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Linguística Básica e Sociolinguística 1 “Outra importante manifestação das crenças e tradições africanas na Colônia eram os objetos conhecidos como “bolsas de mandinga”. A insegurança tanto física como espiritual gerava uma necessidade generalizada de proteção: das catástrofes da natureza, das doenças, da má sorte, da violência dos núcleos urbanos, dos roubos, das brigas, dos malefícios de feiticeiros etc. Também para trazer sorte, dinheiro e até atrair mulheres, o costume era corrente nas primeiras décadas do século XVIII, envolvendo não apenas escravos, mas também homens brancos.”. A prática histórico-cultural de matriz africana descrita no texto representava um(a): a expressão do valor das festividades da população pobre. b elemento de conversão dos escravos ao catolicismo romano. c instrumento para minimizar o sentimento de desamparo social. d ferramenta para submeter os cativos ao trabalho forçado. e estratégia de subversão do poder da monarquia portuguesa. 2“O grupo do ‘eu’ faz, então, de sua visão a única possível, ou mais discretamente se for o caso, a melhor, a natural, a superior, a certa. O grupo do ‘outro’ fica, nessa lógica, como sendo engraçado, absurdo, anormal ou inteligível”. ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é etnocentrismo. 1. ed. São Paulo: Brasiliense, 1984, p. 9. A citação explicita o fenômeno social denominado etnocentrismo. Considerando isso, assinale dentre as alternativas abaixo a que explica corretamente o conceito. a O etnocentrismo é uma visão de mundo (que pode compreender ideias e ideologias) em que buscamos não julgar e não avaliar as diferenças, e sim compreender as especificidades culturais de cada grupo ou cultura. b O etnocentrismo é uma visão de mundo (que pode compreender ideias e ideologias) em que nosso próprio grupo é tomado como centro de referência e todos os outros são pensados e avaliados através de nossos valores, nossos modelos e nossas definições do que é a existência. c O etnocentrismo é uma teoria que explica por que motivo não devemos interferir nas outras culturas. d O etnocentrismo demonstra a luta de classe nas sociedades capitalistas a partir da teoria marxista. e O etnocentrismo demonstra como convivemos em harmonia com grupos e indivíduos que pertencem a uma cultura diversa ou que são reconhecidos como “diferentes” por não seguirem os padrões de comportamento socialmente aceitos na sociedade em que vivemos. 3 A avaliação das variantes linguísticas é social e tem sido observada a partir dos traços linguísticos graduais e descontínuos. Sendo assim, assinale a alternativa abaixo que apresenta um grupo de traços descontínuos corretamente. a Os menino (os meninos); oro (ouro). b Pexe (peixe); pobrema (problema). c Praca (placa); escrevê (escrever). d Arvre (árvore); têia (telha). e Home (homem); deiz (dez). 4Cantiga da Ribeirinha “No mundo nom me sei parelha, mentre me for como me vai; ca ja moiro por vós, e ai!, mia senhor branca e vermelha, queredes que vos retraia quando vos eu vi em saia? Mao dia me levantei, que vos entom nom vi feia!” (Paio Soares de Taveirós) No trecho da cantiga trovadoresca acima, temos um exemplo de: a variação social. b variação histórica. c variação situacional. d variação diatópica. e variação geográfica. 5 As variedades linguísticas podem ser classificadas por tipos: dialeto (tipicamente visto como variedade regional, embora o uso do termo tenha sido ampliado), socioleto (variedade social), etnoleto (variedade dos grupos étnicos), cronoleto (variedade de geração), idioleto (modo particular de cada um falar). Considerando isso, assinale a alternativa que apresenta um exemplo de cronoleto corretamente. a O linguajar típico da região Sudeste do Brasil. b Um grupo de idosos entre 70 e 80 anos fala “Nós comemos”, enquanto um grupo de jovens entre 18 e 28 anos fala “A gente come”. c O inglês vernacular negro estudado por Labov. d Em uma comunidade de surfistas, o léxico “ixi”, para indicar uma interjeição de surpresa, faz parte da variedade de apenas um falante. e A variação regional nordestina. 6 Leia as alternativas a seguir e assinale a única incorreta. a O INDL (Inventário Nacional da Diversidade Linguística) tem o princípio de reconhecer as línguas como referência cultural brasileira, valorizando o plurilinguismo. b O INDL apoia os princípios sociais e políticos que visam a promoção das línguas e das comunidades de falantes. c A tentativa de homogeneizar a língua é um processo contínuo até os nossos dias. d Estima-se que no Brasil são faladas mais de 200 línguas, segundo a IPEA. e O avanço dos estudos linguísticos tem reduzido a tentativa de unificação da língua portuguesa. 7 “Na segunda metade do século XIX, a capoeira era uma marca da tradição rebelde da população trabalhadora urbana na maior cidade do Império do Brasil, que reunia escravos e livres, brasileiros e imigrantes, jovens e adultos, negros e brancos. O que mais os unia era pertencer aos porões da sociedade, e na última escala do piso social estavam os escravos africanos.”. SOARES, C. E. L. Capoeira mata um. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. De acordo com o texto, um fator que contribuiu para a construção da tradição mencionada foi a: a diversificação dos grupos participantes. b redução da desigualdade racial. c mercantilização da cultura popular. d elitização de ritos católicos. e desorganização da vida rural. 8 Assinale a alternativa que apresenta a melhor definição para norma culta. aConjunto de normas ensinadas nos livros didáticos para a escrita correta das palavras bÉ oposição da norma inculta, falada pelas pessoas mais ignorantes do país. c Forma falada pelos grupos sociais de maior prestígio, também conhecida como variedades de prestígio. d Conjunto de normas prescritas pela gramática normativa e, por isso mesmo, não pertencente à comunidade de fala alguma. e É sinônimo de norma-padrão e amplamente utilizada nos manuais didáticos de língua portuguesa. 9 Leia o texto a seguir e responda o que se pede: A língua sem erros Nossa tradição escolar sempre desprezou a língua viva, falada no dia a dia, como se fosse toda errada, uma forma corrompida de falar “a língua de Camões”. Havia (e há) a crença forte de que é missão da escola “consertar” a língua dos alunos, principalmente dos que frequentam a escola pública. Com isso, abriu-se um abismo profundo entre a língua (e a cultura) própria dos alunos e a língua (e a cultura) própria da escola, uma instituição comprometida com os valores e as ideologias dominantes. Felizmente, nos últimos 20 e poucos anos, essa postura sofreu muitas críticas e cada vez mais se aceita que é preciso levar em conta o saber prévio dos estudantes, sua língua familiar e sua cultura característica, para, a partir daí, ampliar seu repertório linguístico e cultural. BAGNO, Marcos. A língua sem erros. Disponível em: http://marcosbagno.files.wordpress.com. Acesso em: 5 nov. 2014. De acordo com a leitura do texto, a língua ensinada na escola: a deve ser banida do ensino contemporâneo, que procura se basear na cultura e nas experiências de vida do aluno. b precisa enriquecer o repertório do aluno, valorizando o seu conhecimento prévio e respeitando a sua cultura de origem. c ajuda a diminuir o abismo existente entre a cultura das classes consideradas hegemônicas e das populares. d torna-se, na contemporaneidade, o grande referencial de aprendizagem do aluno, que deve valorizá-la em detrimento de sua variação linguística de origem. e tem como principal finalidade cercear as variações linguísticas que comprometem o bom uso da língua portuguesa. 10 Leia as assertivas e assinale a única cujas alternativas estejam corretas. I. As variações linguísticas acontecem por meio da interação e da comunicação dos seres humanos. II. O regionalismo é um tipo de variação linguística que ocorre pela interação de pessoas de uma mesma região. III. O socioleto é um tipo de variação linguística geográfica que se desenvolveem determinado local. Sobre as variações linguísticas: a http://marcosbagno.files.wordpress.com/ b c d e estão corretas apenas as afirmativas I e II.
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