Sistemas de Produção de Coelhos

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ANA LUISA ARRABAL DE ALMEIDA – ZOO212 
-“O sistema de produção pode ser 
entendido como o conjunto de 
características de infraestruturas e de 
manejo adotadas por uma granja”. 
-Conjunto de características de 
infraestrutura e manejo diferenciam 
muito quando se trata de corte ou 
criação de animal para pet. Ou seja, se 
a estrutura modifica, o trato diário e 
manejo também modificam, além dos 
custos de produção. 
-Sistema de produção para corte pode 
ser dividido em dois: 
• Industrial (galpões): mais 
tecnificados. 
• Alternativos: são mais 
simplificados. 
Obs.: a cunicultura não é exatamente 
um setor desenvolvido no Brasil, apesar 
do seu potencial. Por não requerer 
tanto espaço quanto os outros animais 
de produção, é de fácil adaptação a 
grandes e pequenos produtores. 
-Número efetivo de matrizes classifica a 
criação de coelhos como caseira, 
pequeno, médio e grande porte. 
• Caseiras: até 20 matrizes; 
• Pequeno porte: entre 20 e 100 
matrizes; 
• Médio porte: entre 100 e 400 
matrizes; 
• Grande porte: acima de 400 
matrizes. 
-No Brasil, não há muitos produtores de 
grande porte. São principalmente 
caseiros e de pequeno porte. Toda 
cadeia de produção animal necessita 
ser estruturada, ou seja, não somente 
produzir o animal, mas também 
possibilitar o escoamento da produção 
– transporte, abate, distribuição etc. 
Não há abatedouros específicos de 
coelhos no Brasil e o pequeno produtor 
não consegue colocar o produto no 
mercado de forma legal (com selo de 
inspeção). 
 
-Sobre o sistema industrial em galpões, 
alguns pontos são importantes: 
-Geralmente se adapta a todos os 
tamanhos de cunicultura. 
-Gaiolas de arame galvanizado. 
-Os galpões não podem ser 
fechados lateralmente devido à 
circulação de ar, a qual é importante 
para a termorregulação do animal. A 
morfologia do coelho mostra que não é 
um animal de clima tropical, e sim 
temperado. Suas orelhas 
vascularizadas tem função de troca de 
calor com o ambiente e esse, quando 
quente, dificulta seu crescimento. Não 
somente a questão térmica, como 
também uma questão sanitária: 
compostos nitrogenados produzidos 
podem ser tóxicos para as vias aéreas 
do animal. 
-Facilita o arraçoamento (ato de 
dar ração), limpeza e desinfecção. 
-Coelhas podem ter até 6 partos 
por ano, com cerca de 6-8 coelhos por 
parto. 
-Ração balanceada é oferecida. 
 
-Arejamento lateral. A altura do galpão 
(pé direito) baixa pode ter troca de 
calor mais intensa entre o telhado e os 
animais – a altura ideal é entre 2,8 m e 
3 metros a depender do número de 
animais ou tamanho da produção. 
-Telha: as de barro são boas em termos 
de impedir um superaquecimento do 
local. 
-Arborização: permite quebra da 
ventilação que pode ser prejudicial. As 
plantas também podem ser utilizadas 
para a alimentação dos animais. 
 
Sistema industrial geralmente 
praticada em galpões. Pé direito por 
volta de 3 metros. 
 
Sistema de produção com telhas de 
barro. 
 
Arborização (corta-vento) e ventilação 
presentes. 
 
Várias unidades de galpões industriais. 
Quanto maior a produção, maior o 
espaçamento entre eles para evitar o 
contato de compostos nitrogenados. 
-O sistema industrial também tem 
outras questões – instalações 
complementares: 
• Pedilúvio: estrutura feita para 
melhorar a questão de problemas 
relacionados a doenças. 
Pedilúvios são recipientes 
geralmente instalados em 
corredores de entrada e saída de 
um local, contendo uma solução 
desinfetante. 
 
• Fossa: importante porque 
eventualmente há mortalidade e 
as carcaças necessitam de um 
destino. 
• Quarentenário: é um local 
destinado à quarentena de 
animais. O uso de quarentenário é 
importante para evitar 
transporte de doenças ao 
transportar animais de outras 
cuniculturas. Além disso, evitar a 
consanguinidade ocasionada 
pela alta prolificidade das 
fêmeas. 
• Depósito de ração. 
 
-Gaiolas de arame galvanizado foram 
concebidos com a condição dos animais 
serem mantidos durante toda a vida. Ou 
seja, não há mudança de localização do 
animal, isso porque eles não conseguem 
se adaptar bem a mudanças e o índice 
zootécnico de crescimento cai. 
-Comedouros podem ser de dois tipos: 
• Semi-automático: alguns possuem 
divisória no meio para evitar 
brigas entre os animais; 
• Fundo furado: os furos permitem 
com que o farelo originado no 
transporte da ração peletizada 
seja removido sem que o animal 
aspire. 
 
-Comedouros que permitem a entrada 
do animal não são recomendados, visto 
que ele pode defecar dentro da comida. 
-Coelhos tem o hábito de roer, 
apesar de não serem classificados como 
roedores. 
-Porta feno ou forragem: também se 
alimentam de matéria fibrosa, sendo 
feno ou alguma outra. 
 
-O consumo de alimentos não secos 
(cenoura, folha de alface) não é 
interessante para animais de produção, 
visto que pode causar diarreia. É 
diferente do animal pet, onde sua 
criação tem em vista o agrado do 
animal. 
-Bebedouro: 
• Nipple: 
economia 
de água. 
É importante para não causar um 
excesso de ingestão de água. 
-Ninhos: pode ter formatos diferentes. 
 
-Repousa patas: coelhos dedicados à 
produção de carne são mais pesados. 
Uma estrutura gradeada pode causar 
lesões nas suas patas e esse 
equipamento é importante para evitar 
isso. 
 
-Teoricamente, as gaiolas dispostas em 
bateria produziriam mais. Porém, tem 
problemas com o controle de urina e 
fezes dos animais, já que o chão precisa 
ser gradeado. 
 
Gaiolas dispostas em Flat-Deck. 
 
Gaiolas dispostas no sistema 
californiano. 
 
Gaiolas dispostas em bateria. 
-É importante levar em consideração o 
objetivo da produção para a escolha do 
posicionamento das gaiolas. 
-No sistema californiano e no Flat-Deck, 
há uma estrutura para recebimento de 
fezes. 
-A estrutura para recebimento de fezes 
é feita colocando carvão e areia. Isso é 
feito para diminuir a concentração de 
amônia no local – carvão retém o 
nitrogênio do ambiente, melhorando a 
qualidade do ar. A areia tem função de 
absorver a parte líquida da urina. Essa 
estrutura recebe o dejeto dos animais 
(75 dias). 
 
 
-Após os 75 dias, é interessante 
recolher os dejetos dos animais e 
realizar a higienização das gaiolas. É 
necessário utilizar ferramentas que 
diminuam a carga bacteriana do local. 
 
Piso de cimento, com declive lateral, 
com duas valas para escoar os líquidos. 
-A higienização das ninheiras é feita 
relativamente da mesma forma. 
 
 
-O lança chamas faz parte da limpeza 
do local, além de queimar o excesso de 
pelo. 
-Teoricamente mais baratos em que não 
requer investimento em infraestrutura 
como o sistema industrial. 
-Por ser mais simples, o produtor não 
faz um alto investimento e pode servir 
como complemento da renda e 
agricultura familiar. 
-Em alguns desses sistemas 
alternativos, os coelhos são criados 
soltos e, teoricamente, com um bem-
estar mais adequado. 
-Em gaiolas improvisadas, pode-se 
utilizar materiais mais variados: tela, 
madeira ripada, bambu, PVC etc. A vida 
útil pode ser menor pelo hábito dos 
coelhos de roer. 
 
Abrigo construído com ripas, telas, 
telhas de fibrocimento e equipamentos 
alternativos, utilizado em sistema de 
agricultura familiar. 
-Baias coletivas: animais são criados 
mais soltos, semelhante a granja de 
aves. 
 
• 20 a 50 animais por baia; 
• Apenas para animais em 
crescimento; 
• Animais adultos haveria 
descontrole da reprodução; 
• Controle sanitário deve ser 
redobrado; 
• Cama absorvente; 
• Apenas dois bebedouros por 20 
animais; 
• Os mesmos equipamentos de 
alimentação de aves pode ser 
utilizado; 
• Maravalha (cama) poderá ficar 
por 30 dias (manejo). 
• Pode ocorrer falta de 
padronização na produção. 
-Vantagens: 
• Agilidade no arraçoamento; 
• Calos nas patas não ocorre; 
• Redução do odor. 
-Desvantagens:• Brigas entre os animais são 
frequentes; 
• Heterogeneidade no peso; 
• Pelagem suja. 
 
 
-Gaiolas ao ar livre: criações caseiras. 
Necessita de cuidado e atenção em 
relação à chuvas. 
 
-Módulos tipo cabana: não há tantos 
gastos com alvenaria. A estrutura da 
telha pode ficar próxima dos animais, 
necessitando atenção para o 
superaquecimento. Em contrapartida, 
ocorre geração de um túnel para boa 
circulação do ar. 
 
-Piquetes: índice zootécnico pior por 
falta de controle. O animal pode comer 
qualquer tipo de coisa disponível. 
Necessita de cuidado para problemas 
relacionados a outros animais, como 
cachorros. 
-Raça Nova Zelândia é a mais utilizada 
para produção de corte. As variedades 
de pelagem incluem preta, vermelho e 
branca. Pesam por volta de 2 kg no 
momento de abate, não sendo gigantes 
nem pequenos (porte médio). A 
conversão pode chegar até 4, 
dependendo do sistema. 
 -Coelho califórnia: também 
utilizado para produção de carne. É 
originado do cruzamento de 3 raças 
(Himalaio - Nova Zelândia - Chinchila). 
 -Chinchila: tem pelagem 
interessante para indústria de 
confecção de roupas e acessórios. 
 
-Não podem ficar soltos na maior parte 
do tempo (roem móveis, comem plantas 
ornamentais etc.). 
-Urinam e defecam em lugar 
inapropriado. 
-Gaiolas tradicionais levam os animais 
ao ócio. 
 
-“Gaiolas inteligentes”: área e 
enriquecimentos ambientais, bandeja 
coletora de fezes. 
-Raças: 
• Mini rex; 
• Mini angorá; 
• Mini lion.