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PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 1 INTRODUÇÃO ❖ DEFINIÇÃO: Perda menstrual excessiva, caracterizada por alteração para mais em um dos parâmetros quantidade ou volume, duração ou frequência. ❖ Podem acontecer repercussões físicas, emocionais, sociais, materiais e na qualidade de vida das mulheres, que podem ocorrer isoladamente ou em combinação com outros sintomas ❖ AGUDO: um episódio de sangramento uterino intenso que necessite de intervenção imediata ❖ CRÔNICO: alterações no padrão de sangramento menstrual persistem por pelo menos seis meses. ❖ Parâmetros de normalidade de sangramento uterino ETIOLOGIA ❖ A nomenclatura atual referente ao sistema de classificação para as causas de SUA divide as possíveis causas em estruturais e não estruturais. ❖ PALM-COEIN: pólipo, adenomiose, leiomioma, malignidade do endométrio, coagulopatia, disfunção ovulatória, endometrial, iatrogênica e causas não classificadas previamente. ❖ Obs.: P: pólipos, A: adenomiose, L: leiomiomas podem ser vistas em exames complementares, mas podem não ser a causa do SUA ❖ CAUSAS ESTRUTURAIS: Pólipo, adenomiose, leiomioma e malignas ❖ CAUSAS NÃO ESTRUTURAIS: coagulopatias, ovulatória, endometrial, iatrogênica e não classificadas. POLIPOS ENDOMETIAIS ❖ Mais comuns em mulheres na peri e na pós- menopausa ❖ Diagnóstico pode ser feito por exame especular, ultrassonografia e histeroscopia ❖ Histologia é mandatória PÓLIPOS ENDOMETRIAIS ❖ Esses tumores intrauterinos de consistência mole e carnuda são formados por glândulas endometriais e estroma fibrótico cobertos por epitélio superficial ❖ Estrogênio e progestogênio foram implicados com seu crescimento. Esses hormônios alongam glândulas, estroma e artérias espiraladas endometriais, levando à formação do aspecto polipoide característico ❖ Entre os fatores de risco da paciente estão idade avançada, obesidade e uso de tamoxifeno ❖ O uso de contraceptivos orais parece ter efeito protetor ❖ Os pólipos encontrados na proximidades dos óstios tubários talvez prejudiquem sua função e bloqueiem a migração dos espermatozoides ❖ As principais ferramentas diagnósticas para investigação de pólipos endometriais são ultrassonografia transvaginal, ultrassonografia com infusão salina e histeroscopia. Embora a biópsia endometrial possa identificar pólipos, sua sensibilidade para detectar lesões focais é menor em comparação com essas outras modalidades. ❖ O esfregaço de Papanicolaou não é uma ferramenta eficaz para identificar pólipos. No entanto, algumas vezes, este exame leva incidentalmente à sua identificação ❖ Recomenda-se polipectomia histeroscópica para as mulheres sintomáticas ou para aquelas com fatores de risco para transformação maligna. Esses fatores de risco incluem período pós-menopausa, idade > 60 anos, pólipo com mais de 1,5 cm e uso de tamoxifeno ❖ Para as pacientes assintomáticas com pólipos, mas sem fatores de risco para transformação maligna, a conduta pode ser mais conservadora. Muitos desses pólipos resolvem-se espontaneamente ou sofrem descolamento PH SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL SAÚDE DA MULHER PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 2 PÓLIPOS ENDOCERVICAIS ❖ Essas lesões representam crescimento aumentado de estroma endocervical benigno coberto por epitélio ❖ pólipos cervicais, eles costumam aparecer como massa única, vermelha, alongada, de consistência mole, estendendo-se a partir do canal endocervical ❖ Esses tumores comuns são encontrados com maior frequência em multíparas e raramente em pré- púberes. ❖ Assintomáticos, mas podem causar hemorragia, sangramento pós-coito e leucorreia vaginal sintomática ❖ Os pólipos endocervicais são, geralmente, benignos, e ocorre transformação pré-maligna ou maligna em menos de 1% dos casos ADENOMIOSE ❖ Sintomatologia variável, destacando-se dor pélvica, fluxo menstrual com duração prolongada na fase folicular ou sangramento de maior volume relacionado, essencialmente, à profundidade do miométrio atingido. ❖ Glândula ou estroma endometrial em meio ao miométrio ❖ Diagnóstico requer histopatológico ❖ Dismenorreia e sangramento LEIOMIOMAS/MIOMAS ❖ Neoplasia benigna ❖ Responsivo aos hormônios ovarianos ❖ Diagnóstico: exame físico e de imagem ❖ Os sintomas variam de acordo com a localização. São classificados em submucosos, intramurais e subserosos e exames de imagem e histeroscopia são ferramentas úteis para melhor classificação. ❖ Na presença de sintomas, pode-se proceder ao tratamento farmacológico, que tem como alternativas os mesmos medicamentos disponíveis para a redução do sangramento não estrutural. Não havendo resposta ao tratamento clínico, deve-se considerar a abordagem cirúrgica, na qual a via e o tipo de abordagem dependerão do número, da localização, do tamanho do mioma e do desejo futuro de concepção. ❖ Os miomas submucosos, mais frequentemente, são associados ao SUA MALIGNIDADE E HIPERPLASIA DO ENDOMÉTRIO ❖ Tem sua incidência aumentada após a menopausa, em especial em mulheres com fatores de risco, com destaque para obesidade, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, história de nuliparidade, menopausa tardia ou anovulação crônica, em razão de mais exposição estrogênica do tecido endometrial. PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 3 ❖ Hiperplasia endometrial atípica, sarcoma de estroma endometrial, câncer de útero COAGULOPATIAS ❖ qualquer alteração dos mecanismos de coagulação pode se expressar clinicamente por SUA. ❖ Pacientes que apresentem queixa de aumento de volume menstrual desde a menarca, epistaxe, gengivorragia ou histórico de dificuldades de coagulação em situações de traumas ou cirurgias devem ser investigadas para distúrbios de coagulação. ❖ A causa mais comum é a doença de von Willebrand. Porém, há outras causas como: hemofilia, disfunções plaquetárias, púrpura trombocitopênica e distúrbios da coagulação associados a doenças como hepatopatias e leucemia. ❖ Muitos defeitos da coagulação que causam menorragia podem ser classificados genericamente em (1) disfunção da aderência das plaquetas ou (2) defeitos na estabilização da agregação plaquetária. Primeiro, durante as fases iniciais da hemostasia, as plaquetas aderem a falhas na parede do vaso por meio da ligação dos seus receptores ao colágeno exposto. A ligação depende do fator de von Willebrand (vWF), uma proteína plasmática. Uma vez ligadas, as plaquetas são ativadas e liberam um agonista potente para sua agregação, o tromboxano. Assim, redução no número de plaquetas ou inibidores do tromboxano pode levar à insuficiência na aderência das plaquetas e menorragia. Segundo, a cascata da coagulação leva à formação de fibrina que estabiliza as plaquetas agregadas. Falhas nos fatores da coagulação que formam essa cascata também predispõem a sangramento anormal ❖ O rastreamento laboratorial para coagulopatias inclui hemograma completo com contagem de plaquetas, tempo de protrombina (TP) e tempo de tromboplastina parcial (TTP). DISFUNÇÕES OVULATÓRIAS: ❖ sangramentos anovulatórios são mais frequentes nos extremos da vida reprodutiva ❖ Os distúrbios ovulatórios mais prevalentes durante a menacme são a síndrome dos ovários policísticos, a anovulação secundária à obesidade e as de causas centrais, como as de origem hipotalâmica. ❖ Ciclo ovulatório, sangramento da ovulação, descamação irregular, persistência do corpo lúteo. DISTÚRBIOS PRIMÁRIOS DO ENDOMÉTRIO ❖ Indicada por alterações de hemostasia endometrial local, secundária à deficiência local de agentes vasoconstritores, excessiva ou acelerada lise do trombo endometrial (hiperfibrinólise) ou aumento de substâncias vasodilatadoras. ❖ Podeainda ser decorrente de resposta inflamatória exacerbada, como na doença inflamatória pélvica. ❖ A manifestação mais típica do sangramento uterino anormal de etiologia primária endometrial é o excesso de fluxo menstrual ❖ Infecções e desordens da homeostase endometrial INFECÇÃO ❖ Além de cervicite, o sangramento anormal também pode ser causado por endometrite crônica. O diagnóstico é confirmado pelo achado de plasmócitos em amostra de biópsia de endométrio Embora o sangramento seja uma queixa frequente em mulheres com endometrite, também é possível que haja leucorreia vaginal e dor em abdome inferior. A endometrite crônica foi associada a doenças infecciosas. Especificamente, foram implicados Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia trachomatis, agentes de vaginose bacteriana e espécies de Mycoplasma, como causadores de inflamação endometrial de baixo grau. ❖ Pode-se observar sangramento uterino anormal causado por endometrite nas pacientes com doença inflamatória pélvica (DIP) aguda, assim como naquelas com doença subclínica ou silenciosa CAUSAS IATROGÊNICAS ❖ Sistemas intrauterinos medicados ou inertes e agentes farmacológicos que alteram diretamente o endométrio, interferindo nos mecanismos de coagulação do sangue ou influenciando a ovulação. ❖ Anticoncepcionais hormonais estão, com frequência, associados a sangramentos intermenstruais e manchas (spotting) ❖ Outros medicamentos: anticoagulantes, ácido acetilsalicílico, antiepilépticos, hormônio tireoidiano, antidepressivos (em especial, tricíclicos), fenotiazinas, tamoxifeno e corticosteroides PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 4 DIU ❖ Dispositivos intrauterinos contendo cobre. No nível celular, proporções desequilibradas de prostaglandinas e tromboxano foram propostas como possível causa da menorragia induzida por DIU. No nível tecidual, há aumento de vascularização endometrial, congestão e degeneração nas usuárias de DIU. Essas alterações resultam em hemorragia cornual que pode levar à metrorragia. Após ter-se excluído as possibilidades de gravidez, infecção ou doença estrutural evidente, as pacientes com sangramento relacionado ao DIU podem ser tratadas inicial e empiricamente com AINEs. ❖ Sistema intrauterino liberador de levonorgestrel. Esse sistema, comercializado como Mirena, pode levar a sangramento uterino anormal em algumas usuárias. A causa do sangramento não está esclarecida, mas down-regulation do estrogênio e dos receptores de progesterona, aumento da população local de leucócitos e alterações na morfologia vascular endometrial, na hemostase e no reparo endometrial. AINEs servem como tratamento de primeira linha. CONDIÇÕES NÃO CLASSIFICADAS ❖ lesões locais ou condições sistêmicas raras que podem causar SUA, como malformações arteriovenosas, da hipertrofia miometrial, da istmocele e das alterações müllerianas MALFORMAÇÕES ARTERIOVENOSAS ❖ Trata-se de uma mistura de canais arteriais, venosos e capilares com ligações fistulosas. As MAVs uterinas podem ser congênitas ou adquiridas ❖ As pacientes afetadas frequentemente se apresentam com menorragia ou menometrorragia após abortamento, curetagem ou outra cirurgia uterina intracavitária. ❖ O sinal de apresentação pode ser sangramento uterino intenso não associado a trauma do colo uterino ou à perfuração uterina. ❖ Os sintomas podem se instalar lentamente ou aparecer subitamente e com sangramento potencialmente letal ❖ Em alguns casos as MAVs são visualizadas inicialmente com ultrassonografia ❖ Tomografia computadorizada (TC) com contraste, ressonância magnética (RM), ultrassonografia com infusão salina e histeroscopia são utilizadas para obtenção de imagem dessas lesões ❖ As malformações arteriovenosas tradicionalmente eram tratadas com histerectomia. Contudo, abordagens menos invasivas têm sido usadas. Entre essas estão embolização arterial ou coagulação cirúrgica dos vasos arteriais nutridores da MAV INCIDÊNCIA INFÂNCIA ❖ O sangramento anterior à menarca deve ser pesquisado como achado anormal. ❖ A avaliação inicial deve se concentrar na determinação do local do sangramento, porque os sangramentos vaginal, retal e uretral podem ser semelhantes. ❖ Nessa faixa etária, a vagina, mais do que o útero, é a fonte de sangramento mais comum. ❖ A vulvovaginite é a causa mais frequente, mas condições dermatológicas, crescimento neoplásico ou trauma por acidente, abuso sexual ou corpo estranho também podem ser as razões. ❖ Em geral, o sangramento uterino propriamente dito é causado por aumento nos níveis de estrogênio. Puberdade precoce, ingestão exógena acidental ou neoplasias ovarianas devem ser considerados nessas crianças. ADOLESCÊNCIA ❖ O sangramento uterino anormal resulta de anovulação e defeitos na coagulação em taxas desproporcionalmente mais altas, em comparação com as mulheres adultas em idade reprodutiva. ❖ Crescimentos neoplásicos, como pólipos, leiomiomas e neoplasias ovarianas, são menos frequentes. ❖ É importante notar que as possibilidades de gravidez, doenças sexualmente transmissíveis e abuso sexual não devem ser desprezadas nessa população. IDADE REPRODUTIVA ❖ Passada a adolescência, o eixo hipotálamo-hipófise- ovário amadurece e o sangramento uterino anovulatório torna-se menos frequente. ❖ Com o aumento da atividade sexual, aumentam também as taxas de sangramento relacionado com gravidez e com doenças sexualmente transmissíveis ❖ A incidência de leiomiomas e de pólipos endometriais torna-se comum nas mulheres nessa faixa etária PERIMENOPAUSA ❖ O sangramento uterino anovulatório, causado por disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, torna- se um achado mais comum nesse grupo. ❖ Com o avanço da idade, aumentam os riscos de crescimento neoplásico benigno e maligno. ❖ Neoplasias malignas, em especial carcinoma endometrial, são encontradas com maior frequência nesse grupo etário. Menos comumente, o tumor ovariano produtor de estrogênio pode causar hiperplasia endometrial com sangramento uterino MENOPAUSA ❖ O sangramento após a menopausa caracteristicamente é causado por doenças benignas. ❖ A maioria dos casos é causada por atrofia do endométrio ou da vagina. PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 5 ❖ Os pólipos endometriais benignos também podem causar sangramento nessa população DIAGNÓSTICO AVALIAÇÃO CLÍNICA ❖ História clara de sangramento, anamnese minuciosa e detalhada do padrão menstrual, uso de medicações, cirurgias prévias, antecedentes obstétricos e histórico de sangramentos em outros sítios, como gengivorragia e epistaxe, frequentes em coagulopatias ❖ Exames físicos geral, abdominal e pélvico podem identificar e resolver condições como pólipos cervicais e miomas “paridos” durante o atendimento, além de excluir patologias do trato genital inferior, que podem causar sinusorragia e sangramento intermenstrual. ❖ Na prática, o volume de sangramento é difícil de ser mensurado, mas deve-se levar em conta o impacto do sangramento sobre a rotina da paciente ANAMNESE: ❖ Padrão de sangramento; ❖ Sintomas sugestivos de anemia; ❖ História sexual e reprodutiva; ❖ Sintomas associados; ❖ Sintomas associados a causas sistêmicas; ❖ Doenças crônicas; ❖ Medicações em uso; ❖ Antecedentes familiares; EXAMES COMPLEMENTARES ❖ Betagonadotrofina coriônica humana (β-hCG) para descartar gestação ❖ Hemograma completo • Causas sistêmicas devem ser pesquisadas em situações específicas quando a epidemiologia ou a clínica sugerirem, com investigação inicial através de tempo de sangramento e de coagulação e contagem de plaquetas, sendo recomendável o seguimento conjunto com hematologista. ❖ Solicitar avaliação ultrassonográfica para identificar ou descartar causas estruturais ❖ Diante das suspeitas delesões focais, pode-se complementar a investigação com histerossonografia, histeroscopia e biópsia de endométrio. ❖ A biópsia endometrial pode ser indicada sem evidência de lesão estrutural e com espessamento de endométrio, especialmente nas obesas e com idade acima de 45 anos, ou na presença de fatores de risco para câncer de endométrio, além dos casos de SUA persistente, com falha terapêutica e dúvida diagnóstica. ❖ Na suspeita de distúrbios ovulatórios (irregularidade menstrual), com ou sem outros sintomas associados, realizar a dosagem de prolactina e exames de função tiroidiana, para o diagnóstico diferencial das anovulações. ❖ Exame ginecológico completo ❖ Itens indispensáveis: • Sinais vitais: pressão arterial, pulso; • Palpação da tireoide; • Abdome: distensão, massas palpáveis, hepatomegalia • Pele: petéquias, sinais de hirsutismo DIAGNÓSTICO ❖ No SUA, o diagnóstico etiológico direciona à terapêutica e está diretamente associado ao sucesso do tratamento. Apenas em situações de sangramento agudo e intenso é aceitável que o tratamento seja instituído, com o único objetivo de estancar a hemorragia e estabilizar a hemodinâmica da paciente, postergando a investigação para assim que o sangramento estiver controlado. ❖ O diagnóstico definitivo é feito por meio de biópsia de lesão difusa ou focal, sendo que nessa última a biópsia guiada por histeroscopia tem maior sensibilidade (94,4%) e especificidade (99,6%). ❖ *ver fluxograma ❖ Sinais clínicos associados a sangramento uterino anormal Sinal Etiologia do sangramento Obesidade Sangramento anovulatório Hiperplasia do endométrio Câncer do endométrio Sinais de SOP: Acne Hirsutismo Obesidade Acantose nigricante Sangramento anovulatório Hiperplasia do endométrio Câncer do endométrio Sinais de hipotireoidismo: Bócio Ganho ponderal Sangramento anovulatório Sinais de hipertireoidismo: Exoftalmia Perda ponderal Não classificada Hematomas, sangramento gengival Coagulopatia Sinais de hiperprolactinemia: Galactorreia Hemianopsia bilateral Sangramento anovulatório Septo vaginal longitudinal Episódios de menstruação encarcerada Cervicite Endometrite Sinais de gravidez: Colo uterino azulado Amolecimento do istmo Útero aumentado Abortamento Gravidez ectópica Doença trofoblástica gestacional Massa endocervical Prolapso de leiomioma ou sarcoma uterino Câncer do colo uterino Pólipo endocervical Massa ectocervical Ectrópio Câncer do colo uterino PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 6 Útero aumentado Gravidez Leiomioma Adenomiose Hematometra Câncer endocervical Sarcoma uterino Massa em anexial Gravidez ectópica Câncer da tuba uterina Produção de hormônio TRATAMENTO CAUSAS ESTRUTURAIS ❖ PÓLIPOS: são tratados com polipectomia histeroscópica. ❖ MIOMAS SUBMUCOSOS E OS INTRAMURAIS COM COMPONENTE SUBMUCOSO : geralmente são tratados cirurgicamente, enquanto os demais podem ser submetidos a tratamento farmacológico. • Não havendo resposta ao tratamento clínico, deve-se considerar a abordagem cirúrgica, na qual a via e o tipo de abordagem dependerão do número, da localização, do tamanho do mioma e do desejo futuro de concepção. • Em miomas muito grandes, pode ser utilizado análogo do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) previamente à cirurgia, por cerca de três meses, para redução do volume e recuperação de pacientes com anemia. ❖ ADENOMIOSE: Deve ser pautado no desejo reprodutivo da mulher, pois a histerectomia é o tratamento definitivo, porém, em muitos casos, a sintomatologia pode ser controlada de maneira farmacológica, com as mesmas opções medicamentosas das causas não estruturais, havendo mais preferência pelos regimes contínuos ou estendidos de anticoncepcionais combinados e pelo uso de progestagênios isolados CAUSAS NÃO ESTRUTURAIS ❖ O tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico ❖ O tratamento medicamentoso do SUA baseia-se na ação dos esteroides sexuais e de outros mediadores inflamatórios sobre o endométrio, além do controle hemostático do sangramento. As opções disponíveis são tratamento hormonal (estrogênio e progestagênio combinados, progestagênio oral cíclico ou contínuo, progestagênio injetável, sistema intrauterino liberador de levonorgestrel) e tratamento não hormonal (anti-inflamatórios, antifibrinolíticos) ❖ Os principais limitantes ao uso contínuo de progestagênio isolado são sangramentos inesperados decorrentes de instabilidade endometrial. Os progestagênios podem apresentar efeitos colaterais como sangramentos irregulares, mastalgia, cefaleia, edema e acne, que podem limitar seu uso. ❖ O tratamento não hormonal do SUA inclui o uso de antifibrinolíticos ou de anti-inflamatórios não esteroidais (AINE). São particularmente indicados a mulheres que não desejam usar hormônios ou tenham contraindicação ao seu uso, ou, ainda, pretendam engravidar. ❖ Antifibrinolíticos são medicações que reduzem a fibrinólise, podendo diminuir o volume de sangramento em até 50%. O mais usado é o ácido tranexâmico, que tem meia-vida curta, devendo ser administrado três a quatro vezes ao dia, com dose recomendada variável. ❖ Os AINEs exercem sua ação por meio da inibição da cicloxigenase, que é a enzima que catalisa a transformação de ácido araquidônico em prostaglandina e tromboxano. Podem ser usados isoladamente ou como terapia adjuvante de um tratamento hormonal. Um dos AINEs mais estudados com essa finalidade é o ácido mefenâmico, que deve ser usado durante os dias de fluxo menstrual, reduzindo também a queixa de dismenorreia ❖ Outra opção terapêutica são os análogos do GnRH de depósito, geralmente usados quando há falha em outras terapias clínicas, lembrando que não devem ser utilizados por mais de seis meses, em razão do impacto sobre a massa óssea secundária ao hipoestrogenismo. Também podem ser utilizados antes de cirurgias, por exemplo, em miomas, em especial para possibilitar a recuperação em casos de anemia TRATAMENTO SUA AGUDO ❖ controlar o episódio vigente de sangramento, estabilizar a mulher e reduzir o risco de perda sanguínea excessiva nos ciclos subsequentes. ❖ A escolha do tratamento depende: da estabilidade hemodinâmica + o nível de hemoglobina + a suspeita da etiologia do sangramento + comorbidades associadas e do desejo reprodutivo. ❖ O tratamento de escolha inicialmente é medicamentoso, podendo ser hormonal ou não hormonal. As opções hormonais disponíveis incluem contraceptivos orais combinados ou progestagênios isolados em altas doses, estes preferencialmente para mulheres com contraindicação ao uso de estrogênios ❖ Os antifibrinolíticos e os AINEs são opções não hormonais, utilizados de forma semelhante a seu uso nos casos crônicos, havendo, ainda, a opção de antifibrinolítico na forma endovenosa. ❖ A decisão por internação baseia-se no volume do sangramento, na estabilidade hemodinâmica e nos níveis de hemoglobina no momento do atendimento ❖ As modalidades terapêuticas cirúrgicas incluem curetagem e histerectomia, dependendo das condições clínicas e do desejo reprodutivo da mulher RECOMENDAÇÕES FINAIS PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 7 ❖ Na avaliação etiológica do SUA, seguir o acrômio PALM-COEIN. ❖ Para diagnóstico do SUA, inicialmente excluir gravidez em mulheres em idade fértil, avaliar parâmetros de frequência, duração e volume menstrual, realizar exames físicos geral e ginecológico completo e avaliação ultrassonográfica pélvica para investigar SUA de etiologia estrutural ou não. ❖ O tratamento do SUA depende da etiologia. ❖ O SUA agudo com repercussão hemodinâmica requer estabilização clínica da mulher antes da investigação etiológica. ❖ Em geral, a primeira linha de tratamentodo SUA é medicamentosa, destinando-se o tratamento cirúrgico a falha ou contraindicação a tratamento clínico ou a casos de instabilidade hemodinâmica importante. Curetagem uterina auxilia a interromper o sangramento agudo e fornece material para estudo histológico do endométrio. É relevante a mulheres com mais de 50 anos, obesas e hipertensas. Na decisão terapêutica, considerar, além da etiologia, medicamentos e recursos tecnológicos disponíveis e o desejo reprodutivo e de preservação do útero da mulher Referência: Sangramento-uterino-anormal manual febrasgo & Ginecologia de Williams. PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 8 PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 9
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