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ESTADO DO RIO DE JANEIRO PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BONITO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA DEPARTAMENTO DE INCLUSÃO / DEPARTAMENTO DE ENSINO CURSOS NA ÁREA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA C. A. E. E. – NEYDE NAYDE MANSUR TRABALHO PESSOAL – 2º encontro Nome: Fernanda Lessa Flores Rodrigues. Data: 01/09/2021 QUAL ESCOLA TEMOS? QUAL QUEREMOS? Escreva abaixo, relatando sobre a inclusão na instituição que trabalha ou que tenha acesso. Traga para o próximo encontro uma ilustração que represente o seu registro. Vou falar de uma escola que é referência para o município de Rio Bonito: Colégio Municipal Maurício Kopke. Já tive a oportunidade de estagiar, tanto na sala de recursos, pelo curso de Deficiência intelectual, quanto em turma de ensino fundamental II com a disciplina de Matemática, também já fiz os cursos na área da inclusão, que antes da pandemia aconteciam de forma presencial utilizando o espaço do colégio, acompanhei como intérprete um surdo que fazia estágio nas turmas de EJA, trabalhei por algum tempo como intérprete de Libras na turma de 8º ano e por minha mãe trabalhar lá, passei algumas vezes e pude observar como era o funcionamento, estrutura, apoio pedagogico, apoio educaional e principalmente a inclusão. Apesar de aparentemente parecer ser o colégio perfeito, principalmente na acessibilidade por possuir rampa para o segundo andar, não é bem assim, a rampa não tem a inclinação adequada para cadeirantes, dificultando a autonomia, deslocamento e causando contrangimento, até se tiver um auxiliar para empurrar a cadeira de rodas, precisa ter muita força na hora da subida e muito cuidado na hora da descida, para que a cadeira não saia do controle e cause um acidente. Deixando o senso crítico um pouquinho de lado, vamos falar da parte boa, como disse no início: é o colégio modelo. Acredito que uma das coisas que fazem o colégio ganhar esse título por muitos é a localização, organização e especialmente a inclusão. Além de ter ótimos funcionários que fazem os projetos acontecerem, o colégio possui um espaço bilíngue, que foi naugurado no ano de 2019. Mesmo a instituição se destacando em muitas áreas da inclusão, vou focar na inclusão dos surdos, que é a área que mais me identifico. A Educação Bilíngue de surdos no Brasil esta amparada pela lei e é recomendada pelo Ministério da Educação (MEC), como sendo uma proposta valida e eficaz para ensino de duas línguas reconhecido pelo país: Libras e Língua Portuguesa, necessárias para a inclusão social e aprendizagem efetiva destes sujeitos. O decreto n° 5.626/05, que regulamenta a lei n° 10.436/2002 justifica a necessidade de mudança de paradigmas em relação à Educação de Surdos: Educação Bilíngue. Diante disso, foi visto a necessidade da implantação do Espaço Bilíngue no Colégio Municipal Maurício Kopke. E como ela tem sido referência no atendimento aos alunos com deficiência, surdos e por sua localização ser no centro da cidade de Rio Bonito, justificou a implementação do espaço na escola, baseiando-se nos documentos legais que amparam os alunos surdos que necessitam de apoio, estratégias e metodologias diferenciadas do público ouvinte. A Libras se aprende de forma natural quando o sujeito surdo é exposto em ambiente linguístico sinalizado. Porém, infelizmente a maioria dos surdos nasce em lares ouvintes que não é oferecido a Língua de Sinais e nenhum outro código de comunicação e isso é complexo e problemático para o desenvolvimento pedagógico e social da criança. Considerando que muitos estudantes surdos ao ingressarem na escola geralmente possuem pouco ou nenhum conhecimento de sua língua materna, torna-se praticamente impossível a alfabetização na Libras e na Língua Portuguesa escrita, tendo como consequência a aquisição de novas aprendizagens resultando em constantes e crescentes prejuízos no desenvolvimento do surdo. Em função dessa deficiência na alfabetização os estudantes surdos chegam às outras etapas da educação básica trazendo varias dificuldades, não apenas na língua portuguesa escrita, mas também no domínio da sua própria língua, desenvolvendo um processo que tem provocado no surdo, perdas irreversíveis nos aspectos cognitivos, sócio – afetivo, linguísticos, políticos, culturais e na aprendizagem. Os Surdos do Brasil tem o português como segunda língua, pois a sua primeira língua é a Libras. As escolas inclusivas já recebem os alunos Surdos e já tem uma noção disso, porém não sabem como fazer para que esses alunos aprendam a ler e escrever sem tomar como base a oralidade ou o principio do som. Percebendo que o fracasso do aluno Surdo se dá muitas vezes na forma como é conduzida a aprendizagem da leitura e escrita da Língua Portuguesa, considerando a prática pedagógica inadequada. O aluno está inserido na sala de aula, mas não é proporcionado o ensino como segunda língua e no final, quando o aluno precisar ser avaliado, suas respostas não vão corresponder às expectativas para o nível de escolaridade em que ele está. Pensando nessa problemática, o Espaço Bilíngue Libras/Língua Portuguesa, na cidade de Rio Bonito, dentro do colégio Maurício Kopke, atende esses alunos. O Espaço consiste no agrupamento e atendimento diário dos alunos surdos, ouvintes, CODAS (filhos ouvintes de pais surdos), deficientes auditivos do 1° ao 9° ano, que não tenham a fluência ou não foram alfabetizados na L1 – Libras, pois eles geralmente chegam à escola sem língua de instrução, no caso dos surdos: Libras (L1), em horário comum para que todos estejam juntos e desta forma fortalendo a cultura surda e inclusão. E para que chegue de forma adequada para cada surdo, o conteúdo aprendido em Libras é amparado pelo PEI (Plano de Ensino Individualizado). A sala é equipada e amparada pela escola e conta com o suporte do Departamento de Inclusão. Funcionando de forma satisfatória, na minha opnião isso sim é inclusão, pensar na necessidade de cada um de forma individualizada. Sou muito apaixonada por tudo isso e como registro deixarei essas imagens do dia da inauguração do Espaço Bilíngue, contando até com a presença do diretor do INES –. Instituto Nacional de Educação de Surdos.
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