Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
1 Khilver Doanne Sousa Soares Síndrome Conversiva *Compreender causas psicossomáticas; Diferenciar causas orgânicas das psiquiátricas; Realizar exame neurológico. Muitos clínicos usam termos alternativos como “funcional” (referindo-se ao funcionamento anormal do sistema nervoso central) ou “psicogênico” (referindo-se a uma etiologia presumida) para descrever os sintomas do transtorno conversivo (transtorno de sintomas neurológicos funcionais). Nele, pode haver um ou mais sintomas de diversos tipos. Sintomas motores incluem fraqueza ou paralisia; movimentos anormais, como tremor ou movimentos distônicos; anormalidades da marcha; e postura anormal de membro. Sintomas sensoriais incluem sensação cutânea, visão ou audição alteradas, reduzidas ou ausentes. Episódios de tremores generalizados de membros com aparente prejuízo ou perda de consciência podem assemelhar-se a convulsões epiléticas (também denominadas convulsões psicogênicas ou não epiléticas). Pode haver episódios de ausência de resposta semelhantes a síncope ou coma. Outros sintomas incluem volume da fala reduzido ou ausente (disfonia/afonia), articulação alterada (disartria), uma sensação de “bola” ou caroço na garganta (globus) e diplopia. É preciso haver achados clínicos que demonstrem claramente incompatibilidade com doença neurológica. Exemplos de tais achados de exame incluem: Sinal de Hoover, no qual a fraqueza da extensão do quadril retorna à força normal com flexão do quadril contralateral contra resistência; Fraqueza acentuada da flexão plantar do tornozelo quando testada no leito em um indivíduo capaz de caminhar na ponta dos pés; Achados positivos no teste diagnóstico do tremor. Nesse teste, um tremor unilateral pode ser identificado como funcional se mudar quando o indivíduo estiver distraído dele. Isso pode ser observado pedindo-se para o paciente imitar o examinador fazendo um movimento rítmico com a mão não afetada: ocorre mudança no tremor de tal forma que ele imita ou “embarca” no ritmo da mão não afetada, ou o tremor funcional é suprimido, ou não mais assume um movimento rítmico simples.; Em ataques que se assemelham a epilepsia ou síncope (ataques não epiléticos “psicogênicos”), a presença de olhos fechados com resistência à abertura ou um eletroencefalograma simultâneo normal (embora isso por si só não exclua todas as formas de epilepsia ou síncope); Para sintomas visuais, um campo visual tubular (i.e., visão em túnel). Características que Apoiam o Diagnóstico A manifestação inicial pode estar associada a estresse ou trauma, tanto de natureza psicológica como física. A relevância etiológica potencial desse estresse ou trauma pode ser sugerida por uma relação temporal próxima. Entretanto, ainda que a avaliação quanto à presença de estresse ou trauma seja importante, o diagnóstico poderá ser feito mesmo se nenhum destes for encontrado. O transtorno conversivo está, muitas vezes, associado a sintomas dissociativos, tais como despersonalização, desrealização e amnésia dissociativa, particularmente no início do quadro sintomático ou durante os ataques. Alguns fenômenos podem estar presentes, embora não sejam patognomônicos de transtorno conversivo: La belle indifférence: ausência de preocupação acerca da natureza ou das implicações do sintoma; Ganho primário: Os pacientes obtêm ganho primário ao manter os conflitos internos fora de sua consciência. Os sintomas têm valor simbólico; representam um conflito psicológico inconsciente; 2 Khilver Doanne Sousa Soares Ganho secundário: quando os indivíduos obtêm benefícios externos como dinheiro ou isenção de responsabilidades; Identificação: pacientes com transtorno conversivo podem moldar seus sintomas de forma inconsciente conforme os de alguém importante para eles. Por exemplo, um genitor ou uma pessoa que morreu recentemente podem servir como modelo para um transtorno conversivo. Transtorno factício ou simulação, são diagnósticos que devem ser considerados. Em serviços de saúde de nível secundário o transtorno é encontrado em cerca de 5% dos encaminhamentos a ambulatórios de neurologia. O transtorno pode se manifestar em qualquer momento da vida. O surgimento de ataques não epiléticos atinge seu pico na terceira década de vida, e sintomas motores têm seu pico de início na quarta década. Fatores de Risco e Prognóstico Temperamentais: Traços de personalidade mal-adaptativa estão comumente associados ao transtorno conversivo; Ambientais: Pode haver história de abuso e negligência na infância. Eventos estressantes de vida estão com frequência, mas nem sempre, presentes; Genéticos e fisiológicos: A presença de doença neurológica que cause sintomas similares é um fator de risco (p. ex., convulsões não epiléticas são mais comuns em pacientes que também têm epilepsia); Modificadores de curso: A duração breve dos sintomas e a aceitação do diagnóstico são fatores prognósticos positivos. Traços de personalidade mal-adaptativa, a presença de doença física comórbida e a obtenção de benefícios com a incapacidade podem ser fatores prognósticos negativos. Diagnóstico Diferencial Se outro transtorno mental explicar melhor os sintomas, tal diagnóstico deverá ser feito. No entanto, o diagnóstico de transtorno conversivo pode ser feito na presença de outro transtorno mental. Doença Neurológica Após uma avaliação neurológica completa, raramente será encontrada uma causa neurológica patológica inesperada durante o acompanhamento. Entretanto, pode ser preciso reavaliar o paciente caso os sintomas pareçam estar progredindo. O transtorno conversivo pode coexistir com doença neurológica. Transtorno de Sintomas Somáticos É caracterizado por múltiplos sintomas somáticos que não podem ser explicados em exames físicos ou laboratoriais. São queixas variadas e múltiplos sistemas orgânicos são afetados, ex.: sintomas gastrointestinais, cutâneos e cardiovasculares. Também foi conhecido no passado como histeria, nome em desuso atualmente. O transtorno conversivo pode ser diagnosticado em conjunto com o transtorno de sintomas somáticos. Não se pode claramente demonstrar que a maioria dos sintomas somáticos encontrados nesse transtorno é incompatível com a fisiopatologia (p. ex., dor, fadiga), enquanto no transtorno conversivo tal incompatibilidade é necessária para o diagnóstico. Transtorno Factício e Simulação (síndrome de Munchausen) Nestes transtornos os pacientes normalmente produzem sinais de doenças físicas ou mentais e apresentam de forma enganosa suas histórias. Têm como objetivo primário assumir o papel de paciente. O diagnóstico de transtorno conversivo não requer o julgamento de que os sintomas não sejam produzidos intencionalmente. No entanto, evidências definitivas de fingimento sugeriram 3 Khilver Doanne Sousa Soares um diagnóstico de transtorno factício, se o objetivo aparente do indivíduo for assumir um papel de doente, ou de simulação, caso o objetivo for obter um benefício como dinheiro. Transtornos Dissociativos São comuns em indivíduos com transtorno conversivo. Se tanto o transtorno conversivo quanto um transtorno dissociativo estiverem presentes, ambos os diagnósticos deverão ser feitos. Transtorno Dismórfico Corporal Compreende-se em uma preocupação com um defeito corporal imaginário ou uma distorção exagerada de um defeito mínimo ou sem importância. Para ser considerada como transtorno mental é necessário haver sofrimento significativo e/ou estar associado a um prejuízo na vida pessoal, social ou ocupacional. Indivíduos com transtorno dismórfico corporal são excessivamente preocupados com defeitos que percebem em suas características físicas, mas não se queixam de sintomas de alteração de funcionamento sensorial ou motor na parte do corpo afetada. Transtornos Depressivos Nos transtornos depressivos, as pessoas podem relatar uma sensação de peso generalizada nos membros, enquanto a fraqueza do transtorno conversivo é mais focal e proeminente. Transtorno de Pânico Sintomas neurológicos episódicos (p. ex., tremores e parestesias) podem ocorrer tanto no transtorno conversivo quanto em ataques de pânico. Nos ataques de pânico, os sintomas neurológicos costumam ser transitórios e agudamente episódicos com sintomas cardiorrespiratórios característicos. Achados característicos ao exame físico no transtorno conversivo 4 Khilver Doanne Sousa Soares Tratamento A resolução do sintoma do transtorno conversivo é, em geral, espontânea, embora provavelmente seja facilitada por terapia de apoio orientada para o insight ou terapia comportamental. A característica mais importante da terapia é uma relação com um terapeuta atencioso e confiável. Com pacientes resistentes à ideia de psicoterapia, os médicos podem sugerir que esta se concentre nos temas de estresse e enfrentamento. Dizer a esses pacientes que seus sintomas são imaginários com frequência os faz piorar. Hipnose, ansiolíticos e exercícios de relaxamento corporal são eficazes em alguns casos. Resumo dos fármacos ansiolíticos e hipnóticos. Benzodiazepínicos São os ansiolíticos mais usados. Eles substituíram os barbitúricos e o meprobamato no tratamento da ansiedade e da insônia por serem fármacos considerados mais seguros e eficazes. Certos antidepressivos com ação ansiolítica, como os inibidores seletivos da captação de serotonina (ISCSs), são preferidos em vários casos, e os hipnóticos não benzodiazepínicos e os anti- histamínicos podem ser preferíveis contra insônia. Diagrama esquemático do complexo canal íon cloreto-GABA-benzodiazepínico. 5 Khilver Doanne Sousa Soares Ações dos benzodiazepínicos: Redução da ansiedade: Em doses baixas, os benzodiazepínicos são ansiolíticos; Efeito hipnótico/sedativo: Todos os benzodiazepínicos têm propriedades sedativa e calmante, e alguns podem produzir hipnose (sono produzido “artificialmente”) em doses mais elevadas; Amnésia anterógrada: A perda temporária da memória com o uso de benzodiazepínicos também é mediada pelos receptores α1-GABAA; Efeito anticonvulsivante; Relaxamento muscular: Em doses elevadas, os benzodiazepínicos diminuem a espasticidade do músculo esquelético, provavelmente aumentando a inibição pré- sináptica na medula espinal, onde predominam os receptores α2-GABAA. Inibidores Seletivos da Captação de Serotonina e Norepinefrina Os ISCSs, como escitalopram ou paroxetina, ou os inibidores seletivos da captação de serotonina e norepinefrina (ISCSNs), como a venlafaxina ou duloxetina, podem ser usados sós ou prescritos em associação com uma dosagem baixa de benzodiazepínico durante as primeiras semanas de tratamento. Após 4 a 6 semanas, quando o antidepressivo começa seu efeito ansiolítico, a dosagem de benzodiazepínico pode ser reduzida gradualmente. Os ISCSs ou ISCSNs têm menor potencial de gerar dependência física do que os benzodiazepínicos, tornando-se o tratamento de escolha contra o TAG. Exame Neurológico O quadro clínico do paciente com síndrome conversiva pode cursar com: Alterações psicomotoras - Movimentos anormais - Perda da capacidade de ficar em pé e de andar - Fraqueza muscular - Acinesias - Tremores - Pseudoconvulsões Alterações sensoperceptivas - Anestesia de membros - Surdez - Cegueira - Hiperestesia - Alucinações negativas A avaliação neurológica do paciente deve pesquisar alterações no exame físico compatíveis com o que é relatado pelo paciente. Se de fato se tratar de uma síndrome conversiva os achados não são compatíveis com as queixas do paciente (não são encontradas alterações). Pares de Nervos Cranianos – função, nome e localização NERVO NOME TIPO FUNÇÃO 1 Olfatório Sensitivo Sensação olfativa 2 Óptico Sensitivo Percebe todas as imagens do campo visual; recebe o estímulo de luz; campimetria, fundo de olho, acuidade visual 3 Oculomotor Motor Todos os movimentos oculares que não são cuidados pelo n. 4 e 6 + levantamento das pálpebras + contração da pupila 4 Troclear Motor Movimenta o músc. oblíquo superior – movimenta olhos para região da ponta do nariz 6 Khilver Doanne Sousa Soares 5 Trigêmeo Misto Três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular – SENSITIVOS + Cuida da mastigação; sensibilidade geral dos 2/3 iniciais língua; sensibilidade da córnea 6 Abducente Motor Movimento do músc. reto lateral – movimenta cada olho para região contrária à nasal – maior dentro do espaço subaracnoide 7 Facial Misto Movimentos da mímica facial + fecha a pálpebra + sensação gustativa dos dois terços anteriores da língua 8 Vestibulococlear Sensitivo Responsável pelo equilíbrio e audição: o ramo vestibular é responsável pelo equilíbrio, coordenação e orientação espacial, enquanto o coclear, pela audição. 9 Glossofaríngeo Misto Movimento da úvula, sensação gustativa do terço posterior da língua, sensibilidade geral do terço posterior da língua, salivação, deglutição, receptores de pressão do seio carótico (monitoram a PA), 10 Vago Misto Inerva músc. da faringe, cricotireóideo; Inervação parassimpática dos ÁTRIOS cardíacos, plexo pulmonar e esofágico, vísceras da região superior do abdome e do trato gastrointestinal. 11 Acessório Motor Inerva músc. esternocleidomastóideos e trapézio 12 Hipoglosso Motor Responsável pela movimentação da língua N. SENSITIVOS N. MOTORES N. MISTOS 1 Olfatório; telencéfalo 3 Oculomotor; mesencéfalo 5 Trigêmeo; ponte 2 Óptico; diencéfalo 4 Troclear; mesencéfalo 7 Facial; ponte 8 Vestíbulo coclear; ponte 6 Abducente; ponte 9 Glossofaríngeo; bulbo 11 Acessório; bulbo 10 Vago; bulbo 12 Hipoglosso; bulbo Teste dos Reflexos São consideradas respostas automáticas e estímulos sensoriais, seja nos receptores dos tendões musculares ou no periósteo ou na pele. Essas respostas ocorrem pelo estimulo do neurônio sensitivo ao interneurônio do arco reflexo na medula, que irá ativar o neurônio motor inferior e desencadear a contração muscular. Existem os reflexos profundos, superficiais e patológicos. classificação Resposta 0 Reflexo abolido + Hiporreflexia (valorizar assimetrias) ++ Reflexo normal +++ Hiperreflexia (valorizar assimetrias) ++++ Policinético (hiperreflexia + clônus) 7 Khilver Doanne Sousa Soares GRADUAÇÃO DE REFLEXOS EM CRUZES Os reflexos profundos são pesquisados pela percussão, quase sempre, dos tendões musculares com um martelo de reflexos. A manobra deve ser realizada de forma rápida, movimentando somente o punho e com o paciente relaxado. Utiliza-se manobras distratórias e sensibiliza-se pedindo ao paciente que feche os olhos. Bicipital: O reflexo bicipital (C5-C6) é pesquisado percutindo-se o tendão do bícipes na fossa antecubital com interposição do dedo indicador. Com o paciente sentado, o examinador deverá segurar o antebraço do paciente palpando o tendão bicipital. Com o paciente deitado, o examinador solicitará que o paciente repouse a parte distal do antebraço e mão sobre o abdome. A resposta a estimulação do tendão do bíceps é a flexão do antebraço. Tricipital: O tricipital (C8-T1) é realizado através da percussão do tendão do m. tríceps no olécrano sem a interposição do dedo. Com o paciente sentado, pode ser pesquisado na mesma posição do bicipital ou com o examinador segurando o braço do paciente em abdução com antebraço pendente fazendo um ângulo de 90° com o braço. No paciente deitado, esse reflexo poderá ser pesquisado apoiando-se o antebraço do paciente sobre o abdome percutindo-se o tendão do m. tríceps. A resposta é a extensão do antebraço. Braquiorradial: O reflexo Braquiorradial (C5-6; estilorradial) é pesquisado através da percussão da cabeça do rádio na inserção do músculo braquiorradial nesse osso. A resposta é a flexão do antebraço e pronação da mão. Pode-se percutir o terço proximal do músculo braquiorradial para obtenção de uma resposta idiomuscular, perdida precocemente nas miopatias (reflexo idiomuscular não é reflexo tendinoso profundo). Patelar: O reflexo patelar é estudado percutindo-se tendão patelar. Com o paciente deitado, o examinador faz uma leve flexão do joelho do paciente, pede para ele repousar todo o peso do membro sobre a mão do examinador e percutir o tendão patelar. Com o paciente sentado com as pernas pendentes, o reflexo é pesquisado somente percutindo-se o tendão. 8 Khilver Doanne Sousa Soares Aquileu: Com o paciente sentado, é pesquisado com uma dorsiflexão passiva do pé do paciente e percussão do tendão de Aquiles. Com o paciente deitado, posiciona-se o membro em adução com a perna flexionada sobre a outra do paciente, faz- se uma dorsiflexão passiva do pé e percute-se o tendão. A resposta é a flexão plantar. Manobra de Jendrassik: Consiste em pedir ao paciente que encaixe uma mão na outra e tente separa-las com toda a força, enquanto se pesquisa os reflexos de MMII. Também pode pedir ao paciente que leia um texto em voz alta, conte somente os números pares de 1 a 10, segure com força nos braços da cadeira, olhe para cima, e diversas outras. Os reflexos superficiais também devem ser pesquisados no exame neurológico. Glabelar: Consiste no fechamento ocular que ocorre ao bater suavemente com o martelo na glabela, é uma resposta fisiológica que ocorre pela contração simultânea do musculo orbicular dos olhos de ambos os lados. Normalmente, os primeiros 5 estímulos provocam um piscar único, depois há uma fadiga do reflexo. Mentoniano: Ou também chamado de mandibular ou mentual caracteriza-se com o fechamento da boca ao se percutir, com um martelo de reflexos, o mento. Com a boca do paciente entreaberta, o examinador coloca um dedo sobre o mento e percute, obtendo Cutâneo abdominal: É dividido em abdominal superior, médio e inferior, tendo como referência a cicatriz umbilical. São realizados através do estimulo da pele por toque ou arranhão da parte lateral da parede abdominal em direção ao umbigo. Em obesos, abdomes distendidos ou extremamente flácidos é difícil a pesquisa desse reflexo. Cremastérico: É efetuado após tocar ou arranhar de leve a pele da superfície superior interna da coxa e a resposta é a elevação do testículo ipsilateral. Cutâneo plantar: É pesquisado por um estimulo na face lateral plantar do pé, da região do calcâneo até o segundo metatarso. A resposta normal é a flexão dos dedos, mas também pode não ocorrer resposta em pessoas saudáveis. SINAL DE BABINSKI: Dorsiflexão do hálux, após estimulação com uma ponta romba na pele da superfície lateral da planta do pé da região do calcâneo até a articulação metatarsofalangiana do 2° pododáctilo. Essa resposta pode ser acompanhada da separação variável ou abertura em leque dos quatro artelhos laterais. 9 Khilver Doanne Sousa Soares OBS 1: a ordem de realização dos reflexos pode ser craniocaudal, meio-fora. OBS 2: sempre fazer em ambos os lados e observar o lado do martelo. Semiologia das Meninges Rigidez de nuca Orientações gerais: Avaliar a presença de resistência à flexão passiva da cabeça; É necessário garantir que não existe lesão cervical. Semiotécnica Estando o paciente em decúbito dorsal, o examinador coloca uma das mãos na região occipital e, suavemente, tenta fletir a cabeça do paciente, até o queixo tocar no peito. Se o movimento for fácil e amplo, não há rigidez nucal. Caso contrário, fala-se em resistência, defesa ou simplesmente rigidez da nuca. Prova de Brudzinski Orientações gerais: Garantir que não há lesão cervical; Durante o movimento, observar a resposta dos quadris e dos joelhos durante a manobra. Semiotécnica Com o paciente em decúbito dorsal e membros estendidos, o examinador repousa uma das mãos sobre o tórax do paciente e, com a outra colocada na região occipital, executa uma flexão forçada da cabeça. A prova é positiva quando o paciente flete os membros inferiores, mas há casos nos quais se observam flexão dos joelhos e expressão fisionômica de sensação dolorosa. Sinal de Kernig Orientações gerais Garantir que não há lesão cervical; Durante o movimento, observa-se a resposta dos quadris e dos joelhos durante a manobra. Semiotécnica Consiste na extensão da perna, estando a coxa fletida em ângulo reto sobre o quadril e a perna sobre a coxa, ambos em um ângulo de 90º. Considera-se a prova positiva quando o paciente sente dor ao longo do trajeto do nervo ciático e tenta impedir o movimento. 10 Khilver Doanne Sousa Soares Equilíbrio Com o paciente em posição ortostática, examina-se o equilíbrio, dividido em: - Estático (Prova de Romberg), por vezes é necessário sensibilizá-lo (Romberg sensibilizado) colocando- se um pé a frente do outro ou manter-se apoiado num pé só). Na vigência de determinadas alterações neurológicas, ao cerrar as pálpebras, o paciente apresenta oscilações do corpo, com desequilíbrio e forte tendência à queda (prova de Romberg positiva). A prova de Romberg é positiva nas labirintopatias, na tabes dorsalis, na degeneração combinada subaguda e na polineuropatia periférica. Marcha Marcha normal, marcha em linha reta com os olhos fechados, marcha pé-ante-pé sem auxílio visual. - Marcha em calcanhar (testa força do tibial anterior) e na ponta dos pés (força dos músculos da panturrilha). Todo e qualquer distúrbio de marcha recebe o nome de Disbasia. Motricidade Tônus muscular: - Manobra do bater dos dedos polegar com indicador. Nas síndromes piramidais, existe diminuição da velocidade dos movimentos. Nas extrapiramidais, como a parkinsoniana, há também diminuição da velocidade dos movimentos; porém, observa-se progressiva diminuição da amplitude dos movimentos com a realização deles. Força Muscular Graus de força muscular (MRC) 0: ausência de contração; 1: contração sem deslocamento do segmento; 2: contração com deslocamento do segmento a favor da gravidade; 3: movimento ativo contra a gravidade; 4: movimento ativo que vence alguma resistência; 5: movimento ativo normal. Comentar que usualmente utilizamos graus 4 - (menos) ou 4 + (mais) para denotar uma força anormal que vence uma resistência pequena ou moderada. Manobras de sensibilização do déficit (para déficits motores mínimos), utilizadas somente nos casos de discreta ou duvidosa deficiência motora dos membros: 1. Manobra dos braços estendidos (Mingazzini de membros superiores) 2. Manobra dos braços estendidos 3. Manobra de Mingazzini e Barré 11 Khilver Doanne Sousa Soares _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 12 Khilver Doanne Sousa Soares _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ Referências WHALEN, Karen; FINKEL, Richard; PANAVELIL, Thomas A. Farmacologia Ilustrada. 6.ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. DSM – V. PORTO, C.C. Semiologia Médica. 8ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara, 2019. GUSSO, Gustavo; LOPES, José Mauro Ceratti; DIAS, Lêda Chaves. Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.
Compartilhar