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Sangrament� Uterin� Anorma� ★ Segundo a febrasgo: abrange todos os distúrbios que causam alterações no volume, duração e frequência da menstruação (lembrando que o padrão individual de sangramento define o que é normal). Os valores comumente encontrados estão resumidos na tabela abaixo: ★ As anormalidades podem ser classificadas de acordo com volume de sangue, fq dos ciclos: ★ As definições são divergentes na literatura. Nos slides da NANA: menorragia seria uma menstruação exagerada em �luxo (+ 80 ml) e/ou duração (+ 7 dias), metrorragia sangramento fora do período menstrual (intervalos irregulares) e hipermenorréia uma menstruação com duração normal,mas �luxo intenso. Menometrorragia: sangramento prolongado em intervalos irregulares. Oligomenorreia: ciclos maiores que 35 dias. Polimenorreia ciclos com duração inferior a 24 dias. Spotting (escape) sangramento de pequeno volume precedente ao ciclo menstrual regular. Amenorreia: ausência de sangramento por 3 meses consegutivos em ciclos regulares, e seis meses em ciclos irregulares. ★ As causas dos distúrbios podem ser: ○ orgânicas (miomas, pólipos, adenomiose, adenomiomas, carcinoma endometrial, complicações da gravidez, uso de medicamentos, variações anatômicas, coadulopatias neoplasias e por traumas e infecções que são causas menos comuns) ○ hormonais (anovulatório ou ovulatório), nesse último caso são conhecidos agrupados na categoria de sangramento uterino disfuncional (SUD). Ou seja todo sangramento uterino disfuncional é anormal, mas nem todo anormal é disfuncional. “sangramento disfuncional corrige-se com hormônios. Se não corrigir, não é disfuncional, é orgânico”. ★ O SUD é um diagnóstico de exclusão. Dessa forma, esse diagnóstico só pode ser atribuído quando todas as causas orgânicas forem afastadas; ★ O SUA é um sintoma e não um diagnóstico. ★ As maiores prevalências são registradas nos extremos da vida reprodutiva (adolescência e perimenopausa) devido a concentração maior de ciclos anovulatórios ou irregulares. Porém podem acontecer até mesmo a pós-menopausa. Para ajudar a decorar as causas de SUA a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), criou o acrônimo: Os componentes do grupo “PALM” representam afecções estruturais que podem ser identificadas por métodos de imagem e/ou por estudo histopatológico. Já o grupo “COEIN” não. COEIN PELOS SLIDES DA NANA (Palm será abordado em outro resumo): ★ coagulopatias: + comum deficiência de won willebrand e Trombocitopenia idiopática. Ficar atento a história de hematomas fáceis, complicações hemorrágicas em cirurgias, epistaxe, sangramento no tgi, história familiar. Exame: hemograma, contagem de plaquetas, coagulograma,tempo parcial de tromboplastina ativada (TTPA), tempo de protrombina (TP), Tempo de sangramento (ts), Tempo de Trombina, dosagem de fibrinogênio. Tratamento, mesmo da Sud, exceto aines + reposição de fatores de coagulação. ★ Causas Ovulatorias: muitas causas, + famosas são síndrome do ovário policístico, hiperprolactnemia, disfunção hipotalâmica. Diagnóstico clínico (irregularidades menstruais, ausência de sintomas pre-menstruais sugerem anovulação), USTV, tomografia de sela túrcica se necessário (avaliar problema hipófise), dosagem de prolactina. Tratar patologia de base associado a clomifeno/metformina se IMC > 35. ★ Causas endometriais: podem ser por desordem primária devido a distúrbios no mecanismo hemostático (tanto por vasoconstrição ➡ defeitos em endotelina e pg-f2alfa e por mecanismos fibrinolitocos ➡plasminogenio) podem ser desordem secundárias a in�lamação ou infecções. Diagnóstico de exclusão. ★ Causas iatrogênicas: uso errado de anticoagulantes, estrogênio, progestageneos, androgênios, hormônio liberador de gonadotrofina, inibidores de aromatase, moduladores seletivos dos receptores de progesterona e estrogênio) ★ Causas não classificadas: endometrite crônica, malformações arteriovenosas, hipertrofia miometral, etc. Causas + comum de SUA de acordo com a faixa etária: ★ No Período Neonatal: ○ Pode haver uma pequena hemorragia vaginal nos primeiros dias de vida, devido à estimulação do endométrio pelos altos níveis de estrogênio materno durante a gravidez e sua interrupção ao nascer. ★ Na infância os sangramentos podem ser por: ○ Corpo estranho: geralmente associado a vulvovaginites refratárias ao tratamento clínico. ○ Trauma: quedas a cavaleiro são causas comuns de lesões acidentais, porém são geralmente não penetrantes, se caso anel himenal ferido pode-se suspeitar de abuso. ○ Irritação vulvar: o ato de coçar devido ao prurido pode levar a lacerações nessa região. A irritação pode ser resultado de vulvovaginites, cistites, condilomas, molusco contagioso. ○ Prolapso Uretral: + comum em afrodescendentes. Caracteriza-se pela eversão da mucosa uretral e exteriorização pelo meato externo, que desencadeia, na maioria das vezes, sangramento de intensidade variável acompanhado ou não de dor vulvar, disúria e retenção urinária. A apresentação clássica é uma massa que circunda a uretra de forma simétrica. O tratamento -> aplicação de estrogênios tópicos. ○ Tumores vaginais são responsáveis por aproximadamente 20% dos casos de sangramento em crianças com idade inferior a 10 anos., sendo o mais comum Sarcoma Botrióide (rabdomiossarcoma),se apresenta como uma massa semelhante a um cacho de uvas. ○ Tumores ovarianos produtores de hormônios podem levar à proliferação endometrial e, consequentemente, à hemorragia. ○ Puberdade precoce em meninas é classicamente definida como o desenvolvimento de caracteres sexuais secundários, antes dos 8 anos de idade. Se ela for do tipo central ou verdadeira (dependente de GnRH), os eventos acontecem de forma fisiológica (primeiro telarca, seguido de pubarca e por fim a menarca – primeira menstruação). ○ Nay tbm traz alterações dermatológicas. ★ Na adolescência principais causas de SUA: ○ Anovulação (SUD): durante os primeiros 2 anos após a menarca, muitos ciclos menstruais são anovulatórios devido a imaturidade do eixo hipotalamo-hipofise-ovario. A despeito disso, os ciclos podem até ser regulares, porém com uma média de duração superior ao das mulheres adultas. Assim: o Sangramento Uterino Disfuncional é a causa mais comum de SUA nas adolescentes. ○ Anormalidades Hematológicas: em adolescentes com �luxo menstrual excessivo e duração prolongada, especialmente logo após a menarca, devem ser submetidas a rastreamento de anormalidades da coagulação. Sendo as + comuns: a púrpura trombocitopênica idiopática seguida pela doença de von Willebrand. ○ Gravidez: sangramentos nesse período significa abortamentos, gestações ectópicas ou gestação molar. ○ Hormônios Exógenos: o uso de Anticoncepcionais Combinados Orais (ACO) se associa a sangramento intermenstrual, que ocorre em até 30 a 40% das mulheres durante o primeiro ciclo de uso de pílula combinada. Uso incorreto das pílulas pode levar ao sangramento escape assim como as formas de uso prolongada (como DIUs e injetáveis). O mecanismo de sangramento associado a esses métodos hormonais não está bem estabelecido. Pode haver relação com o endométrio atrófico ou fatores relacionados à angiogênese. ○ Causas Anatômicas: Anomalias obstrutivas ou parcialmente obstrutivas tendem a se manifestar na adolescência. Septos vaginais longitudinais obstrutivos, útero didelfo, hímen imperfurado podem causar hematocolpo (retenção de sangue menstrual na vagina) ou hematométrio (Retenção de sangue menstrual no útero) que podem se manifestar na forma de massas pélvicas. Caso as anormalidades apresentem uma pequena saída, é comum a exteriorização de um corrimento marrom-escuro persistente. ○ IST: sangramento irregular ou pós-coito pode estar associado especialmente à cervicite por clamídia. ○ Afecções Endócrinas ou Sistêmicas: hiper/hipotireoidismo, Síndrome de Ovários Policísticos (SOP), o hiperandrogenismo ovariano funcional e a hiperplasia adrenal congênita de início tardio, hiperprolactinemia. Disfunções hepáticas também são causas de SUA, pois podem provocar anormalidadesna produção dos fatores de coagulação Comumente, estes distúrbios são negligenciados nesta faixa etária. ★ Menacme: As causas mais comuns de SUA na idade reprodutiva são controversas na literatura. Berek & Novak’s traz que a principal causa é SUD. Para o Freitas um sangramento de início abrupto e anormal é uma gravidez não diagnosticada. Mas informa também que a anovulia é a principal causa de SUA e deve ser suspeitada na falta dos sinais clínicos de ovulação, como mastalgia, leucorreia e amenorreia sobreposta a períodos em que se esperava a menstruação. Nayara traz como principais causas a gravidez, ISTs, neoplasias benignas (leiomiomas e pólipos). ○ Anormalidades da Gestação: prenhez ectópica, abortamento, gravidez molar. ○ Ginecopatias (Pólipos, Leiomiomas, Adenomiose, malignidades): sangramento anormal é o sintoma mais frequente em mulheres com câncer cervical invasivo. O estrogênio sem oposição da progesterona foi associado a várias anormalidades do endométrio, desde hiperplasia cística até hiperplasia adenomatosa, hiperplasia com atipia celular, e carcinoma invasivo. Apesar do câncer de vagina ser raro, as paredes vaginais devem ser cuidadosamente inspecionadas na presença de sangramento anormal. ○ Afecções Endócrinas ou Sistêmicas: SOP, diabetes mellitus, hipotiroidismo (menorragia) e hipertiroidismo (doença de graves) -> oligomenorreia, hiperprolactinemia, disfunções hipotalâmicas, doenças primárias da hipófise, disfunções renais podem desencadear a anovulação. Problemas hepáticos -> coagulopatias -> excesso de sangramento. ○ Anormalidades Hematológicas: leucemia aguda e a trombocitopenia (devido à púrpura trombocitopênica idiopática, ao hiperesplenismo, ou a doenças sistêmicas –IRC) podem ter como primeira manifestação clínica o SUA. Além disso, também incidem nessa faixa etária a doença de von Willebrand e deficiências dos fatores de coagulação. ○ Hormônios Exógenos: o uso de Anticoncepcionais Combinados Orais (ACO) se associa a sangramento intermenstrual, que ocorre em até 30 a 40% das mulheres durante os 3 primeiros ciclos de uso de pílula combinada. Uso incorreto das pílulas pode levar ao sangramento escape assim como as formas de uso prolongada como DIU mirena, implanon, injetáveis (Acetato de Medroxiprogesterona ‒ DMPA) principalmente nos primeiros três meses de uso. O DIU de cobre (“corpo estranho”) causa uma resposta in�lamatória na cavidade uterina, que pode desencadear uma hipertrofia do endométicado e aumentar o sangramento, não sendo indicado para mulheres que já apresentam �luxo intenso. CONDUTA -> expectante no início, até recomendações de substituição do método. O acréscimo de estrogênio oral melhora o sangramento que ocorre com o uso de DMPA e com o Levonorgestrel subdérmico. O uso de AINE diminui o sangramento intermenstrual. ○ Infecção: sangramento irregular ou pós-coito pode estar associado à cervicite por clamídia. ★ Perimenopausa: ○ anovulação (SUD): aumento no número de ciclos anovulatórios decorrentes da diminuição da reserva folicular ovariana e da refratariedade dos folículos remanescentes ao estímulo das gonadotrofinas. ○ PALM: Tumores ovarianos funcionais podem produzir estrogênio e levar a hiperplasia ou carcinoma do endométrio, que pode causar sangramento. ○ Segundo a Nay principais causas SUD e neplasias. ★ Pós-menopausa: ○ Estrogênios exógenos (TH) ‒ 30% ○ Endometrite /vaginite atrófica ‒ 30% ○ Câncer de endométrio ‒ 15% ○ Pólipos endometriais ou cervicais ‒ 10% ○ Hiperplasia endometrial ‒ 5% ○ Outras causas (ex.: câncer de colo, sarcoma ○ uterino, carúncula uretral, trauma) ‒ 10% ○ Prof destaca: câncer de endométrio, polipo, atrofia endometrial. Diagnóstico ➔ De onde vem o sangramento (útero, vagina, vulva)? ➔ Qual é a idade da paciente? ➔ Ela é sexualmente ativa? Ela pode estar grávida? ➔ Como é o padrão do seu ciclo menstrual? ➔ Existem sintomas de anovulação? ➔ Como é a natureza do SUA (frequência, duração, volume, relação com o coito)? ➔ Em que período ele ocorre (menstrual, intermenstrual)? ➔ Existem alguns sintomas associados? ➔ Ela possui alguma doença sistêmica ou está em uso de alguma medicação? ➔ Houve alguma mudança no peso corporal,possivelmente relacionada com uma desordem alimentar, exercício físico excessivo, doença ou estresse? ➔ Existe uma história pessoal ou familiar de uma desordem menstrual? ★ Os exames laboratoriais estão indicados quando houver suspeita de doenças relacionadas (TSH, T4 livre, coagulograma, contagem de plaquetas, provas de função hepática, prolactina). ★ Anamnese: O objetivo é definir a natureza do sangramento, avaliar as repercussões clínicas e tentar identificar os fatores etiológico. ★ Exame Físico: em busca de massas, pólipos e leiomiomas. ★ Teste de Gravidez: Deve ser solicitado para toda paciente na menacme que não faça uso de método contraceptivo. ★ Coagulograma: entre as adolescentes, 20% das pacientes com menorragia persistente apresentam doenças sistêmicas como causa básica, e mais de 50% dessas jovens tem coagulopatias, como PTI, doença de von Willebrand ou leucemia. Assim, o coagulograma deve ser realizado em pacientes com sangramento menstrual aumentado desde a menarca ou com história familiar sugerindo coagulopatias ou com história de hemorragia pós-parto ou sangramentos frequentes (epistaxe, equimoses, sangramento gengival). Os testes iniciais incluem hemograma, plaquetas, TAP e PTT. Se os exames estiverem alterados, encaminhar ao hematologista para investigação adicional. ★ O eritrograma deve ser realizado em todas as pacientes com SUA e deve ser feito concomitantemente a qualquer tratamento instituído. Mas a dosagem de ferritina sérica não deve ser realizada rotineiramente nas mulheres com SUA (+ indicado em quadros de sangramentos graves que sugiram anemia). ★ Ecografia/Ultrassonografia (USG): é o método de primeira escolha para avaliação de anormalidades estruturais uterinas. Permite a avaliação da espessura endometrial, bem como do miométrio, da forma e do volume do útero e dos anexos. Melhores imagens obtidas por US transvaginal. O MANUAL DE ATENÇÃO À MULHER NO CLIMATÉRIO / MENOPAUSA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE (2008) considera normal a espessura endometrial de até 5 mm (⚠ATENÇÃO: há bibliografias que trazem 4 mm como corte, pode ter os 2 me ferrei na prova por conta disso) nas mulheres na pós-menopausa não usuárias de Terapia Hormonal (TH) e até 8 mm nas mulheres usuárias de TH. O Manual informa ainda que nos casos de espessamento endometrial é obrigatório prosseguir a investigação por histeroscopia e biópsia endometrial, ou mesmo curetagem para estudo anatomopatológico. ★ Histerossonografia: Trata-se de instilação de solução salina durante US transvaginal; permite clara visão do complexo endometrial, podendo diferenciar uma patologia endometrial focal de uma global. Maior sensibilidade para a detecção de anomalias estruturais. É melhor se realizada nos 10 primeiros dias do ciclo menstrual. Uma proposta é realizar a medida endometrial por US transvaginal e reservar este exame para pacientes que tenham espessura endometrial > 5mm ou alguma anormalidade intracavitária visualizada à US transvaginal. ★ Histeroscopia (HSC): método padrão-ouro para investigação endometrial, pois além da visualização direta da cavidade uterina, permite a coleta de material para estudo histopatológico através da biópsia dirigida. Em determinadas situações, ela é também terapêutica, pois permite a excisão de pólipos, leiomiomas submucosos, sinéquias e a realização de ablação endometrial. Por ser mais invasivo usado apenas USGTV for inconclusiva (ex.: espessamento endometrial ou suspeita de câncer endometrial). A USGTV é melhor para identificar miomas que a histeroscopia, mas pior na identificação de pólipo ou doença endometrial. ★ RM não apresenta vantagens sobre a USGTV, como método de primeira linha na investigação do SUA. Usado em casos inconclusivos. ★ biópsia de endométrio deve ser realizada para excluir neoplasias ou hiperplasia atípica. Suas indicações incluem: sangramento intermenstrualpersistente, SUA em mulheres maiores de 45 anos e falha no tratamento, risco de carcinoma (+ 35 anos, obesa com DM, anovulação crônica, nuliparidade uso de tamoxifeno). Em geral, a biópsia é realizada às cegas, por aspiração com cânula de Pipelle ou cureta de Novak. A grande desvantagem deste método é não fornecer uma amostragem de todo o endométrio. Além disso, lesões focais podem passar despercebidas. ★ Curetagem uterina: Em algumas situações, pode ser empregada como método diagnóstico, que acaba por ser também terapêutica (um dos últimos recursos em sangramentos volumosos e agudos, na tentativa de preservar o útero, todavia é uma terapêutica apenas momentânea, pois se o estímulo perpetuar a camada basal gerará uma nova camada funcional substituindo a retirada com este método). Ela nos diz se o endométrio é atrófico, secretor, proliferado, hiperplásico simples ou complexo, com atipia ou sem atipia ou ainda identificar um adenocarcinoma e o seu tipo histológico. Embora forneça maior quantidade de material endometrial do que a biópsia, não provê uma amostra endometrial adequada. Por esta razão, acaba por subestimar a presença de leiomiomas submucosos, pólipos, hipertrofias e carcinomas endometriais focais. Ela requer anestesia geral para sua realização, o que aumenta os riscos e os custos do procedimento. ★ Dosagem de Hormônios Tireoidianos (TSH, T4 livre): frente a sintomas. ★ Outros exames: na suspeita de doenças relacionadas podem ser solicitados contagem de plaquetas, provas de função hepática, prolactina, entre outros. SUD ★ Sangramento uterino devido exclusivamente a uma ação hormonal irregular sobre o endométrio. ★ Aproximadamente 20% das pacientes são adolescentes, enquanto 50% situam-se na faixa dos 40 a 50 anos. ★ O SUD é representado por duas situações distintas: ○ ciclos ovulatórios ■ Segundo a Nay é característico por maior perda sanguínea e perda do tônus vascular. ■ Sangramento da Ovulação: ocorre com maior frequência no final da vida reprodutiva. Vista como secreção mucosa rajada de sangue.O sangramento pode durar de 1 a 3 dias. É possivelmente secundário à formação de pequenos trombos nos vasos endometriais, consequentes à elevação plasmática dos níveis de estrogênios. Pode também ser devido ao sangramento da rotura folicular por ocasião da ovulação, que é captado pelo óstio tubário. Pacientes em uso de anticoagulantes estão mais sujeitas a este tipo de sangramento, cuidado para não evoluir para hemoperitônio. ■ Polimenorreia: ciclo ovulatório com menos de 21 ou 24 dias de intervalo, dependendo da referência bibliográfica. Geralmente, resulta de um encurtamento da fase folicular, embora possa também ocorrer uma diminuição da fase lútea ou de ambas. ■ Descamação Irregular: É caracterizada por sangramento prolongado e abundante com intervalos regulares. A biópsia endometrial realizada pelo menos cinco dias após o início do sangramento mostrará um aspecto de endométrio misto, onde se identificam histologicamente áreas em fase ´proliferativa e secretória sugerindo uma regressão mais lenta do corpo lúteo, fazendo com que ainda persistam áreas sob a ação da progesterona do ciclo anterior, juntamente com áreas de proliferação estrogênica do ciclo atual. ■ Sangramento Pré-menstrual: é definido por uma perda escassa de sangue,normalmente escuro (tipo borra de café), que antecede em alguns dias o sangramento menstrual. É mais frequente ao final da vida reprodutiva (acima dos 35 anos) e se associa a uma produção deficiente de progesterona, a qual se torna mais comum a partir dessa faixa etária. ■ Persistência do Corpo Lúteo (Síndrome de Halban): é um episódio esporádico. Frequentemente confundida com gravidez ectópica (atraso menstrual seguido de perdas sanguíneas irregulares, dor hipogástrica e presença de massa anexial, representada por um corpo lúteo hemorrágico). Neste caso, recomenda-se suspensão temporária da atividade física para que a evolução transcorra sem intercorrências. ○ ciclos anovulatórios: ■ Segundo a Nay é característico por não produzirem progesterona e pela manutenção do eptélio proliferativo ■ Representa 85% dos casos de SUD. Em geral, não se associa a sintomas de tensão pré-menstrual, retenção hídrica ou dismenorreia. No entanto, ocasionalmente, a paciente pode referir cólicas em virtude da passagem de coágulos pelo canal cervical. Na puberdade os níveis de FSH são insuficientes para levar um folículo secundário ao estágio maduro, capaz de produzir estradiol em quantidade e duração suficientes para desencadear o pico ovulatório de LH. Na menacme, a anovulação crônica resulta, normalmente, de um mecanismo de feedback inapropriado, cujo resultado levará invariavelmente aos ovários policísticos. No climatério, a anovulação se deve à falência funcional progressiva dos ovários, quando estes ainda produzem estrogênios, mas não mais ovulam. Consequentemente, não produzem progesterona. O sangramento ocorre superficialmente, na camada compacta do endométrio e consiste em uma perda por deprivação estrogênica. Na ausência das ações antagonistas da progesterona sobre a proliferação endometrial, induzida pelos estrogênios, e da descamação ordenada da camada funcional, o endométrio continuará proliferando, sem o concomitante suporte estrutural. Este tecido torna-se frágil e sofre soluções de continuidade na superfície, por onde se exterioriza o sangramento, atingindo segmentos isolados da mucosa. Também não ocorrem os fenômenos de vasoconstrição ritmados e nem aumento da tortuosidade das artérias espiraladas pela redução do edema intersticial. O sangramento só é interrompido pela ação proliferativa cicatricial dos estrogênios endógenos ou exógenos. Nestes casos, não há descamação e subsequente renovação do endométrio. Ocorrerá somente proliferação e aumento contínuo da espessura da mucosa, intercaladas por perdas sanguíneas irregulares. ★ E classificado em: ○ Sangramento por deprivação estrogênica: a ausência de estrogênio leva a um endométrio atrófico, ocorre após ooforectomia bilateral, irradiação de folículos maduros ou descontinuação de estrogenioterapia em paciente ooforectomizada. Sangramento no meio do ciclo pode ser consequência da queda pré-ovulatória de estrogênio. ○ Sangramento por disruptura estrogênica, o endométrio está excessivamente proliferado, devido aos altos níveis de estrogênio sem a oposição da progesterona, apresentando vascularização insuficiente e áreas de necrose. O sangramento ocorre por fragilidade endometrial e é encontrado nos ciclos anovulatórios. Se o estrogênio for mantido constante ainda que a baixos níveis, levam a um sangramento irregular, tipo spotting. Os altos níveis de estrogênio sustentam longos períodos de amenorreia, geralmente seguidos de sangramentos profusos com perda excessiva de sangue. ○ Sangramento por disruptura progestogênica (excesso de progesterona): caracteriza-se pela presença de níveis proporcionalmente mais altos de progesterona do que de estrogênio, ocorrendo atrofia endometrial com sangramentos irregulares e intermitentes de duração variável. A progesterona só é capaz de produzir sangramento por deprivação quando já houver um certo grau de proliferação endometrial por atividade estrogênica prévia. Pode ocorrer na remoção do corpo lúteo, resultando na descamação do endométrio, ou na interrupção da terapia progestínica. Diagnóstico ★ O primeiro e mais difícil passo será afastar causas orgânicas. O segundo passo será separar as pacientes em dois grupos: as que estão ovulando e as que não. ★ método que comprove a presença ou ausência da ovulação (ex.: temperatura basal, dosagem da progesterona, cristalização do muco cervical, ultrassonografia). ★ diagnóstico essencialmente clínico; Perguntas importantes: ○ Há obesidade, sinais de hiperandrogenismo, acantose nigricans? ○ - Há aumento da tireoide? ○ - Há presença de equimoses? ○ - Há presença de galactorreia? ★ Exames complementares se necessário. ★ Uma diferença de diagnóstico entre a menacme e a mulher em menopausa é que aumento endometrial nasmais jovens se associa primeiro a palm e só depois a malignidade, Tratamento ★ Em casos de sud ovulatório: ○ Por serem variáveis biológicas do ciclo menstrual normal, sem maiores consequências clínicas, elas necessitam apenas esclarecimento. Neste sentido, pode-se solicitar que a paciente faça o registro da sua curva de temperatura basal durante um ciclo completo de modo a compreender a fisiologia de seu ciclo. ○ Se, entretanto, os ciclos forem muito curtos, a ponto de incomodar a paciente, ou a perda sanguínea for abundante ou prolongada, justifica-se um tratamento hormonal. ○ Casos rebeldes: ácido tranexâmico e AINEs. ★ Em casos de sud anovulatório: ○ Na maioria dos casos uma anamnese e um exame físico minuciosos já permitem iniciar tratamento, antes da solicitação de exames complementares. ○ O primeiro objetivo do tratamento é restabelecer o controle natural hormonal sobre o tecido endometrial, restituindo eventos endometriais sincrônicos. ○ Segundamente, se possível tratar a causa da anovulação. ■ Na Puberdade: ● Depois de afastada uma coagulopatia, provavelmente trata-se de um quadro de SUD. ● Primeira conduta expectante: pelo fato do SUD da adolescente ser uma afecção geralmente autolimitada. Na medida em que o eixo C-H-H-O amadurece, instalam-se os ciclos ovulatórios que corrigem espontaneamente. ● Nos casos de sangramento prolongado, com uma perda sanguínea maior, haverá obviamente a necessidade de tratamento (se está sangrando com maior frequência, ela produz estrogênio, não tem como sangrar caso não possua, nem que seja em pequenas quantidades ela deve possuir estrogênio). O que a paciente não está produzindo é a progesterona, cujo efeito é antagonista ao do estrogênio transformando o endotélio em secretor, interrompendo imediatamente o efeito proliferativo do estrogênio sobre o endométrio,pois diminuem o número de mitoses e a síntese de DNA formando uma camada compacta. Por esta razão fornecer progesterona é a medicação racional. Por outro lado, a progesterona não promove a cicatrização (epitelização) do endométrio e, consequentemente ela continuará sangrando durante o tratamento até a normalização do ciclo. Após 10 a 12 dias de tratamento, a medicação é suspensa e 3 a 4 dias depois ocorrerá uma descamação fisiológica da camada funcional do endométrio, correspondendo a uma menstruação verdadeira. Esse processo é conhecido como curetagem farmacológica. Nesse começo de tratamento ela sangrará por 10 dias de uso da pílula + 4 dias de privação progestogênica + 4 dias de menstruação. Nova série de progestagenioterapia será repetida, começando no 15º dia contado a partir do início da menstruação Após três a quatro séries, a medicação é suspensa e a paciente observada durante os próximos ciclos. Caso ocorram novos atrasos menstruais de 10 a 20 dias, indicando que os ciclos ovulatórios ainda não se estabeleceram, nova série profilática do progestogênio deverá ser instituída. Por essa razão a reposição de progesterona não visa de imediato o cessar do sangramento, mas o retorno do controle hormonal normal sobre o endométrio. - 300 mg diários de progesterona pura por via oral durante dez dias, ou qualquer progestogênio oral em doses correspondentes (5 a 10 mg de medroxiprogesterona) ● Se o quadro hemorrágico for de grande intensidade, a ponto de levar a adolescente a uma anemia grave, a interrupção imediata do sangramento é mandatória. Isso é feito com reposição de estrogênio, pois se os níveis encontram se abaixo de um dado valor corte ocorrerá descamação do endométrio. *Nota da Many: sei que parece confuso, mas vou tentar explicar o que entendi (posso tá errada), se eu tenho um sangramento muito frequente porém não tão intenso, suspeito da falta de progesterona (responsável por transformar o epitélio proliferativo em secretor), com a falta de progesterona para contrabalançar o estrogênio ocorre super proliferação do endométrio sem a respectiva vascularização em mesma intensidade, vaso sanguíneo insuficiente ➡ necrose ➡ sangramento. Trato com progesterona tentando normalizar esse ciclo até que os hormônios já existentes no organismo assumam o controle fisiológico do ciclo menstrual (na adolescente podem estar insuficientes devido a imaturidade do eixo). No caso de sangramento muito intensos trato com estrogênio, pois níveis elevados de estrogênio bloqueiam a menstruação. Todavia se isso for feito sem a futura compensação com progesterona ocorrerá o sangramento por disruptura estrogênica. Assim para recuperar a normalidade do ciclo uso progestageneos, para cessar o sangramento de imediato➡ estrogênio. Então em casos de hemorragia: adm 4 comprimidos ao dia de 1,25 ou 2,5 mg de estrogênios conjugados (5 a 10 mg/dia) ou doses equivalentes de estradiol são suficientes para interromper a hemorragia dentro de 48 horas. Se esta evolução não ocorrer, a suspeita de uma causa orgânica não diagnosticada deve ser levantada. A partir do momento em que é obtida a hemostasia, o tratamento combinado com o progestogênio deverá ser instituído, a fim de transformar o endométrio hiperplásico em secretor, que permitirá uma descamação normal no próximo ciclo. Casos de sangramento moderado respondem bem aos preparados sequenciais, nos quais os primeiros 11 comprimidos contêm um estrogênio (2 mg de valerato de estradiol) e os 10 seguintes uma associação do estrogênio com progesterona (0,25 mg de levonorgestrel). Após a primeira série, deverão ser substituídos pela progestagenioterapia isolada, durante 10 a 12 dias, a partir do 15º dia do ciclo, ou pelo anticoncepcional oral. ● A única medicação complementar indispensável é o ferro. ● Nos casos de sangramento excessivo, o emprego dos AINEs, especialmente os inibidores da prostaglandina sintetase, como o ácido mefenâmico, e dos antifibrinolíticos (ácido tranexâmico) ajuda a reduzir sensivelmente a perda sanguínea. ● A curetagem uterina não tem lugar na paciente adolescente (risco de câncer nessa faixa etária é desprezivel). ■ na Menacme: ● Mesmo tratamento que na puberdade. ● Vale a pena lembrar que a ausência da ovulação neste período, como na adolescência, levará fatalmente ao aparecimento dos ovários policísticos, pois eles são simplesmente a expressão morfológica de um estado anovulatório crônico, assim como a hiperplasia do endométrio. ● O objetivo do tratamento poderá contemplar também o hirsutismo, a obesidade, o hiperinsulinismo ou a infertilidade (resultantes da SOP). ■ Na perimenopausa: ● A preocupação primária nesta faixa etária é afastar a possibilidade de um câncer do endométrio. ● Antes de começar a terapia deve ser feito o estudo histológico prévio do endométrio, obtido através de biópsia dirigida por histeroscopia (método padrão-ouro) ou ou curetagem uterina é indispensável, salvo se a ultrassonografia transvaginal revelar uma espessura endometrial inferior a 4 ou 5 mm, na ausência de fatores de risco para o câncer de endométrio. ● Como está em anovulação, cessa-se a produção de progesterona: o progestogênio deverá continuar ciclicamente, até que surjam sintomas de deficiência estrogênica quando, então, este hormônio será acrescido. Esta medida prevenirá o adenocarcinoma de endométrio. ● Atualmente, a maioria dos autores advoga a realização da histerectomia nos casos refratários à hormonioterapia, e não se achando nenhuma causa orgânica, pois é o único procedimento que garante solução definitiva para o sangramento. Nesse caso, a histerectomia constituirá em uma segunda chance de se definir o diagnóstico, pois o estudo histopatológico poderá detectar a causa orgânica, que provavelmente será adenomiose. Tratamento não hormonal ★ AINES: reduz o sangramento em cerca de 30 a 50%. Atua inibindo a ciclo-oxigenase (tanto faz 1 ou 2 segundo o medcurso, Nay traz controvérsias no uso da COX2) que é a enzima responsável pela conversão do ácido araquidônico em prostaglandinas. Podem ser usados em todo o ciclo ou apenas no início (reduzem dismenorréia) ○ Ácido mefenâmico, na dose de 500 mg de 8/8h, e ibuprofeno, na dose de 400 mgde 12/12 h são os AINES mais utilizados (principalmente em casos de sangramento ovulatório expressivo). ★ Antifibrinolíticos: Um aumento nos níveis de ativadores de plasminogênio (grupo de enzimas que causa fibrinólise) foi encontrado no endométrio de mulheres com sangramento uterino aumentado. O ácido Tranexâmico (1 g de 6/6h -> medcurso, nayara traz 2 comprimidos de 650 mg, 3x ao dia por no max. 5 dias) reduz, em média, 50% do sangramento menstrual. Em aproximadamente 30% das pacientes ocorrem efeitos colaterais gastrointestinais que, por sua vez, são dose-dependentes (boa opção em casos de sangramento ovulatório expressivo). Principal problema é que é caro e risco de trombose. No entanto, os estudos desenvolvidos até o momento revelam uma incidência de trombose similar a das não usuárias do medicamento. Mas é contraindicado para pacientes com risco de trombose. Tratamento hormonal ★ Progestagênios para pacientes anovulatórias, com ciclos irregulares. ★ ACO: indução de atrofia endometrial parece ser o mecanismo de ação dos ACO na diminuição do sangramento, usados em pacientes anovulatórias, com ciclos irregulares. Nas pacientes fumantes com mais de 35 anos, o uso é contraindicado devido ao aumento do risco de tromboembolismo e infarto do miocárdio.Possui valor na diminuição do risco de câncer de ovário e endométrio. Os anticoncepcionais orais combinados podem ser administrados, inicialmente, no período de sangramento prolongado, de 12/12h ou até de 8/8h, durante sete dias (Nayara diz que isso deve ser feito até que o sangramento tenha cessado em 24h). Novo sangramento ocorrerá dois a cinco dias após suspensão da medicação (curetagem farmacológica). No quinto dia de �luxo, reinicia-se novo ciclo com uma pílula de baixa dosagem durante 21 dias e intervalos de uma semana, por período mínimo de três meses. ★ Uso de estrogênio isolado deve ser feito para aplacar sangramento excessivo e depois continua com ACO. No slide da Nana diz que são hormônios equinos conjugados (Premarin) 10 mg/dia VO em 4 doses. Via IV 3 doses de 25 mg/dia com intervalo de 4h. Medcurso diz: atualmente, o estrogênio por via endovenosa não está mais disponível para venda e uso no Brasil. ★ DIU mirena: após 12 meses de uso 96% das pacientes apresentaram redução do �luxo (entre 74 a 97%) e algumas entraram em amenorreia (30 a 50%). A sua eficácia em promover amenorréia é semelhante à da histerectomia. Indicado para: sangramento de difícil controle, secundário a doenças crônicas como a insuficiência renal ou para pacientes com sangramento importante e ciclos ovulatórios TRATAMENTO CIRÚRGICO Está indicado em caso de falência do tratamento clínico, quando este não é bem tolerado ou por opção da paciente. ★ Ablação Endometrial: feita quando não é possível ou desejada a histerectomia, apresenta menores complicações. A ablação do endométrio consiste na destruição do endométrio em toda a sua extensão e espessura, que pode ser realizada por via histeroscópica (primeira geração) ou não (segunda geração). Técnicas menos invasivas: balão térmico, micro-ondas, crioablação, laser, radiofrequência, energia elétrica ou térmica. A realização prévia de histeroscopia diagnóstica + biopsia é obrigatória antes da realização da ablação, pois a presença de lesões hiperplásicas ou neoplásicas é contraindicação. Em casos de insucesso, a ablação endometrial não deve ser repetida, pois não oferece melhores resultados. Cuidado: risco de perfuração uterina é maior com esta técnica, absorção do meio de distensão, com sobrecarga hídrica e edema cerebral. Taxas de sucesso decrescem com o passar dos anos. ★ Curetagem Uterina: este procedimento promove uma redução temporária do sangramento no primeiro mês, que volta a aumentar nos ciclos subsequentes. ★ Histerectomia: É o único procedimento que garante solução definitiva para o SUD. Deve ser reservada para mulheres com prole constituída e em caso de falha de tratamentos menos agressivos (citados anteriormente), + arriscado, maior tempo de recuperação, + caro. ★ Ou seja, a escolha da terapia a ser instituída depende da intensidade do sangramento, do diagnóstico e de suas repercussões clínicas. Resumo dos tratamentos:
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