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Sangramento uterino anormal

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PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 1 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
❖ DEFINIÇÃO: Perda menstrual excessiva, 
caracterizada por alteração para mais em um dos 
parâmetros quantidade ou volume, duração ou 
frequência. 
❖ Podem acontecer repercussões físicas, emocionais, 
sociais, materiais e na qualidade de vida das 
mulheres, que podem ocorrer isoladamente ou em 
combinação com outros sintomas 
❖ AGUDO: um episódio de sangramento uterino 
intenso que necessite de intervenção imediata 
❖ CRÔNICO: alterações no padrão de sangramento 
menstrual persistem por pelo menos seis meses. 
❖ Parâmetros de normalidade de sangramento uterino 
ETIOLOGIA 
❖ A nomenclatura atual referente ao sistema de 
classificação para as causas de SUA divide as 
possíveis causas em estruturais e não estruturais. 
❖ PALM-COEIN: pólipo, adenomiose, leiomioma, 
malignidade do endométrio, coagulopatia, 
disfunção ovulatória, endometrial, iatrogênica e 
causas não classificadas previamente. 
❖ Obs.: P: pólipos, A: adenomiose, L: leiomiomas podem 
ser vistas em exames complementares, mas podem 
não ser a causa do SUA 
❖ CAUSAS ESTRUTURAIS: Pólipo, adenomiose, 
leiomioma e malignas 
❖ CAUSAS NÃO ESTRUTURAIS: coagulopatias, 
ovulatória, endometrial, iatrogênica e não 
classificadas. 
POLIPOS ENDOMETIAIS 
❖ Mais comuns em mulheres na peri e na pós-
menopausa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
❖ Diagnóstico pode ser feito por exame especular, 
ultrassonografia e histeroscopia 
❖ Histologia é mandatória 
PÓLIPOS ENDOMETRIAIS 
❖ Esses tumores intrauterinos de consistência mole e 
carnuda são formados por glândulas endometriais e 
estroma fibrótico cobertos por epitélio superficial 
❖ Estrogênio e progestogênio foram implicados com 
seu crescimento. Esses hormônios alongam glândulas, 
estroma e artérias espiraladas endometriais, levando 
à formação do aspecto polipoide característico 
❖ Entre os fatores de risco da paciente estão idade 
avançada, obesidade e uso de tamoxifeno 
❖ O uso de contraceptivos orais parece ter efeito 
protetor 
❖ Os pólipos encontrados na proximidades dos óstios 
tubários talvez prejudiquem sua função e bloqueiem 
a migração dos espermatozoides 
❖ As principais ferramentas diagnósticas para 
investigação de pólipos endometriais são 
ultrassonografia transvaginal, ultrassonografia com 
infusão salina e histeroscopia. Embora a biópsia 
endometrial possa identificar pólipos, sua 
sensibilidade para detectar lesões focais é menor em 
comparação com essas outras modalidades. 
❖ O esfregaço de Papanicolaou não é uma ferramenta 
eficaz para identificar pólipos. No entanto, algumas 
vezes, este exame leva incidentalmente à sua 
identificação 
❖ Recomenda-se polipectomia histeroscópica para as 
mulheres sintomáticas ou para aquelas com fatores 
de risco para transformação maligna. Esses fatores de 
risco incluem período pós-menopausa, idade > 60 
anos, pólipo com mais de 1,5 cm e uso de tamoxifeno 
❖ Para as pacientes assintomáticas com pólipos, mas 
sem fatores de risco para transformação maligna, a 
conduta pode ser mais conservadora. Muitos desses 
pólipos resolvem-se espontaneamente ou sofrem 
descolamento 
PH SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL 
SAÚDE DA MULHER 
 
PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PÓLIPOS ENDOCERVICAIS 
❖ Essas lesões representam crescimento aumentado de 
estroma endocervical benigno coberto por epitélio 
❖ pólipos cervicais, eles costumam aparecer como 
massa única, vermelha, alongada, de consistência 
mole, estendendo-se a partir do canal endocervical 
❖ Esses tumores comuns são encontrados com maior 
frequência em multíparas e raramente em pré-
púberes. 
❖ Assintomáticos, mas podem causar hemorragia, 
sangramento pós-coito e leucorreia vaginal 
sintomática 
❖ Os pólipos endocervicais são, geralmente, benignos, 
e ocorre transformação pré-maligna ou maligna em 
menos de 1% dos casos 
ADENOMIOSE 
❖ Sintomatologia variável, destacando-se dor pélvica, 
fluxo menstrual com duração prolongada na fase 
folicular ou sangramento de maior volume 
relacionado, essencialmente, à profundidade do 
miométrio atingido. 
❖ Glândula ou estroma endometrial em meio ao 
miométrio 
❖ Diagnóstico requer histopatológico 
❖ Dismenorreia e sangramento 
LEIOMIOMAS/MIOMAS 
❖ Neoplasia benigna 
❖ Responsivo aos hormônios ovarianos 
❖ Diagnóstico: exame físico e de imagem 
 
❖ Os sintomas variam de acordo com a localização. 
São classificados em submucosos, intramurais e 
subserosos e exames de imagem e histeroscopia são 
ferramentas úteis para melhor classificação. 
❖ Na presença de sintomas, pode-se proceder ao 
tratamento farmacológico, que tem como 
alternativas os mesmos medicamentos disponíveis 
para a redução do sangramento não estrutural. Não 
havendo resposta ao tratamento clínico, deve-se 
considerar a abordagem cirúrgica, na qual a via e o 
tipo de abordagem dependerão do número, da 
localização, do tamanho do mioma e do desejo 
futuro de concepção. 
❖ Os miomas submucosos, mais frequentemente, são 
associados ao SUA 
MALIGNIDADE E HIPERPLASIA DO ENDOMÉTRIO 
❖ Tem sua incidência aumentada após a menopausa, 
em especial em mulheres com fatores de risco, com 
destaque para obesidade, hipertensão arterial 
sistêmica, diabetes mellitus, história de nuliparidade, 
menopausa tardia ou anovulação crônica, em razão 
de mais exposição estrogênica do tecido 
endometrial. 
 
PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 3 
 
❖ Hiperplasia endometrial atípica, sarcoma de estroma 
endometrial, câncer de útero 
 
COAGULOPATIAS 
❖ qualquer alteração dos mecanismos de coagulação 
pode se expressar clinicamente por SUA. 
❖ Pacientes que apresentem queixa de aumento de 
volume menstrual desde a menarca, epistaxe, 
gengivorragia ou histórico de dificuldades de 
coagulação em situações de traumas ou cirurgias 
devem ser investigadas para distúrbios de 
coagulação. 
❖ A causa mais comum é a doença de von Willebrand. 
Porém, há outras causas como: hemofilia, disfunções 
plaquetárias, púrpura trombocitopênica e distúrbios 
da coagulação associados a doenças como 
hepatopatias e leucemia. 
❖ Muitos defeitos da coagulação que causam 
menorragia podem ser classificados genericamente 
em (1) disfunção da aderência das plaquetas ou (2) 
defeitos na estabilização da agregação plaquetária. 
Primeiro, durante as fases iniciais da hemostasia, as 
plaquetas aderem a falhas na parede do vaso por 
meio da ligação dos seus receptores ao colágeno 
exposto. A ligação depende do fator de von 
Willebrand (vWF), uma proteína plasmática. Uma vez 
ligadas, as plaquetas são ativadas e liberam um 
agonista potente para sua agregação, o 
tromboxano. Assim, redução no número de 
plaquetas ou inibidores do tromboxano pode levar à 
insuficiência na aderência das plaquetas e 
menorragia. Segundo, a cascata da coagulação 
leva à formação de fibrina que estabiliza as 
plaquetas agregadas. Falhas nos fatores da 
coagulação que formam essa cascata também 
predispõem a sangramento anormal 
❖ O rastreamento laboratorial para coagulopatias inclui 
hemograma completo com contagem de plaquetas, 
tempo de protrombina (TP) e tempo de 
tromboplastina parcial (TTP). 
DISFUNÇÕES OVULATÓRIAS: 
❖ sangramentos anovulatórios são mais frequentes nos 
extremos da vida reprodutiva 
❖ Os distúrbios ovulatórios mais prevalentes durante a 
menacme são a síndrome dos ovários policísticos, a 
anovulação secundária à obesidade e as de causas 
centrais, como as de origem hipotalâmica. 
❖ Ciclo ovulatório, sangramento da ovulação, 
descamação irregular, persistência do corpo lúteo. 
DISTÚRBIOS PRIMÁRIOS DO ENDOMÉTRIO 
❖ Indicada por alterações de hemostasia endometrial 
local, secundária à deficiência local de agentes 
vasoconstritores, excessiva ou acelerada lise do 
trombo endometrial (hiperfibrinólise) ou aumento de 
substâncias vasodilatadoras. 
❖ Podeainda ser decorrente de resposta inflamatória 
exacerbada, como na doença inflamatória pélvica. 
❖ A manifestação mais típica do sangramento uterino 
anormal de etiologia primária endometrial é o 
excesso de fluxo menstrual 
❖ Infecções e desordens da homeostase endometrial 
INFECÇÃO 
❖ Além de cervicite, o sangramento anormal também 
pode ser causado por endometrite crônica. O 
diagnóstico é confirmado pelo achado de 
plasmócitos em amostra de biópsia de endométrio 
Embora o sangramento seja uma queixa frequente 
em mulheres com endometrite, também é possível 
que haja leucorreia vaginal e dor em abdome 
inferior. A endometrite crônica foi associada a 
doenças infecciosas. Especificamente, foram 
implicados Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia 
trachomatis, agentes de vaginose bacteriana e 
espécies de Mycoplasma, como causadores de 
inflamação endometrial de baixo grau. 
❖ Pode-se observar sangramento uterino anormal 
causado por endometrite nas pacientes com doença 
inflamatória pélvica (DIP) aguda, assim como 
naquelas com doença subclínica ou silenciosa 
CAUSAS IATROGÊNICAS 
❖ Sistemas intrauterinos medicados ou inertes e agentes 
farmacológicos que alteram diretamente o 
endométrio, interferindo nos mecanismos de 
coagulação do sangue ou influenciando a ovulação. 
❖ Anticoncepcionais hormonais estão, com frequência, 
associados a sangramentos intermenstruais e 
manchas (spotting) 
❖ Outros medicamentos: anticoagulantes, ácido 
acetilsalicílico, antiepilépticos, hormônio tireoidiano, 
antidepressivos (em especial, tricíclicos), fenotiazinas, 
tamoxifeno e corticosteroides 
 
PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 4 
 
DIU 
❖ Dispositivos intrauterinos contendo cobre. No nível 
celular, proporções desequilibradas de 
prostaglandinas e tromboxano foram propostas 
como possível causa da menorragia induzida por DIU. 
No nível tecidual, há aumento de vascularização 
endometrial, congestão e degeneração nas usuárias 
de DIU. Essas alterações resultam em hemorragia 
cornual que pode levar à metrorragia. Após ter-se 
excluído as possibilidades de gravidez, infecção ou 
doença estrutural evidente, as pacientes com 
sangramento relacionado ao DIU podem ser tratadas 
inicial e empiricamente com AINEs. 
❖ Sistema intrauterino liberador de levonorgestrel. Esse 
sistema, comercializado como Mirena, pode levar a 
sangramento uterino anormal em algumas usuárias. A 
causa do sangramento não está esclarecida, mas 
down-regulation do estrogênio e dos receptores de 
progesterona, aumento da população local de 
leucócitos e alterações na morfologia vascular 
endometrial, na hemostase e no reparo endometrial. 
AINEs servem como tratamento de primeira linha. 
CONDIÇÕES NÃO CLASSIFICADAS 
❖ lesões locais ou condições sistêmicas raras que 
podem causar SUA, como malformações 
arteriovenosas, da hipertrofia miometrial, da 
istmocele e das alterações müllerianas 
MALFORMAÇÕES ARTERIOVENOSAS 
❖ Trata-se de uma mistura de canais arteriais, venosos e 
capilares com ligações fistulosas. As MAVs uterinas 
podem ser congênitas ou adquiridas 
❖ As pacientes afetadas frequentemente se 
apresentam com menorragia ou menometrorragia 
após abortamento, curetagem ou outra cirurgia 
uterina intracavitária. 
❖ O sinal de apresentação pode ser sangramento 
uterino intenso não associado a trauma do colo 
uterino ou à perfuração uterina. 
❖ Os sintomas podem se instalar lentamente ou 
aparecer subitamente e com sangramento 
potencialmente letal 
❖ Em alguns casos as MAVs são visualizadas 
inicialmente com ultrassonografia 
❖ Tomografia computadorizada (TC) com contraste, 
ressonância magnética (RM), ultrassonografia com 
infusão salina e histeroscopia são utilizadas para 
obtenção de imagem dessas lesões 
❖ As malformações arteriovenosas tradicionalmente 
eram tratadas com histerectomia. Contudo, 
abordagens menos invasivas têm sido usadas. Entre 
essas estão embolização arterial ou coagulação 
cirúrgica dos vasos arteriais nutridores da MAV 
INCIDÊNCIA 
INFÂNCIA 
❖ O sangramento anterior à menarca deve ser 
pesquisado como achado anormal. 
❖ A avaliação inicial deve se concentrar na 
determinação do local do sangramento, porque os 
sangramentos vaginal, retal e uretral podem ser 
semelhantes. 
❖ Nessa faixa etária, a vagina, mais do que o útero, é a 
fonte de sangramento mais comum. 
❖ A vulvovaginite é a causa mais frequente, mas 
condições dermatológicas, crescimento neoplásico 
ou trauma por acidente, abuso sexual ou corpo 
estranho também podem ser as razões. 
❖ Em geral, o sangramento uterino propriamente dito é 
causado por aumento nos níveis de estrogênio. 
Puberdade precoce, ingestão exógena acidental ou 
neoplasias ovarianas devem ser considerados nessas 
crianças. 
ADOLESCÊNCIA 
❖ O sangramento uterino anormal resulta de 
anovulação e defeitos na coagulação em taxas 
desproporcionalmente mais altas, em comparação 
com as mulheres adultas em idade reprodutiva. 
❖ Crescimentos neoplásicos, como pólipos, leiomiomas 
e neoplasias ovarianas, são menos frequentes. 
❖ É importante notar que as possibilidades de gravidez, 
doenças sexualmente transmissíveis e abuso sexual 
não devem ser desprezadas nessa população. 
IDADE REPRODUTIVA 
❖ Passada a adolescência, o eixo hipotálamo-hipófise-
ovário amadurece e o sangramento uterino 
anovulatório torna-se menos frequente. 
❖ Com o aumento da atividade sexual, aumentam 
também as taxas de sangramento relacionado com 
gravidez e com doenças sexualmente transmissíveis 
❖ A incidência de leiomiomas e de pólipos endometriais 
torna-se comum nas mulheres nessa faixa etária 
PERIMENOPAUSA 
❖ O sangramento uterino anovulatório, causado por 
disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, torna-
se um achado mais comum nesse grupo. 
❖ Com o avanço da idade, aumentam os riscos de 
crescimento neoplásico benigno e maligno. 
❖ Neoplasias malignas, em especial carcinoma 
endometrial, são encontradas com maior frequência 
nesse grupo etário. Menos comumente, o tumor 
ovariano produtor de estrogênio pode causar 
hiperplasia endometrial com sangramento uterino 
MENOPAUSA 
❖ O sangramento após a menopausa 
caracteristicamente é causado por doenças 
benignas. 
❖ A maioria dos casos é causada por atrofia do 
endométrio ou da vagina. 
 
PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 5 
 
❖ Os pólipos endometriais benignos também podem 
causar sangramento nessa população 
DIAGNÓSTICO 
AVALIAÇÃO CLÍNICA 
❖ História clara de sangramento, anamnese minuciosa 
e detalhada do padrão menstrual, uso de 
medicações, cirurgias prévias, antecedentes 
obstétricos e histórico de sangramentos em outros 
sítios, como gengivorragia e epistaxe, frequentes em 
coagulopatias 
❖ Exames físicos geral, abdominal e pélvico podem 
identificar e resolver condições como pólipos 
cervicais e miomas “paridos” durante o atendimento, 
além de excluir patologias do trato genital inferior, 
que podem causar sinusorragia e sangramento 
intermenstrual. 
❖ Na prática, o volume de sangramento é difícil de ser 
mensurado, mas deve-se levar em conta o impacto 
do sangramento sobre a rotina da paciente 
ANAMNESE: 
❖ Padrão de sangramento; 
❖ Sintomas sugestivos de anemia; 
❖ História sexual e reprodutiva; 
❖ Sintomas associados; 
❖ Sintomas associados a causas sistêmicas; 
❖ Doenças crônicas; 
❖ Medicações em uso; 
❖ Antecedentes familiares; 
EXAMES COMPLEMENTARES 
❖ Betagonadotrofina coriônica humana (β-hCG) para 
descartar gestação 
❖ Hemograma completo 
• Causas sistêmicas devem ser pesquisadas em 
situações específicas quando a epidemiologia 
ou a clínica sugerirem, com investigação inicial 
através de tempo de sangramento e de 
coagulação e contagem de plaquetas, sendo 
recomendável o seguimento conjunto com 
hematologista. 
❖ Solicitar avaliação ultrassonográfica para identificar 
ou descartar causas estruturais 
❖ Diante das suspeitas delesões focais, pode-se 
complementar a investigação com 
histerossonografia, histeroscopia e biópsia de 
endométrio. 
❖ A biópsia endometrial pode ser indicada sem 
evidência de lesão estrutural e com espessamento de 
endométrio, especialmente nas obesas e com idade 
acima de 45 anos, ou na presença de fatores de risco 
para câncer de endométrio, além dos casos de SUA 
persistente, com falha terapêutica e dúvida 
diagnóstica. 
❖ Na suspeita de distúrbios ovulatórios (irregularidade 
menstrual), com ou sem outros sintomas associados, 
realizar a dosagem de prolactina e exames de 
função tiroidiana, para o diagnóstico diferencial das 
anovulações. 
❖ Exame ginecológico completo 
❖ Itens indispensáveis: 
• Sinais vitais: pressão arterial, pulso; 
• Palpação da tireoide; 
• Abdome: distensão, massas palpáveis, 
hepatomegalia 
• Pele: petéquias, sinais de hirsutismo 
DIAGNÓSTICO 
❖ No SUA, o diagnóstico etiológico direciona à 
terapêutica e está diretamente associado ao sucesso 
do tratamento. Apenas em situações de 
sangramento agudo e intenso é aceitável que o 
tratamento seja instituído, com o único objetivo de 
estancar a hemorragia e estabilizar a hemodinâmica 
da paciente, postergando a investigação para assim 
que o sangramento estiver controlado. 
❖ O diagnóstico definitivo é feito por meio de biópsia 
de lesão difusa ou focal, sendo que nessa última a 
biópsia guiada por histeroscopia tem maior 
sensibilidade (94,4%) e especificidade (99,6%). 
❖ *ver fluxograma 
❖ Sinais clínicos associados a sangramento uterino 
anormal 
Sinal Etiologia do sangramento 
Obesidade 
Sangramento anovulatório 
Hiperplasia do endométrio 
Câncer do endométrio 
Sinais de SOP: Acne 
Hirsutismo Obesidade 
Acantose nigricante 
Sangramento anovulatório 
Hiperplasia do endométrio 
Câncer do endométrio 
Sinais de hipotireoidismo: 
Bócio Ganho ponderal 
Sangramento anovulatório 
Sinais de 
hipertireoidismo: 
Exoftalmia Perda 
ponderal 
Não classificada 
Hematomas, 
sangramento gengival 
Coagulopatia 
Sinais de 
hiperprolactinemia: 
Galactorreia 
Hemianopsia bilateral 
Sangramento anovulatório 
Septo vaginal 
longitudinal 
Episódios de menstruação 
encarcerada 
Cervicite 
Endometrite 
Sinais de gravidez: Colo 
uterino azulado 
Amolecimento do istmo 
Útero aumentado 
Abortamento 
Gravidez ectópica 
Doença trofoblástica 
gestacional 
Massa endocervical 
Prolapso de leiomioma ou 
sarcoma uterino 
Câncer do colo uterino Pólipo 
endocervical 
Massa ectocervical 
Ectrópio 
Câncer do colo uterino 
 
PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 6 
 
Útero aumentado 
Gravidez 
Leiomioma 
Adenomiose 
Hematometra 
Câncer endocervical 
Sarcoma uterino 
Massa em anexial 
Gravidez ectópica 
Câncer da tuba uterina 
Produção de hormônio 
 
TRATAMENTO 
CAUSAS ESTRUTURAIS 
❖ PÓLIPOS: são tratados com polipectomia 
histeroscópica. 
❖ MIOMAS SUBMUCOSOS E OS INTRAMURAIS COM 
COMPONENTE SUBMUCOSO : geralmente são 
tratados cirurgicamente, enquanto os demais podem 
ser submetidos a tratamento farmacológico. 
• Não havendo resposta ao tratamento clínico, 
deve-se considerar a abordagem cirúrgica, na 
qual a via e o tipo de abordagem dependerão 
do número, da localização, do tamanho do 
mioma e do desejo futuro de concepção. 
• Em miomas muito grandes, pode ser utilizado 
análogo do hormônio liberador de gonadotrofina 
(GnRH) previamente à cirurgia, por cerca de três 
meses, para redução do volume e recuperação 
de pacientes com anemia. 
❖ ADENOMIOSE: Deve ser pautado no desejo 
reprodutivo da mulher, pois a histerectomia é o 
tratamento definitivo, porém, em muitos casos, a 
sintomatologia pode ser controlada de maneira 
farmacológica, com as mesmas opções 
medicamentosas das causas não estruturais, 
havendo mais preferência pelos regimes contínuos ou 
estendidos de anticoncepcionais combinados e pelo 
uso de progestagênios isolados 
CAUSAS NÃO ESTRUTURAIS 
❖ O tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico 
❖ O tratamento medicamentoso do SUA baseia-se na 
ação dos esteroides sexuais e de outros mediadores 
inflamatórios sobre o endométrio, além do controle 
hemostático do sangramento. As opções disponíveis 
são tratamento hormonal (estrogênio e 
progestagênio combinados, progestagênio oral 
cíclico ou contínuo, progestagênio injetável, sistema 
intrauterino liberador de levonorgestrel) e tratamento 
não hormonal (anti-inflamatórios, antifibrinolíticos) 
❖ Os principais limitantes ao uso contínuo de 
progestagênio isolado são sangramentos 
inesperados decorrentes de instabilidade 
endometrial. Os progestagênios podem apresentar 
efeitos colaterais como sangramentos irregulares, 
mastalgia, cefaleia, edema e acne, que podem 
limitar seu uso. 
❖ O tratamento não hormonal do SUA inclui o uso de 
antifibrinolíticos ou de anti-inflamatórios não 
esteroidais (AINE). São particularmente indicados a 
mulheres que não desejam usar hormônios ou 
tenham contraindicação ao seu uso, ou, ainda, 
pretendam engravidar. 
❖ Antifibrinolíticos são medicações que reduzem a 
fibrinólise, podendo diminuir o volume de 
sangramento em até 50%. O mais usado é o ácido 
tranexâmico, que tem meia-vida curta, devendo ser 
administrado três a quatro vezes ao dia, com dose 
recomendada variável. 
❖ Os AINEs exercem sua ação por meio da inibição da 
cicloxigenase, que é a enzima que catalisa a 
transformação de ácido araquidônico em 
prostaglandina e tromboxano. Podem ser usados 
isoladamente ou como terapia adjuvante de um 
tratamento hormonal. Um dos AINEs mais estudados 
com essa finalidade é o ácido mefenâmico, que 
deve ser usado durante os dias de fluxo menstrual, 
reduzindo também a queixa de dismenorreia 
❖ Outra opção terapêutica são os análogos do GnRH 
de depósito, geralmente usados quando há falha em 
outras terapias clínicas, lembrando que não devem 
ser utilizados por mais de seis meses, em razão do 
impacto sobre a massa óssea secundária ao 
hipoestrogenismo. Também podem ser utilizados 
antes de cirurgias, por exemplo, em miomas, em 
especial para possibilitar a recuperação em casos de 
anemia 
TRATAMENTO SUA AGUDO 
❖ controlar o episódio vigente de sangramento, 
estabilizar a mulher e reduzir o risco de perda 
sanguínea excessiva nos ciclos subsequentes. 
❖ A escolha do tratamento depende: da estabilidade 
hemodinâmica + o nível de hemoglobina + a suspeita 
da etiologia do sangramento + comorbidades 
associadas e do desejo reprodutivo. 
❖ O tratamento de escolha inicialmente é 
medicamentoso, podendo ser hormonal ou não 
hormonal. As opções hormonais disponíveis incluem 
contraceptivos orais combinados ou progestagênios 
isolados em altas doses, estes preferencialmente para 
mulheres com contraindicação ao uso de estrogênios 
❖ Os antifibrinolíticos e os AINEs são opções não 
hormonais, utilizados de forma semelhante a seu uso 
nos casos crônicos, havendo, ainda, a opção de 
antifibrinolítico na forma endovenosa. 
❖ A decisão por internação baseia-se no volume do 
sangramento, na estabilidade hemodinâmica e nos 
níveis de hemoglobina no momento do atendimento 
❖ As modalidades terapêuticas cirúrgicas incluem 
curetagem e histerectomia, dependendo das 
condições clínicas e do desejo reprodutivo da mulher 
RECOMENDAÇÕES FINAIS 
 
PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 7 
 
❖ Na avaliação etiológica do SUA, seguir o acrômio 
PALM-COEIN. 
❖ Para diagnóstico do SUA, inicialmente excluir gravidez 
em mulheres em idade fértil, avaliar parâmetros de 
frequência, duração e volume menstrual, realizar 
exames físicos geral e ginecológico completo e 
avaliação ultrassonográfica pélvica para investigar 
SUA de etiologia estrutural ou não. 
❖ O tratamento do SUA depende da etiologia. 
❖ O SUA agudo com repercussão hemodinâmica 
requer estabilização clínica da mulher antes da 
investigação etiológica. 
❖ Em geral, a primeira linha de tratamentodo SUA é 
medicamentosa, destinando-se o tratamento 
cirúrgico a falha ou contraindicação a tratamento 
clínico ou a casos de instabilidade hemodinâmica 
importante. Curetagem uterina auxilia a interromper 
o sangramento agudo e fornece material para 
estudo histológico do endométrio. É relevante a 
mulheres com mais de 50 anos, obesas e hipertensas. 
Na decisão terapêutica, considerar, além da 
etiologia, medicamentos e recursos tecnológicos 
disponíveis e o desejo reprodutivo e de preservação 
do útero da mulher 
Referência: Sangramento-uterino-anormal manual 
febrasgo & Ginecologia de Williams. 
 
 
 
 
 
 
 
PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 9

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