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Universidade Federal de Campina Grande Centro de Ciências e Tecnologia Unidade Acadêmica de Engenharia Mecânica PLASTICIDADE DOS METAIS – Tomo II Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos 1 INTRODUÇÃO 2 Sumário 1. Deformação dos Metais 1. Deformação Elástica; 2. Deformação Plástica; 1. Linhas e Faixas de deslizamento; 2. Planos e direções de escorregamento; 3. Sistemas de Escorregamento; 4. Tensão efetiva de cisalhamento. 3. Temperatura de Recristalização; 1. Deformação à Frio; 1. Encruamento; 2. Quantidade de deformação a frio. 2. Deformação a Quente; 3. Recristalização ou Recozimento; 1. Etapas de recozimento; 2. Fatores que afetam a recristalização. 4. Vantagens do Trabalho a Quente; 5. Desvantagens do Trabalho a quente. 3 DEFORMAÇÃO DOS METAIS POLICRISTALINOS 4 Fabricação dos metais As técnicas de fabricação dos metais consistem nos métodos segundo os quais os metais e as ligas são conformados ou são manufaturados em produtos de utilidade. 5 Deformação dos Metais 6 Deformação dos Metais 7 . . Deformação PlásticaDeformação ElásticaDeformação Deformação dos Metais 8 ❑ Deformação Elástica: ❑ Ao aplicarmos uma tensão sobre um material este tenderá a se deformar, acontece deformação elástica, não permanente, que precede a deformação plástica. Cessado o esforço esse material voltará as suas especificações anteriores à aplicação da tensão ❑ Figura 6.3.1. Nesta fase a deformação é proporcional a tensão correspondente ao esforço aplicado. ❑ A relação entre tensão e deformação é o Módulo de Elasticidade ou Módulo de Young (Fig. 6.5); ❑ A força de atração entre os átomos é diretamente proporcional ao Módulo de Elasticidade. Deformação dos Metais 9 TENSÃO X DEFORMAÇÃO 10 Fabricação dos metais 11 Fabricação dos metais As operações de conformação consistem em alterar a forma de uma peça metálica mediante deformação plástica. Essa deformação pode ser obtida por dois processos: ◦Trabalho a quente: a deformação é obtida a uma temperatura acima daquela na qual ocorre a recristalização. ◦Trabalho a frio: a deformação é obtida a uma temperatura abaixo daquela na qual ocorre a recristalização. 12 Deformação dos Metais 13 ❑Deformação Plástica: ❑Temos uma deformação plástica quando aplicamos uma tensão que não é mais proporcional, logo, teremos uma deformação não recuperável e permanente. Cessado o esforço esse material não voltará as suas especificações anteriores à aplicação da tensão. Deformação dos Metais 14 5.1 Gravura e 5.3 Figura - PlásticaDeformação ElásticaDeformação Deformação dos Metais 15 Deformação dos Metais Linhas e Faixas de deslizamento em um Único Cristal Figura 3.6 - Ilustração esquemática de linhas de deslizamento e faixas (bandas) de deslizamento em um único cristal sujeitado a uma tensão de cisalhamento. Uma faixa de deslizamento consiste em vários planos de deslizamento. O cristal ao centro do desenho superior é um grão individual cercado por outros grãos. 16 Deformação Plástica de Cristais Metálicos Os materiais podem ser solicitados por tensões de tração, de compressão ou de cisalhamento. Como os dois primeiros tipos podem ser decompostos em componentes de cisalhamento (Figura 6.10) e como a maior parte dos metais é significativamente menos resistente ao cisalhamento que a tração ou à compressão, os metais se deformam pelo cisalhamento plástico ou escorregamento de um plano cristalino em relação aos demais, o que causa um deslocamento permanente. 17 Deformação Plástica de Cristais Metálicos 18 Deformação Plástica de Cristais Metálicos A distância entre planos paralelos do reticulado varia diretamente com o grau de compactação (Figura 6.4.1). 19 Deformação Plástica de Cristais Metálicos ❑Planos e direções de escorregamento ❑Em cada metal, o deslizamento ocorre segundo planos cristalográficos específicos. Geralmente esses planos são o de maior distância interplanar, pois neste caso as forças entre os planos de deslizamento passam por um mínimo. 20 Deformação Plástica de Cristais Metálicos ❑ Planos e direções de escorregamento ❑ Dentro de cada plano, a densidade de empacotamento atômico é a maior possível. Assim, o cisalhamento (escorregamento ou deslizamento) em cristais metálicos ocorrem preferencialmente em planos de maior densidade atômica, por isso a densidade dos mesmos depende da orientação cristalográfica. ❑ Nessas condições, escorregamento ou deslizamento se dá segundo a direção de máxima densidade de empacotamento atômico (direção mais compacta). Figura 5.4 e Figura 6.13. 21 Deformação Plástica de Cristais Metálicos ❑Planos e direções de escorregamento 22 Deformação Plástica de Cristais Metálicos ❑Planos e direções de escorregamento 23 Deformação Plástica de Cristais Metálicos ❑Planos e direções de escorregamento 24 Deformação Plástica de Cristais Metálicos ❑ Planos e direções de escorregamento: ❑ CFC: {111}<110> (mínimo 12 sistemas de escorregamento) 25 Planos: {111} = 4 Direções: 3 para cada plano Deformação Plástica de Cristais Metálicos A direção de escorregamento de um cristal (direção de cisalhamento) é quase que exclusivamente uma direção compacta, isto é, uma direção do reticulado onde os átomos estão arranjados em uma linha reta, tocando- se entre si. 26 Deformação Plástica de Cristais Metálicos 27 Deformação Plástica de Cristais Metálicos 28 A tendência do escorregamento em direções de máxima densidade é muito mais forte que a tendência dele ocorrer nos planos de compactação máxima. Para fins práticos pode- se geralmente supor que o escorregamento ocorra numa direção compacta. Deformação Plástica de Cristais Metálicos 29 CFC 110 (111) 1)1(1 )1(11 11)1( HC direções compactas planos compactos 0211 (0001) CCC 111 (110) (112) (123) direções compactas planos compactos direções compactas planos compactos Deformação Plástica de Cristais Metálicos 30 Deformação Plástica de Cristais Metálicos 31 Deformação Plástica de Cristais Metálicos 32 Deformação Plástica de Cristais Metálicos 33 Deformação Plástica de Cristais Metálicos 34 Deformação Plástica de Cristais Metálicos 35 Deformação Plástica de Cristais Metálicos 36 Deformação Plástica de Cristais Metálicos 37 Deformação Plástica de Cristais Metálicos 38 Deformação Plástica de Cristais Metálicos 39 Sistema de escorregamento A maioria das informações fundamentais sobre a natureza do deslizamento são obtidas na análise de monocristais de metais sob tensão, apesar de na prática os metais serem policristalinos. Deformação Plástica de Cristais Metálicos Sistema de escorregamento ❑Durante um ensaio de tração, ocorre o deslizamento ao longo de planos paralelos (Figura 5.5) cujas direções podem ser determinadas com precisão. 40 Deformação dos Metais Sistema de escorregamento ❑Com a determinação experimental do limite de escoamento do monocristal, pode-se calcular a tensão crítica de cisalhamento resultante, que atua ao longo do plano no qual se produz o deslizamento. 41 Deformação Plástica de Cristais Metálicos Tensão efetiva de cisalhamento A força necessária para produzir escorregamento é uma função não apenas da tensão cúbica de cisalhamento mas também depende do ângulo entre (1) o plano de escorregamento e a direção da força e (2) entre a direção de escorregamento e a direção da força (Figura 6.4.2). 42 )( Deformação dos Metais 43 cos cos A F = lei de Schmid Tensão efetiva de cisalhamento )( Deformação dos Metais 44 Deformação dos Metais 45 Deformação dos Metais 46 Deformação dos Metais 47 Se a deformação plástica é enormemente facilitada por meio da movimentação de discordâncias, duas possibilidades decorrem imediatamente para aumentar a resistência mecânica deum material: Deformação dos Metais 48 1. reduzir drasticamente a densidade de discordância do material, se possível eliminando-as (whiskers – cristais filamentares); 2. dificultar o movimento das discordâncias (outras discordâncias; átomos de soluto; precipitados coerentes com a matriz; partículas incoerentes com a matriz; contorno de grão e subgrão). Deformação dos Metais 49 Outra alternativa para se obter materiais de altíssima resistência é o projeto de ligas e de tratamentos termomecânicos combinando de maneira otimizada os diversos mecanismos de endurecimento mencionados (Figura 9.5) Deformação dos Metais 50 Deformação dos Metais Deformação plástica nos metais policristalinos – contorno dos grãos interferem com o escorregamento, pois interrompem os planos cristalinos nos quais as discordâncias se movem. 51 Deformação dos Metais A ductilidade aumenta com o tamanho de grão enquanto o limite de resistência diminui – Figura 6.21. 52 Deformação dos Metais 53 Deformação dos Metais ❑Deformação a frio e Deformação a quente ❑O que diferencia o trabalho a quente do frio é a temperatura de recristalização: ❑Trabalho a frio < Temperatura de recristalização < Trabalho a quente 54 1. PADILHA, Ângelo F. Materiais de Engenharia. São Paulo: Editora Hemus, 1997. 2. HIGGINS, R. A. Propriedades e Estruturas dos Materiais em Engenharia. São Paulo: Difusão Editorial S.A., 1982. 3. VAN VLACK, L H. Princípios de Ciência dos Materiais. 1970, 12a Reimpressão. Ed. Edgard Blucher Ltda, 1998. 4. VAN VLACK, LH. Princípios de Ciência e Tecnologia dos Materiais. Rio de Janeiro: Ed. Campus Ltda, 1984. Bibliografia 55 5. KALPAKJIAN, Schmid. Manufacturing Processes for Engineering Materials. 4th ed. Prentice Hall, 2003. 6. CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica vol. I, vol. II e vol. III, Ed. Makron Books do Brasil Ltda, 1986. 7. REED HILL, R. E. Princípios de Metalurgia Física. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1982. 8. Material de Apresentação da Profa. Eleani M. da Costa - DEM/PUCRS. Bibliografia 56
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