilidade 
somente às escolas (Estado), tornando fragilizado o processo de ensino-aprendizagem.
Mesmo diante de algumas lacunas, a Constituição Federal foi e é um documento 
que apresentou e apresenta grandes avanços na área educacional “e a partir daí novas 
leis surgem para regulamentar os artigos constitucionais e estabelecer diretrizes para a 
educação do Brasil” (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1081).
Como exemplo, podemos citar a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
(Lei n° 9.394, de 20.12.1996) e a Lei n° 10.172, que aprovou o PNE – Plano Nacional de 
Educação, documentos que trataremos com mais proximidade nas próximas páginas e 
unidades.
Ainda tratando das questões relacionadas ao ensino e dever deste pelo Estado 
e família, vejamos o artigo 206 da Constituição (BRASIL, 1988):
Artigo 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II- liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o 
pensamento, a arte e o saber;
III- pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e 
coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV- gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V- valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, 
na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente 
por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional n° 53, de 2006)
VI- gestão democrática do ensino público, na forma da lei; 
VII – garantia de padrão de qualidade;
15
VIII- piso salarial profissional nacional para os profissionais da 
educação escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído 
pela Emenda Constitucional n° 53, de 2006)
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores 
considerados profissionais da educação básica e sobre fixação de 
prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, 
no âmbito da União, dos Estados,do Distrito Federal e dos Municí-
pios. (Incluído pela Emenda Constitucional n° 53, de 2006).
Ressalta-se, neste artigo, caro acadêmico, que a garantia do ensino, a 
qualidade, a igualdade quanto ao acesso e permanência na escola, a liberdade de 
aprender, o pluralismo de ideias, gratuidade do ensino público, a gestão e valorização 
dos profissionais da educação estão garantidos nesses princípios. No que diz respeito à 
igualdade, Machado e Cunha (2016, p. 1082) afirmam que:
A igualdade – um dos fundamentos básicos inerentes à própria noção 
de República (art., 1° da CF) e, portanto, do estado democrático de 
Direito, pois não é possível falar em dignidade da pessoa humana sem 
o respeito à igualdade e à liberdade – tratada neste inciso, vem a ser 
a relação de paridade, ou uniformidade, a relação de igualdade entre 
todas as pessoas para que possam usufruir as mesmas condições 
de ensino. Afinal, quando os homens se propuseram a formar uma 
república, fizeram-na desde que sob um Estado que outorgasse a 
si mesmo, por intermédio de uma Constituição, instituições que 
respeitassem a igualdade, vista como postulado básico à própria 
formação do regime republicano.
No que diz respeito à “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar 
o pensamento, a arte e o saber” (BRASIL, 1988), podemos observar que todos 
possuem o direito e a liberdade de fazer o que quiserem.
A palavra liberdade, em sentido amplo, vem a ser a ausência de 
constrangimento alheio, ou seja, é livre o homem que faz aquilo que 
quer e não o que o outrem determine que faça. O homem, segundo 
esse princípio, não deve sofrer nenhum tipo de constrangimento social 
quando estiver aprendendo, ensinando, pesquisando e divulgan-
do o seu pensamento, sua arte e o seu saber (MACHADO; CUNHA, 
2016, p. 1083).
É importante ressaltar que o princípio da liberdade está relacionado ao princípio 
da legalidade, estabelecido no inciso II do art. 5° da CF (BRASIL, 1988):
Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direto à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I- homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos 
termos desta Constituição;
II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa 
senão em virtude de lei; [...]
16
Cabe ressaltar que a liberdade aqui apregoada se trata de perceber que cabe ao 
cidadão ser livre de realizar ou não determinadas ações sem ser coagido em qualquer 
situação. Esta situação nos remete à posição do professor em sala de aula, ao ensinar é 
preciso que ele tenha liberdade de pensamento:
[...] para desenvolver modelos pedagógicos os quais se adaptem 
às necessidades de seus alunos, ou, até mesmo, ter liberdade para 
reconhecer que muitas vezes ensinar é levar o aluno a aprender por 
si só, como é o caso do professor orientador, ou maiêutico, para 
relembrarmos Sócrates (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1083).
Ainda cabe ressaltar que o professor possui a responsabilidade de buscar o 
conhecimento e instigar a pesquisa, conseguindo assim o aprimoramento dos trabalhos 
desenvolvidos na escola com os alunos. Transformando as aulas em momentos de 
criatividade, descoberta e de instigar a curiosidade do aluno. Para tanto o professor 
necessita ter vontade e competência pedagógica.
Com relação ao pluralismo de ideias, de concepções pedagógicas e 
coexistência de instituições públicas e privadas de ensino (BRASIL, 1988),
podemos compreender que vivemos rodeados por diversas maneiras 
de ver, ouvir, pensar, dando possibilidades infinitas de construirmos e 
conhecermos novas culturas e elaborarmos novos pensamentos. O res-
peito às diferenças nos leva a compreender que a educação não pode 
ser vista de maneira homogênea, dentro de uma sala de aula estão pre-
sentes diversas culturas, ninguém é igual a ninguém. Aí é que reside 
a beleza da construção do ensino. Conforme este inciso, que trata do 
pluralismo de ideias, Machado e Cunha (2016, p. 1084) afirmam que:
Os seres que formam o mundo são diversos, individuais, diferentes, 
múltiplos, heterogêneos e, assim sendo, jamais poderão ser 
considerados dentro de uma realidade absoluta. As pessoas 
pensam de maneiras diferentes. O ensino não pode ser pautado 
em ideias homogêneas, em concepções pedagógicas únicas 
e absolutas, pois estaríamos diante de um empobrecimento 
cultural e intelectual. Ademais, ao professor é preciso liberdade de 
aprender, ensinar, pesquisar e divulgar seu pensamento para que 
lhe seja possível a criação de estratégias pedagógicas as quais 
se amoldem às necessidades dos alunos.
Acreditamos que você, acadêmico, tenha percebido que a presença da 
liberdade leva tanto as instituições públicas como privadas a construir dentro 
das escolas o respeito às ideias do outro e a noção também de igualdade. Assim, 
conseguimos construir os valores de democracia social que são representados 
pelo pluralismo de ideias e pelas concepções pedagógicas (MACHADO; CUNHA, 2016).
No inciso IV do art. 206, que trata da gratuidade do ensino público em 
estabelecimentos oficiais, podemos compreender que o Estado está proibido de 
realizar qualquer cobrança de valores relacionados à oferta da educação escolar básica. 
Ressaltamos que a escola pública é uma instituição que todo e qualquer indivíduo 
17
poderá se matricular independentemente de classe social, religião ou raça. Estas 
instituições são mantidas pelo Poder Público “por intermédio da gestão de recursos 
públicos” (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1084).
As escolas públicas são escolas pagas com os impostos cobrados 
da população, mas não são privadas, isto é, não visam ao lucro, 
mas a atender uma demanda social. O direito ao ensino público e 
gratuito não foi afastado daqueles que podem pagar pela prestação 
de serviços educacionais, pois se de outra forma ocorresse seria 
discriminação, mas aqueles que podem pagar pelo ensino têm 
recebido uma educação de melhor qualidade, já que o Estado tem 
se afastado de sua obrigação de empreender ações capazes de 
ampliar tanto o oferecimento como a qualidade da educação escolar, 
nos termos constitucionalmente estabelecidos (MACHADO; CUNHA, 
2016, p. 1084-1085).
Caro acadêmico, vamos tratar agora de outro inciso de relevante significado a cada 
um de nós, estamos falando do inciso V, que trata “da valorização dos profissionais 
da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso 
exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas” 
(BRASIL, 1988). Conforme consta na Constituição Federal, este inciso foi modificado na 
data de 19 de dezembro de 2006, através da Emenda Constitucional n° 53.
Esta nova redação, dentre outras já ocorridas, “demonstra que o legislador não 
sabe como valorizar o profissional do ensino” (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1085).
A nova redação do inciso substitui a expressão ‘profissionais do 
ensino’ por ‘profissionais da educação’, que possui um sentido 
mais amplo, já que não só trata do magistério, mas de todos os 
profissionais de educação escolar pública. O novo texto também 
prevê que a valorização se aplica aos profissionais do ensino privado, 
mesmo que as garantias especificadas não os alcancem. Além 
disso, pela leitura do inciso sob comento, todos esses profissionais 
deverão contar com remuneração condigna aos objetivos de sua 
profissão, bem como condições adequadas de trabalho (MACHADO; 
CUNHA, 2016, p. 1085).
Ressalta-se, ainda, que cada estado da federação possui sua legislação relativa 
aos profissionais do magistério, mas que devem ser respeitadas todas as leis previstas 
na Constituição Federal.
No que tange ao inciso VI, que trata da “gestão democrática do ensino 
público, na forma da lei” (BRASIL, 1988), este inciso tem o objetivo de demonstrar a cada 
cidadão que o conceito de democracia implica “um processo de convivência social em que 
o poder emana do povo e é por eleexercido direta ou indiretamente em seu próprio proveito” 
(MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1085).
18
O princípio democrático é aquele que assegura aos cidadãos o ple-
no direito de participação nas tomadas de decisão, e essas noções 
devem ser difundidas no ensino público e permear o cotidiano dos 
educandos. A adoção desse princípio pode significar a introdução de 
eleições diretas para reitores e todas as demais autoridades universi-
tárias, assim como a participação paritária de estudantes, funcioná-
rios e professores em órgãos colegiados, configurando a participação 
de todos na questão educacional (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1085).
Cabe ressaltar ainda que, conforme apresentado anteriormente, cada estado, em 
sua organização, pode apresentar em sua proposta curricular elementos que configurem 
a possibilidade de existirem eleições diretas para diretor das unidades escolares, dando 
assim, maior abertura democrática no espaço escolar.
Continuando nosso estudo, chegamos ao inciso VIII, que trata do “piso salarial 
profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos 
termos de lei federal” (BRASIL, 1988). Este inciso também foi acrescentado pela 
Ementa Constitucional n° 53, de 19 de dezembro de 2006.
Este inciso tem o intuito de diminuir as desigualdades salariais dos profissionais 
da educação existentes entre os estados da federação. Conforme Machado e Cunha 
(2016, p. 1086), “este novo inciso, em verdade, quer assegurar o caráter nacional do piso 
salarial dos profissionais da educação. Tal previsão, que pelo caráter peremptório do 
texto, revela ser um princípio e demonstra uma conquista dos profissionais da educação”.
Chegamos ao parágrafo único do art. 206, no qual “a lei disporá sobre as cate-
gorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e sobre 
a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no 
âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios” (BRASIL, 1988).
Este parágrafo foi acrescentado pela Emenda Constitucional n° 53, de 19 de 
dezembro de 2006, e conforme Machado e Cunha (2016, p. 1087), “este parágrafo deve ser 
regulamentado por lei federal e prevê as categorias de trabalhadores profissionais que 
atuam na educação básica e a definição dos valores de seus pisos salariais e de seus 
respectivos planos de carreira”.
Quando tratamos dos planos de carreira, é necessário compreender que eles 
“são um instrumento de gestão que objetiva o desenvolvimento dos profissionais da 
educação das instituições de ensino vinculadas ao MEC – são fundamentais para que a 
atividade educacional não se torne apenas um ganho avulso ou uma tarefa ocasional” 
(MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1087).
Ainda tratando da Seção I, vamos nos ater ao artigo 207, que assim trata:
“Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-pedagógica, 
administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão aos princípios 
de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão” (BRASIL, 1988). Neste 
19
artigo apresentam-se questões relativas à autonomia, palavra que denota a liberdade 
de trabalho em todos os âmbitos universitários. Cabe aqui uma ressalva, antes da 
Constituição de 1988, as universidades, em nosso país:
[...] surgiram por iniciativa do poder do Estado e por muito tempo 
estiveram sob sua ingerência, principalmente durante a Ditadura 
Militar de 1964 ao início dos anos 1970, para atender objetivos 
estratégicos dos militares, o que nos faz concluir que as universidades 
eram muito mais estatais que públicas, já que nesse período houve 
um êxodo de profissionais do ensino por razões de perseguição 
política, principalmente dos que quiseram manter autonomia de sua 
cátedra (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1087).
Mesmo depois desse caminho percorrido pelas universidades, após a Ditadura 
Militar, com a Constituição de 1988 se definiu a autonomia universitária, mas as universidades 
continuam se compondo como uma extensão administrativa do poder estatal “posto que 
a natureza pública dos seus serviços exige alguma forma de controle e avaliação por 
parte do Estado e da sociedade mesmo que isso não signifique ingerência” (MACHADO; 
CUNHA, 2016, p. 1087).
No que tange à autonomia didático-científica, administrativa e 
patrimonial, Machado e Cunha (2016, p. 1087, grifos do original) afirmam que:
A autonomia didático-pedagógica de que trata o artigo vem a ser a 
liberdade que as universidades devem ter de definir currículos; 
abrir e fechar cursos, tanto de graduação como de pós-graduação 
e de extensão; e definir suas linhas prioritárias e mecanismos de 
financiamento da pesquisa, de acordo com as regras internas. 
Portanto, diz respeito à possibilidade de as universidades conduzirem 
sem restrições as atividades de ensino e aprendizado. Quanto à 
autonomia administrativa, as universidades poderão se organizar 
internamente, da maneira que melhor lhes convier, com estatutos 
próprios e, também, organização de planos de carreira para o 
magistério público nas universidades federais (art. 206, V, da CF), 
enfim, trata-se da possibilidade de autogovernar-se. Já em relação 
à autonomia de gestão financeira e patrimonial, refere-se à dotação 
orçamentária e à plena liberdade de remanejamento de recursos. 
A autonomia patrimonial está vinculada à ideia de constituição de 
patrimônio próprio, liberdade para obtenção de rendas de vários tipos 
e utilização de tais recursos da forma que convier às universidades. O 
encaminhamento da autonomia universitária deve se dar com base 
na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, já que esses 
três itens se complementam.
Diante do exposto, podemos determinar que as universidades, mesmo 
possuindo sua autonomia, devem se manter ligadas ao MEC – Ministério da Educação, 
e à Constituição Federal, como também à LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 
a qual será estudada na próxima unidade.
Mesmo possuindo autonomia, toda e qualquer autarquia pública necessita do 
controle e da avaliação de seus serviços, da sociedade e do Estado.
20
Dá-se, ainda, às universidades o direito de admitir professores, 
técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei, apresentado no 
parágrafo 1°, o qual foi acrescentado pela Ementa Constitucional n° 
11, de 30 de abril de 1996. Neste parágrafo ainda se encontra atrelado 
o parágrafo 2° que prevê também a pesquisa científica e tecnológica 
federais (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1088).
Caro acadêmico, você talvez venha a se questionar: para que eu preciso saber 
destes artigos, parágrafos e incisos? Independentemente de sua licenciatura, necessita 
sim ter o conhecimento das leis, as quais regem nosso trabalho e vida profissional. 
Nada é demais. Saber das leis demonstra que estamos cada vez mais preparados para 
caminhar neste espaço chamado educação.
Passaremos a tratar do artigo 208, onde se encontram os deveres que o Estado 
possui com a educação escolar pública. Dedicaremos uma atenção especial a este arti-
go, pois trata de questões relativas à obrigatoriedade e gratuidade da educação básica.
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante 
a garantia de:
I- educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 
(dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta 
gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade 
própria;
II- progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III- atendimento educacional especializado aos portadores de 
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV- educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 
(cinco) anos de idade;
V- acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da 
criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI- oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do 
educando;
VII- atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, 
por meio de programas suplementares de material didático escolar, 
transporte, alimentação e assistência à saúde (BRASIL,1988).
Observa-se que nesse artigo se encontra o conteúdo relativo aos deveres do 
Estado para com a população brasileira, que é de prestar educação escolar pública de 
qualidade e gratuita.
Quando tratamos da educação básica estamos nos referindo ao nível de ensino 
que abrange os primeiros anos de educação formal, que corresponde ao direito de 
todos os brasileiros à formação comum necessária ao exercício de cidadania e a sua 
qualificação para o trabalho e a continuidade de seus estudos.
Outro fator a ser ressaltado é que para existir este movimento possuímos dois 
documentos principais que abarcam a educação básica, que são: a Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional – LDB, Lei n° 9.394 de 20.12.1996, e o Plano Nacional 
de Educação – PNE, Lei n° 10.172/2001, ambos regidos pela Constituição da República 
Federativa do Brasil. Conforme Abrão (2016, p. 1089):
21
De acordo com a Classificação Internacional Normatizadora da 
Educação (International Standard Classification of Education – Isced), 
a educação básica inclui: (1) a educação primária, ou seja, o primeiro 
estágio da educação básica, correspondente à aprendizagem básica 
da leitura, da escrita e das operações matemáticas simples; e (2) o 
ensino secundário inferior, isto é, o segundo estágio do processo de 
escolarização, correspondente à consolidação da leitura e da escrita 
e às aprendizagens básicas na área da língua materna, história e 
compreensão do meio social e natural envolvente.
No que diz respeito a questões relativas ao sistema educativo brasileiro e de pa-
íses em desenvolvimento, Abrão (2016, p. 1089) apresenta que: “Alguns sistemas edu-
cativos, em particular os de países em desenvolvimento, incluem na educação básica a 
educação pré-escolar e os programas de ensino de segunda oportunidade destinada à 
alfabetização de adultos”. Neste caso encontramos a EJA (Educação de Jovens e Adul-
tos), programa que auxilia na alfabetização de jovens e adultos em nosso país.
Podemos ainda dizer que o Plano Nacional de Educação – PNE desenvolvido no 
Brasil, contempla como educação básica a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o 
Ensino Médio. Abrão (2016, p. 1089) ressalta que:
[...] a educação Infantil compreende a faixa etária de 0 a 6 anos, po-
rém, em nosso país há tratamento diferenciado entre as faixas etá-
rias de 0 a 3 anos e de 4 a 6 anos para a pré-escola; além disso as 
creches deverão adotar objetivos educacionais, transformando-se 
em instituições de educação, segundo as Diretrizes Curriculares Na-
cionais emanadas do Conselho Nacional de Educação. Essa determi-
nação segue a melhor pedagogia, pois é nessa idade, precisamente, 
que os estímulos educativos têm maior poder de influência sobre a 
formação da personalidade e o desenvolvimento da criança. Trata-se 
de um tempo que não pode ser descurado ou mal orientado.
Frente ao exposto, podemos perceber que para o PNE, este tema é 
sua “menina dos olhos”, pois a formação da criança ocorre desde os primeiros 
momentos de sua vida, e quando entra na educação formal, os profissionais 
da educação devem organizar-se determinando objetivos que auxiliem no 
desenvolvimento global da criança, possibilitando uma sequência educativa 
de qualidade.
Importante saber, caro acadêmico, que a Emenda Constitucional n° 59/2009 
estabeleceu duas diretrizes com relação à educação básica, assim apresentadas por 
Abrão (2016, p. 1089): “[...] é dever do Estado prestá-la; e é obrigatória e gratuita dos 4 
(quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para 
todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria”.
Cabe ressaltar que os estrangeiros, como os brasileiros, possuem o direito à 
gratuidade na educação básica, que estejam na idade própria (7 a 14 anos). Os pais ou 
responsáveis pelas crianças poderão exigir isso do Estado, pois a educação básica é 
obrigatória, independente também da idade.
22
No que diz respeito ao inciso II, que trata da progressiva universalização do en-
sino médio gratuito, podemos determinar que este dá a possibilidade de continuidade 
dos estudos de maneira gratuita aos adolescentes. Conforme Abrão (2016, p. 1090):
[...] atendendo o princípio estabelecido no art. 206, I, do texto Maior, o 
qual prevê ‘a igualdade de condições ao acesso e permanência na es-
cola’. Entretanto, estabeleceu o constituinte com tal inciso que o Esta-
do não deve ficar inerte em relação ao prosseguimento do ensino dos 
educandos [...] e deverá construir escolas e oferecer condições neces-
sárias para atender o maior número possível de educandos no ensino 
médio, sempre considerando a realidade de cada ente federado.
Já no inciso III, se apresenta como dever do Estado o “atendimento 
educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na 
rede regular de ensino” (BRASIL, 1988). Ressaltamos que mesmo possuindo todos estes 
direitos com as leis, cabe ao estado dar condições tanto pedagógicas como físicas para 
que os profissionais da educação e as crianças a serem atendidas possuam condições 
dignas de trabalho e de permanência nos espaços escolares. Independentemente de 
ser escola pública ou privada, a educação precisa ser desenvolvida e as crianças muito 
bem recebidas, conseguindo assim, avanços educacionais.
Conforme a Constituição, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o Conselho 
Nacional de Educação por meio do parecer CNE/CEB n° 17/2001 e da Resolução CNE/CEB 
n° 2/2001, ditou aos sistemas de ensino, seja ele privado ou público, a responsabilidade 
de matricular todas as crianças com necessidades educacionais especiais.
Em seu art. 5°, essa Resolução prescreveu o conteúdo da expressão 
‘educando com necessidades educacionais especiais’, como sendo 
os alunos que, durante o processo educacional apresentarem: 
I – dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no 
processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento 
das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos: a) 
aquele não vinculado a uma causa orgânica específica; b) aqueles 
relacionados a condições, disfunções, limitações ou deficiências; II – 
dificuldades de comunicação e sinalização de linguagens e códigos 
aplicáveis; III – altas habilidades/ superdotação, grande facilidade 
de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente conceitos, 
procedimentos e atitudes (ABRÃO, 2016, p. 1091).
O educando possui o direito de se matricular e frequentar a escola, 
independentemente de ser pública ou privada, e sempre lembrando da necessidade de a escola 
possuir uma estrutura adequada para o receber, e perceber que independentemente 
de seu problema, é importante a sua permanência e convívio saudável na escola. 
Cabe ressaltar que o entendimento, com relação ao “educando com necessidades 
educacionais especiais”, como se apresenta no art. 5°, trata não só dos educandos com 
dificuldades físicas ou intelectuais elevadas, mas sim, de todos que de uma maneira ou 
outra possuem alguma dificuldade educativa de compreensão ou socialização.
23
O inciso IV trata da garantia de educação infantil, em creche e pré-escola, 
às crianças até 5 (cinco) anos de idade, observamos que ocorreu uma nova redação, 
ficando assim, apresentada nas palavras de Abrão (2016, p. 1091):
O texto deste inciso, alterado pela EC n. 53/2006, incorpora a 
educação infantil como dever do Estado brasileiro. A prescrição sob 
comentário, em verdade, adéqua seu texto da Lei n. 11.274/2006 
– que alterou alguns dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação -, já que inclui as crianças de seis anos de idade no ensino 
fundamental obrigatório com duração de nove anos.
Com relação a esse inciso, podemos perceber que as crianças que completam seis 
anos no ano letivo deverão ser matriculadas no Ensino Fundamental, dando continuidade 
ao processo educacional voltado à alfabetização e letramento.
FIGURA 1 – ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
FONTE: <http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2012/04/o-processo-de-alfabetizacao-
-na-historia.html>.Acesso em: 19 set. 2016.
Caro acadêmico, ao tratarmos do assunto alfabetização e letramento, 
indagamos: o que é alfabetização e letramento? São sinônimos?
Vamos refletir sobre isso, pois é de extrema importância buscarmos esse 
entendimento. Quando falamos em alfabetização e letramento, estamos tratando do que 
nos é apresentado no PNAIC – Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa.
24
FIGURA 2 – CONCEITO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
FONTE: <http://pt.slideshare.net/CamilaRibeiro35/alfabetizaao-e-letramento-pnaic>. 
Acesso em: 25 jul. 2016.
Podemos perceber que o alfabetizar e letrar se confundem, estão interligados, 
de acordo com Magda Soares (1998, p. 47): “Alfabetizar e letrar são duas ações distintas, 
mas são inseparáveis, ao contrário, o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a 
ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o 
indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo alfabetizado e letrado”.
Letramento:
• conjunto de conhecimentos, 
atitudes e capacidades neces-
sários para usar a escrita em 
práticas sociais
Alfabetização: 
• Domínio do sistema alfa-
bético-ortográfico;
• relação entre pauta sono-
ra e as letras 
O slide da figura anterior e os demais que o compõe, são de Camila Ribeiro, 
pedagoga da Prefeitura Municipal de Araucária, e se encontram na íntegra 
no link: <https://bit.ly/3vYR8QZ>.
DICAS
Com este entendimento sobre alfabetização e letramento, podemos perceber que 
todo educando necessita dos profissionais da educação comprometidos e que o Estado dê 
a estes profissionais condições de aprimoramento e entendimento.
No que diz respeito ao inciso “V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, 
da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”; e ao inciso 
“VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando” 
(BRASIL, 1988); observamos que a cada indivíduo é dado o direito de participar ou 
acessar a universidade, a pesquisa, que muito se fala na atualidade, como uma das 
25
necessidades mais presentes na esfera educacional e das criações artísticas. Conforme 
Abrão (2016, p. 1091-1092): “[...] tal direito será conferido àqueles que demonstram 
capacidade de acordo com os mecanismos de aferição que lhes forem impostos”.
Já o inciso VI, apresentado anteriormente, denota que o Estado tem o dever 
de criar ações que atendam à igualdade de condições para o acesso e permanência 
do educando na escola, “oferecendo a ele o ensino noturno regular adequado as suas 
condições, já que, normalmente, os cursos noturnos são procurados por pessoas com 
mais idade, as quais trabalham durante o dia e necessitam estudar à noite” (ABRÃO, 
2016, p. 1092).
E, por último, o inciso VII, que trata do “atendimento ao educando, em todas 
as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material 
didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde”. Este inciso trata 
do que anteriormente comentamos, de nada adianta mantermos os educandos em sala 
de aula, lhes dando o direito à matrícula, gratuidade do ensino, se não lhes são dadas 
condições físicas e pedagógicas para tanto. Como assim? Da seguinte forma, conforme 
nos prescreve Abrão (2016, p. 1092):
Esse preceito constitucional é de suma importância, pois não basta 
garantir o direito ao ensino público gratuito, porque por si só ele não 
se efetiva. São necessários programas suplementares para que seja 
possível manter um estudante na escola. Diante da miserabilidade de 
parcela significativa da população brasileira, os programas de oferta 
de material escolar, transporte, saúde e alimentação não podem se 
dissociar do direito à educação, porque se de outra forma ocorresse, 
este último não se realizaria.
A autora ainda nos apresenta de maneira bem clara:
Um aluno com fome não consegue assimilar as lições de seu profes-
sor, sem saúde, não consegue estudar, sem transporte não chega à 
escola e sem material não acompanha a lição. Desse modo, para que 
o ensino seja ministrado, não basta o princípio da igualdade de con-
dições ao acesso e permanência na escola, o Estado deverá ser cha-
mado a dar condições concretas e efetivas para viabilizar esse prin-
cípio. Para tanto, o constituinte atribui ao estado o dever de promover 
ações, e, todas as etapas da educação básica, para garantir de forma 
suplementar o material didático-escolar, o transporte, a alimentação 
e a assistência à saúde dos educandos. Mas deixemos bem claro que 
a atuação do Estado, por meio de programas para promoção dessas 
ações, é suplementar, pois deverá atingir somente os educandos que 
não tenham condições de se autossustentar (ABRÃO, 2016, p. 1092).
Nas próximas unidades trataremos dos programas que o Estado promove para 
auxiliar no desenvolvimento e melhoria da vida educacional dos educandos.
Caro acadêmico, parece um pouco cansativo este processo de estudo, mas 
saiba que é necessário para sua formação, enquanto profissional da educação. Desta 
forma, vamos dar continuidade, agora apresentando outro artigo.
26
Art. 209 – O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes 
condições” (BRASIL, 1988):
I- cumprimento das normas gerais da educação nacional: as 
escolas privadas poderão exercer o ensino, mas deverão seguir 
as regras previstas nos documentos oficiais como a LDB – Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação, o PNE – Plano Nacional de 
Educação, dentre outros documentos relacionados à educação.
II- autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público: 
quanto ao direito de abertura de escolas privadas, cabe e é dado 
o direito ao Poder Público de sancionar, liberar, autorizar a aber-
tura destas instituições privadas e verificar se elas atendem ao 
que é prerrogativa de melhoria na qualidade educacional dos 
educandos. Cabe também ao Poder Público realizar avaliações, 
em que ele “poderá revogar a autorização caso verifique que ati-
tudes contrárias ao interesse social, como ensino de baixa quali-
dade e preços de mensalidades extorsivos, estão sendo pratica-
dos” (ABRÃO, 2016, p. 1095).
O artigo 210, trata de uma temática de extrema importância, que assim se apre-
senta: “Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de manei-
ra a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e ar-
tísticos, nacionais e regionais” (BRASIL, 1988). Este artigo demonstra um respeito e 
cuidado com relação ao pluralismo cultural. Conforme Abrão (2016, p. 1095), “o pluralis-
mo representa hoje uma necessidade, pois a história nos mostrou a tragicidade das ten-
tativas de uniformização e hegemonização culturais, raciais, ideológicas, religiosas etc.”
Cabe ressaltar ainda que na formulação deste artigo se observa o cuidado e 
abertura para considerar o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, pois a 
escola é um espaço de democracia, a qual de forma alguma poderá deixar de respeitar 
as diferenças culturais aí existentes e reconhecer as diferenças regionais e sociais exis-
tentes neste nosso imenso país.
FIGURA 3 – PLURALISMO CULTURAL
FONTE: <http://twixar.me/9YYm>. Acesso em: 10 jul. 2021.
27
Segundo Abrão (2016, p. 1095), “[...] constitui um dos objetivos fundamentais 
da República Federativa do Brasil a promoção do bem de todos, sem preconceito de 
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Entendemos 
que a escola é um ambiente próprio para a efetividade e o respeito a esses preceitos”.
Continuando, sobre os artigos relativos à educação, apresentamos o “Art. 211 
– A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime 
de colaboração seus sistemas de ensino” (BRASIL, 1988).
Observe, acadêmico, que este artigo trata da competência de cada membro 
federado no sistema educacional.
Ao falar sobre competência é necessário esclarecer que o Brasil é um 
Estado Federal e o constituinte, no art. 1°, configurou sua formação 
da seguinte maneira: União, Estados-membros, Distrito Federal 
e Municípios. As características

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