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RÉPLICA - ALDILENE BARROSO CORDEIRO 1015661-27-2022-08-26-0003-1

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO 
JUIZADO CÍVEL DO FORO REGIONAL III DO JABAQUARA DA 
COMARCA DE SÃO PAULO/SP 
 
 
Processo No 1015661-27.2022.8.26.0003 
 
 
ALDILENE BARROSO CORDEIRO, devidamente qualificado nos autos em epígrafe 
ao qual contende com MOBLY S.A., também qualificado nos autos da AÇÃO 
INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS E MORAIS, por seus procuradores 
abaixo assinados, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, oferecer para os fins 
de direito, sua RÉPLICA A CONSTESTAÇÃO ora interposta, pelos motivos de fato e 
de direito a seguir elencados. 
 
DOS FATOS 
A autora comprou o sofá para acomodar sua família, pois as festas 
de final de ano estavam programadas na sua residência. 
Contudo, desde o recebimento o sofá apresentou inúmeros 
defeitos, estando descosturado, com a ferragem da estrutura solta e bastante frágil, 
conforme fotos do estado dele em anexo. 
Digníssimo (a) juiz (a), o demandante, em sua BOA FÉ, ficou no 
PREJUÍZO, foi LESADA, ENGANADA houve quebra de acordo pela loja, que usou de 
MÁ FÉ em uma negociação comercial, tentando lograr mais vantagem. 
A loja mandou para o Demandante um objeto da compra, ou seja, 
o sofá apresentou inúmeros defeitos, estando descosturado, com a ferragem da estrutura 
solta e bastante frágil, conforme fotos do estado dele em anexo já fixados. 
A autora extremamente frustrada e estressada com a situação, na 
tentativa de colocar uma basta foi proposto que a parte ré arcaria com o serviço contratado 
para o reparo no sofá. 
 
Passaram-se dois anos após o acordado e a parte ré não cumpriu 
com sua parte no que foi acordado, deixando a Autora prejudicada tanto em seu 
patrimônio pelo dano material suportado, afinal pagou por um produto que não está 
conseguindo usufruir, pela perda de tempo na busca para consertar ou trocar o sofá, bem 
como pelo dano moral, por se sentir angustiada e impotente diante da situação, por ter 
sentido irritabilidade, stress, preocupação, se socorre ao Poder Judiciário para resolver a 
lide. 
Não resta dúvidas, portanto, que a parte ré é legitima para figurar 
no polo passivo desta demanda, e com base na disposição legal supra, a Empresa ré tem 
a obrigação de indenizar o autor pelos danos causados por seus atos desairosos e mal-
intencionados. 
Sendo assim, a autora vem por meio desta recusar a proposta feita 
pela parte Ré, entendo que o acordo não faz jus aos danos que a Autora sofreu. 
 
DO MÉRITO 
Conforme Narrado no sucinto relato dos fatos temos que no 
presente caso deve ser aplicado as regras do CDC, ademais a parte ré não fez qualquer 
prova da desconstituição do direito da parte autora. Quando se trata de provas temos no 
presente caso por se tratar de uma relação de consumo a inversão do ônus desta. 
a) INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, a ré não trouxe 
nenhuma comprovação que o produto não possui vícios, para o Código de Defesa do 
Consumidor em seu art. 6º, VIII, é do próprio fornecedor, tendo em vista total 
desvantagem por parte do consumidor: 
 
“Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
(...) 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, 
inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu 
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, 
for verossímil a alegação ou quando for ele 
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de 
experiências;” 
 
 
O caso também comporta dano material já que a autora foi 
prejudicada em sua esfera econômica. Neste caso a parte ré deve responder pelo prejuízo 
causado. Temos assim descrito no CDC: 
b) DO DANO MATERIAL, a ré não conseguiu, mesmo após 
três trocas entregar um produto em perfeitas condições, uma vez que todas as maneiras 
amigáveis de solução do conflito foram tentadas pela parte autora, após uma prática 
totalmente abusiva da ré, restando receber o abatimento proporcional do preço no valor 
de R$ 300,00 (trezentos reais). A Constituição Federal, em seu art. 5º, X, assegura a todos 
o direito de reparação por danos materiais, decorrentes de sua violação: 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: 
(...) 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a 
honra e a imagem das pessoas, assegurado o 
direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação; 
 
O Código de Defesa do Consumidor esclarece que é um direito 
básico do consumidor a reparação dos danos materiais sofridos e que deve o consumidor 
receber abatimento proporcional do preço, quando o defeito não for sanado no prazo 
máximo de trinta dias, a saber: 
 
“Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
(...) 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos 
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e 
difusos; 
(...) 
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo 
duráveis ou não duráveis respondem 
solidariamente pelos vícios de qualidade ou 
quantidade que os tornem impróprios ou 
inadequados ao consumo a que se destinam ou 
lhes diminuam o valor, assim como por aqueles 
 
decorrentes da disparidade, com a indicações 
constantes do recipiente, da embalagem, 
rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas 
as variações decorrentes de sua natureza, 
podendo o consumidor exigir a substituição das 
partes viciadas. 
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo 
de trinta dias, pode o consumidor exigir, 
alternativamente e à sua escolha: 
(...) 
III - o abatimento proporcional do preço.” 
 
c) DO DANO MORAL, quanto ao ato ilícito praticado pela 
ré e do abalo de ordem moral suportado pela autora, revelando absoluto desprezo pelas 
mais básicas regras de respeito ao consumidor e a boa-fé nas relações comerciais. 
O instituto do dano moral não foi criado somente para neutralizar 
o abalo suportado pelo ofendido, mas também para conferir uma carga didático-
pedagógica a ser considerada pelo julgador, compensando a vítima e prevenindo a 
ocorrência de novos dissabores a outros consumidores. 
O caso em apreço se enquadra perfeitamente nestes ditames, 
tendo em vista que a ré pratica esses atos apenas porque sabe que muitos consumidores 
não buscarão o poder judiciário a fim de recuperar o valor pago, seja por falta de 
conhecimento ou pelo baixo valor agregado, tornando-se vantajoso para ré e outras 
grandes empresas continuarem agindo em desrespeito ao Código de Defesa do 
Consumidor. 
Desta forma, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, 
inciso X, deixa claro que a todos é assegurado o direito de reparação por danos morais: 
 
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: 
(...) 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a 
honra e a imagem das pessoas, assegurado o 
direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação;” 
 
 
Assim como, c Código de Defesa do Consumidor esclarece que é 
um direito básico do consumidor a reparação dos danos morais sofridos: 
 
“Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
(...) 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos 
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e 
difusos;” 
 
Nítido, portanto, o desperdício do tempo útil da autora, a ensejar 
reparação moral com base na aplicação da Teoria do Desvio Produtivo do Consumidor, 
amplamente aceita na jurisprudência pátrio: 
 
Ação indenizatória. Sentença de parcial 
procedência. Apelo da ré. Sentença recorrida que 
bem esclarece a divergência de cores entre o sofá 
adquirido pelos apelados (bege) e aquele entregue 
pela apelante (cinza escuro), a justificar o 
desfazimento do negócio, com a devolução do 
valor pago (R$ 2.140,00). Desídia da apelantena 
solução do problema dos apelados, com 
injustificada demora no atendimento da solicitação 
de cancelamento da compra, implicando indevido 
prolongamento da situação por quase dois meses. 
Nítido desperdício do tempo útil dos consumidores 
apelados, a ensejar reparação moral com base na 
aplicação da Teoria do Desvio Produtivo do 
Consumidor, amplamente aceita na jurisprudência 
pátria. Valor fixado a título de indenização por 
danos morais (R$ 4.280,00) que atendeu aos 
princípios da proporcionalidade e da 
razoabilidade, observada, ainda, a gravidade da 
conduta, a extensão do dano, a finalidade de 
desestímulo ao ofensor e a condição econômica 
 
dos envolvidos, sem prejuízo do tempo de duração 
do transtorno e do valor do produto adquirido. 
Desacolhida a pretensão recursal de 
exclusão/redução da referida condenação, 
suficiente para compensar o dano experimentado 
pelos apelados, ausente enriquecimento ilícito. 
Precedente. Sentença mantida. Majoração da 
verba honorária advocatícia sucumbencial, a cargo 
da apelante, para 17% do valor da condenação. 
Apelação desprovida. 
(TJSP; Apelação Cível 1040643-
59.2019.8.26.0602; Relator (a): Carlos Dias 
Motta; Órgão Julgador: 26ª Câmara de Direito 
Privado; Foro de Sorocaba - 5ª Vara Cível; Data 
do Julgamento: 26/05/2022; Data de Registro: 
26/05/2022) 
 
Neste sentido, cabe a parte ré indenizar a parte autora à título de 
danos morais na importância de três vezes o valor pago pelo produto defeituoso, na 
importância de R$ 5.699,97 (cinco mil, seiscentos e noventa e nova reais e noventa e sete 
reais), como medida didático-pedagógica, na esperança de reprimir a parte ré na 
recorrência do desprezo ao Código de Defesa do Consumidor. 
 
DO DEVER DE INDENIZAR 
De plano, o que requer o Autor é que fatos como os ocorridos não 
se tornem corriqueiros, visto ser o consumidor a parte hipossuficiente da relação de 
consumo, tendo o autor que suportar e arcar com todo o prejuízo, diante dos fatos, suplica 
o autor a este juízo para que seja mantido o Dano Moral no quantum indenizatório. 
Neste diapasão, resta evidenciado a culpa da ora Contestante, e os 
danos suportados pelo autor, por todo exposto e pelo que ficará demonstrado durante a 
instrução processual. 
 
 
CONCLUSÃO 
Durante de todo exposto a ação deve ser julgada totalmente 
procedente nos termos da inicial condenando a parte ré nos pedidos elencados bem como 
custas e horários sucumbenciais. 
 
Por fim, requer que todas as notificações, intimações, 
publicações, sejam levadas a efeito exclusivamente em nome dos patronos RICARDO 
MANOEL CRUZ DE ARAÚJO OAB/SP 242.680 e GISLEIDE CORDEIRO DA SILVA 
OAB/SP 436.631. 
 
 
 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
São Paulo, ____ de _____ de 2022.

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