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PROBLEMA 3 - ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO


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Problema 3 
1)Descrever a epidemiologia dos acidentes com material biológico e/ou perfurocortantes, identificando o perfil do acidentado.
FONTE: Exposição a materiais biológicos / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – 2006.
Acidentes com material biológico: lesões corporais que envolvem o contato direto com sangue e fluidos orgânicos no ambiente de trabalho, podendo ocorrer por inoculação percutânea, por intermédio de agulhas ou objetos cortantes, e pelo contato direto com pele e/ou mucosas não íntegras
Material biológico 
· fluidos orgânicos potencialmente infectantes (sêmen, secreção vaginal, liquor, líquido sinovial, líquido pleural, peritoneal, pericárdico e amniótico, sangue),
· fluidos orgânicos potencialmente não-infectantes (suor, lágrima, fezes, urina e saliva), exceto se contaminado com sangue.
As exposições ocupacionais frente aos materiais biológicos potencialmente contaminados representam um sério risco aos profissionais em seus locais de trabalho. Exposições mais frequentes? Sangue e outros fluidos orgânicos
Fonte: Perfil epidemiológico das exposições ocupacionais a material biológico em profissionais de saúde, 2021. : Dados coletados, 2014 a 2018
Em relação as notificações realizadas ao SINAN de acidentes de trabalho com exposição à material biológico no período de 2014 e 2018, 16 (14,81%) notificações foram referentes ao ano de 2014, 23 (21,30%) em 2015, 16 (14,81%) em 2016, 28 (25,93%) em 2017 e 25 (23,15%) no ano de 2018, totalizando 108 notificações (100%).
Considera-se que os registros sobre o número de acidentes com material biológico no Brasil são bastante escassos. Na verdade, faltam informações precisas em relação a essa questão, em especial pela falta de sistematização dos órgãos de saúde em fazer as notificações de forma adequada. Neste sentido, o Ministério da Saúde relata que a elevada incidência de acidentes de trabalho com exposição à material biológico ainda é bastante preocupante. Segundo dados do SINAN, de 2007 a 2013 foram notificados 203.709 casos de acidentes de trabalho com exposição a material biológico com a ocupação do trabalhador reconhecida. 10
Embora o número de notificações se apresente crescente a cada ano, desde a implantação da ficha própria para esse tipo de acidente, em 2006, a real magnitude do problema é difícil de ser avaliada, já que a subnotificação sobre ocorrência de acidentes entre os trabalhadores ainda se faz presente. 
· Tipo de exposição houve prevalência pela via percutânea(atravessa a pele) que correspondeu a 77 profissionais (71,30%), 13 (12,03%) tiveram tipo de exposição em pele íntegra, 09 (8,33%) em mucosas, 04 (4,63%) em pele não íntegra, 01 (0,93%) percutânea e pele integra, 01 (0,93%) mucosa e pele íntegra e 02 (1,85%) foram ignorados. 
A maior ocorrência para exposição percutânea pode ser atribuída ao fato de os procedimentos e técnicas realizadas pelos profissionais de saúde serem de caráter invasivo, e os materiais perfurocortantes representarem alguns dos principais instrumentos utilizados na prática diária desses profissionais. 
· Tipo de material orgânico na ocorrência dos acidentes, 90 (83,33%) dos profissionais tiveram exposição ao sangue. 05 (4,62%) fluido com sangue, 03 (2,78%) urina, 02 (1,85%) soro/plasma, 02 (1,85%) líquido ascítico, 01 (0,93%) para saliva, 01 (0,93%) secreção, 01 (0,93%) líquido pleural e 03 (2,78%) foram ignorados.
· Com relação uso de EPIs (TAB.3), 45 (41,67%) profissionais utilizaram luvas, 15 (13,89%) aventais, 10 (9,25%) luvas e avental, 05 (4,63%) luvas, avental e óculos, 04 (3,70%) luvas, avental, óculos e máscara, 01 (0,93%) botas e 01 (0,93%) luvas e óculos. Percebe-se também que 25% (27) das notificações tiveram registro ignorado quanto à utilização de EPIs pelos profissionais.
· Principalmente em região de membros superiores
Com o intuito de minimizar os riscos de exposição ocupacional a material biológico potencialmente contaminado, várias medidas de segurança vêm sendo estabelecidas nos serviços de saúde, entre elas as Precauções Padrão (PP), ou seja, um conjunto de medidas de prevenção primária eficaz para reduzir o risco de transmissão de patógenos veiculados pelo sangue e por fluídos corporais.
As medidas de PP aplicam-se a qualquer paciente, independentemente, do diagnóstico clínico ou sorológico e EPIs, como luvas de procedimento, aventais, máscaras cirúrgicas e protetores oculares são recomendados sempre que o contato com fluidos corporais for previsto. Reforçam, tais medidas, a recomendação de higienização das mãos, antes e após o contato com pacientes e fluidos orgânicos, o descarte de materiais perfurocortantes em recipientes rígidos, cuidados com reprocessamento de materiais e administração de medicamentos injetáveis. O uso frequente dos EPIs é de extrema importância para a prevenção da exposição aos materiais biológicos e para a segurança dos profissionais e dos pacientes. 
Referente à situação vacinal para a hepatite B dos profissionais, 99 (91,67%) profissionais tinham vacinação prévia para hepatite B (03 doses), 06 (5,56%) não eram vacinados e 03 (2,77%) ignorados.
Vários patógenos podem ser transmitidos aos profissionais de saúde, em decorrência de suas atividades laborais, sendo os vírus HIV, HBV e HCV os de maior relevância epidemiológica.23 No caso de exposição ocupacional ao vírus da hepatite B o risco de infecção varia de 6 a 30%, chegando até 60% dependendo do estado clínico do paciente-fonte. 20 
Neste contexto, torna-se importante que os profissionais de saúde estejam com o esquema vacinal completo, contribuindo assim para a sua segurança e saúde laboral.
· Quanto a evolução final das notificações 43 (39,81%) profissionais tiveram alta sem conversão sorológica, 50 (46,30%) tiveram alta paciente fonte negativa e 15 (13,89%) ignorados. Quanto à emissão do Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT), apenas 56 (51,85%) das notificações de acidente de trabalho com exposição à material biológico tiveram registro.
A não realização do CAT e preenchimento incompleto da notificação do SINAN logo após a ocorrência do acidente, produz informações não verídicas e incompatíveis com a realidade nos relatórios oficiais, o que ressalta a importância de que o trabalhador deve ser inserido no processo de trabalho como aliado e agente modificador. 
Muitos profissionais de saúde são incapazes de avaliar a importância da notificação do acidente de trabalho com exposição à material biológico e ignoram as medidas preconizadas, o que os deixa mais suscetíveis à contaminação pelo risco biológico. 
 Dentre os limites do estudo, a coleta de dados retrospectiva limita a obtenção de informações que podem estar incompletas, preenchidas de maneira incorreta ou ausentes. Também não foram realizadas análises de associações para verificar possíveis fatores associados aos acidentes com material biológico, bem como inferências estatísticas. Espera-se que o presente estudo possa ter contribuído para alertar profissionais e instituições sobre a importância da prevenção e notificação dos acidentes.
 Considerações finais
 Observou-se que os acidentes ocorreram com maior frequência nos profissionais de enfermagem, sexo feminino, entre os mais jovens e com pouco tempo de ocupação na instituição que trabalhavam. Além disso, o principal tipo de exposição foi a percutânea, tendo o sangue como material orgânico de maior prevalência da ocorrência acidente, sendo que o descarte inadequado de material perfurocortante, reencape de agulhas e administração de medicamentos foram as principais circunstâncias para a ocorrência do acidente de trabalho com exposição à material biológico. Sabe-se que os acidentes com material biológico são de notificação compulsória e por isso, uma ficha de investigação específica deve ser preenchida, bem o registro do acidente na ficha de CAT. Contudo, faz parte da realidade brasileira a subnotificação/registro inadequado destes acidentes, o preenchimento inadequado da ficha, a marcação da opção “outros”sem especificar o motivo e também o campo “ignorado”. Essas questões trazem grandes consequências para comunicação de doença, agravo ou evento de saúde, impossibilitando o planejamento de estratégias preventivas, avaliação médica, tratamento adequado e recebimento de benefícios trabalhistas.
O subregistro além de impedir análises mais robustas, impossibilita o acompanhamento adequado pelos serviços de referência dos trabalhadores que sofreram o acidente com exposição à material biológico, mas não notificaram o ocorrido. O conhecimento epidemiológico dos acidentes com material biológico, as circunstâncias em que ocorreram e os fatores determinantes são relevantes, pois pode subsidiar a implementação de estratégias preventivas, a adoção de políticas de segurança e a criação de programas de capacitação. Ainda que os resultados desta pesquisa retratem apenas uma parcela da realidade, eles proporcionam uma abordagem acerca da problemática e reforçam a necessidade de seguimento da avaliação realizada.
Fonte? Boletim informativo: acidentes de trabalho com material biológico notificados no SINAN. Série histórica no estado de Goiás 2007/2010 - CEREST 
O risco ocupacional após exposições a materiais biológicos é reconhecidamente variável dependendo do tipo de acidente e de fatores, como gravidade, tamanho da lesão, presença e volume de sangue envolvido, condições clínicas do paciente-fonte e uso correto da profilaxia pós-exposição. 
Diversos trabalhadores estão expostos aos potenciais agravos decorrentes da exposição à Material Biológico, sendo um 
agravante a possibilidade real de se contrair alguma doença ou moléstia proveniente de fluido contaminado. 
Os primeiros dados trazem referência ao número total de acidentes e sua quantificação de acordo com o sexo do acidentado. 
As mulheres representam aproximadamente 78% das notificações encontradas e analisadas. O município de Goiânia apresenta 64% de todos os casos notificados, sendo seguido pelo município de Anápolis com 9,5% dos casos. Seguindo estes dados verificamos que a Regional Central (1699 casos notificados) e a Regional Pirineus (246) apresentam os maiores índices de notificações. 
Em números absolutos temos: 
 
O incremento do número de notificações a partir de 2007 é facilmente identificável, quando a estrutura dos CEREST`S presentes no estado começou a se estruturar de uma forma mais completa, porém devemos lembrar que a subnotificação destes agravos existe e que estes dados apresentam uma fatia menor de todo o bolo. 
Profissões: as 10 profissões mais atingidas. Destacam-se os técnicos em enfermagem representam aproximadamente 38% das notificações registradas nos anos de 2007 a 2010. 74% das notificações totais são representadas pelas ocupações da Tabela II. Destacamos os profissionais de saúde e os agentes envolvidos com os dejetos ou descartes dos materiais utilizados em atendimento de serviços de saúde. Estudantes de diferentes áreas da saúde também são fortemente passíveis destes agravos. 
Um dado extremamente negativo e que chama a atenção é a quantidade de notificações que não especificam o ocorrido (Ing/Branco), isto nos mostra a falta de conhecimento ao se preencher a ficha de notificação e uma possível sobrecarga de tarefas, o que pode gerar um preenchimento ineficaz. De toda forma, capacitações para uma melhor identificação dos agravos à Saúde do Trabalhador e eficaz notificação são sempre necessárias. Percebe-se que os acidentes ocorrem em sua maioria em atividades ligadas diretamente no contato com o paciente (39% dos casos) e na manipulação e descarte inadequado de material contaminado (24% dos casos). Quanto ao material biológico desencadeador dos acidentes temos o Sangue (73% dos acidentes) como maior causador deste agravo. Sendo que 63% dos casos eram de fontes prontamente conhecidas. Destes acidentes 17 foram com fontes HCV positivas, 16 Fontes HbsAg positivas, 19 Fontes HBc positivas e 103 HIV positivas. Estes números são reduzidos, pois mais uma vez o campo para seu preenchimento ficou, na maior parte, em Branco/Ignorado. 
Estes acidentes tiveram sua evolução da seguinte forma: 
 
Estes números trazem desconforto, pois o número de abandonos ao tratamento e o de notificações em Branco nos deixa com uma margem mínima para conhecer o real desfecho destes casos. Mesmo com números conhecidos tão pequenos, ainda tivemos a conversão sorológica confirmada em 26 casos. Quanto ao uso dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPI`s) percebemos que em 10% dos casos o trabalhador usava Óculos de Proteção, 18% dos acidentados usavam Máscara, 24% usavam Avental, 10% usavam Botas e 43% usavam Luvas. Esses números provam que o uso dos EPI`s não é efetivo e campanhas, controle, fiscalização e adequação dos materiais aos trabalhadores são necessárias. 
Artigo: Incidência de acidentes de trabalho com exposição a material biológico em profissionais de saúde no Brasil, 2010–2016
Acidentes caracterizados como lesões corporais que envolvem o contato direto com sangue e fluidos orgânicos no ambiente de trabalho, podendo ocorrer por inoculação percutânea, por intermédio de agulhas ou objetos cortantes, e pelo contato direto com pele e/ou mucosas não íntegras. Do total desses acidentes que ocorrem no mundo, mais de 90% é registrado em países em desenvolvimento. Mundialmente, estima-se que ocorram todos os anos 926 mil casos de acidentes percutâneos entre profissionais da área da saúde. No período compreendido entre 2000 e 2030, avalia-se que poderá ocorrer a média de 145 mortes prematuras entre profissionais da saúde infectados pelo vírus da hepatite C em acidentes de trabalho envolvendo exposição percutânea, variando entre 53 e 766 casos. Os mesmos autores ponderam ainda que, para o mesmo período, 736 profissionais da saúde infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) em acidentes de trabalho com exposição percutânea, no mundo todo, devem ir a óbito, de forma prematura, e virtude desse agente, com variação entre 129 e 3.578 mortes dependendo da localização geográfica.
Estudos realizados no Cairo, capital do Egito, com 1.770 profissionais de saúde mostraram que o cenário de soro prevalência para o HCV foi de 8%. A incidência estimada de infecção pelo HCV foi de 7,3 por 1.000 indivíduos-ano, e os fatores de risco associados com soropositividade foram: idade, história de transfusões de sangue e histórico de tratamento antiesquistossomose.
Pesquisa realizada na Nigéria demonstrou prevalência de 51% de acidentes de trabalho com perfurocortantes entre os profissionais de saúde nos 12 meses anteriores ao estudo.. Os autores enfatizam que a alta prevalência de acidentes com perfurocortantes entre os profissionais de saúde é uma indicação de que estes estão em grande risco de contrair infecções transmitidas por material biológico.
Em outras duas pesquisas realizadas, uma na Etiópia6 e outra em Gana, as incidências de ATEMB por meio de objetos perfurocortantes foram de 19,1 e 37%, respectivamente. Os dois estudos apontam elevada prevalência de acidentes com objetos perfurocortantes entre os profissionais de saúde e baixa notificação desses mesmos acidentes às autoridades competentes.No Brasil, dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) evidenciam que a elevada incidência de ATEMB ainda é bastante preocupante e demonstram que os profissionais dos serviços de saúde são os mais acometidos12, levando o setor da saúde a ocupar o primeiro lugar em número desses acidentes. Dados de 2007 a 2013 comprovam essa situação ao mostrar que 203.709 casos de acidentes por exposição a material biológico com a ocupação do trabalhador reconhecida foram notificados. Desses acidentes, 76,86% (156.572) foram com trabalhadores do setor da saúde. Estudo realizado em um hospital público do Paraná14, em 2012, revelou que, dos 1.217 acidentes notificados, 83,3% ocorreram entre mulheres, 59,6% na idade de 20 a 34 anos e 48,8% entre profissionais de enfermagem. Os tipos de exposição mais frequentes foram os percutâneos (65,7%), em peleíntegra (20,5%) e em mucosa (12,6%), e o material biológico mais frequentemente envolvido foi o sangue (78,9%).
Outro estudo realizado com profissionais de laboratórios de análises clínicas em Cajazeiras, Paraíba15, também evidenciou o sexo feminino (81,6%) como o mais prevalente na população da pesquisa. Técnicos de enfermagem e bioquímicos foram, com frequência, expostos aos materiais biológicos. Os acidentes ocorreram principalmente na região dos membros superiores (91%). Os materiais biológicos relatados nos acidentes de trabalho incluíram sangue (81,8%) e urina (45,5%). No Maranhão, no período de 2010 a 2015, 1.919 casos de ATEMB foram registrados entre profissionais de saúde. Observou-se que houve predominância de acidentes no sexo feminino (85,05%), com faixa etária de 31 a 40 anos (37%), com 12 anos de estudo (89,72%), situação de trabalho formal (82,35%), entre um e cinco anos de trabalho (41,51%) e da categoria profissional técnico em enfermagem (73,83%).
 
RESULTADOS
No Brasil, entre 2010 e 2016 foram notificados 331.603 casos de ATEMB no SINAN. Destes, 243.621 (73,42%) corresponderam a casos notificados entre os profissionais de saúde.  Nesse período, houve média de 34.803 notificações por ano entre os profissionais de saúde, sendo 95 casos notificados por dia. Em relação ao número de notificações no intervalo de tempo selecionado, o menor número ocorreu no ano de 2010, sendo 25.858 casos (10,61%), e o maior número de notificações foi em 2015, com 40.119 casos (16,46%) (Tabela 1).
 
No tocante à frequência de notificações por estado, identificou-se que São Paulo foi o maior notificador, com 72.350 (29,69%), seguido de Minas Gerais (29.608; 12,15%) e do Rio de Janeiro (21.569; 8,85%). O estado com menor número de notificações foi o Acre (243; 0,09%) (Tabela 1).
O maior coeficiente de incidência no país (16,84 acidentes por 1.000 profissionais/ano) foi observado no ano de 2014, enquanto o menor (14,01 por 1.000 profissionais/ano) foi registrado em 2010 (Tabela 2). Em 2016, o maior coeficiente de incidência foi registrado no estado do Paraná (24,70/1.000 profissionais/ano), e o menor, na Paraíba (3,65/1.000 profissionais/ano). Na Região Norte, o estado com maior coeficiente de incidência foi Roraima (16,99/1.000 profissionais/ano), enquanto no Centro-Oeste foi Goiás (22,29/1.000 profissionais/ano), e no Sudeste, Minas Gerais (16,20/1.000 profissionais/ano) (Tabela 2).
Os resultados indicam maior ocorrência desses acidentes na população feminina, na faixa etária de 25–31 anos, com 12 anos ou mais de escolaridade. Os auxiliares e técnicos de enfermagem foram os mais acometidos, seguidos dos médicos e enfermeiros. Aproximadamente 10% dos casos ocorreram entre trabalhadores informais, sem registro em carteira do contrato de trabalho (Tabela 3).
 
Em relação às condições de ocorrência de ATEMB, as exposições percutâneas e o contato com pele íntegra ocorreram em 75,33 e 26,3%, respectivamente, apresentando pouca variação no período investigado (Tabela 4). O sangue foi o principal material biológico envolvido (74,93%), tendo o manejo de agulhas como principal agente causador em 67,38% dos casos (Tabela 5).
 
A maioria dos trabalhadores no momento do acidente estava usando luvas (70,29%), porém apenas 24,23% usava máscara, 15,77% óculos, 39,57% avental, 12,99% botas e 6,49% protetor facial No que diz respeito ao status sorológico dos profissionais no momento do acidente, 82,15% dos profissionais eram vacinados contra hepatite B. Os testes realizados para detecção de hepatite B e HIV contemplaram a maioria dos casos. Resultados positivos para hepatite B foram encontrados em 0,55% dos profissionais. A proporção de soropositivos para o HIV manteve-se em torno de 0,53%, constante no período estudado (Tabela 5). Os pacientes-fonte eram conhecidos em 67,68% dos casos. As condutas adotadas pós-exposição foram de acordo com o recomendado pelo Ministério da Saúde, contudo 1,12% recusou a quimioprofilaxia indicada (Tabela 5).
 
DISCUSSÃO
Os achados demonstram uma grande variação no coeficiente de incidência dos ATEMB em todo o território nacional no período investigado, indicando uma maior ocorrência na população feminina, com faixa etária de 25-31 anos, com 12 anos ou mais de escolaridade e com ocupação reconhecida como auxiliar e/ou técnico de enfermagem. As circunstâncias do acidente indicam que o sangue foi o material biológico mais envolvido nos acidentes por meio da via percutânea, com a agulha sendo o principal agente causador. Parte considerável dos trabalhadores não usavam o equipamento de proteção individual (EPI) básicos.  A maioria das informações acerca do status sorológico da fonte e do acidentado, além das condutas dos casos apresentavam os campos ignorados/em branco.
Os achados do presente estudo indicam que as notificações de ATEMB no país se apresentaram em uma crescente no período de 2010 a 2016. Os números aqui nesta pesquisa revelam-se superiores aos identificados no estudo realizado no país entre 2007 e 2014 (284.887 casos)12. Além disso, investigação também mostra dados superiores aos exibidos pelo Boletim Epidemiológico da UFBA33, em 2011, que mostra os casos de ATEMB em 2007 (15.735) e em 2010 (32.734). Vale ressaltar que, nesses estudos, tais números contemplam todas as ocupações de trabalhadores brasileiros, não somente os profissionais de saúde, como no presente trabalho.
Entre os fatores que podem ter contribuído para o crescimento do número de notificações de ATEMB no país, estão a melhora na notificação e mudanças no critério para caracterização do nexo entre o acidente e o trabalho, especialmente a partir de 2007.
Identificaram-se o estado de São Paulo como o maior notificador dos casos de ATEMB e o estado do Acre com a menor frequência de notificação. Na Região Norte, é possível identificar outros estados que apresentam também baixo número de notificações, como Amazonas e Pará, região marcada pela presença da floresta amazônica. Quando analisamos os dados considerando o coeficiente de incidência, observou-se que em 2016 os estados do Paraná (Sul), Minas Gerais (Sudeste) e Goiás (Centro-Oeste) apresentaram os maiores coeficientes de incidência no país. As regiões Norte e Nordeste tiveram os menores valores. A análise, tanto dos números absolutos como dos coeficientes de incidência, revelou a que as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul apresentam as maiores notificações e os maiores coeficientes de incidência, e esses números podem estar relacionados a fatores como número de profissionais de saúde e a dinâmica pró-cíclica da acidentabilidade34.
Na pesquisa Demografia Médica no Brasil 201835, a Região Norte apresentou a menor proporção de médicos por habitantes (1,16 médico por 1.000 habitantes, contra 2,81 da Região Sudeste, a mais elevada). O Norte apresentou também menor número de leitos hospitalares por habitante (1,81 leito para cada 1.000 habitantes, enquanto a Região Sul apresenta a relação de 2,56), ao mesmo tempo que está entre as regiões com menor número de casos notificados de ATEMB. O Nordeste também apresenta a segunda menor proporção de médicos do país, 1,41/1.000 por habitantes.
De modo geral, alguns fatores relacionados a essas regiões poderiam explicar esses achados, tais como: densidade de profissionais de saúde e concentração de unidades de saúde. Na região amazônica, temos menor número de profissionais e menor número de unidades de saúde35. Os maiores notificadores de ATEMB, por sua vez, localizam-se nas regiões com maior número de profissionais de saúde e maior infraestrutura dos serviços (regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul).
Essa constatação tem relação com a dinâmica pró-cíclica da acidentabilidade no país. Ou seja, em vez de o número de acidentes cair com a expansão da economia, o que seria plausível tendo em vista o incremento de tecnologia que tende a acompanhá-la, os agravos tendem a se alastrar com a produção, crescendo em termos absolutos e mantendo ou mesmo elevando a incidência no que se refere à população ocupada36. Portanto, no país, evidencia-semaior número de acidentes nas regiões com maior infraestrutura de recursos humanos e de unidades de saúde.
Ainda falando sobre os estados de São Paulo e do Acre, podemos observar que nos anos de 2015 e 2016 os dois estados apresentaram, respectivamente, percentual decrescente e crescente nas notificações. No caso de São Paulo, o declínio nas notificações pode estar associado com a subnotificação, enquanto no Acre houve aumento gradativo de notificações de ATEMB e também do número de profissionais cadastrados. No entanto, os achados parecem demonstrar que a elevação no número de profissionais de saúde não se seguiu ao aumento na qualidade das condições de trabalho, o que pode ter favorecido a tendência de crescimento nas notificações dos acidentes de trabalho.
Quando se analisam esses números e se observam as diferenças entre os períodos e as UF, é importante frisar que as diferenças não se devem apenas a aspectos individuais dos trabalhadores. Elas também estão relacionadas às políticas de proteção do trabalhador, tanto na sua formulação e organização quanto na efetivação de suas variadas dimensões: técnicas, econômicas, sociais, culturais e políticas.
Embora os números absolutos se apresentem numa crescente no período analisado, é importante ressaltar que a subnotificação ainda se faz presente nesse contexto. A parcialidade de informações sobre ATEMB entre profissionais de saúde, nas estimativas epidemiológicas, torna-se um obstáculo para a compreensão da situação da saúde do trabalhador, especialmente quando a proporção de trabalhadores excluídos das estatísticas é expressiva38.
A distribuição dos ATEMB notificados mostra que não houve alterações relevantes nas proporções de casos de acordo com as variáveis sociodemográficas e ocupacionais ao longo do período de estudo, no entanto a discussão dessas variáveis faz-se necessária para compreendermos que perfil apresentam os trabalhadores vítimas desses acidentes.
Em relação ao sexo, o número de casos de ATEMB foi maior entre as mulheres: em 2010, 20.279, e em 2016, 28.982 (aumento de 43%). Para os homens, houve 5.575 casos notificados em 2010, e 8.493 em 2016, representando aumento de 52,34%. Esse resultado é semelhante ao encontrado no estudo de Miranda et al.12, e outros14-16 (cujos resultados variaram de 81,3 a 85,05%) em que o sexo feminino foi predominante, com 77,9%, e outros14-16 (cujos resultados variaram de 81,3 a 85,05%). É importante frisar que as mulheres são a maioria das profissionais da área da saúde, como a enfermagem, por exemplo. Além disso, a jornada de trabalho frequentemente associada a outras atividades (serviços domésticos e familiares) pode resultar em desgaste físico e mental, contribuindo para a ocorrência de acidentes no ambiente de trabalho.
No que concerne à idade, os resultados encontrados nesta pesquisa corroboram os estudos realizados na Paraíba15 e no Maranhão16, com profissionais de saúde cuja faixa etária variou de 31 a 40 anos. Dado semelhante foi encontrado nesta pesquisa, em que a faixa etária mais prevalente foi a de 25 a 31 anos.
O número elevado de acidentes entre trabalhadores jovens sugere uma relação com a inexperiência e inabilidade técnica, o que pode ser decorrente do processo de formação dessa população. Dessa maneira, fazem-se necessários melhor orientação durante o processo de formação sobre as formas de prevenção de tais acidentes e, sobretudo, mais tempo para adaptação desses trabalhadores à sua atividade laboral e às rotinas dos serviços de saúde12,39.
Os achados referentes à escolaridade e à ocupação demonstram que, embora se observem 12 anos ou mais de escolaridade, os auxiliares e técnicos de enfermagem (maioria dos trabalhadores acidentados), por exemplo, apresentam o ensino médio completo como maior grau de instrução. Isso revela que o exercício das atividades de saúde por trabalhadores de nível médio está relacionado com a baixa escolaridade da população brasileira e também com fatores econômicos, uma vez que a contratação de técnicos é mais barata ao empregador12,38,39.
Ainda no que concerne à ocupação, os auxiliares/técnicos de enfermagem foram os que mais se acidentaram no período analisado. Ressalta-se que o número de ATEMB é maior entre esses profissionais porque essa categoria apresenta o maior número de trabalhadores na área da saúde (1,8 milhão, sendo 80% auxiliares e técnicos de enfermagem e 20% enfermeiros) e está exposta aos riscos inerentes ao cuidado direto ao paciente no desenvolvimento de sua atividade laboral.
As circunstâncias em que ocorreu o acidente já foram salientadas em outros estudos, ligadas ao descarte inadequado de materiais perfurocortantes, como a ação de encapar agulhase o não uso de EPI . O nosso estudo apontou que 29,91% dos trabalhadores que sofreram acidentes com material biológico não descartaram adequadamente os materiais perfurocortantes, e 29,71% sequer utilizavam luvas de procedimento no momento do acidente. O protetor facial foi utilizado apenas em 6,49% dos casos, o que evidencia diversos riscos para contaminação pela boca, olhos e face.
Em estudo realizado no estado do Maranhão, observou-se que nos anos de 2011 a 2015 ocorreram as maiores proporções de ATEMB e os percentuais mais baixos de uso de EPI, sugerindo que o aumento de acidentes ocupacionais com exposição a material biológico possa estar relacionado à baixa adesão a esses equipamentos.
O sangue foi o principal material biológico envolvido nos ATEMB neste estudo, fato corroborado por outras pesquisas12,16,40. Por isso, é importante que todos os trabalhadores, independentemente da área de atuação, mantenham a situação vacinal atualizada contra o HBV e que o atendimento pós-exposição seja realizado para que se tenha um programa de prevenção completo das principais infecções e elementos importantes para a segurança no trabalho.
O Ministério da Saúde preconiza que após a ocorrência de um ATEMB devam ser adotadas condutas para prevenção, profilaxia e segurança da saúde do trabalhador. Tais condutas são avaliadas de acordo com o tipo de acidente, o material orgânico, mas, independentemente das circunstâncias, devem ser verificados os status sorológicos da fonte quando conhecida e do acidentado e sua situação vacinal41.
As condutas mais adotadas por trabalhadores da odontologia, em um estudo realizado em Florianópolis, foram lavar o local afetado e perguntar ao paciente-fonte se era portador de HIV, hepatite B ou hepatite C, no entanto a quimioprofilaxia, a notificação do acidente e a solicitação de exames da fonte e do trabalhador foram condutas menos adotadas42. Outro estudo realizado em um hospital de oncologia em São Paulo revelou que, dos 18,6% de profissionais vítimas de acidentes de trabalho nos últimos 12 meses, 72,1% não adotaram nenhuma conduta pós-exposição, e o principal motivo foi considerá-la desnecessária.
As condutas recomendadas pelo Ministério da Saúde contra o HBV dependem do status sorológico da fonte e dos níveis de anti-HBs do acidentado. Por isso, são importantes o esquema vacinal completo e a sorologia posterior para se avaliar a imunidade. Da mesma forma, a quimioprofilaxia em relação ao HIV é indicada o mais rápido possível quando a fonte é desconhecida ou a sorologia para o HIV é positiva41. As condutas preconizadas foram ratificadas no presente estudo tanto contra o HBV quanto contra o HIV, mas 1,12% recusou a profilaxia indicada.
Mesmo a positividade sendo, na maioria dos casos, maior para o HBV após exposição ocupacional e tendo disponível na rede pública a vacina contra esse vírus, existe um percentual relevante de trabalhadores que não é vacinado ou não completa o esquema vacinal12. Em estudo realizado em Goiânia com profissionais da equipe de enfermagem, 77,6% apresentavam esquema para HBV. Entre estes, 82 (4,1%) apontaram referência quanto à realização do anti-HBs, sendo 59/82 (72,0%) caracterizados como respondedores à vacina e 23/82 (28,0%) não-respondedores. Os casos (16,6%) com informação de vacinação incompleta foram incluídos no grupo de não vacinados. Em4,3% dos registros, não havia essa informação, e em 1,5% se registrou-se o desconhecimento do status vacinal44.
Vale salientar que as variáveis status sorológico (do acidentado e do paciente-fonte) e as condutas adotadas apresentaram, respectivamente, 25,71, 43,57 e 24,45% de dados incompletos neste estudo, dados estes corroborados pelo estudo sobre a qualidade dos dados do SINAN-ATEMB para os anos de 2010–2015 no país45, o que impede a apresentação de informações fidedignas dessas variáveis referente aos acidentes de trabalho.
As limitações do presente estudo dizem respeito à utilização de dados secundários do SINAN, com diferentes níveis de dados incompletos nas fichas de notificações, no entanto verificou-se que essa limitação não foi impeditiva para a realização da investigação, uma vez que a pesquisa não tratou da determinação de fatores de risco, mas sim da descrição dos casos notificados. Os dados encontrados denotam que as desigualdades entre as regiões e os estados brasileiros interferem no panorama dos acidentes de trabalho, principalmente pelo número de profissionais de saúde em atividade. Além disso, observou-se que, mesmo com as desigualdades entre as regiões, as variáveis demográficas, ocupacionais e de circunstâncias dos acidentes não se alteraram ao longo do período de estudo, o que pode sugerir que as medidas de segurança não estão sendo efetivas, que a subnotificação ainda se faz presente e que a completude dos dados no sistema precisa ser revista. Dessa forma, a prevenção dos acidentes e o monitoramento dos dados gerados pelas notificações são imprescindíveis para que se conheça o contexto real dos ATEMB.
 
Fonte: Análise epidemiológica dos acidentes com material biológico registrados no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador - Londrina-PR
2) Descrever a conduta e os esquemas de notificação dos acidentes com material biológico e/ou perfurocortantes (fluxograma de decisões). 
Fonte: Protocolo de Exposição a Materiais Biológicos, MS -2006.
O acidente de trabalho por material biológico é considerado uma emergência médica, além de configurar- se como um evento súbito, o acidente de trabalho é o acontecimento ocorrido no exercício de atividades laborais, independentemente da situação empregatícia e previdenciária do trabalhador acometido.
Condutas após o acidente
Cuidados com a área exposta
• Lavagem do local exposto com água e sabão nos casos de exposição percutânea ou cutânea. 
• Nas exposições de mucosas, deve-se lavar exaustivamente com água ou solução salina fisiológica.
 • Não há evidência de que o uso de antissépticos ou a expressão do local do ferimento reduzam o risco de transmissão, entretanto, o uso de antisséptico não é contra-indicado.
 • Não devem ser realizados procedimentos que aumentem a área exposta, tais como cortes e injeções locais. A utilização de soluções irritantes (éter, glutaraldeído, hipoclorito de sódio) também está contra-indicada.
Avaliação do acidente 
• Estabelecer o material biológico envolvido: sangue, fluidos orgânicos potencialmente infectantes (sêmen, secreção vaginal, liquor, líquido sinovial, líquido pleural, peritoneal, pericárdico e amniótico), fluidos orgânicos potencialmente não-infectantes (suor, lágrima, fezes, urina e saliva), exceto se contaminado com sangue
• Tipo de acidente: perfurocortante, contato com mucosa, contato com pele com solução de continuidade.
 • Conhecimento da fonte: fonte comprovadamente infectada ou exposta à situação de risco ou fonte com origem fora do ambiente de trabalho. • Fonte desconhecida. 
Orientações e aconselhamento ao acidentado
• Com relação ao risco do acidente.
 • Possível uso de quimioprofilaxia. 
• Consentimento para realização de exames sorológicos. 
• Comprometer o acidentado com seu acompanhamento durante seis meses. 
• Prevenção da transmissão secundária. 
• Suporte emocional devido estresse pós-acidente. 
• Orientar o acidentado a relatar de imediato os seguintes sintomas: linfoadenopatia, rash, dor de garganta, sintomas de gripe (sugestivos de soroconversão aguda).
 • Reforçar a prática de biossegurança e precauções básicas em serviço. 
Notificação do acidente (CAT/Sinan) 
• Registro do acidente em CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho).
 • Preenchimento da ficha de notificação do Sinan (Portaria n.º 777) 
Avaliação da exposição no acidente com material biológico 
Deve ocorrer imediatamente após o acidente e, inicialmente, basear-se em uma adequada anamnese do acidente, caracterização do paciente fonte, análise do risco, notificação do acidente e orientação de manejo e medidas de cuidado com o local exposto. A exposição ocupacional a material biológico deve ser avaliada quanto ao potencial de transmissão de HIV, HBV e HCV com base nos seguintes critérios:
• Tipo de exposição.
• Tipo e quantidade de fluido e tecido. 
• Status sorológico da fonte. 
• Status sorológico do acidentado. 
• Susceptibilidade do profissional exposto. 
Quanto ao tipo de exposição 
· Percutâneas: lesões provocadas por instrumentos perfurantes e/ou cortantes (p.ex. agulhas, bisturi, vidrarias). 
· Mucosas: respingos em olhos, nariz, boca e genitália. 
· Em Pele não-íntegra: contato com pele com dermatite, feridas abertas, mordeduras humanas consideradas como exposição de risco, quando envolverem a presença de sangue. Nesses casos, tanto o indivíduo que provocou a lesão, quanto aquele que foi lesado, devem ser avaliados. 
Quanto ao tipo de fluido e tecido 
· Fluidos biológicos de risco: Sangue, líquido orgânico com sangue visível ou fluidos potencialmente infectantes
· Materiais biológicos considerados potencialmente não-infectantes: Fezes, secreção nasal, escarro, suor, lágrima, urina e vômitos, exceto se tiverem sangue.
Quantidade de fluidos e tecidos: As exposições de maior gravidade envolvem: 
Maior volume de sangue: Lesões profundas provocadas por material cortante. Presença de sangue visível no instrumento. Acidentes com agulhas previamente utilizadas em veia ou artéria de paciente-fonte. Acidentes com agulhas de grosso calibre. Agulhas com lúmen. 
Maior inoculação viral: • Paciente-fonte com HIV/aids em estágio avançado. • Infecção aguda pelo HIV. • Situações com viremia elevada. • Deve-se observar, no entanto, que há a possibilidade de transmissão, mesmo quando a carga viral for baixa e quando houver a presença de pequeno volume de sangue. 
Status sorológico da fonte (origem do acidente) 
O paciente-fonte deverá ser avaliado quanto à infecção pelo HIV, hepatite B e hepatite C, no momento da ocorrência do acidente. Somente serão consideradas as informações disponíveis no prontuário sobre resultados de exames laboratoriais, história clínica prévia e diagnóstico de admissão se positivos para determinada infecção (HIV, HBV, HCV). 
· Quando a fonte é conhecida • Caso a fonte seja conhecida mas sem informação de seu status sorológico, é necessário orientar o profissional acidentado sobre a importância da realização dos exames HBsAg, Anti-HBc , Anti-HCV e Anti-HIV.
• Deve ser utilizado o teste rápido para HIV, sempre que disponível, junto com os exames acima especificados. • Caso haja recusa ou impossibilidade de realizar os testes, considerar o diagnóstico médico, sintomas e história de situação de risco para aquisição de HIV, HBC e HCV. 
• Exames de detecção viral não são recomendados como testes de triagem. 
· Quando a fonte é desconhecida • Levar em conta a probabilidade clínica e epidemiológica de infecção pelo HIV, HCV, HBV – prevalência de infecção naquela população, local onde o material perfurante foi encontrado (emergência, bloco cirúrgico, diálise), procedimento ao qual ele esteve associado, presença ou não de sangue, etc. 5.2.4 Status sorológico do acidentado • Verificar realização de vacinação para hepatite B; • Comprovação de imunidade através do Anti-HBs. • Realizar sorologia do acidentado para HIV, HBV e HCV
Status sorológico do acidentado 
• Verificar realização de vacinação para hepatite B; Comprovação de imunidade através do Anti-HBs. 
• Realizar sorologiado acidentado para HIV, HBV e HCV.
Condutas frente ao acidente com exposição ao HIV 
· Paciente-fonte HIV positivo : paciente-fonte é considerado infectado pelo HIV quando há documentação de exames Anti-HIV positivos ou o diagnóstico clínico de aids. Conduta: análise do acidente e indicação de quimioprofilaxia anti-retroviral (ARV). 
· Paciente-fonte HIV negativo: envolve a existência de documentação laboratorial disponível e recente (até 60 dias para o HIV) ou no momento do acidente, através do teste convencional ou do teste rápido. Não está indicada a quimioprofilaxia anti-retroviral. 
· Paciente-fonte com situação sorológica desconhecida: um paciente-fonte com situação sorológica desconhecida deve, sempre que possível, ser testado para o vírus HIV, depois de obtido o seu consentimento; deve-se colher também sorologias para HBV e HCV. 
· Paciente-fonte desconhecido: na impossibilidade de se colher as sorologias do paciente-fonte ou de não se conhecer o mesmo (p.ex., acidente com agulha encontrada no lixo), recomenda-se a avaliação do risco de infecção pelo HIV, levando-se em conta o tipo de exposição, dados clínicos e epidemiológicos. 
Indicação de Profilaxia Pós-Exposição (PPE) ou Anti- Viral : quando indicada, deverá ser iniciada o mais rápido possível, idealmente, nas primeiras 2 horas após o acidente. Estudos em animais sugerem que a quimioprofilaxia não é eficaz quando iniciada 24 a 48 horas após a exposição. Recomenda-se que o prazo máximo, para início de PPE, seja de até 72 horas após o acidente. 
A duração da quimioprofilaxia é de 28 dias. Atualmente, existem diferentes medicamentos anti-retrovirais potencialmente úteis, embora nem todos indicados para PPE, com atuações em diferentes fases do ciclo de replicação viral do HIV. 
Mulheres em idade fértil: oferecer o teste de gravidez para aquelas que não sabem informar sobre a possibilidade de gestação em curso. 
Nos casos em que se suspeita que o paciente-fonte apresenta resistência aos anti-retrovirais, iniciar a PPE com os anti-retrovirais habituais e encaminhar o acidentado para um especialista. 
Na dúvida sobre o tipo de acidente, é melhor começar a profilaxia e posteriormente reavaliar a manutenção ou mudança do tratamento. 
Prevenção à transmissão secundária: o profissional acidentado deve realizar atividade sexual com proteção pelo período de seguimento, mas principalmente nas primeiras seis a 12 semanas pós-exposição. Deve também evitar: gravidez, doação de sangue, plasma, órgãos, tecidos e sêmen. O aleitamento materno deve ser interrompido. 
Condutas frente ao acidente com exposição ao HBV 
As recomendações vão depender do status sorológico do paciente- fonte e dos níveis de Anti-HBs do profissional acidentado.
A dosagem de anticorpos, para verificação de imunidade passiva, após a aplicação de IGHAHB(Imunoglobulina Contra Hepatite B), deve aguardar um período de três a seis meses. 
Com o objetivo de excluir a possibilidade da fonte ou acidentado estarem na janela imunológica de um quadro agudo ou em fase de convalescença de hepatite B, quando o HBs Ag pode ser negativo, solicita-se também o Anti-HBc Total para o acidentado. 
Os acidentados cuja fonte for HBs Ag positiva, Anti-HBc Total positiva ou desconhecida e não estiverem imunizados para hepatite B, devem entrar em protocolo de seguimento realizando HBs Ag, três e seis meses após o acidente e as demais condutas estabelecidas no quadro acima 
• A vacina atual para HBV é aplicada, na dosagem de 10 a 20 mcg/ml (conforme o fabricante), no esquema de três doses, exclusivamente em deltóide, com intervalos de zero, um e seis meses; o esquema de zero, um e dois meses pode ser utilizado em situações em que a imunização seja necessária, pois os anticorpos protetores são observados em quase todos os vacinados a partir do terceiro mês. É esperado o desaparecimento do título de anticorpos ao longo do tempo, mas a imunidade está mantida. Cerca de 95% a 99% atingem níveis protetores de anticorpos. 
O uso de dosagem dupla de vacina 20 ou 40mcg/2ml (conforme o fabricante) nos esquemas habituais, ou variantes desse, estão indicados nos casos de trabalhadores com imunidade comprometida. Situações individuais específicas (portadores de HIV, talassêmicos, politransfundidos, etc.) podem exigir a adoção de outros esquemas, cuja responsabilidade é do serviço especializado que o acompanha. O volume a ser administrado varia de acordo com o produtor, há produtos com 10 mcg e 20 mcg. 
Após obter-se uma dosagem de Anti-HBs Ag >10 UI/l não estão indicadas dosagens posteriores. As pessoas que fizeram um esquema vacinal completo e não respondem à vacinação, ou seja, Anti-HBs < 10 UI/ L, devem receber uma dose de reforço, testar novamente o nível de anticorpos e, caso continuem não-respondedoras, devem receber mais duas doses de vacina e após um a três meses realizar o Anti-HBs. Se ainda persistirem não-respondedoras, são indicadas outras doses da vacina convencional ou a vacina “hiperantigênica”.
Não há nenhuma restrição quanto às atividades laborais, para as pessoas que não responderam à vacinação para hepatite B. No entanto, caso sofram acidente com material biológico, elas devem procurar o serviço médico de referência com a maior brevidade para avaliar a necessidade de profilaxia pós-exposição. As pessoas que trabalham nos centros de hemodiálise e que são não-respondedoras devem realizar Anti-HBc e HBs Ag a cada seis meses. 
Atualmente existe a vacina “hiperantigênica” para não-respondedores a seis doses da vacina clássica. 
Prevenção da transmissão secundária: Deve evitar doação de sangue, plasma, órgãos, tecidos ou sêmen. Deve adotar práticas sexuais seguras e interromper o aleitamento materno. 
Condutas frente ao acidente com exposição ao HCV ( Hepatite C)
Até o momento não existe nenhuma profilaxia pós-exposição contra o HCV. A incubação do HCV é de duas a 24 semanas (em média seis a sete semanas). Pode ocorrer alteração na TGP em torno de 15 dias e a positividade do RNA-HCV (PCR – reação em cadeia da polimerase) aparece entre oito e 21 dias. O Anti-HCV (3.ª geração) já pode ser detectado cerca de seis semanas após a exposição. Considerando que a positivação do Anti-HCV pode ser tardia e que grande parte dos profissionais acidentados terão a eliminação espontânea do vírus até 70 dias após a exposição, é recomendada a realização do RNA-VHC qualitativo (que já se apresenta detectável dias após a contaminação) 90 dias após a data do acidente. Caso positivo, o profissional acidentado será orientado a realizar o tratamento. 
Dessa forma, o acompanhamento preconizado para trabalhadores que se acidentaram com fonte HCV positiva ou desconhecida consiste na realização dos seguintes exames: 
Nos locais que disponham de laboratórios de Biologia Molecular, realizar:
Em caso de soroconversão deve-se realizar teste confirmatório por PCR. Quando se identifica precocemente a infecção pelo HCV, o acidentado deve ser informado sobre a possibilidade de tratamento e encaminhado para um serviço de referência.
Prevenção da transmissão secundária: Deve evitar doação de sangue, plasma, órgãos, tecidos ou sêmen. Sugere-se adotar práticas sexuais seguras e evitar a gravidez. Não há necessidade de interromper o aleitamento materno.
Condutas frente à co-infecção: Caso o profissional seja portador de um dos três vírus abordados neste Protocolo e sofra um acidente com material biológico, sugere-se o fluxograma abaixo
Esquema de notificação
Todos os casos de acidente com material biológico devem ser comunicados ao INSS por meio da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e ao Ministério da Saúde por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), conforme previsto na Portaria n.º 777, de 28 de abril de 2004, do Ministério da Saúde . Além disso, a instituição deve manter um registro interno com os dados do acidente: setor em que ocorreu, data e hora do acidente, função que exerce o acidentado, tipo de acidente (contato com mucosa, perfurocortante, pele íntegra, pele lesada), materialbiológico implicado (sangue, soro, outros), uso de EPI, modo e condições que podem ter favorecido a ocorrência do acidente (falta de espaço nas coletas no leito, paciente agitado, descarte inadequado, recapamento de agulha, etc). 
De posse desses dados deve-se proceder da seguinte maneira: 
1) Relacionar todos os motivos implicados na geração dos acidentes. 
2) Verificar os motivos mais frequentes. 
3) Iniciar o processo de busca de soluções. 
4) Implementar as ações corretivas como parte de um projeto piloto. 
5) Verificar a eficácia das mesmas nesse projeto. 
6) Finalmente, adotar as ações corretivas como rotina. 
Os passos acima devem ser discutidos junto com os funcionários e com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes . Todas as medidas corretivas devem passar por uma fase piloto para verificar a sua adequação e possibilitar melhorias, para só então serem implantadas definitivamente. Os controles laboratoriais dos acidentes devem ser registrados em prontuário médico.
Algumas literaturas trazem que alguns profissionais não realizam medidas de profilaxia e realização de exames ou notificação quando sofrem este tipo de acidente, o que gera um número significativo de subnotificação para o Sistema Nacional de Agravos Notificáveis (SINAN). A comunicação de acidente de trabalho é realizada para a Previdência Social, enquanto a notificação do SINAN é realizada para o Ministério da Saúde, na mesma plataforma informatizada onde são lançados os agravos notificáveis. A importância deste registro está amparada nas necessidades dos gestores das instituições relacionar todos os fatores implicados na ocorrência dos acidentes, verificar os motivos mais frequentes, buscar soluções baseadas nas informações contidas no registro, implementar ações corretivas e avaliar a eficácia das mesmas. Entretanto, estudos demonstram que muitos incidentes com material biológico são subnotificados.
A utilização das notificações visa realizar um diagnóstico precoce sobre eventos e acontecimentos à saúde da população, dando embasamento para explicar as causas dos agravos notificáveis, indicando as áreas mais críticas, fazendo com que a realidade epidemiológica da região seja conhecida. As notificações se apresentam como poderosa ferramenta para sinalizar epidemiologicamente os locais e agravos que estão emergindo no município do notificador, mostrando em que locais as ações de prevenção e promoção à saúde devem ser direcionados, a que tipo de público e a quais agravos especificamente.
Entretanto, mesmo ressaltando a importância do registro dos acidentes, muitos eventos ainda deixam de ser notificados, ou seja, resultam em subnotificações. Estas acabam influenciando na falha de análise epidemiológica em relação ao número de acidentes, tipos, principais agentes causadores, unidades onde mais ocorrem os agravos e as medidas que foram tomadas. A Portaria nº 777/GM do MS trata dos procedimentos técnicos para a notificação compulsória de agravos à saúde do trabalhador, onde o acidente de trabalho por material biológico está incluso. A regulamentação da notificação destes agravos deve ser efetuada em ficha própria, padronizada pelo Ministério da Saúde, no SINAN.
N
Prevenção 
Este protocolo estabelece medidas de prevenção e profilaxia em caso de exposição a material biológico contaminado com patógenos de HIV, HBV, HCV. A instituição de saúde deve divulgar e treinar seus profissionais quanto aos procedimentos de prevenção à exposição a material biológico.
5.5.1 Medidas preventivas e gerenciais São medidas estabelecidas pelas instituições que contratam profissionais da área da Saúde que visam: 28 1. Identificação dos riscos aos quais os profissionais estão expostos. 2. Estabelecimento das práticas de trabalho (ex.: não recapar agulha, descarte adequado de material). 3. Controles de engenharia que compreendem todas as medidas de controle que isolam ou removem um risco do local de trabalho, abrangem instrumentos perfurocortantes modificados com proteção contra lesões e sistemas sem agulha, bem como dispositivos médicos destinados a reduzir o risco de exposição a material biológico. 4. Utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) nas circunstâncias em que as práticas de trabalho e o controle de engenharia são insuficientes para propiciar uma proteção adequada. 5. Investigação, controle e registro dos casos de exposição a sangue ou fluidos corporais. 
5.5.2 Capacitação e educação em saúde O programa de treinamento é fundamental e deve ser repetido regularmente a fim de se formar uma consciência prevencionista. O conteúdo do programa deve contemplar: 1. Os tipos de riscos a que o PAS está exposto. 2. Modo de transmissão dos agentes veiculados pelo sangue e outros fluidos corporais. 3. As ações a serem adotadas em caso de acidentes: a) higiene adequada do local onde ocorreu o acidente com material biológico; b) lavar o local do corpo atingido com água em abundância; c) identificar, se possível, a fonte do acidente; d) comunicar a exposição por meio do preenchimento da ficha de notificação (CAT/Sinan); e) Realizar os controles médicos indicados. 4. As recomendações sobre o uso de EPI, sobre as práticas de trabalho adotadas e as limitações desses meios. Fazem parte dessas recomendações: 29 a) Lavagem freqüente das mãos: é a precaução mais importante e deve ser realizada sempre após contato com paciente e/ou material biológico e ao descalçar as luvas. b) Uso de luvas: no exame de paciente, incluindo contato com sangue, fluidos corporais, mucosas ou pele nãoíntegra. c) Uso de óculos, protetor facial, máscara: deve ser utilizado sempre que se antecipar a possibilidade de respingo de sangue ou fluidos corporais. d) Uso de avental: deve ser restrito à área de trabalho, evitando-se seu uso em refeitórios. e) Adequação do uso de EPI à NR 32. 
5.5.3 Controle médico e registro de agravos Devem ser considerados dois momentos quanto ao controle médico das exposições ao sangue e aos fluidos corporais: a profilaxia pré-exposição e pós-exposição. A profilaxia pré-exposição da hepatite B é feita por meio da vacinação (vide fluxograma abaixo).
A vacinação no período de admissão do profissional de saúde, antes do início efetivo da exposição, eleva a taxa de adesão e a prevenção de infecção, uma vez que nesse período há um aumento do risco de acidentes. O rastreamento pré-vacinação, através do Anti-HBs, não é indicado a não ser que a instituição considere o procedimento custo-efetivo. Em relação à prevenção de transmissão do vírus C em profissionais de saúde, a única orientação é o seguimento rigoroso das medidas de segurança, pois não há vacina contra hepatite C. Nos casos de acidente com material biológico, realizar o seguimento de acordo com as condutas frente à acidente com material biológico. 
5.5.4 Vigilância Está centrado na Ficha de Investigação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) que levará ao registro do acidente de trabalho nos níveis municipal e estadual, cabendo ao órgão local o acompanhamento e a fiscalização dos locais de trabalho com maior incidência de acidentes de trabalho.
3) Identificar a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC Nº 222, de 28 de março de 2018, classificando os tipos de resíduos e identificando a classificação de risco para agentes biológicos. 
Fonte: Ministério da Saúde – Vigilância Sanitária. Resolução Da Diretoria Colegiada - Rdc Nº 222, De 28 De Março De 2018 
RDC é uma  resolução da Anvisa que determina as normas para estabelecimentos de assistência à saúde funcionarem com segurança. Dispõe sobre os requisitos de Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde.
Abrangência: aplica aos geradores de resíduos de serviços de saúde– RSS cujas atividades envolvam qualquer etapa do gerenciamento dos RSS, sejam eles públicos e privados, filantrópicos, civis ou militares, incluindo aqueles que exercem ações de ensino e pesquisa.
Definem-se como geradores de RSStodos os serviços cujas atividades estejam relacionadas com a atenção à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias, inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de piercing e tatuagem, salões de beleza e estética, dentre outros afins.
Esta Resolução não se aplica a fontes radioativas seladas, que devem seguir as determinações da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, e às indústrias de produtos sob vigilância sanitária, que devem observar as condições específicas do seu licenciamento ambiental.
Classificação dos resíduos de serviços de saúde
GRUPO A : resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção. 
Subgrupo A1
 - Culturas e estoques de micro-organismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os medicamentos hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos, atenuados ou inativados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética.
 - Resíduos resultantes da atividade de ensino e pesquisa ou atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido. 
- Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta. 
- Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. 
Subgrupo A2 - Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anatomopatológico ou confirmação diagnóstica. 
Subgrupo A3 - membros do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou seus familiares. 
Subgrupo A4 
- Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados. 
- Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares. 
– Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes classe de risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons. 
- Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo. 
- Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. 
- Peças anatômicas (órgãos e tecidos), incluindo a placenta, e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anatomopatológicos ou de confirmação diagnóstica. 
- Cadáveres, carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos. 
- Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão. 
Subgrupo A5 
-Órgãos, tecidos e fluidos orgânicos de alta infectividade para príons, de casos suspeitos ou confirmados, bem como quaisquer materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, suspeitos ou confirmados, e que tiveram contato com órgãos, tecidos e fluidos de alta infectividade para príons. 
- Tecidos de alta infectividade para príons são aqueles assim definidos em documentos oficiais pelos órgãos sanitários competentes. 
GRUPO B (Resíduo Químico) : resíduos contendo produtos químicos que apresentam periculosidade à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade, mutagenicidade e quantidade. - Produtos farmacêuticos - Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes. - Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores). - Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas. - Demais produtos considerados perigosos: tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos. 
GRUPO C(Resíduos Radioativos) : Qualquer material que contenha radionuclídeo em quantidade superior aos níveis de dispensa especificados em norma da CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista. - Enquadra-se neste grupo o rejeito radioativo, proveniente de laboratório de pesquisa e ensino na área da saúde, laboratório de análise clínica, serviço de medicina nuclear e radioterapia, segundo Resolução da CNEN e Plano de Proteção Radiológica aprovado para a instalação radiativa. 
GRUPO D ( Resíduos Domésticos)
Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. 
- Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, gorros e máscaras descartáveis, resto alimentar de paciente, material utilizado em antissepsia e hemostasia de venóclises, luvas de procedimentos que não entraram em contato com sangue ou líquidos corpóreos, equipo de soro, abaixadores de língua e outros similares não classificados como A1.
 - Sobras de alimentos e do preparo de alimentos.
 - Resto alimentar de refeitório. 
- Resíduos provenientes das áreas administrativas.
 - Resíduos de varrição, flores, podas e jardins. 
- Resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde. 
- Forrações de animais de biotérios sem risco biológico associado. 
- Resíduos recicláveis sem contaminação biológica, química e radiológica associada. 
- Pelos de animais. 
GRUPO E(Resíduos Perfurocortantes)
Materiais perfurocortantes tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; ponteiras de micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares. 
Identificação dos grupos de resíduos 
Classificação de Risco
Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a comunidade): agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças no homem ou nos animais adultos sadios; 
Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a comunidade): inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes;Classe de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a comunidade): inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via respiratória e que causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais existem usualmente medidas de tratamento ou de prevenção. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa; 
Classe de risco 4 (elevado risco individual e elevado risco para a comunidade): inclui agentes biológicos que representam grande ameaça para o ser humano e para os animais, implicando grande risco a quem os manipula, com grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro, não existindo medidas preventivas e de tratamento para esses agentes.
Risco e perigo 
· Perigo é a capacidade de um agente (químico, biológico, físico) causar um efeito nocivo. 
· Risco é a probabilidade da ocorrência de efeito nocivo pelo uso, exposição ou manipulação de um agente tóxico sob condições específicas (condições de exposição).
4) Definir PGRSS, identificando seus objetivos. 
Fonte: Instruções Para O Preenchimento Do Pgrss - Secretaria De Saúde De Santa Catarina
Segurança e medicina do trabalho - Distrito Federal
O que é? O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS é um documento que integra o processo de licenciamento ambiental, baseado nos princípios da não geração de resíduos e/ou na minimização da geração de resíduos. Aponta e descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, observadas suas características, no âmbito dos estabelecimentos, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação final e visa a proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente.
Esses procedimentos devem ser planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais.
Objetivos
· Contribuir para o controle de infecção hospitalar e acidentes ocupacionais; 
· Proteger a saúde e o meio ambiente; 
· Reduzir o volume e a massa de resíduos contaminados; 
· Estabelecer procedimentos adequados para o manejo de cada grupo; 
· Estimular a reciclagem dos resíduos comuns. 
· Aumentar o nível de segurança dos funcionários, usuários e pacientes; 
· Garantir adequada segregação dos resíduos, facilitando o reaproveitamento e o descarte; 
· Otimizar (recursos financeiros e pessoal) na coleta e transporte internos e externos dos resíduos; 
· Racionalizar o uso de recursos, evitando desperdícios, aprimorando a reutilização e firmando acordos com recicladoras, etc.; 
· Possibilitar um possível e eficiente gerenciamento de resíduos;
· Treinar e instruir todo o pessoal do HU quanto ao manejo adequado dos RSS, enfatizando a necessidade do cumprimento das normas.
Onde é obrigatória? A implantação PGRSS é obrigatória a todo gerador de resíduos de serviços de saúde: Hospitais, Clínicas, Unidades de Saúde, Serviços que prestam assistência à saúde humana ou animal, incluindo os prestadores de programas de assistência domiciliar (hospitais, clínicas, serviços ambulatoriais de atendimento médico e odontológico, serviços veterinários); Serviços de ensino e pesquisa na área de saúde; Serviços de acupuntura e de tatuagem; Serviços de atendimento radiológico, de radioterapia, de medicina nuclear e de tratamento quimioterápico; Serviços de hemoterapia e unidades de produção de hemoderivados; Laboratórios de análises clínicas e de anatomia patológica; Necrotérios e serviços que realizam atividades de embalsamamento e de medicina legal; Drogarias, farmácias, inclusive as de manipulação; Unidades de controle de zoonoses; Indústrias farmacêuticas e bioquímicas; Unidades móveis de atendimento à saúde; Demais serviços relacionados ao atendimento à saúde, que gerem resíduos perigosos.
Quem deve elabora? deverá ser elaborado por profissional competente e que detenha os conhecimentos necessários para a sua elaboração e implementação. Este profissional deverá ter registro ativo junto ao seu Conselho de Classe, e deverá apresentar a Anotação de Responsabilidade Técnica – ART ou documento similar, quando couber, para exercer a função de Responsável pela elaboração e implantação do PGRSS.
A RDC 306/04 determina a atualização dos indicadores do PGRSS anualmente, mas caso haja mudança no estabelecimento que implique em mudança na geração de resíduos este deve ser atualizado (exemplo, abertura de novos setores, etc). Os serviços novos submetidos a reformas ou ampliação devem encaminhar o PGRSS juntamente com o projeto básico de arquitetura para a vigilância sanitária local, quando da solicitação do alvará sanitário.
A ausência do PGRSS nos estabelecimentos acarretará em uma série de sanções, das quais podemos destacar o Art.29 da Resolução Conama 358/05: O não cumprimento do disposto nesta Resolução sujeitará os infratores às penalidades e sanções previstas na legislação pertinente, em especial na Lei no 9.605/98 (Crimes Ambientais).
Leis que amparam e fiscalizam 
- RDC ANVISA nº 306/2004: traz as normas para a elaboração de um plano de gerenciamento de resíduos, destacando as orientações para o manejo dos resíduos. Preocupa-se principalmente com a prevenção de acidentes e a preservação da saúde pública. 
- Resolução CONAMA nº 358/2005: dispõe sobre o tratamento e a destino final dos resíduos dos serviços de saúde, preocupando-se com os riscos ao meio ambiente. 
- Lei nº 4352 de Junho de 2009: dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos RSS. CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente
Fonte: Programa de gerenciamentos de resíduos de serviços de saúde (PGRSS): as práticas na execução das atividades estão de acordo com o proposto pelo programa?- UEM 
O Programa de Gerenciamento de Resíduos do Serviço de Saúde ? todo Programa de Gerenciamento de Resíduos deve conter:
(a) informações gerais do estabelecimento; 
(b) identificação dos tipos de resíduos gerados pelo estabelecimento; 
(c) descrição de todas as etapas do gerenciamento de resíduos, desde o manejo até a disposição final, de acordo com as características dos resíduos gerados pelo estabelecimento de modo que garanta uma manipulação segura destes durante todo o processo de gerenciamento; 
(d) procedimentos de segurança e saúde ocupacional; 
(e) plano de contingência
(f) plano de monitoramento.
Os resíduos de Serviços de Saúde (RSS) são definidos como: os elementos e materiais rejeitados ou descartados dos processos, operações e procedimentos relacionados aos ramos de medicina, farmácia e enfermagem e áreas de atuação congêneres, realizados em hospitais, clínicas veterinárias e similares, incluindo as atividades de prevenção, diagnóstico, controle e tratamento de doenças . 
5) Descrever como deve ser realizada a segregação, acondicionamento e identificação e destinação dos RSS (manejo). 
Fonte: Fiocruz e Biblioteca do Ministério da Saúde ( Anvisa - RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 222, DE 28 DE MARÇO DE 2018.)
Segregação
 Os RSS( Resíduos de serviço de saúde) devem ser segregados no momento de sua geração, conforme classificação por Grupos, em função do risco presente. 
Art. 12 Quando, no momento da geração de RSS, não for possível a segregação de acordo com os diferentes grupos, os coletores e os sacos devem ter seu manejo com observância das regras relativas à classificação do Anexo I desta Resolução. 
Acondicionamento
RSS no estado sólido, quando não houver orientação específica, devem ser acondicionados em saco constituído de material resistente a ruptura, vazamento e impermeável.
§ 1º Devem ser respeitados os limites de peso de cada saco, assim como o limite de 2/3 (dois terços) de sua capacidade, garantindo-se sua integridade e fechamento. 
§ 2º É proibido o esvaziamento ou reaproveitamento dos sacos. 
Sacos para acondicionamento de RSS do grupo A devem ser substituídos ao atingirem o limite de 2/3 de sua capacidade ou então a cada 48 horas, independentemente do volume,visando o conforto ambiental e a segurança dos usuários e profissionais. E os de fácil putrefação devem ser substituídos no máximo a cada 24 horas, independentemente do volume. 
Art. 15 Os RSS do Grupo A que não precisam ser obrigatoriamente tratados e os RSS após o tratamento são considerados rejeitos e devem ser acondicionados em saco branco leitoso. Parágrafo único. Os rejeitos, tratados ou não, acondicionados em sacos brancos leitosos devem ser encaminhados para disposição final ambientalmente adequada. 
Art. 16 Quando houver a obrigação do tratamento dos RSS do Grupo A, estes devem ser acondicionados em sacos vermelhos. Parágrafo único. O saco vermelho pode ser substituído pelo saco branco leitoso sempre que as regulamentações estaduais, municipais ou do Distrito Federal exigirem o tratamento indiscriminado de todos os RSS do Grupo A, exceto para acondicionamento dos RSS do subgrupo A5. 
Art. 17 O coletor do saco(recipiente utilizado para acondicionar os sacos com resíduos) para acondicionamento dos RSS deve ser de material liso, lavável, resistente à punctura, ruptura, vazamento e tombamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados. 
§ 1º O coletor não necessitará de tampa para fechamento sempre que ocorrer a substituição imediata do saco para acondicionamento após a realização de cada procedimento. 
§ 2ºApós sua substituição, o saco para acondicionamento usado deve ser fechado e transferido para o carro de coleta. 
Art. 18 Os RSS líquidos devem ser acondicionados em recipientes constituídos de material compatível com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques, com tampa que garanta a contenção do RSS e identificação.
Art. 19 Os recipientes de acondicionamento para RSS químicos no estado sólido devem ser constituídos de material rígido, resistente, compatível com as características do produto químico acondicionado e identificados.
Art. 20 Os rejeitos radioativos devem ser acondicionados conforme procedimentos definidos pelo supervisor de proteção radiológica, com certificado de qualificação emitido pela CNEN, ou equivalente de acordo com normas da CNEN, na área de atuação correspondente. 
Art. 21 Os RSS do Grupo D devem ser acondicionados de acordo com as orientações dos órgãos locais responsáveis pelo serviço de limpeza urbana. 
Identificação 
Art. 22 A identificação dos RSS deve estar afixada nos carros de coleta, nos locais de armazenamento e nos sacos que acondicionam os resíduos. § 1º Os sacos que acondicionam os RSS do Grupo D não precisam ser identificados. § 2º A identificação de que trata este artigo deve estar afixada em local de fácil visualização, de forma clara e legível, utilizando-se símbolos e expressões descritos no Anexo II, cores e frases, e outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e à periculosidade específica de cada grupo de RSS. § 3º A identificação dos sacos para acondicionamento deve estar impressa, sendo vedado o uso de adesivo. 
Art. 23 Os RSS gerados pelos serviços de atenção domiciliar, devem ser acondicionados e recolhidos pelos próprios agentes de atendimento ou por pessoa treinada para a atividade e encaminhados à destinação final ambientalmente adequada. Parágrafo único. O transporte destes RSS pode ser feito no próprio veículo utilizado para o atendimento e deve ser realizado em coletores de material resistente, rígido, identificados e com sistema de fechamento dotado de dispositivo de vedação, garantindo a estanqueidade e o não tombamento. 
Art. 24 O descarte de produtos para saúde oriundos de explante deve seguir o disposto na Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 15, de 2012, ou outra que vier a substituí-la. 
Coleta e transporte interno 
Art. 25 O transporte interno dos RSS deve ser realizado atendendo a rota e a horários previamente definidos, em coletor identificado de acordo com o Anexo II desta Resolução. 
Art. 26 O coletor utilizado para transporte interno deve ser constituído de material liso, rígido, lavável, impermeável, provido de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, cantos e bordas arredondados. Parágrafo Único. Os coletores com mais de quatrocentos litros de capacidade devem possuir válvula de dreno no fundo. 
Armazenamento interno, temporário e externo
Art. 27 No armazenamento temporário e externo de RSS é obrigatório manter os sacos acondicionados dentro de coletores com a tampa fechada. 
Art. 28 Os procedimentos para o armazenamento interno devem ser descritos e incorporados ao PGRSS do serviço. Parágrafo único. A coleta e o transporte externo dos RSS devem ser compatíveis com os Planos Municipais e do Distrito Federal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e com as demais normativas aplicáveis. 
Art. 29 O abrigo temporário de RSS deve: I - ser provido de pisos e paredes revestidos de material resistente, lavável e impermeável; II - possuir ponto de iluminação artificial e de água, tomada elétrica alta e ralo sifonado com tampa; III - quando provido de área de ventilação, esta deve ser dotada de tela de proteção contra roedores e vetores; IV - ter porta de largura compatível com as dimensões dos coletores; e V - estar identificado como "ABRIGO TEMPORÁRIO DE RESÍDUOS”. 
Art. 30 O armazenamento temporário pode ser dispensado no caso em que o fluxo de recolhimento e transporte justifique. 
Art. 31 A sala de utilidades ou expurgo pode ser compartilhada para o armazenamento temporário dos RSS dos Grupos A, E e D, devendo ser compatível com a área a ser ocupada pelos coletores em uso. Parágrafo único. Na hipótese descrita no caput, a sala de utilidades ou expurgo deve conter também a identificação com a inscrição “ABRIGO TEMPORÁRIO DE RESÍDUOS”. 
Art. 32 RSS de fácil putrefação devem ser submetidos a método de conservação em caso de armazenamento por período superior a vinte e quatro horas. 
Art. 33 O gerenciamento de rejeitos radioativos, grupo C, deve obedecer ao Plano de Proteção Radiológica do Serviço, as Normas da CNEN e demais normas aplicáveis. 
Art. 34 O abrigo externo deve ter, no mínimo, um ambiente para armazenar os coletores dos RSS do Grupo A, podendo também conter os RSS do grupo E, e outro ambiente exclusivo para armazenar os coletores de RSS do grupo D. 
Art. 35 O abrigo externo deve:
 I - permitir fácil acesso às operações do transporte interno;
II - permitir fácil acesso aos veículos de coleta externa; 
III - ser dimensionado com capacidade de armazenagem mínima equivalente à ausência de uma coleta regular, obedecendo à frequência de coleta de cada grupo de RSS; 
IV – ser construído com piso, paredes e teto de material resistente, lavável e de fácil higienização, com aberturas para ventilação e com tela de proteção contra acesso de vetores; 
V - ser identificado conforme os Grupos de RSS armazenados; 
VI - ser de acesso restrito às pessoas envolvidas no manejo de RSS; 
VII - possuir porta com abertura para fora, provida de proteção inferior contra roedores e vetores, com dimensões compatíveis com as dos coletores utilizados; 
VIII - ter ponto de iluminação; 
IX - possuir canaletas para o escoamento dos efluentes de lavagem, direcionadas para a rede de esgoto, com ralo sifonado com tampa; 
X - possuir área coberta para pesagem dos RSS, quando couber; 
XI – possuir área coberta, com ponto de saída de água, para higienização e limpeza dos coletores utilizados. 
Art. 36 O abrigo externo dos RSS do Grupo B deve, ainda: I - respeitar a segregação das categorias de RSS químicos e incompatibilidade química, conforme os Anexos III e IV desta Resolução; II - estar identificado com a simbologia de risco associado à periculosidade do RSS químico, conforme Anexo II desta Resolução; III - possuir caixa de retenção a montante das canaletas para o armazenamento de RSS líquidos ou outra forma de contenção validada; IV - possuir sistema elétrico e de combate a incêndio, que atendam os requisitos de proteção estabelecidos pelos órgãos competentes. 
Art. 37 É proibido o armazenamento dos coletores em uso fora de abrigos. Parágrafo Único. O armazenamento

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