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1 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA Miopatias e Neuropatias PROBLEMA 1M1 – TROFISMO, SENSIBILIDADE E FRAQUEZA Um interno ao acolher um menino de 11 anos na UBS acompanhado de seu pai, fez as seguintes anotações: paciente morador de uma colônia agrícola, filho de carpinteiro, com alterações de sensibilidade dos braços, mãos, tornozelos e pés. Há preocupação aumentara há 3 meses após o pai perceber uma mancha hipocrômica de bordo pouco nítido no braço direito do filho. No entanto, resolveu procurar auxílio médico apenas há 1 mês após apresentar dificuldade ao brincar quando segurava um carrinho de metal. No exame clínico geral, o discente observou uma hipotrofia muscular que comprometia principalmente as extremidades superiores e ainda uma postura estranha da mão esquerda do paciente, com discreta flexão anormal do quarto e quinto dedos. Durante o exame o aluno percebeu que o paciente tinha alterações dos pares cranianos (V e VII), fraqueza para a flexão ulnar do carpo, importante alteração das sensibilidades superficiais nas mãos, pés e na mancha hipocrômica, espessamento do nervo fibular à palpação e dificuldade de marcha, pois o paciente arrastava o pé direito para deambular e tendia à queda quando fechava os olhos. O pai comentou que o adolescente vem apresentando dificuldades crescentes para andar e dificuldades de aprendizado na escola. E o que acha mais estranho é o seu modo de levantar-se quando deitado de bruços. Então, o interno chamou seu preceptor de neurologia, que reparou que o menino mal conseguia ficar de pé por fraqueza e quando andava tinha uma marcha desajeitada com os músculos da batata das pernas hipertrofiados. No prontuário, o preceptor escreveu que trata-se de um menino de onze anos de idade vígil e consciente com fácies atípica, que apresenta distrofia da cintura pélvica e pseudo-hipertrofia de ambos os gastrocnêmicos. Sua marcha é digitígrada com báscula da bacia. Apresentou também o Sinal de Gowers. Há hiporreflexia dos MMII e os MMSS está preservada, a sensibilidade superficial e a profunda não estão comprometidas assim como os pares cranianos. INSTRUÇÃO: Definir as hipóteses diagnósticas baseando os sinais e sintomas na neuroanatomia/ neurofisiologia e descrever os principais diagnósticos diferenciais para fraqueza muscular. QUESTÕES DE APRENDIZAGEM: 1. DESCREVER O AGENTE ETIOLÓGICO DA HANSENÍASE, TRANSMISSÃO DA DOENÇA, QUADRO CLÍNICO, DIAGNÓSTICO, DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS, TRATAMENTO E PROGNÓSTICO. A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo agente etiológico é o Mycobacterium leprae, um bacilo álcool-ácido resistente, fracamente gram-positivo, que infecta os nervos periféricos e, mais especificamente, as células de Schwann. Transmissão: Por meio de contato próximo e prolongado de uma pessoa suscetível (com maior probabilidade de adoecer) com um doente com hanseníase que não está sendo tratado. Normalmente, a fonte da doença é um parente próximo que não sabe que está doente, como avós, pais, irmãos, cônjuges, etc. A bactéria é transmitida pelas vias respiratórias (pelo ar), e não pelos objetos utilizados pelo paciente. Estima-se que a maioria da população possua defesa natural (imunidade) contra o M. leprae. Portanto, a maior parte das pessoas que entrarem em contato com o bacilo não adoecerão. É sabido que a susceptibilidade ao M. leprae possui influência genética. Assim, familiares de pessoas com hanseníase possuem maior chance de adoecer Quadro clínico e diagnóstico: Principais sinais e sintomas: 2 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA • Áreas da pele, ou manchas esbranquiçadas (hipocrômicas), acastanhadas ou avermelhas, com alterações de sensibilidade ao calor e/ou dolorosa, e/ou ao tato; • Formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas, que evoluem para dormência – a pessoa se queima ou se machuca sem perceber; • Pápulas, tubérculos e nódulos (caroços), normalmente sem sintomas; • Diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, especialmente nas sobrancelhas (madarose); • Pele infiltrada (avermelhada), com diminuição ou ausência de suor no local. Ainda pode-se observar: • Dor, choque e/ou espessamento de nervos periféricos; • Diminuição e/ou perda de sensibilidade nas áreas dos nervos afetados, principalmente nos olhos, mãos e pés; • Diminuição e/ou perda de força nos músculos inervados por estes nervos, principalmente nos membros superiores e inferiores e, por vezes, pálpebras; • Edema de mãos e pés com cianose (arroxeamento dos dedos) e ressecamento da pele; • Febre e artralgia, associados a caroços dolorosos, de aparecimento súbito; • Aparecimento súbito de manchas dormentes com dor nos nervos dos cotovelos (unares), joelhos (fibulares comuns) e tornozelos (tibiais posteriores); • Entupimento, feridas e ressecamento do nariz; • Ressecamento e sensação de areia nos olhos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1998; c2016), para fins operacionais de tratamento, os doentes são classificados em: • Paucibacilares PB – presença de até cinco lesões de pele com baciloscopia de raspado intradérmico negativo, quando disponível • Multibacilares MB – presença de seis ou mais lesões de pele ou baciloscopia de raspado intradérmico positiva. Entretanto, alguns pacientes não apresentam lesões facilmente visíveis na pele, e podem ter lesões nos nervos (hanseníase primariamente neural), ou as lesões podem se tornar visíveis somente após iniciado o tratamento. Assim, para melhor compreensão e facilidade para o diagnóstico, utiliza-se a classificação de Madri (1953): • Hanseníase indeterminada (PB) • Tuberculóide (PB) • Dimorfa (MB) • Virchowiana (MB) Hanseníase indeterminada (paucibacilar): • Todos pacientes passam por essa fase no início da doença – ela pode ser ou não perceptível. • Afeta crianças abaixo de 10 anos, ou adolescentes e adultos que foram contatos de pacientes com hanseníase. Lesão de pele geralmente é: • única, • mais clara do que a pele ao redor (mancha), • não é elevada (sem alteração de relevo), • apresenta bordas mal delimitadas • seca (não pega poeira – uma vez que não ocorre sudorese na respectiva área) Há perda da sensibilidade (hipoestesia ou anestesia) térmica e/ou dolorosa, mas a tátil (habilidade de sentir o toque) geralmente é preservada. A prova da histamina é incompleta na lesão, a biópsia de pele frequentemente não confirma o diagnóstico e a baciloscopia é negativa. Portanto, os exames laboratoriais negativos não afastam o diagnóstico clínico. Atenção deve ser dada aos casos com manchas hipocrômicas grandes e dispersas, ocorrendo em mais de um membro, ou seja, lesões muito distantes, pois pode se tratar de um caso de hanseníase dimorfa macular (forma multibacilar); nesses casos, é comum o paciente queixar-se de formigamentos nos pés e mãos, e/ou câimbras, e na palpação dos nervos frequentemente se observa espessamentos. Hanseníase tuberculóide (paucibacilar): • O sistema imune consegue destruir os bacilos espontaneamente. • Pode acometer crianças e adultos. • Tempo de incubação de cerca de cinco anos, pode se manifestar até em crianças de colo, onde a lesão de pele é um nódulo totalmente anestésico na face ou tronco (hanseníase nodular da infância). • Manifesta-se por uma placa (mancha elevada em relação à pele adjacente) totalmente anestésica ou por placa com bordas elevadas, bem delimitadas e centro claro (forma de anel ou círculo). Com menor frequência, pode se apresentar como um único nervo espessado com perda total de sensibilidade no seu território de inervação. Nesses casos, a baciloscopia é negativa e a biópsia de pele quase sempre não demonstra bacilos, e nem confirma sozinha o diagnóstico. Sempre será necessário fazer correlação clínica com o resultado da baciloscopia 3 Laís Flauzino | ATIVIDADEINTEGRADORA | 7°P MEDICINA e/ou biópsia, quando for imperiosa a realização desses exames. Os exames subsidiários raramente são necessários para o diagnóstico, pois sempre há perda total de sensibilidade, associada ou não à alteração de função motora, porém de forma localizada. Hanseníase dimorfa (multibacilar): • Várias manchas de pele avermelhadas ou esbranquiçadas, com bordas elevadas, mal delimitadas na periferia, ou por múltiplas lesões bem delimitadas semelhantes à lesão tuberculóide, porém a borda externa é esmaecida (pouco definida). • Há perda parcial a total da sensibilidade, com diminuição de funções autonômicas (sudorese e vasorreflexia à histamina). • É comum haver comprometimento assimétrico de nervos periféricos (quadro 1). • É a forma mais comum de apresentação da doença (70% dos casos). • Ocorre após um longo período de incubação (10 anos ou mais), devido à lenta multiplicação do bacilo (que ocorre a cada 14 dias). A baciloscopia da borda infiltrada das lesões (e não dos lóbulos das orelhas e cotovelos), quando bem coletada e corada, é frequentemente positiva, exceto em casos raros em que a doença está confinada aos nervos. Todavia, quando o paciente é bem avaliado clinicamente, os exames laboratoriais quase sempre são desnecessários. Esta forma da doença também pode aparecer rapidamente, podendo ou não estar associada à intensa dor nos nervos, embora estes sintomas ocorram mais comumente após o início do tratamento ou mesmo após seu término (reações imunológicas em resposta ao tratamento). Hanseníase virchowiana (multibacilar): • Forma mais contagiosa da doença. • O pct não apresenta manchas visíveis – a pele apresenta-se avermelhada, seca, infiltrada, cujos poros apresentam-se dilatados (casca de laranja). • Poupa geralmente couro cabeludo, axilas e o meio da coluna lombar (áreas quentes). • Na evolução da doença é comum aparecerem caroços (pápulas e nódulos) escuros, endurecidos e assintomáticos (hansenomas). • Pode haver perda parcial a total das sobrancelhas (madarose) e dos cílios – em estágio avançado. • A face costuma ser lisa (sem rugas) devido a infiltração, o nariz é congesto. • Os pés e mãos arroxeados e edemaciados. 4 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA • Pele e olhos secos. • Suor está diminuído ou ausente de forma generalizada, porém é mais intenso nas áreas ainda poupadas pela doença, como o couro cabeludo e as axilas. São comuns as queixas de câimbras e formigamentos nas mãos e pés, que entretanto apresentam-se aparentemente normais. “Dor nas juntas” (articulações) também são comuns e, frequentemente, o paciente tem o diagnóstico clínico e laboratorial equivocado de “reumatismo” (artralgias ou artrites), “problemas de circulação ou de coluna”. Os exames reumatológicos frequentemente resultam positivos, como FAN, FR, assim como exame para sífilis (VDRL). É importante ter atenção aos casos de pacientes jovens com hanseníase virchowiana que manifestam dor testicular devido a orquites. Em idosos do sexo masculino, é comum haver comprometimento dos testículos, levando à azospermia (infertilidade), ginecomastia (crescimento das mamas) e impotência. Os nervos periféricos e seus ramos superficiais estão simetricamente espessados, o que dificulta a comparação. Por isso, é importante avaliar e buscar alterações de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil no território desses nervos (facial, ulnar, fibular, tibial), e em áreas frias do corpo, como cotovelos, joelhos, nádegas e pernas. Na hanseníase virchowiana o diagnóstico pode ser confirmado facilmente pela baciloscopia dos lóbulos das orelhas e cotovelos. Definição do diagnóstico de hanseníase e classificação do doente: O diagnóstico deve ser baseado • na história de evolução da lesão, • epidemiologia • no exame físico – nervos periféricos espessados e/ou lesões de pele ou áreas de pele com alterações de sensibilidade térmica e/ou dolorosa e/ou tátil, alterações autonômicas circunscritas quanto à reflexia à histamina e/ou à sudorese. Em algumas situações, os exames subsidiários (baciloscopia e biópsia de pele) podem ser necessários para auxiliar o diagnóstico, porém sempre devemos considerar as limitações desses exames, valorizando essencialmente os achados clínicos encontrados. O doente deve ser classificado em PB ou MB pelos seguintes critérios: 5 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA • PB – Hanseníase Tuberculóide ou Indeterminada (doença localizada em uma região anatômica e/ou um tronco nervoso comprometido); • MB – Hanseníase Dimorfa ou Virchowiana (doença disseminada em várias regiões anatômicas e/ou mais de um tronco nervoso comprometido) NOTA: Deve-se também estar atento às características das lesões clínicas descritas anteriormente, pois a doença pode se manifestar com poucas lesões (menos que cinco), porém de aspectos foveolares característicos da forma dimorfa, ou manchas hipocrômicas grandes em dimídios ou membros distintos, também sugestivos de forma dimorfa (dimorfa hipocromiante), devendo ser classificado também como multibacilar, evitando recidivas futuras. O resultado positivo de uma baciloscopia classifica o caso como MB, porém o resultado negativo não exclui o diagnóstico clínico da hanseníase, e nem classifica o doente obrigatoriamente como PB. Diagnóstico diferencial A hanseníase pode ser confundida com outras doenças de pele e com outras doenças neurológicas que apresentam sinais e sintomas semelhantes aos seus. Portanto, deve ser feito diagnóstico diferencial em relação a essas doenças. 4.3.1. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL EM RELAÇÃO A OUTRAS DOENÇAS DERMATOLÓGICAS Existem doenças que provocam lesões de pele semelhantes às lesões características da hanseníase, e que podem ser confundidas com as mesmas. A principal diferença entre a hanseníase e outras doenças dermatológicas é que as lesões de pele da hanseníase sempre apresentam alteração de sensibilidade. As demais doenças não apresentam essa alteração. As lesões de pele características da hanseníase são: manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, lesões em placa, infiltrações e nódulos. As principais doenças de pele que fazem diagnóstico diferencial com hanseníase, são: • Pitiríase Versicolor (pano branco) - micose superficial que acomete a pele, e é causada pelo fungo Ptirosporum ovale. Sua lesão muda de cor quando exposta ao sol ou calor (versicolor). Ao exame dermatológico há descamação furfurácea (lembrando farinha fina). Sensibilidade preservada. • Eczemátide - doença comum de causa desconhecida, ainda é associada à dermatite seborreica, parasitoses intestinais, falta de vitamina A, e alguns processos alérgicos (asma, rinite, etc). No local da lesão, a pele fica parecida com pele de pato (pele anserina: são as pápulas foliculares que acometem cada folículo piloso). Sensibilidade preservada. • Tinha do corpo - micose superficial, com lesão hipocrômica ou eritematosa, de bordos elevados. Pode acometer várias partes do tegumento e é pruriginosa. Sensibilidade preservada. • Vitiligo - doença de causa desconhecida, com lesões acrômicas. Sensibilidade preservada. 4.3.2. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL EM RELAÇÃO A OUTRAS DOENÇAS NEUROLÓGICAS Existem doenças que provocam lesões neurológicas semelhantes e que podem ser confundidas com as da hanseníase. Portanto, deve-se fazer o diagnóstico diferencial da hanseníase em relação a essas doenças. As lesões neurológicas da hanseníase podem ser confundidas, entre outras, com as de: • síndrome do túnel do carpo; • neuralgia parestésica; • neuropatia alcoólica; • neuropatia diabética; • lesões por esforços repetitivos (LER). Tratamento: O tratamento da hanseníase é realizado através da associação de medicamentos (poliquimioterapia – PQT) conhecidos como Rifampicina, Dapsona e Clofazimina. Deve-se iniciar o tratamento já na primeiraconsulta, após a definição do diagnóstico, se não houver contraindicações formais (alergia à sulfa ou à rifampicina). O paciente PB receberá uma dose mensal supervisionada de 600 mg de Rifampicina, e tomará 100 mg de Dapsona diariamente (em casa). O tempo de tratamento é de 6 meses (6 cartelas). Caso a Dapsona precise ser suspensa, deverá ser substituída pela Clofazimina 50 mg por dia, e o paciente a tomará também 300 mg uma vez por mês na dose supervisionada. O paciente MB receberá uma dose mensal supervisionada de 600 mg de Rifampicina, 100 mg de Dapsona e de 300 mg de Clofazimina. Em casa, o paciente tomará 100 mg de Dapsona e 50 mg de Clofazimina diariamente. O tempo de tratamento é de 12 meses (12 cartelas). Caso a Dapsona precise ser suspensa, deverá ser substituída pela Ofloxacina 400 mg (na dose supervisionada e diariamente) ou pela Minociclina 100 mg (na dose supervisionada e diariamente). Caso haja náuseas, administre metoclopramida uma hora antes de tomar o medicamento. NOTA: As medicações diárias deverão ser tomadas 2 horas após o almoço para evitar intolerância gástrica e eventual abandono do tratamento por esse motivo. Se ainda assim houver dor epigástrica, introduzir omeprazol, ranitidina ou cimetidina pela manhã. Para o tratamento de crianças com hanseníase, deve- se considerar o peso corporal como fator mais importante do que a idade, seguindo as seguintes orientações: para crianças com peso superior a 50 kg deve-se utilizar o mesmo tratamento prescrito para adultos; para crianças com peso entre 30 e 50 kg deve-se utilizar as cartelas infantis (marrom/azul); para crianças menores que 30 kg deve-se fazer os ajustes de dose conforme Quadro 4 a seguir: 6 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA Crianças com reação à sulfa e que não podem utilizar Minociclina ou Ofloxacina (crianças abaixo de 8 anos), por imaturidade óssea ou cartilaginosa, devem ser encaminhadas para a referência, assim como crianças MB menores de 8 anos que fazem intolerância à dapsona. NOTA: É importante lembrar que em se tratando de pacientes adultos desnutridos ou crianças obesas, a dose terapêutica máxima diária de Dapsona deve ser de 2 mg por kg. A toxicidade da dapsona pode ser idiossincrásica, que é mais rara, ou dose dependente, que ocorre com maior frequência. Vale ainda destacar que adultos com peso corporal menor que 50kg devem ser medicados considerando as doses indicadas para crianças. WEB.pdf (GUIA PRÁTICO SOBRE HANSENÍASE DO MINISTÉRIO DA SAÚDE) GUIA PARA O CONTROLE DA HANSENÍASE 2002 2. EXPLICAR A FISIOPATOLOGIA DA HANSENÍASE E SUA RELAÇÃO COM AS ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS. A bactéria sobrevive a fagocitose e se multiplica dentro de macrófagos • Reação TH1, citotóxica, com formação de granuloma e destruição de macrófagos infectados. Doença não é capaz de progredir: lepra tuberculoide • Reação TH2, com produção de anticorpos, não forma granulomas e a bactéria dissemina, formando a lepra típica, e passam a atuar no SNC • M. leprae apresenta melhor crescimento em regiões anatômicas com temperatura de 27 C e 33 C • Pele, segmentos nervosos próximos a pele e membrana mucosa do trato respiratório superior • Desenvolvimento de granulomas por reação de hipersensibilidade do tipo IV em células de Schwann,(resultando em desmielinização dos nervos periféricos ) • Pode acometer mucosa, testículo, osso, baço, fígado... Na ausência de tratamento da apresentação inicial paubacilar, a doença evolui para forma multibacilar e torna-se transmissível • A evolução é lenta e progressiva • A suscetibilidade tem influência genética AULA AIN 5°P KAROL. 3. DESCREVER OS PRINCIPAIS NERVOS ACOMETIDOS NA HANSENÍASE. A doença evolui com processo inflamatório dos nervos periféricos (neurites), por lesão direta do bacilo e/ou por dano secundário decorrente da resposta imunológica do hospedeiro. São acometidos fibras sensitivas (tátil, térmica e dolorosa); motoras, que podem levar a paresia, paralisia, perda de força e atrofia muscular, incapacidades e deformidades; autonômicas, com perda da sudorese (anidrose). A neurite pode ser: • aguda, de evolução abrupta, caracterizada por dor (neuralgia), hipersensibilidade à palpação, edema e espessamento do nervo ; ou • crônica, de evolução insidiosa, que cursa com alteração sensitiva, espessamento, paresia e perda da força muscular. A forma crônica pode manifestar-se ou não com dor (neurite silenciosa). Neurites: • nervos espessados e fibrosados • intumescidos • dor espontânea ou ao toque, em graus variáveis • exacerbação da sensibilidade local e/ou territorial • evolução para comprometimento sensitivo-motor e perda da função • pode ocorrer paralisia súbita Avaliação neurológica: • Inspeção de olhos, nariz, membros superiores e inferiores • Palpação dos nervos periféricos • Avaliação da força muscular 7 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA • Avaliação da sensibilidade ocular e cutânea • Teste da pilocarpina (para identificar áreas de anidrose) e da histamina. Hanseníase MEDCEL HANSENÍASE NA ATENÇÃO BÁSICA - Abordagem dos Nervos Periféricos 4. ESTABELECER O DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO (SÍNDROME DEFICITÁRIA MOTORA/DÉFICIT DE FORÇA), TOPOGRÁFICO (DISTROFIA MUSCULAR), ETIOLÓGICO (BECKER OU DUCHENNE) DO CASO RELATADO, EXPLICANDO TAMBÉM O TRATAMENTO E PROGNÓSTICO. Síndrome deficitária motora / déficit de força: • Plegia: quando existe ausência absoluta de movimentação voluntária. • Paresia: déficit parcial. “fraqueza” • Monoplegia: quando apenas um segmento é afetado. • Hemiplegia: quando um hemicorpo é acometido. • Paraplegia: quando membros simétricos são afetados, podendo ser braquial ou crural. • Tetraplegia: quando os 4 membros estão paralisados. • Diplegia: quando os dois hemicorpos estão acometidos. Usam-se os mesmos prefixos para caracterizar a distribuição das paresias, que podem ser descritas como proximais, distais ou globais. Ex: indivíduo procura atendimento médico referindo fraqueza muscular progressiva no membro inferior direito. O exame confirma a presença de déficit parcial de força muscular no membro inferior direito, principalmente na parte distal. Constatação: monoparesia crural direita de predomínio distal. A lesão ou disfunção poderia estar localizada em 3 níveis distintos: • Nos próprios músculos (e junção neuromuscular) • Nos neurônios motores inferiores • Nos neurônios motores superiores Doenças musculares e da junção neuromuscular: O déficit de força usualmente afeta segmentos simétricos e predominam nas porções proximais dos membros. Neurônio motor inferior – motoneurônio: 8 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA • Corpo celular localizado no corpo anterior da substância cinzenta da medula espinal ou nos núcleos motores dos nervos cranianos. • Ao longo de seu trajeto, o axônio junta-se a outros axônios para formar as raízes, plexos e nervos e ramifica-se para inervar diversas fibras musculares • Cada motoneurônio é responsável pela inervação de um número variável de fibras musculares. • O conjunto formado pelo motoneurônio e fibras musculares sob sua inervação é denominado unidade motora. • O número de fibras musculares de cada unidade motora varia de acordo com a função dos músculos. • Unidades motoras de músculos envolvidos em movimentos que necessitam maior precisão do que força, como os pequenos músculos da mão ou músculos motores oculares, contém apenas 3 a 6 fibras musculares. • Músculos que se caracterizam pela força, como o grastrocnêmico, há cerca de 2.000 fibras musculares por unidade motora. • A lesão de motoneurônios ocasiona sintomas e sinais que constituem a síndrome motora periférica ou síndrome do neurônio motor inferior. Dentre esses sinais, o déficit de força é o mais importante. Neurônios motoressuperiores: • Neurônios que se originam no SNC e atuam sobre os motoneurônios. • Seus axônios (fibras nervosas) formam tratos encefalospinais. O mais importante é o trato corticospinal ou trato piramidal – suas fibras nervosas formam uma proeminência no bulbo que tem forma piramidal. https://neurologiahu.paginas.ufsc.br/files/2012/08/P rincipios-fundamentais-em-Neurologia2.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3283534/m od_resource/content/1/Semiologia%20Sd%20Motor as%20Parte%204.pdf Distrofia muscular: Grupo de desordens caracterizadas por fraqueza e atrofia muscular de origem genética que ocorre pela ausência ou formação inadequada de proteínas essenciais para o funcionamento da fisiologia da célula muscular, cuja característica principal é o enfraquecimento progressivo da musculatura esquelética, prejudicando os movimentos. Sintomas: Durante o primeiro ano de vida, não se observa qualquer alteração clínica aparente. Um pequeno atraso na aquisição da marcha e quedas mais freqüentes do que o normal são às vezes relatadas pelos pais. Em seguida, observa-se dificuldade para subir e descer escadas, correr, pular, levantar do chão ou andar de forma diferente. A fraqueza dos músculos do braço dificulta tarefas como lavar ou pentear os cabelos, colocar coisas em prateleiras elevadas, tudo que obrigue os braços a se elevarem acima da cabeça. A fraqueza das mãos dificulta uso de lápis ou caneta, as pessoas perdem a firmeza para manipular objetos com as mãos. A fraqueza dos músculos da face que costuma ser dos dois lados do rosto, dificulta o ato de assobiar, chupar canudos e podem passar desapercebidos. Andar vai ficando cada vez mais difícil e, geralmente, entre 10 e 12 anos de idade a criança passa a precisar de cadeira de rodas para se locomover. Existem mais de 30 tipos de distrofia muscular, porém, os mais comuns são: – Distrofia Muscular de Duchenne; – Distrofia Muscular de Becker; – Distrofia Muscular do tipo Cinturas; – Distrofia Muscular Facio-Escápulo-Umeral; – Distrofia Muscular Miotônica ou de Steinert; – Distrofia Muscular Congênita. https://bvsms.saude.gov.br/distrofia- muscular/#:~:text=As%20distrofias%20musculares% 20s%C3%A3o%20um,o%20enfraquecimento%20pro gressivo%20da%20musculatura Distrofia muscular de Duchenne e de Becker: São distrofias de transmissão recessiva ligada ao X. Caracterizadas por fraqueza progressiva dos músculos proximais, causadas por degeneração das fibras musculares. Distrofias musculares são distúrbios musculares progressivos hereditários resultantes de defeitos em um ou mais genes necessários para a função e estrutura muscular normal; alterações distróficas (necrose, regeneração das fibras) são vistas nas amostras de biópsia. As distrofias de Duchenne e de Becker são causadas por mutações do gene da distrofina, o maior gene humano conhecido, no locus Xp21.2. Cerca de 70% dos casos de distrofia de Duchenne são causados por deleção ou duplicação de um único ou múltiplos éxons. Na distrofia de Becker, 85% dos pacientes têm uma deleção, e 10% têm uma duplicação. Na distrofia de Duchenne, essa mutação acarreta ausência grave (< 5%) da distrofina, uma proteína na membrana da célula muscular. Na distrofia de Becker, as mutações resultam na produção anormal de distrofina ou insuficiência de distrofina. Distrofia de Duchenne e distrofia de Becker juntas afetam cerca de 1/5000 a 1/6.000 nascidos vivos do sexo masculino; a maioria tem distrofia de Duchenne. Mulheres portadoras podem ter níveis elevados assintomáticos de creatinoquinase (CK) e possibilidade de hipertrofia da panturrilha. Sinais e sintomas distrofia de Duchenne: • A fraqueza afeta os músculos proximais, e no início, geralmente, os membros inferiores. • Crianças frequentemente andam nas pontas dos pés e têm marcha anserina e hiperlordose lombar. Elas têm dificuldade de correr, saltar, subir escadas e levantar do chão. • As crianças caem com frequência, muitas vezes causando fraturas nos membros superiores ou inferiores (em cerca de 20% dos pacientes). https://neurologiahu.paginas.ufsc.br/files/2012/08/Principios-fundamentais-em-Neurologia2.pdf https://neurologiahu.paginas.ufsc.br/files/2012/08/Principios-fundamentais-em-Neurologia2.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3283534/mod_resource/content/1/Semiologia%20Sd%20Motoras%20Parte%204.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3283534/mod_resource/content/1/Semiologia%20Sd%20Motoras%20Parte%204.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3283534/mod_resource/content/1/Semiologia%20Sd%20Motoras%20Parte%204.pdf https://bvsms.saude.gov.br/distrofia-muscular/#:~:text=As%20distrofias%20musculares%20s%C3%A3o%20um,o%20enfraquecimento%20progressivo%20da%20musculatura https://bvsms.saude.gov.br/distrofia-muscular/#:~:text=As%20distrofias%20musculares%20s%C3%A3o%20um,o%20enfraquecimento%20progressivo%20da%20musculatura https://bvsms.saude.gov.br/distrofia-muscular/#:~:text=As%20distrofias%20musculares%20s%C3%A3o%20um,o%20enfraquecimento%20progressivo%20da%20musculatura https://bvsms.saude.gov.br/distrofia-muscular/#:~:text=As%20distrofias%20musculares%20s%C3%A3o%20um,o%20enfraquecimento%20progressivo%20da%20musculatura 9 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA • A progressão da fraqueza é constante, desenvolvendo-se contratura em flexão dos membros e escoliose em praticamente todas as crianças. • Surge firme pseudo-hipertrofia (grandes grupos musculares são substituídos por gordura e tecido fibroso, principalmente panturrilhas). • Aos 12 anos, a maioria das crianças precisa de cadeira de rodas e morre por complicações respiratórias aos 20 anos. As consequências do envolvimento do miocárdio incluem cardiomiopatia dilatada, anormalidades de condução e arritmias. Essas complicações ocorrem em cerca de um terço dos pacientes com 14 anos de idade e em todos os pacientes com mais de 18 anos de idade; entretanto, como esses pacientes não são capazes de fazer exercícios, o envolvimento cardíaco é geralmente assintomático até o final da doença. Cerca de um terço manifesta leve inteligência deficiente, porém progressiva, o que afeta mais a habilidade verbal do que o desempenho de atuação. Distrofia de Becker: Em comparação com a distrofia de Duchenne, a distrofia de Becker afeta < 8/100.000 nascidos vivos do sexo masculino, tipicamente torna-se sintomática muito mais tarde e é mais leve. A deambulação é geralmente preservada até pelo menos os 15 anos, e muitos assim permanecem até a vida adulta. A maioria dos afetados sobrevive até os 30 ou 40 anos. Diagnóstico: • Análise das mutações do DNA • Às vezes, biópsia do músculo com análise da distrofina por imunocoloração A suspeita diagnóstica baseia-se em quadro clínico, idade do acometimento e história familiar sugestiva de herança recessiva ligada ao X. A eletromiografia mostra alterações miopáticas (potenciais de unidades motoras rapidamente recrutados, de curta duração e de baixa amplitude). Quando feita, a biópsia muscular mostra necrose e variação acentuado no tamanho da fibra muscular não segregada pela unidade motora. Níveis de creatinina quinase (CK) estão elevados em até 100 vezes o normal. A análise de mutação do DNA de leucócitos no sangue periférico utilizando amplificação multiplex de sondas dependente de ligação (MLPA) é o teste confirmatório primário; pode identificar anormalidades no gene dystrophin. Se uma anormalidade não é detectada pela MLPA, mas se ainda há a suspeita de distrofia de Duchenne ou de Becker, pode-se realizar sequenciamento completo do gene dystrophin para detectar pequenas alterações genéticas, como mutações pontuais. Se o teste genético não confirma o diagnóstico, deve- se fazer análise da distrofina por imunocoloração das amostras da biópsia muscular. A distrofina é indetectável em pacientes com distrofia de Duchenne. Em pacientes com distrofia de Becker, a distrofina costumaser anormal (peso molecular mais baixo) ou está presente em baixa concentração. Os pacientes com distrofia de Duchenne devem ser submetidos à avaliação básica da função cardíaca com ECG e ecocardiografia no momento do diagnóstico ou aos 6 anos de idade. A averiguação de portadores e o diagnóstico pré- natal são possíveis usando-se estudos convencionais (p. ex., genealogia, avaliações da creatinina quinase (CK), determinação do sexo fetal) combinados à análise do DNA recombinante e distrofina do tecido muscular. https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/pediatria/disfun%C3%A7%C3%B5es- musculares-heredit%C3%A1rias/distrofia-muscular- de-duchenne-e-distrofia-muscular-de-becker 5. IDENTIFICAR A PRINCIPAL DOENÇA QUE FAZ DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL COM FRAQUEZA FLUTUANTE (MIASTENIA GRAVIS), SUA EPIDEMIOLOGIA, FISIOPATOLOGIA, QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO. Segundo o NHS, os sintomas da Miastenia gravis são causados por uma falha da comunicação entre o nervo e o músculo. Esses sintomas decorrem da inflamação da junção neuromuscular. A Miastenia gravis é uma doença inflamatória auto- imune. Por meio de anticorpos, o próprio organismo ataca a junção entre o nervo e o músculo, produzindo falha da comunicação dessas estruturas. Os principais sintomas da Miastenia gravis estão relacionados a fraqueza ou fadiga muscular e incluem: • Perda de força flutuante (força que oscila ao longo do dia) • Visão dupla • Queda da pálpebra • Alterações da voz • Dificuldade de fala • Dificuldade de mastigação • Graus variados de falta de ar Os subtipos mais comuns são: • Miastenia gravis Ocular: Sintomas restrito aos Olhos (visão dupla, queda da pálpebra, estrabismo) • Forma bulbar: Sintomas relacionados a boca e faringe (Dificuldade de engolir, mastigar, falar) • Miastenia gravis forma generalizada: Sintomas que acometem todo o corpo (principalmente fadiga generalizada) https://drdiegodecastro.com/miastenia-gravis- sintomas/#:~:text=Em%20linhas%20gerais%2C%20o https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/disfun%C3%A7%C3%B5es-musculares-heredit%C3%A1rias/distrofia-muscular-de-duchenne-e-distrofia-muscular-de-becker https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/disfun%C3%A7%C3%B5es-musculares-heredit%C3%A1rias/distrofia-muscular-de-duchenne-e-distrofia-muscular-de-becker https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/disfun%C3%A7%C3%B5es-musculares-heredit%C3%A1rias/distrofia-muscular-de-duchenne-e-distrofia-muscular-de-becker https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/disfun%C3%A7%C3%B5es-musculares-heredit%C3%A1rias/distrofia-muscular-de-duchenne-e-distrofia-muscular-de-becker https://drdiegodecastro.com/miastenia-gravis-sintomas/#:~:text=Em%20linhas%20gerais%2C%20o%20principal,a%20recuperar%20parcialmente%20sua%20for%C3%A7a https://drdiegodecastro.com/miastenia-gravis-sintomas/#:~:text=Em%20linhas%20gerais%2C%20o%20principal,a%20recuperar%20parcialmente%20sua%20for%C3%A7a 10 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA %20principal,a%20recuperar%20parcialmente%20su a%20for%C3%A7a. Miastenia gravis: A Miastenia Gravis (MG) é uma doença autoimune da junção neuromuscular, cuja principal característica é fraqueza muscular flutuante, que melhora com o repouso e piora com o exercício ou ao longo do dia. A crise miastênica (CM) é definida por insuficiência respiratória associada à fraqueza muscular grave. Na maioria dos pacientes (cerca de 85%), a MG é causada por anticorpos contra receptores de acetilcolina (anti- AChR) e o anticorpo anti-tirosinoquinase músculo específico (anti-MuSk) (7%). DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Dever ser feito diagnóstico diferencial com: • esclerose lateral amiotrófica (ELA), • lesões intracranianas com efeito de massa ou • lesões de tronco encefálico que podem causar achados oculares de nervos cranianos, • síndrome de Eaton-Lambert, • oftalmoplegia externa progressiva, • distrofia óculofaríngea, entre outras. A disfunção da junção neuromuscular pode ser induzida por fármacos específicos (penicilamina, agentes curarizantes, procainamida, quininas, aminoglicosídeos, entre outros) ou intoxicações (organofosforados, botulismo, entre outros). https://www.gov.br/conitec/pt- br/midias/protocolos/resumidos/20220705_PCDT_R esumido_MIastenia_Gravis_final.pdf Síndrome miastênica de Lambert-Eaton: Um distúrbio autoimune raro da junção neuromuscular. A síndrome miastênica de Lambert-Eaton (LEMS) ocorre como um distúrbio paraneoplásico em associação com um câncer subjacente (CA-LEMS), ou sem associação a câncer, como parte de um estado autoimune mais generalizado (NCA-LEMS). Os sintomas incluem fadiga, que tem início insidioso e gradual, fraqueza e xerostomia. Os achados clínicos incluem fraqueza muscular proximal na cintura pélvica e nos músculos da coxa; ausência ou redução dos reflexos tendinosos, que podem melhorar após um breve período de exercícios; e dilatação e baixa reatividade das pupilas. Anticorpos séricos dos canais de cálcio dependentes de voltagem do tipo P/Q geralmente estão presentes. Geralmente, os estudos eletrofisiológicos demonstram respostas decrementais à estimulação nervosa repetitiva de baixa frequência, e também podem mostrar facilitação pós-exercício >100%. Mais de 40% dos pacientes com LEMS têm câncer subjacente, geralmente câncer pulmonar de células pequenas. O tratamento efetivo do câncer subjacente frequentemente melhora os sintomas. As opções de tratamentos sintomáticos efetivos e em longo prazo incluem agentes que aumentam a transmissão neuromuscular e imunomoduladores. No entanto, muitos pacientes têm incapacidade de longa duração devido à fraqueza. Definição: A síndrome miastênica de Lambert-Eaton (LEMS) é um distúrbio autoimune da junção neuromuscular. Ela pode ocorrer como um distúrbio paraneoplásico em associação com câncer (CA-LEMS), geralmente um carcinoma pulmonar de células pequenas, ou pode ocorrer também sem câncer, como parte de um estado autoimune mais generalizado (NCA-LEMS). Em ambos os tipos, a LEMS caracteriza-se pela presença de anticorpos circulantes contra os canais de cálcio dependentes de voltagem; esses anticorpos prejudicam a transmissão neuromuscular através da inibição da entrada de cálcio e subsequentemente da liberação de acetilcolina na fenda sináptica. https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/1052 DISPARADORES https://www.youtube.com/watch?v=UIV3dNCdQGo (VÍDEO SOBRE AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA SIMPLIFICADA NA HANSENÍASE) https://www.youtube.com/watch?v=UZTqEOmUDxs (VÍDEO SOBRE DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE COM ROGÉRIO SOUZA) http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/201 7/novembro/22/Guia-Pratico-deHanseniase-WEB.pdf (GUIA PRÁTICO SOBRE HANSENÍASE DO MINISTÉRIO DA SAÚDE) https://neurologiahu.ufsc.br/files/2012/08/Protocolo- MS_Miastenia-Gravis-2010.pdf (PORTARIA DE 2010- MS SOBRE MIASTENIA GRAVIS) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS RECOMENDADAS: - MERRIT, Tratado de Neurologia, Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan, 11a ed, 2007. - MACHADO, A. Neuroanatomia Funcional. Rio de Janeiro: Atheneu, 3oed, 2013. - ATLS - DEJONG, O exame neurologico, Rio de janiero: Guanabara Koogan, 6ª ed, 2007 - Brasil Neto, Joaquim Pereira, Tratado de Neurologia da Academia Brasileira de Neurologia, Rio de Janeiro, 1ªed, 2013. - DUUS, Diagnóstico Topográfico em Neurologia, Rio de janeiro, Guanabara Koogan, 4ªed, 2005 – BMJ https://drdiegodecastro.com/miastenia-gravis-sintomas/#:~:text=Em%20linhas%20gerais%2C%20o%20principal,a%20recuperar%20parcialmente%20sua%20for%C3%A7a https://drdiegodecastro.com/miastenia-gravis-sintomas/#:~:text=Em%20linhas%20gerais%2C%20o%20principal,a%20recuperar%20parcialmente%20sua%20for%C3%A7a https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/protocolos/resumidos/20220705_PCDT_Resumido_MIastenia_Gravis_final.pdf https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/protocolos/resumidos/20220705_PCDT_Resumido_MIastenia_Gravis_final.pdfhttps://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/protocolos/resumidos/20220705_PCDT_Resumido_MIastenia_Gravis_final.pdf https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/1052 11 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA IRAT: 01) Assinale a assertiva incorreta sobre hanseníase. a) A forma indeterminada geralmente é a primeira manifestação da doença. V - Hanseníase indeterminada (paucibacilar): Todos pacientes passam por essa fase no início da doença – ela pode ser ou não perceptível. b) Fáscies leoniona é uma possível manifestação da forma virchowiana da doença. V – devido à infiltração e madarose. c) O comprometimento neural é pouco provável na forma tuberculoide. F – a forma tuberculoide manifesta-se por uma placa totalmente anestésica. O sistema imune consegue destruir os bacilos espontaneamente, mas com isso lesa o nervo provocando dano neural. d) Lesões eritematosas com centro hipocrômico determinado aspecto anular ou foveolar são frequentes na forma dimorfa. V – são lesões bem delimitadas, porém com bordas externas esmaecidas, são avermelhadas e com centro branco. Hanseníase Bordelaine. e) O eritema nodoso hansênico é mais frequente nas formas multibacilares. V – o eritema nodoso hansênico é uma reação imunológica grave que complica o curso normal da hanseníase multibacilar. http://www.anaisdedermatologia.org.br/pt-eritema- nodoso-hansenico-recalcitrante-cronico-articulo- S2666275221002629 O eritema nodoso hansênico (ENH) ou Reação Tipo 2 é síndrome inflamatória aguda que ocorre antes, durante ou após o tratamento da hanseníase, freqüentemente interrompendo o curso crônico da infecção pelo M. Leprae. http://www.anaisdedermatologia.com.br/detalhe- artigo/10451/Eritema-Nodoso-Hansenico-- atualizacao-clinica-e-terapeutica As reações hansênicas são quadros inflamatórios agudos que podem ocorrer no curso da doença crônica hanseníase. A reação tipo 2 representa uma importante causa de morbidade e de incapacidade física em pacientes com hanseníase borderline lepromatosa (BL) e lepromatosa lepromatosa (LL)3, acometendo, principalmente, pacientes na faixa etária economicamente ativa16. A reação tipo 2 tem sido definida como: uma complicação imunológica da hanseníase multibacilar que se apresenta como nódulos eritematosos subcutâneos dolorosos que podem ulcerar. Pode haver sinais de comprometimento sistêmico como febre, inflamação de linfonodos, neuropatia, envolvimento articular, testicular, ocular, de extremidades entre outros. https://www.scielo.br/j/rsbmt/a/zgFfD5mLSqXrJtJpT Tvt7vJ/?lang=pt#:~:text=O%20eritema%20nodoso% 20hans%C3%AAnico%20%C3%A9,de%20morbidad e%20e%20incapacidade%20f%C3%ADsica. 02) Com relação à epidemiologia clínica da hanseníase, assinale a alternativa CORRETA: a) A principal forma de contágio da doença é inter- humana e o maior risco está relacionado à convivência domiciliar com paciente bacilífero sem tratamento. b) Apesar de terem sido encontrados tatus, chipanzés e macacos infectados com M, leprae, a transmissão ocorre exclusivamente do homem para o homem. F – não há relatos da existência da existência da correlação entre essas fontes naturais e a infecção humana. Relatos de transmissão do tatu para o homem! https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/handle/icict/31 715/dilbert_veloso_ioc_mest_2018.pdf?sequence=2 &isAllowed=y c) Nas formas multibacilares, o período de incubação pode ser de dois a cinco anos, já nas paucibacilares, de cinco a dez anos. F – o período de incubação varia de 2 a 10 anos e as manifestações clínicas da hanseníase dependem mais da resposta imunocelular que da capacidade de multiplicação bacilar. d) O tempo de multiplicação dos bacilos é de 40 a 45 dias, sendo que após sete dias, cerca de 20% destes pode permanecer viáveis no meio ambiente. F - O período de propagação do bacilo é lento, durando aproximadamente de 11 a 16 dias, sendo que somente 1%, possivelmente esteja viável no meio ambiente, com duração de até sete dias. https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/handle/icict/31 715/dilbert_veloso_ioc_mest_2018.pdf?sequence=2 &isAllowed=y 03) Homem, após um quadro de diarreia há uma semana evoluiu com quadro de fraqueza progressiva que ascende dos membros inferiores para os membros superiores, simétrico e com reflexos osteotendinosos abolidos. Qual é o diagnóstico mais provável desse paciente? a) Miastenia gravis F – a miastenia pode ser precipitada por uma infecção (diarreia), mas a fraqueza não tem esse padrão de ascender, é uma fraqueza muscular isolada que melhora com o repouso. b) Botulismo F – a fraqueza é descendente e não ascendente. c) Porfiria aguda F – nesse caso a fraqueza muscular inicia-se nas extremidades, mas ao invés de diarreia é comum ter constipação intestinal e dor adominal. d) Guillain barre http://www.anaisdedermatologia.org.br/pt-eritema-nodoso-hansenico-recalcitrante-cronico-articulo-S2666275221002629 http://www.anaisdedermatologia.org.br/pt-eritema-nodoso-hansenico-recalcitrante-cronico-articulo-S2666275221002629 http://www.anaisdedermatologia.org.br/pt-eritema-nodoso-hansenico-recalcitrante-cronico-articulo-S2666275221002629 http://www.anaisdedermatologia.com.br/detalhe-artigo/10451/Eritema-Nodoso-Hansenico--atualizacao-clinica-e-terapeutica http://www.anaisdedermatologia.com.br/detalhe-artigo/10451/Eritema-Nodoso-Hansenico--atualizacao-clinica-e-terapeutica http://www.anaisdedermatologia.com.br/detalhe-artigo/10451/Eritema-Nodoso-Hansenico--atualizacao-clinica-e-terapeutica https://www.scielo.br/j/rsbmt/a/zgFfD5mLSqXrJtJpTTvt7vJ/?lang=pt#:~:text=O%20eritema%20nodoso%20hans%C3%AAnico%20%C3%A9,de%20morbidade%20e%20incapacidade%20f%C3%ADsica https://www.scielo.br/j/rsbmt/a/zgFfD5mLSqXrJtJpTTvt7vJ/?lang=pt#:~:text=O%20eritema%20nodoso%20hans%C3%AAnico%20%C3%A9,de%20morbidade%20e%20incapacidade%20f%C3%ADsica https://www.scielo.br/j/rsbmt/a/zgFfD5mLSqXrJtJpTTvt7vJ/?lang=pt#:~:text=O%20eritema%20nodoso%20hans%C3%AAnico%20%C3%A9,de%20morbidade%20e%20incapacidade%20f%C3%ADsica https://www.scielo.br/j/rsbmt/a/zgFfD5mLSqXrJtJpTTvt7vJ/?lang=pt#:~:text=O%20eritema%20nodoso%20hans%C3%AAnico%20%C3%A9,de%20morbidade%20e%20incapacidade%20f%C3%ADsica https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/handle/icict/31715/dilbert_veloso_ioc_mest_2018.pdf?sequence=2&isAllowed=y https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/handle/icict/31715/dilbert_veloso_ioc_mest_2018.pdf?sequence=2&isAllowed=y https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/handle/icict/31715/dilbert_veloso_ioc_mest_2018.pdf?sequence=2&isAllowed=y https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/handle/icict/31715/dilbert_veloso_ioc_mest_2018.pdf?sequence=2&isAllowed=y https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/handle/icict/31715/dilbert_veloso_ioc_mest_2018.pdf?sequence=2&isAllowed=y https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/handle/icict/31715/dilbert_veloso_ioc_mest_2018.pdf?sequence=2&isAllowed=y 12 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA V - Perda de força e parestesias com progressão ascendente rápida + arreflexia: pense em Síndrome de Guillain-Barré. https://raciocinioclinico.com.br/25-sindromes- neurologicas-que-voce-precisa-saber-de-cor/ Os reflexos tendinosos, também chamados reflexos profundos, músculo-tendinosos, miotáticos, miotáticos fásicos, e reflexos proprioceptivos, são provocados pelo súbito estiramento de um músculo, através da percussão com um martelo de percussão de borracha, de seu tendão ou de uma parte do membro onde este se insere. Paralisia flácida: Manifestação clínica caracterizada por fraqueza ou paralisia dos membros, principalmente inferiores, em decorrência de doença ou algum trauma que afete os músculos. Pessoa que chega ao pronto-socorro se queixando de fraqueza muscular de rápida instalação e evolução, associada à alteração no tônus muscular nos reflexos profundos. https://www.medway.com.br/conteudos/paralisia- flacida-aguda-como-manejar-no-ps/ Miastenia graves: Caracteriza-se por fraqueza muscularepisódica e tendência a cansar-se facilmente. Resulta de um ataque autoimune aos receptores de acetilcolina pós- sinápticos, que interrompe a transmissão neuromuscular. O desencadeante na produção de anticorpos é desconhecido, mas a doença está associada a anormalidades no timo, hipertireoidismo e outras doenças autoimunes. É mais comum em mulheres jovens e homens mais velhos. Os sintomas se agravam com a atividade muscular e melhoram com o repouso. Os fatores precipitantes para miastenia grave incluem: • Infecção • Cirurgia • Medicamentos – aminoglicosídeos, quinina, sulfato de magnésio, procainamida, bloqueadores dos canais de cálcio inibidores do checkpoint imunológico. Sinais e sintomas: • Ptose • Diplopia • Fraqueza muscular após o uso do músculo comprometido. A fraqueza desaparece quando os músculos afetados repousam, mas volta a ocorrer quando são usados novamente. A fraqueza decorrente de miastenia diminui em temperaturas mais baixas. O apoio da mão pode alternar entre fraco e normal (apoio da ordenhadeira de leite). Os músculos do pescoço podem enfraquecer. Fraqueza muscular proximal é comum. Alguns pacientes apresentam sintomas bulbares (p. ex., voz alterada, regurgitação nasal, asfixia, disfagia). Sensibilidade e reflexos tendinosos profundos são normais. A intensidade das manifestações oscila de minutos a horas ou dias. Crise colinérgica é fraqueza muscular que pode resultar quando a dose de fármacos anticolinesterásicos (p. ex., neostigmina, piridostigmina) é excessivamente elevada. Pode ser difícil diferenciar uma crise leve de miastenia que se agrava. A crise colinérgica grave geralmente pode ser diferenciada porque, ao contrário da miastenia gravis, resulta em fasciculações musculares, aumento de lacrimação e salivação, taquicardia e diarreia. https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/dist%C3%BArbios- neurol%C3%B3gicos/dist%C3%BArbios-do-sistema- nervoso-perif%C3%A9rico-e-da-unidade- motora/miastenia-gravis?query=Miastenia%20grave Botulismo: Doença neuroparalítica grave, rara, não contagiosa, causada pela ação de uma potente toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum (C botulinum). O agente etiológico entra no organismo por meio de ferimentos ou pela ingestão de alimentos contaminados que não tem produção e/ou conservação adequada. Sua notificação é compulsória e imediata. Pode levar à morte por paralisia da musculatura respiratória. Sintomas comuns: • Dores de cabeça • Vertigem • Tontura • Sonolência • Visão turva • Visão dupla • Diarreia • Náuseas e vômitos • Dificuldade para respirar • Paralisia descendente da musculatura respiratória, braços e pernas • Comprometimento de nervos cranianos • Prisão de ventre • Infecções respiratórias Botulismo alimentar – com a evolução da doença, a fraqueza muscular pode se espalhar, descendo para os músculos do tronco e membros. Botulismo intestinal – há casos leves caracterizados apenas por dificuldade de se alimentar e fraqueza muscular discreta. Em casos mais graves, os sintomas começam por constipação e irritabilidade, seguidos por dificuldade de controle dos movimentos da cabeça, sucção fraca, choro fraco e paralisias bilaterais descendentes, que podem progredir para comprometimento respiratório. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de- a-a- z/b/botulismo#:~:text=O%20botulismo%20%C3%A9 %20uma%20doen%C3%A7a,Clostridium%20botulin um%20(C%20botulinum). Porfirias agudas: Resultam da deficiência de certas enzimas na via biossintética do heme, levando ao acúmulo dos https://raciocinioclinico.com.br/25-sindromes-neurologicas-que-voce-precisa-saber-de-cor/ https://raciocinioclinico.com.br/25-sindromes-neurologicas-que-voce-precisa-saber-de-cor/ https://www.medway.com.br/conteudos/paralisia-flacida-aguda-como-manejar-no-ps/ https://www.medway.com.br/conteudos/paralisia-flacida-aguda-como-manejar-no-ps/ https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/dist%C3%BArbios-do-sistema-nervoso-perif%C3%A9rico-e-da-unidade-motora/miastenia-gravis?query=Miastenia%20grave https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/dist%C3%BArbios-do-sistema-nervoso-perif%C3%A9rico-e-da-unidade-motora/miastenia-gravis?query=Miastenia%20grave https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/dist%C3%BArbios-do-sistema-nervoso-perif%C3%A9rico-e-da-unidade-motora/miastenia-gravis?query=Miastenia%20grave https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/dist%C3%BArbios-do-sistema-nervoso-perif%C3%A9rico-e-da-unidade-motora/miastenia-gravis?query=Miastenia%20grave https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/dist%C3%BArbios-do-sistema-nervoso-perif%C3%A9rico-e-da-unidade-motora/miastenia-gravis?query=Miastenia%20grave https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/b/botulismo#:~:text=O%20botulismo%20%C3%A9%20uma%20doen%C3%A7a,Clostridium%20botulinum%20(C%20botulinum) https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/b/botulismo#:~:text=O%20botulismo%20%C3%A9%20uma%20doen%C3%A7a,Clostridium%20botulinum%20(C%20botulinum) https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/b/botulismo#:~:text=O%20botulismo%20%C3%A9%20uma%20doen%C3%A7a,Clostridium%20botulinum%20(C%20botulinum) https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/b/botulismo#:~:text=O%20botulismo%20%C3%A9%20uma%20doen%C3%A7a,Clostridium%20botulinum%20(C%20botulinum) https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/b/botulismo#:~:text=O%20botulismo%20%C3%A9%20uma%20doen%C3%A7a,Clostridium%20botulinum%20(C%20botulinum) 13 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA precursores de heme que causam crises intermitentes de dor abdominal e sintomas neurológicos. Existem vários fatores precipitantes, tipicamente acelerando a síntese de heme acima da capacidade catalítica da enzima deficiente. Ocorre acúmulo dos precursores da porfirina PBG e ALA ou, no caso da porfiria por deficiência de ALAD, apenas de ALA. As crises provavelmente resultam de fatores múltiplos, às vezes não identificáveis. Os fatores desencadeadores identificados incluem: • Alterações hormonais em mulheres • Fármacos • Baixo teor calórico, dietas pobres em carboidratos • Álcool • Exposição a solventes orgânicos • Infecções e outras doenças • Cirurgia • Estresse emocional Sinais e sintomas: Os sinais e sintomas de porfirias agudas envolvem sistema nervoso, abdome ou ambos (neurovisceral). As crises se desenvolvem em horas ou dias e podem durar até várias semanas. A maioria dos portadores de genes apresenta poucas crises durante a vida, se houver alguma. Outros apresentam sintomas reincidentes. Em mulheres, as crises recorrentes geralmente coincidem com fase luteal do ciclo menstrual. Crise de porfiria aguda Os sinais e sintomas das crises são inespecíficos e podem mimetizar muitos outros processos da doença. Constipação intestinal, fadiga, alterações do estado mental (muitas vezes descritas como "nebulosidade mental") e insônia costumam preceder uma crise aguda. Os sintomas mais comuns de uma crise são dor abdominal e vômito. A dor pode ser excruciante e desproporcional a dor abdominal ou outros sinais físicos. As manifestações abdominais podem resultar de efeitos nos nervos viscerais. Em geral, não há inflamação, o abdome não está doloroso à palpação e não há sinais peritoneais. Mas uma minoria de pacientes com porfirias hepáticas agudas também desenvolve pancreatite aguda, para as quais potenciais causas alternativas não são encontradas, como cálculos biliares, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e hipertrigliceridemia grave. A temperatura e a contagem de leucócitos geralmente estão normais ou apenas ligeiramente aumentadas. A distensão intestinal pode ocorrer como resultado do íleo paralítico. A urina é vermelha ou vermelho-amarronzada e positiva para porfobilinogêniodurante a crise. Todos os componentes do sistema nervoso periférico e o sistema nervoso central podem estar envolvidos. A neuropatia motora é comum nas crises graves e prolongadas. A fraqueza muscular geralmente inicia- se nas extremidades, mas pode envolver qualquer neurônio motor ou par craniano e evoluir para tetraplegia. O envolvimento bulbar pode causar insuficiência respiratória. Síndrome de Guillain Barré: A síndrome de Guillain Barré é um distúrbio autoimune, ou seja, o sistema imunológico do próprio corpo ataca parte do sistema nervoso, que são os nervos que conectam o cérebro com outras partes do corpo. É geralmente provocado por um processo infeccioso anterior e manifesta fraqueza muscular, com redução ou ausência de reflexos. Várias infecções têm sido associadas à Síndrome de Guillain Barré, sendo a infecção por Campylobacter, que causa diarreia, a mais comum. A Síndrome de Guillain Barré é considerada uma doença rara e não é de notificação compulsória. O Ministério da Saúde faz o monitoramento por meio do registro de internações e atendimentos hospitalares. Sintomas: A maioria dos pacientes percebe inicialmente a doença pela sensação de dormência ou queimação nas extremidades membros inferiores (pés e pernas) e, em seguida, superiores (mãos e braços). Dor neuropática lombar (nervos, medula da coluna ou no cérebro) ou nas pernas pode ser vista em pelo menos 50% dos casos. Fraqueza progressiva é o sinal mais perceptível ao paciente, ocorrendo geralmente nesta ordem: membros inferiores, braços, tronco, cabeça e pescoço. Os sintomas principais da Síndrome de Guillain Barré são fraqueza muscular ascendente: começam pelas pernas, podendo, em seguida, progredir ou afetar o tronco, braços e face, com redução ou ausência de reflexos. A síndrome pode apresentar diferentes graus de agressividade, provocando leve fraqueza muscular em alguns pacientes ou casos de paralisia total dos quatro membros. O principal risco provocado por esta síndrome é quando ocorre o acometimento dos músculos respiratórios. Nesse último caso, a síndrome pode levar à morte, caso não sejam adotadas as medidas de suporte respiratório, tendo em vista que coração e pulmões param de funcionar. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de- a-a-z/g/sindrome-de-guillain- barre#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20de%20G uillain%20Barr%C3%A9,com%20outras%20partes%2 0do%20corpo. 04) Lactente chega à unidade de emergência com queixa de que não consegue andar direito há 2 horas. Família conta que mora junto com a avó de 80 anos e provavelmente ele ingeriu as medicações prescritas para a avó. Ao exame https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/g/sindrome-de-guillain-barre#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20de%20Guillain%20Barr%C3%A9,com%20outras%20partes%20do%20corpo https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/g/sindrome-de-guillain-barre#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20de%20Guillain%20Barr%C3%A9,com%20outras%20partes%20do%20corpo https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/g/sindrome-de-guillain-barre#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20de%20Guillain%20Barr%C3%A9,com%20outras%20partes%20do%20corpo https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/g/sindrome-de-guillain-barre#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20de%20Guillain%20Barr%C3%A9,com%20outras%20partes%20do%20corpo https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/g/sindrome-de-guillain-barre#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20de%20Guillain%20Barr%C3%A9,com%20outras%20partes%20do%20corpo 14 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA observa-se instabilidade postural, marcha com base alargada, dismetria bilateral, nistagmo horizontal bilateral. Qual a síndrome neurológica? a) Ataxia cerebelar apendicular. b) Ataxia cerebelar axial. c) Ataxia cerebelar axial e apendicular. V – O pct tem incoordenação e instabilidade postural e isso chama atenção para alteração no cerebelo que é responsável pela coordenação dos movimentos. Então esse paciente tem uma ataxia cerebelar. Dismetria (apendicular), distúrbio de marcha (incoordenação axial). Existe o lobo flóculonodular, componente do arquicerebelo, que atua modulando inconscientemente o controle motor do equilíbrio e se relaciona com movimentos oculares e orientação marcroscópica no espaço. d) Ataxia cerebelar e déficit de neurônio motor superior F – a síndrome do neurônio motor superior apresenta hiperreflexia, hipertonia e fraqueza muscular. A síndrome do neurônio motor superior resulta da lesão de áreas motoras do córtex cerebral ou de vias motoras, especialmente do trato piramidal (córtico- espinal). É caracterizada por paralisia espástica (paralisia com hipertonia e hiperreflexia), havendo discreta atrofia muscular. O sinal mais conhecido associado a esta síndrome é o sinal de Babinski (resposta plantar extensora). https://www2.ib.unicamp.br/atlas/neuroanatresposta 2.html#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20do%20n eur%C3%B4nio%20motor%20superior%20resulta%2 0da%20les%C3%A3o%20de,)%2C%20havendo%20d iscreta%20atrofia%20muscular. Dismetria: falta do controle da amplitude do movimento, ou seja, ocorre a ausência de previsão para até onde o movimento irá. Também é conhecida como “passar do ponto’. Nistagmo cerebelar: é o tremor do globo ocular. Ocorre de modo involuntário quando o paciente tenta fixar o olhar em um dos lados do campo visual. Como resultado, os olhos executam movimentos rápidos e trêmulos e sem fixação duradoura. Ataxia: são movimentos sem coordenação. A marcha atáxica é vacilante e o paciente abre as pernas para aumentar sua base de equilíbrio. Esse é um dos principais sintomas de doença cerebelar. https://www.sanarmed.com/sindromes-cerebelares- na-clinica-medica-colunistas As manifestações também podem relacionar-se a área cerebelar acometida. Quando ocorre acometimento do lobo floculonodular (arquicerebelo) nota-se o nistagmo e anormalidades dos movimentos extraoculares. Quando há acometimento do verme (paleocerebelo) percebe-se ataxia de marcha. E quando há acometimento dos hemisférios cerebelares (neocerebelo) ocorre uma ataxia apendicular. E por fim, se acometer todo o cerebelo (pancerebelar) observa-se todas essas manifestações anteriormente citadas. https://blog.jaleko.com.br/cerebelo-anatomia- funcao-semiologia-e-as-sindromes-cerebelares/ Ataxia: Incoordenação dos movimentos – não é uma doença específica ou um diagnóstico, mas sim um sintoma. Ocorre quando há perda da função do cerebelo (parcela cerebral que atua como centro de coordenação), medula espinhal ou das vias condutoras que os interligam. Esse sintoma tem o poder de prejudicar tudo no corpo que exige movimento (dedos, mãos, braços, pernas, tronco, fala, olhos, entre outros). Toda ação que o corpo humano performa necessita de uma sequência de ordem de ativação que vai contrair o músculo e relaxar o lado contrário. O desenvolvimento do sintoma pode ter evolução gradativa, assim como pode aparecer de uma vez só. As ataxias podem ser hereditárias ou adquiridas. Além de também serem subdivididas entre cerebelares, sensoriais e vestibular. Cerebelares: Esse tipo de Ataxia se subdivide em duas. A primeira é a Ataxia Axial, que corresponde a parcela mais relativa ao eixo do corpo. A pessoa que possui esse tipo de sintoma, apresenta dificuldades maiores para caminhar, podendo abrir as pernas durante a caminhada, e até assemelhar a caminhada de alguém sob efeito de bebidas alcoólicas. A segunda é a Apendicular que corresponde aos apêndices do corpo, das mãos e das pernas. Esta dificulta a escrita, e movimentos “finos”, como juntar um dedo ao outro. https://www.willianrezende.com.br/o-que-o-sintoma- da-ataxia-afeta-no-corpo-humano/ Ataxia caracteriza-se por incoordenação. Algumas ocorrem em consequência de lesões cerebelares e suas conexões eferentes ou aferentes. As ataxias cerebelares podem ser subdivididas em: • Ataxia adquirida não degenerativa • Ataxia degenerativanão hereditária • Ataxia hereditária – autossômicas dominantes, autossômicas recessivas, ligadas ao X, devido a mutações mitocondriais. Louis, Elan, D. et al. Merritt - Tratado de Neurologia, 13ª edição. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2018. Ataxia = falta de ordenação. É consequência da lesão do cerebelo. Trata-se de um sinal neurológico cuja principal característica é a disfunção na coordenação motora, afetando a marcha, a fala, os movimentos oculares e o equilíbrio. O termo ataxia também pode ser usado no caso de lesões dos tratos espinocerebelares, do cordão posterior da medula e dos nervos periféricos. As duas últimas ocasionam um quadro de ataxia sensitiva por perda da sensibilidade profunda e existe, ainda, a ataxia por lesão do lobo frontal. https://www2.ib.unicamp.br/atlas/neuroanatresposta2.html#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20do%20neur%C3%B4nio%20motor%20superior%20resulta%20da%20les%C3%A3o%20de,)%2C%20havendo%20discreta%20atrofia%20muscular https://www2.ib.unicamp.br/atlas/neuroanatresposta2.html#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20do%20neur%C3%B4nio%20motor%20superior%20resulta%20da%20les%C3%A3o%20de,)%2C%20havendo%20discreta%20atrofia%20muscular https://www2.ib.unicamp.br/atlas/neuroanatresposta2.html#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20do%20neur%C3%B4nio%20motor%20superior%20resulta%20da%20les%C3%A3o%20de,)%2C%20havendo%20discreta%20atrofia%20muscular https://www2.ib.unicamp.br/atlas/neuroanatresposta2.html#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20do%20neur%C3%B4nio%20motor%20superior%20resulta%20da%20les%C3%A3o%20de,)%2C%20havendo%20discreta%20atrofia%20muscular https://www2.ib.unicamp.br/atlas/neuroanatresposta2.html#:~:text=A%20s%C3%ADndrome%20do%20neur%C3%B4nio%20motor%20superior%20resulta%20da%20les%C3%A3o%20de,)%2C%20havendo%20discreta%20atrofia%20muscular https://www.sanarmed.com/sindromes-cerebelares-na-clinica-medica-colunistas https://www.sanarmed.com/sindromes-cerebelares-na-clinica-medica-colunistas https://blog.jaleko.com.br/cerebelo-anatomia-funcao-semiologia-e-as-sindromes-cerebelares/ https://blog.jaleko.com.br/cerebelo-anatomia-funcao-semiologia-e-as-sindromes-cerebelares/ https://www.willianrezende.com.br/o-que-o-sintoma-da-ataxia-afeta-no-corpo-humano/ https://www.willianrezende.com.br/o-que-o-sintoma-da-ataxia-afeta-no-corpo-humano/ 15 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA A abordagem clínica da ataxia envolve a diferenciação clínica de ataxia e outras causas de alteração do equilíbrio e da coordenação, além da distinção entre as formas de ataxia sensitiva e cerebelar. A grande variabilidade clínica das síndromes cerebelares deve-se à localização específica da lesão do cerebelo, que se localiza na fossa posterior e pode ser dividido em três partes: • hemisférios cerebelares, • verme cerebelar (região mediana do cerebelo que conecta os hemisférios cerebelares) e • lobo floculonodular. Bertolucci, Paulo H., F. et al. Guia de Neurologia. Disponível em: Minha Biblioteca, Editora Manole, 2011. A característica essencial da ataxia é que não há organização normal dos movimentos. É usado na clínica principalmente para designar as anormalidades do controle motor – entre elas, incoordenação, tremor e comprometimento dos movimentos alternados rápidos (MAR) – que ocorrem nas lesões cerebelares. A ataxia não é específica da doença cerebelar, e é preciso excluir lesões em outras partes do sistema nervoso antes de atribuí-la a esta doença. O comprometimento da propriocepção pode causar ataxia sensorial, e lesões das vias originadas no lobo frontal podem causar ataxia do lobo frontal. Outras manifestações comuns de doença cerebelar são nistagmo, perturbação do equilíbrio e dificuldade para caminhar. Manifestações clínicas: Os pacientes com disfunção cerebelar sofrem várias combinações de tremor, falta de coordenação motora, dificuldade de marcha, disartria e nistagmo, dependendo das partes do cerebelo acometidas (ver Tabela 22.1). A ataxia é o principal sinal de doença cerebelar; caracteriza-se por vários graus de dissinergia, dismetria, ausência de coordenação agonista-antagonista e tremor. Ela pode afetar os membros, o tronco ou a marcha. A doença cerebelar também pode causar hipotonia, astenia ou lentidão de movimento, além de desvio dos membros estendidos. A doença que afeta as conexões do cerebelo no tronco encefálico causa anormalidades indistinguíveis da doença cerebelar propriamente dita. Quando a ataxia cerebelar é causada por disfunção das conexões do cerebelo no tronco encefálico, geralmente há outros sinais relativos ao tronco encefálico. Ataxia cerebelar: É causada por acometimento dos mecanismos de coordenação no cerebelo e de seus sistemas de conexão. A incapacidade de caminhar em tandem pode ser o único sinal de ataxia leve. A parada ou a virada súbitas podem revelar marcha cambaleante. Na doença mais grave, a marcha é desajeitada, cambaleante, instável, irregular, vacilante, titubeante e de base larga, e o paciente pode oscilar para o lado, para trás ou para frente. Os movimentos das pernas são irregulares e há variação imprevisível do comprimento do passo. Para compensar, ele pode evitar períodos de apoio unipodal e apresentar marcha de passos arrastados; e é incapaz de caminhar em tandem ou sobre uma linha reta no chão. Pode haver tremor e movimentos oscilatórios em todo o corpo. A ataxia cerebelar está presente tanto com os olhos abertos quanto fechados; pode aumentar levemente com os olhos fechados, mas não tanto quanto na ataxia sensorial. A marcha semelhante à da ataxia cerebelar é observada na intoxicação alcoólica aguda. Quando há lesão hemisférica, o paciente cambaleia e desvia na direção do lado afetado. Na doença localizada em um hemisfério do cerebelo ou na doença vestibular unilateral, há oscilação ou desvio persistente na direção do lado anormal. Quando tenta caminhar em linha reta, ou em tandem, o paciente desvia na direção do lado da lesão. Dar alguns passos para trás ou para frente com os olhos fechados pode revelar “desvio em compasso” ou “marcha em estrela”. Ao tentar andar em círculo fixo ao redor de uma cadeira, em sentido horário e, em seguida, anti- horário, o paciente tenderá a cair na direção da cadeira se ela estiver no lado da lesão, ou a mover-se em espiral para longe da cadeira se ela estiver no lado oposto. A ataxia da marcha cerebelar é comum quando há esclerose múltipla (EM), degeneração cerebelar alcoólica, tumores cerebelares, acidente vascular cerebral e degenerações cerebelares. Na degeneração cerebelar alcoólica, a doença é restrita ao verme. Em geral, não há nistagmo, disartria e ataxia apendicular, mesmo das pernas. Campbell, William, W. e Richard J. Barohn. DeJong - O Exame Neurológico. Disponível em: Minha Biblioteca, (8th edição). Grupo GEN, 2021. 05) Após reparação de uma lesão nervosa, a primeira percepção sensorial que retorna é: a) A dor. b) O estimulo vibratório. c) O toque estático. d) O toque em movimento. 16 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA Recuperação sensorial após lesão nervosa periférica: S0 – ausência de sensibilidade em área autônoma S1 – recuperação da sensibilidade profunda à dor em área autônoma S2 – retorno de algum grau de sensibilidade superficial à dor e do tato S3 – retorno da sensibilidade superficial à dor e do tato S4 – recuperação completa https://traumatologiaeortopedia.com.br/foruns/topic o/lesao-nervosa/ dor neuropática – membro fantasma. 06) Em relação ao tratamento da hanseníase marque a alternativa INCORRETA: a) O tratamento deve ser de fácil acesso e gratuito com a poliquimioterapia. b) A definição do tratamento depende também da classificação quanto ao número de lesões em paucibacilares ou multibacilares. c) A baciloscopia positiva classifica o caso como multibacilar, independente do número de lesões. Assim o tratamento é feito para hanseníase multibacilar. d) Notratamento da forma multibacilar, utiliza-se apenas a Dapsona e Rifampicina como drogas. F – o tratamento padrão é Rifampicina, Dapsona e Clofazimina, o que diferencia é o tempo de tratamento. MB 12 meses e PB 6 meses. 07) Sobre o diagnóstico da hanseníase, assinale V ou F. ( ) É essencial avaliar os olhos, nariz, mãos e pés em busca de comprometimento. ( ) Não é preciso realizar exame de nervos periféricos, visto que esses não são afetados na doença. F – é necessário. Os principais troncos nervosos acometidos na hanseníase são: trigêmeo, facial, radial, ulnar, mediano, fibular, tibial. ( ) A sensibilidade térmica pode ser realizada através de dois tubos de ensaio, um aquecido e outro frio. ( ) A baciloscopia é o exame complementar mais útil no diagnóstico, é de fácil execução e baixo custo. 08) Em relação à Distrofia de Duchenne, marque a alternativa INCORRETA: a) A distrofia de Duchenne é mais agressiva do que a de Becker. V – é a ausência total enquanto a de Becker é a falha ou diminuição. b) As crianças com Distrofia de Duchenne geralmente aparentam normais ao nascimento, podendo ter aumento de enzimas musculares. c) Os primeiros achados clínicos são: quedas frequentes, dificuldade para correr e pular como as outras crianças. d) Existe uma predileção inicial por fraqueza nos membros superiores. F – predileção inicial por membros inferiores. 09) Quanto à distrofia muscular de Becker, é correto afirmar: a) É a forma mais maligna das distrofinopatias. F – a mais maligna é a Duchenne. b) É semelhante à DMD, porém com início da doença mais precoce. F – mais tardio c) A eletromiografia tem padrão neurogênico. F – é miopatia, não neuropatia. d) Há redução total da distrofina no músculo. F – redução parcial. e) O início dos sintomas se dá após 6 anos de idade. Pq após os 6 anos? 10) A Miastenia Gravis (MG) caracteriza-se por uma história detalhada dos sintomas de fraqueza muscular e fatigabilidade. Sobre a MG, é correto: a) A Miastenia Gravis (MG) é uma doença autoimune da porção pré-sináptica da junção neuromuscular caracterizada por fraqueza flutuante que piora com o repouso e melhora com o exercício. F – piora com exercício e melhora com repouso. b) Na maioria dos pacientes, a MG é causada por antígenos contra receptores de acetilcolina (ACh). O papel destes antígenos na etiologia da MG foi claramente estabelecido nos anos 70, quando a plasmaferese provou ser eficaz no acúmulo dos mesmos e na consequente melhora funcional por mais de 2 meses. F – anticorpos contra os receptores de Ach e a plasmaferese provou ser eficaz na remoção dos anticorpos e na consequente melhora funcional por mais de 2 meses. https://www.saudedireta.com.br/docsupload/13398 85163pcdt_miastenia_gravis_livro_2010.pdf c) encontramos na MG: fraqueza adquirida de músculos voluntários incluindo aqueles inervados por nervos cranianos; flutuação e fatigabilidade; resposta eletromiográfica com decremento de amplitude do potencial muscular de pelo menos 10% após estimulação repetitiva a 3-5 Hz. d) no tratamento da MG, a piridostigmina aumenta permanentemente o catabolismo da acetilcolina (Ach) pela acetilcolinesterase, diminuindo a quantidade e a duração deste neurotransmissor na fenda sináptica e, consequentemente, melhorando a força muscular. F – piridostigmina inibe transitoriamente o catabolismo da Ach pela acetilcolinesterase, aumentando a quantidade e a duração deste neurotransmissor na fenda sináptica com consequente melhora da força muscular. Estudo eletroneuromiográfico Estimulação elétrica repetitiva, realizada durante eletromiografia, é o teste de escolha para avaliação de pacientes com potencial disfunção da junção neuromuscular. É método diagnóstico mais resolutivo dentre os disponíveis para o diagnóstico de MG1, variando a sensibilidade conforme o segmento anatômico e a classe de doença, segundo a classificação de Osserman e Genkins. https://traumatologiaeortopedia.com.br/foruns/topico/lesao-nervosa/ https://traumatologiaeortopedia.com.br/foruns/topico/lesao-nervosa/ https://www.saudedireta.com.br/docsupload/1339885163pcdt_miastenia_gravis_livro_2010.pdf https://www.saudedireta.com.br/docsupload/1339885163pcdt_miastenia_gravis_livro_2010.pdf 17 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 7°P MEDICINA A técnica inicial recomendada é a da estimulação repetitiva a 3-4Hz. O teste será positivo (75% de sensibilidade) se houver decremento do potencial de ação muscular composto evocado > 10% quando comparados o primeiro e o quarto ou quinto estímulo1,4. Neuroconduções sensitiva e motora são normais, podendo eventualmente a eletromiografia demonstrar um padrão miopático concomitante. Caso o exame seja normal e ainda permaneça a suspeita diagnóstica, recomenda-se a realização de eletromiografia de fibra única11, que apresenta uma sensibilidade de 99%, excluindo virtualmente MG caso sua análise seja normal. CONSIDERAÇÕES DO PROFESSOR: HANSENÍASE: Forma indeterminada: • Primeira fase de apresentação da doença e alguns pacientes não observam. • Apresenta-se com mancha hipocrômica com bordas imprecisas ou não. Geralmente a única sensibilidade alterada é a térmica, pois não houve tempo para perder a tátil. • Não há espessamento neural, justamente porque é a fase inicial da doença. • Hipohidrose, rarefação de pelos nos locais das lesões e baciloscopia negativa (presença de imunidade celular que destrói os bacilos – resposta imune Th1). • Na biópsia podemos encontrar infiltrado inflamatório inespecífico, geralmente sem presença de bacilo. • Teste de Mitsuda positivo ou negativo • Quando positivo pode indicar que o paciente irá evoluir para a cura ou para a forma tuberculose ou paucibacilar • Quando negativo, o paciente, se não tratado e evoluir a doença, poderá evoluir para a forma virchowiana ou multibacilar. Isso é uma questão de probabilidade. • Mitsuda dá positivo pq ele avalia a imunidade. A imunidade do pct na forma indeterminada (Th1) é melhor que a imunidade do paciente na Virchowiana (Th2) por exemplo. Forma Virchowiana: • A infiltração difusa da face, da região frontal e dos pavilhões auriculares, com madarose (queda dos pelos da parte externa dos supercílios) sem acometer os cabelos, confere aos pacientes o aspecto de “face leonina”. • Além da madarose ocorre rarefação dos pelos de outras regiões. • O comprometimento da mucosa nasal, levando à obstrução nasal e rinorreia seropurulenta, mais o edema frio dos membros inferiores são sinais precoces da Hanseníase Virchowiana. Forma Tuberculóide: • Há acometimento neural precoce, assimétrico e pode ser grave, é a forma com o menor número de lesões, porém é muitas vezes grave. • Isso acontece, pois o dano neural não é provocado só pelo bacilo, a maior parte do dano neural é provocado pelo sistema imunológico, que tentam matar o bacilo e com isso, matam nosso nervo. • É precoce, por termos tanta célula para matar o bacilo que acabamos atacando nossos nervos juntos. Hanseníase dimorfa ou bordelaine: • É a forma que fica no meio, paciente nem tem tanta imunidade celular nem tem pouca. • É a forma instável, pacientes que apresentam essa forma se não forem tratados podem migrar para o polo tuberculóide ou virchowiano. • O aspecto mais característico é o que chamamos de queijo suíço ou foveolar (placa eritematosas com borda interna bem delimitada e a externa mal delimitada, área central aparentemente poupada). • Geralmente nesses casos existe comprometimento assimétrico de nervos periféricos. Epidemiologia: • A principal forma de contágio da hanseníase é inter-humana e o maior risco é a conveniência domiciliar com o doente bacilífero. • Contatos próximos de pacientes com Hanseníase têm alto risco de desenvolver a doença. • A idade do contato, a classificação da doença do paciente indez, a distância física
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