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Sangramento Uterino Anormal - SUA

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1 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Sangramento Uterino 
Anormal - SUA 
 O SUA é um sintoma e não um diagnóstico! 
O SUA é uma das queixas mais comuns dos 
ambulatórios de ginecologia. Pode acometer 
todas as faixas etárias, desde a adolescência até 
a pós-menopausa. As maiores prevalências são 
registradas nos extremos da vida reprodutiva, 
particularmente na adolescência e 
perimenopausa, períodos que se caracterizam por 
uma concentração maior de ciclos anovulatórios 
ou irregulares. 
 
Há grande divergência na literatura quanto à interpretação destes termos; por isso é aconselhado descrever apenas 
anormalidade do sangramento na prática clínica.
As 3 definições do SUA (segundo a 
Federação Internacional de Ginecologia e 
Obstetrícia - FIGO): 
 SUA agudo: definido como sangramento 
intenso, na ausência de gravidez – tem 
quantidade suficiente para determinar 
intervenção rápida necessária!; 
 SUA crônico: sangramento originado do 
corpo uterino na ausência de gravidez – 
frequência, regularidade, duração e 
volume anormais, persistente por + de 6 
meses; 
 Sangramento intermenstrual: aquele que 
ocorre entre 2 ciclos menstruais regulares 
– pode ocorrer de forma aleatória ou ser 
recorrente e previsível. 
2 
Khilver Doanne Sousa Soares 
PALM-COEIN (?) 
PALM-COEIN é um acrônimo para 
classificação das causas de SUA: PALM são 
anormalidades estruturais (vistas em exames de 
imagem ou avaliadas pela histologia); COEIN 
inclui afecções de causas NÃO ESTRUTURAIS. 
PALM: 
Pólipo 
Adenomiose 
Leiomioma 
Malignas 
COEIN: 
Coagulopatia 
Ovulatória 
Endometrial 
Iatrogênica 
Não classificada 
E o antigo termo de Sangramento Uterino 
Disfuncional (SUD)? Foi trocado pelo SUA de 
causa não estrutural por disfunção ovulatória. 
Causas Estruturais do SUA - PALM 
Pólipo 
A prevalência em mulheres com SUA varia 
entre 7,84 a 34% - são + comuns na peri e pós 
menopausa. 
 Menstruações irregulares; 
 Aumento do volume menstrual; 
 Sangramento pós-coito ou intermenstrual. 
Adenomiose 
Sua prevalência varia entre 5 a 70% (seu 
diagnóstico é inconsistente). Tem seus sintomas 
conforme a profundidade do miométrio atingida: 
 SUA: formas mais superficiais de 
adenomiose; 
 Adenomiose profunda: sintomas dolorosos 
como dismenorreia e dispareunia. 
Leiomioma 
Sintomas variam conforme a localização do 
mioma. São classificados em: 
 Submucosos (+ associados à SUA); 
 Intramurais; 
 Subserosos. 
Malignidade e Hiperplasia 
Tem maior incidência em mulheres na 
perimenopausa – importante realizar a avaliação 
intracavitária e endometrial nesse período. São 
considerados fatores de risco para 
adenocarcinoma do endométrio tudo que possa 
predispor à exposição prolongada aos estrogênios 
(obesidade, DM) sem a oposição da progesterona. 
Clinicamente, se houver presença de 
sangramento, principalmente pós-menopausa, 
deve haver suspeita diagnóstica. 
Causas não Estruturais do SUA - COEIN 
Coagulopatia 
Qualquer alteração dos mecanismos de 
coagulação pode se expressar clinicamente por 
SUA – atenção ao histórico de jovens com 
sangramento abundante desde a menacme e 
anemia. Cogitar presença de coagulopatia 
congênita ou adquirida nas seguintes situações: 
 Hemorragia após o parto; e/ou 
 Hemorragia relacionada à cirurgia; e/ou 
 Sangramento aumentado associado a 
tratamento dentário. 
+ 
Duas ou mais dessas condições: 
 Hematoma pelo menos 1x ao mês; e/ou 
 Epistaxe pelo menos 1x ao mês; e/ou 
 Sangramento gengival frequente; e/ou 
 História familiar de sangramento. 
Causa + comum? Doença de von Willebrand (DVW) 
Segundo a FEBRASGO. 
Causa + comum? Púrpura Trombocitopênica 
Idiopática (PTI). 
Segundo outras fontes. 
Causas 
Estruturais 
Causas não 
Estruturais 
3 
Khilver Doanne Sousa Soares 
No entanto, é importante lembrar outras disfunções 
plaquetárias, hemofilia e os distúrbios de coagulação 
(ex.: hepatopatias, leucemia). 
Distúrbio Ovulatório 
Sangramentos anovulatórios podem ocorrer 
em qualquer época, mas se concentram nos 
extremos da vida reprodutiva. 
Possíveis causas, decorrentes de outras 
disfunções ovulatórias: 
 Insuficiência do corpo lúteo; 
 Encurtamento da fase folicular da pré-
menopausa. 
Causa mais comum de anovulação na 
menacme: 
 Síndrome de Ovários Policísticos (SOP). 
Endométrio 
Distúrbios primários do endométrio 
costumam se manifestar como alterações da 
hemostasia endometrial local, decorrente da 
resposta inflamatória (ex.: doença inflamatória 
pélvica). 
Iatrogenia 
É importante lembrar de medicações que 
alteram diretamente o endométrio, interferindo 
nos mecanismos de coagulação do sangue ou 
influenciando a ovulação – os anticoncepcionais 
hormonais estão com frequência associados a 
sangramentos intermenstruais e sangramentos 
de escape (spotting). 
Causas não Classificadas 
Incluem lesões ou condições sistêmicas 
raras que podem ser causas de SUA, como 
malformações arteriovenosas, hipertrofia 
miometrial, alterações mullerianas e istmocele. 
Período Neonatal 
Nas meninas, pode haver uma pequena 
hemorragia vaginal nos primeiros dias de vida, 
devido à estimulação do endométrio pelos níveis 
de estrogênio materno durante a gravidez. 
Quando a criança nasce, o suprimento 
estrogênico é interrompido e ocorre descamação 
endometrial. 
Infância 
Antes da menarca (que não ocorre, ou não 
deve ocorrer, antes dos 9 anos de idade) qualquer 
sangramento exige avaliação! 
Neste período, as causas de SUA são várias: 
 Corpo estranho; 
 Trauma: quedas a cavaleiro são causas 
comuns de lesões acidentais, que afetam 
a área vulvar anterior e lateral; 
 Abuso sexual; 
 Irritação vulvar: causa prurido e durante o 
ato de coçadura excessiva pode haver 
escoriação da pele vulvar; 
 Infecção; 
 Prolapso uretral: pode ser confundido com 
uma massa vaginal, é mais comum em 
afrodescendentes - caracteriza-se pela 
eversão da mucosa uretral e exteriorização 
pelo meato externo, causando 
sangramento na maioria das vezes 
(acompanhado ou não de dor vulvar, 
disúria e retenção urinária). 
O clássico é uma massa que se apresenta 
circundando a uretra de forma simétrica. 
Como tratar? Aplicação de estrogênios 
tópicos; 
Obs.: a suspeita de tumores vaginais não pode ser 
esquecida em crianças – são 20% dos casos; o mais 
comum em menores de 10 anos é o sarcoma botrioide 
(rabdomiossarcoma). 
 Tumor ovariano: os que produzem 
hormônio podem espessar o endométrio e 
causar sangramento; 
 Puberdade precoce (desenvolvimento de 
caracteres sexuais secundários antes dos 
8 anos de idade em meninas): na 
puberdade precoce central (dependente 
de GnRH), os eventos acontecem de 
forma fisiológica (telarca, pubarca, 
menarca – “TPM”), mas em idade 
inadequada. Logo, o sangramento é o 
4 
Khilver Doanne Sousa Soares 
último evento a ocorrer na puberdade 
precoce verdadeira/central; 
 Estrogênios exógenos (raro): a causa do 
sangramento pode ser o uso prolongado 
de estrogênios tópicos, prescritos para 
vulvovaginite ou coalescência dos 
pequenos lábios (ou ainda ingestão 
acidental de estrogênios exógenos orais). 
E quanto a realizar exame físico ginecológico na 
criança?!? 
Pode ser realizado se não houver causa visível de 
sangramento externamente ou na porção distal da 
vagina, submetendo-a a uma vaginoscopia sob 
anestesia a fim de que se examinem toda a vagina e 
colo de útero POR UM PROFISSIONAL COM 
EXPERIÊNCIA NO ATENDIMENTO GINECOLÓGICO DE 
CRIANÇAS E ADOLESCENTES. 
E exames de imagem, peço?!? 
Na suspeita de massa ovariana ou vaginal, a 
Ultrassonografia (USG) pélvica oferece informações 
úteis – pode-se avaliar os ovários, e tamanho e 
configuração do útero. 
Técnicas mais sofisticadas, como Ressonância 
Magnética (RM) ou Tomografia Computadorizada (TC), 
raramente são indicadas. 
Adolescentes 
A avaliação sangramento vaginal na 
adolescência requer compreensão da variação 
dos ciclos menstruais normais. 
Parâmetros de ciclos menstruais na adolescência 
Freq. do ciclo menstrual 21 a 45 diasVariação de um ciclo 
para o outro 
Menos que em 
mulheres adultas 
Duração do fluxo 4 a 8 dias 
Volume do fluxo 4 a 80 ml 
* Nos 2 primeiros anos pós menarca, os ciclos 
menstruais são anovulatórios (imaturidade do eixo 
hipotálamo-hipófise-ovário) e de certo modo regulares 
(duração média de 21 a 45 dias) 
* Ciclos > 42 dias, sangramentos com intervalos menores 
que 21 dias e sangramentos por + de 7 dias  
ANORMAIS! 
 
 
Anovulação 
A imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise-
ovário causa anovulação nos adolescentes. A 
fisiologia é a seguinte: o feedback do eixo está 
comprometido; níveis crescentes de estrogênio 
inibem o FSH e consequentemente o estrogênio 
diminui; em ciclos anovulatórios a secreção do 
estrogênio continua, resultando em proliferação 
endometrial e subsequente crescimento instável 
e eliminação incompleta  o resultado é um 
sangramento irregular, prolongado e contínuo. 
PORTANTO, o SUA de causa não estrutural por 
disfunção ovulatória é a causa mais comum nas 
adolescentes. 
Anormalidades Hematológicas 
Devem ser sempre consideradas na 
propedêutica do SUA em adolescentes. 
Quando suspeitar de distúrbio hemorrágico: 
 
* A afecção mais diagnosticada é a púrpura 
trombocitopênica idiopática seguida pela doença de von 
Willebrand. 
Gravidez 
A possibilidade de uma gestação deve ser 
cogitada como possível causa em adolescentes 
com queixa de SUA. 
Hormônios Exógenos 
O uso de Anticoncepcionais Combinados 
Orais (ACO) se associa a sangramento 
intermenstrual, que ocorre em até 30 a 40% das 
mulheres durante o primeiro ciclo de uso de 
pílula combinada – estar atento ao fato da 
5 
Khilver Doanne Sousa Soares 
paciente esquecer de tomar as pílulas 
ocasionalmente. É importante que a paciente 
tenha adesão rigorosa à ingestão das pílulas, o 
que é difícil para muitas mulheres, 
principalmente adolescentes. 
O mecanismo de sangramento a estes 
métodos hormonais ainda não está bem 
estabelecido. 
Afecções Endócrinas ou Sistêmicas 
O SUA pode estar associado a disfunções 
da tireoide, tanto hiper quanto hipotireoidismo. 
A hiperprolactinemia pode causar 
amenorreia ou sangramento irregular. 
A Síndrome de Ovários Policísticos (SOP), o 
hiperandrogenismo ovariano funcional e a 
hiperplasia adrenal congênita de início tardio 
podem incidir em adolescentes e ser causa de 
SUA. Sinais de resistência à insulina (acantose 
nigricans) também devem ser avaliados e 
tratados corretamente. 
Infecção 
Sangramento irregular ou pós-coito pode 
estar associado à cervicite por clamídia – e 
consequentemente, Doença Inflamatória Pélvica 
(DIP). 
Causas Anatômicas 
Anomalias genitais obstrutivas ou 
parcialmente obstrutivas tendem a se manifestar 
na adolescência. Septos vaginais longitudinais 
obstrutivos ou útero didelfo podem causar 
hematocolpo ou hematométrio. 
Adultas - menacme 
Algumas fontes consideram a causa 
hormonal como mais frequente de sangramento 
irregular na idade reprodutiva – Outras fontes 
consideram as complicações de uma gestação 
não diagnosticada constituem a principal causa 
de sangramento na menacme. 
 
 
Sangramento Não Estrutural de Causa 
Hormonal ou Sangramento Uterino 
Anovulatório 
A maioria dos casos de sangramento 
anovulatório é causada por privação estrogênica. 
Na ausência de ovulação e produção de 
progesterona, o endométrio prolifera em resposta 
à estimulação estrogênica. Isso causa um 
crescimento endometrial sem descamação 
periódica, resultando em eliminação do tecido 
frágil, com cicatrização irregular do endométrio. 
 Níveis baixos de estrogênio: sangramento 
irregular e prolongado; 
 Níveis altos e contínuos de estrogênio: 
episódios de amenorreia seguidos de 
hemorragia aguda e intensa. 
Anormalidades da Gestação 
Abortamento, prenhez ectópica, gestação 
mola. . . 
Ginecopatias – Pólipos, Adenomiose e 
Leiomiomas 
Alterações anatômicas, como pólipos, 
adenomiose e leiomiomas submucosos, também 
são causas comuns de SUA. 
Afecções Endócrinas ou Sistêmicas 
Doenças sistêmicas, como SOP, diabetes 
mellitus, tireoidopatias, hiperprolactinemia, 
disfunções hipotalâmicas, doenças primárias da 
hipófise, disfunções renais podem desencadear a 
anovulação e, consequentemente, SUA. 
Disfunções hepáticas também são causas de 
SUA, pois podem provocar anormalidades na 
produção dos fatores de coagulação. 
Tireoidopatias, tanto hipo quanto 
hipertireoidismo, podem estar associadas à SUA. 
Anormalidades Hematológicas 
Em mulheres adultas, a leucemia aguda e a 
trombocitopenia podem ter como primeira 
manifestação clínica o Sangramento Uterino 
Anormal (SUA); além da doença de von 
Willebrand e anormalidades hepáticas. 
6 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Medicamentosa / Hormônios Exógenos 
A conduta mediante o sangramento 
irregular durante o uso de hormônios 
contraceptivos deve ser expectante. Se 
necessário, indica-se troca do método 
contraceptivo pela paciente. 
Infecção 
Sangramento irregular ou pós-coito pode 
estar associado à cervicite, principalmente por 
clamídia. 
A endometrite pode causar fluxo menstrual 
excessivo. 
Neoplasia 
O sangramento anormal é o sintoma mais 
frequente em mulheres com câncer cervical 
invasivo – o estrogênio sem oposição de 
progesterona foi associado a anormalidades do 
endométrio. 
Perimenopausa 
Anovulação 
A mulher na perimenopausa apresenta 
aumento no número de ciclos anovulatórios - 
decorrentes da diminuição da reserva folicular 
ovariana e da resistência dos folículos 
remanescentes ao estímulo do FSH. 
Pólipos, Leiomiomas e Adenomiose 
Alterações anatômicas, como pólipos e 
leiomiomas submucosos e adenomiose, também 
são causas comuns de SUA nessa faixa etária. 
Câncer 
As neoplasias endometriais, cervicais e 
ovarianas devem ser sempre descartadas na 
presença de sangramento uterino na 
perimenopausa. 
Pós-Menopausa 
Principais causas: 
 Estrogênios exógenos (TH) – 30%; 
 Endometrite/vaginite atrófica – 30%; 
 Câncer de endométrio – 15%; 
 Pólipos endometriais ou cervicais – 10%; 
 Hiperplasia endometrial – 5%; 
 Outras causas (ex.: câncer de colo, 
sarcoma uterino, carúncula uretral, 
trauma) – 10%. 
Abordagem Diagnóstica
 
7 
Khilver Doanne Sousa Soares 
FLUXOGRAMA PARA A PROPEDÊUTICA DO SUA AGUDO 
A avaliação se inicia com anamnese e 
exame físico detalhados. Se suspeita de causas 
relacionadas, solicitar exames laboratoriais (TSH, 
T4 livre, coagulograma, contagem de plaquetas, 
provas de função hepática, prolactina). 
A quantificação do fluxo menstrual pode ser 
feita pelo escore Pictoral Blood Assessment 
Chart (PBAC): 
 Multiplica-se a constante de 1 em cada 
absorvente levemente encharcado; 
 Multiplica-se 5 em cada absorvente 
moderadamente encharcado; 
 Multiplica-se 20 se completamente 
encharcado; 
 Tampões vaginais: utiliza-se constantes de 
1, 5 e 10 respectivamente.; 
8 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 Coágulos: constante 1 para os pequenos e 
5 para os grandes. 
Ao final soma-se os valores obtidos: se 
escore > ou = 100 perda sanguínea excessiva  
> 80ml. 
É importante descartar a presença de 
gravidez em mulheres na menacme SEMPRE! 
Lembrar também de descartar presença de 
coagulopatias: PTI, doença de von Willebrand, 
leucemia. . . 
Realizar hemograma nessas pacientes. 
Quando a perda pelo fluxo menstrual é > que 80 
ml por ciclo pode haver alterações no ferro sérico 
e consequente anemia. 
O US é um exame de imagem importante 
na avaliação do SUA. É o método de 1º escolha 
para avaliação de anormalidades uterinas 
estruturais. A via transvaginal permite imagens de 
melhor qualidade. Se a paciente não tiver tido 
relações sexuais ao longo da vida, pedir USG 
pélvica ao invés da transvaginal. 
 Espessura endometrial de até 5mm/4mm em 
mulheres na pós-menopausa não usuárias de TRH 
é normal. 
 Espessura endometrial em mulheres na 
menacme é normal entre 4 a 12 mm. 
 Em mulheres usuárias de TRH, a espessura 
endometrial é considerada normal até 8mm. 
 Nos casos de espessamentoendometrial é 
obrigatório prosseguir a investigação por 
histeroscopia e biópsia endometrial, ou 
mesmo curetagem para estudo 
anatomopatológico. 
Histeroscopia (HSC) 
A HSC é considerada o método PADRÃO-
OURO para investigação endometrial, pois além 
da visualização direta da cavidade uterina, 
permite a coleta de material para estudo 
histopatológico através da biópsia dirigida 
Em determinadas situações, ela é também 
terapêutica, pois permite a excisão de pólipos, 
leiomioma submucosos, sinéquias e a realização 
de ablação endometrial. 
 O estudo histopatológico é o PADRÃO-OURO 
para o diagnóstico das afecções endometriais. 
-------------------------------------- 
IMPORTANTE: dosar hormônios tireoidianos 
(TSH, T4 livre), hormônios sexuais, demais 
exames considerados importantes pelo 
profissional segundo o quadro clínico. 
TRATAMENTO 
Pode ser medicamentoso, com fármacos 
não hormonais e hormonais, ou cirúrgico. 
De forma geral, o tratamento 
medicamentoso é considerado a primeira linha de 
tratamento para causas não estruturais. 
Os tratamentos cirúrgicos tendem a ser 
indicados nas causas estruturais ou na falha do 
tratamento conservador. 
Tratamento Hormonal 
Os Anticoncepcionais Combinados Orais 
(ACO) contendo estrogênio e progesterona 
reduzem a perda sanguínea menstrual em 35 a 
72%, sendo a opção terapêutica para a maioria 
das causas de SUA sem alteração estrutural. 
Uma limitação importante para o seu uso é 
o desejo reprodutivo imediato, pois estes 
esquemas têm ação anovulatória. 
 Lembrar de respeitar as contraindicações 
aos estrogênios, como enxaqueca com 
aura, tabagismo após os 35 anos, 
trombofilias, hipertensão, entre outras. 
O uso cíclico dos progestogênios parece não 
ser a melhor opção terapêutica para o controle 
do sangramento uterino. 
 Parece ser melhor restringir esta 
modalidade terapêutica ao SUA causado 
por DISFUNÇÃO OVULATÓRIA. Para essas 
pacientes, o uso de um progestogênio oral 
9 
Khilver Doanne Sousa Soares 
por 12 a 14 dias por mês mimetizaria a fase 
lútea do ciclo menstrual.
FLUXOGRAMA PARA O TRATAMENTO DO SUA 
 
O uso contínuo do progestogênio oral tem 
se mostrado efetivo na redução do volume de 
sangramento, podendo inibir os períodos de 
menstruação, promovendo amenorreia em um 
percentual de mulheres. 
Formulações de progesterona: 
 
* Efeitos colaterais: sangramentos irregulares, mastalgia, 
cefaleia, edema e acne. 
Sistema Intrauterino Liberador de 
Levonorgestrel (SIU-LNG) 
A maioria dos estudos sobre o 
progestogênio se associa ao uso do SIU-LNG. Ele 
libera 20 mcg de levonorgestrel diariamente 
resultando, por vários mecanismos, em atrofia 
endometrial, com redução do sangramento. É 
considerado mais efetivo para o controle do SUA 
do que os tratamentos orais. 
Tratamento Não Hormonal 
Inclui o uso de antifibrinolíticos ou Anti-
Inflamatórios Não Esteroidais (AINES). 
Antifibrinolíticos 
Durante a menstruação, pode haver 
ativação do sistema fibrinolítico para degradação 
do coágulo de fibrina. 
Na categoria de medicamentos que atuam 
diminuindo a fibrinólise, o ácido tranexâmico é o 
principal - prescrito para mulheres com hemofilia, 
doença de von Willebrand, trombastenia de 
Glanzmann e SUA. 
 Ácido tranexâmico (Transamin): 
antifibrinolítico com meia-vida curta, que 
deve ser usado três a quatro vezes ao dia; 
posologia variável; poucos efeitos 
colaterais, no geral, gastrointestinais; 
10 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Os AINE exercem seu efeito pela inibição 
da cicloxigenase – o aumento da inflamação no 
endométrio está associado com aumento da 
perda de sangue durante a menstruação. O 
principal AINE a respeito é o ácido mefenâmico. 
Outras opções terapêuticas incluem 
análogos de GnRH. 
Tratamento Cirúrgico – SUA sem lesão 
estrutural 
Indicado em falha no tratamento clínico. 
Tamponamento Uterino 
É uma intervenção invasiva: há a introdução 
de um cateter de Foley, seguida da infusão de 
30 ml de líquido no seu balonete. O objetivo é 
controlar o sangramento e estabilizar o paciente 
até que haja tratamento definitivo. 
Ablação Endometrial 
A ablação do endométrio consiste na 
destruição do endométrio em toda a sua 
extensão e espessura, que pode ser realizada por 
via histeroscópica (primeira geração) ou não 
(segunda geração). 
A ressecção endometrial eletrocirúrgica 
com a utilização de ressectoscópio é a técnica 
mais empregada. 
 
Fonte: http://www.ginecologiaeprevencao.com.br/nova_sure/medico/orientacoes.html. 
A ablação não histeroscópica pode ser 
realizada por várias técnicas, a saber: balão 
térmico, micro-ondas, crioablação, entre outras. 
Estas técnicas são menos invasivas e buscam 
fugir das complicações da histeroscopia cirúrgica. 
É obrigatória a realização de histeroscopia 
diagnóstica prévia + biópsia dirigida para 
realização de ablação endometrial. 
Curetagem Uterina 
Escolhida em pacientes instáveis com 
sangramento agudo grave que necessitam de 
intervenção imediata. 
Histerectomia 
É o único procedimento que garante 
solução definitiva para o SUA. Deve ser reservada 
para mulheres com prole constituída, em casos 
de falha de tratamentos menos agressivos e de 
necessidade de pronta intervenção. 
http://www.ginecologiaeprevencao.com.br/nova_sure/medico/orientacoes.html
11 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 
Fonte: 
https://www.eumedicoresidente.com.br/post/histerectomi
a. 
Tratamento do SUA Agudo 
Rápida intervenção, com objetivo de 
controle do sangramento ativo e suas 
complicações. 
FLUXOGRAMA PARA O TRATAMENTO DO SUA AGUDO 
 
https://www.eumedicoresidente.com.br/post/histerectomia
https://www.eumedicoresidente.com.br/post/histerectomia
12 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 
 
A decisão quanto à internação baseia-se no 
volume do sangramento, na estabilidade 
hemodinâmica e nos níveis de hemoglobina no 
momento do atendimento. 
 
 
 
 
 
13 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Tratamento Clínico 
INSTABILIDADE HEMODINÂMICA 
Estrogênios Equinos Conjugados – altas 
doses 
Em situações cujo tratamento via oral 
podem ser realizadas, o uso é indicado – EXCETO, 
em pacientes com contraindicação para TRH. 
 O controle do sangramento é obtido cerca 
de dez horas após a primeira dose na 
maioria dos pacientes. 
Toda estrogenioterapia isolada deve ser 
seguida por progestagenioterapia. E o tratamento 
de manutenção pode ser realizado com 
anticoncepcional combinado. 
 EEC 1,25 mg VO de 6/6h por 21 a 25 dias e, após, 
acetato de medroxiprogesterona 10 mg 1×/dia por 
10 dias; 
 Realizar pausa de 7 dias para sangramento de 
deprivação; 
 Reiniciar com ACO 1×/dia para manutenção. 
ACO – altas doses 
Em situações cujo tratamento via oral 
podem ser realizadas, ACO em altas doses podem 
ser usados para controle do sangramento nos 
pacientes com contraindicações de TRH. 
Antifibrinolíticos 
Inibem os ativadores do plasminogênio, que 
se encontram aumentados no endométrio de 
mulheres com SUA, diminuindo a fibrinólise, 
promovendo a coagulação sanguínea e a 
diminuição do sangramento menstrual. 
 Ácido tranexâmico solução injetável de 50 
mg/ml: 500 a 1.000 mg por injeção IV lenta 
(50mg/min), sem diluição, 3 vezes ao dia. 
Obs.: se o tratamento continuar por mais de 3 
dias, recomenda-se o uso da apresentação oral. 
ESTABILIDADE HEMODINÂMICA 
Estrogênios Equinos Conjugados – altas 
doses (similar às pacientes com instabilidade 
hemodinâmica) 
1º escolha em pacientes estáveis. 
 EEC 1,25 mg VO de 6/6h por 21 a 25 dias e, após, 
acetato de medroxiprogesterona 10 mg 1×/dia por 
10 dias; 
 Realizar pausa de 7 dias para sangramento de 
deprivação; 
 Reiniciar com ACO 1×/dia para manutenção. 
ACO – altas doses 
Devem ser empregados ACO compostos 
com 30 a 35 mcg de etinilestradiol. 
* posologia já descrita 
Progestogênios - altas doses 
São eficazes para pacientes com ciclos 
anovulatórios com o objetivo de promover a 
estabilização endometrial após intensa 
proliferação por estímulo estrogênico em longo 
prazo. 
* posologiajá descrita 
Anti-Inflamatórios Não Esteroidais 
(AINE) 
O uso de AINE reduz o sangramento 
uterino por inibir a produção de prostaglandinas 
endometriais. 
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14 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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Referências 
Medcurso. Gineco – Ciclo I. Volume 2. 
Sangramento uterino anormal, miomatose, 
adenomiose, endometriose, infertilidade, 
pólipos. 2021.

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