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SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL DEFINIÇÃO EPIDEMIOLOGIA O sangramento uterino anormal (SUA) é um distúrbio em que um ou mais dos parâmetros do sangramento uterino normal está alterado: quantidade, duração ou frequência em mulheres não gravidas. Mais prevalente em mulheres na perimenopausa Infância: vagina é a principal fonte de sangramento, sendo a vulvovaginite a causa mais frequente. Além da vagina, pode ter origem na uretra, secundário a prolapso uretral ou infecções. Nessa faixa etária, o sangramento uterino é causado por aumento de estrogênio, como na puberdade precoce. Adolescência: resulta em anovulação e defeitos na coagulação. Neoplasias, pólipos e leiomiomas são infrequentes. Não devemos descartar IST, abuso sexual e gravidez. Idade Reprodutiva: leiomiomas, pólipos endometriais, gravidez, IST Perimenopausa: O sangramento uterino anovulatório, causado por disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, torna-se um achado mais comum nesse grupo. Menopausa: doenças benignas: maioria dos casos é decido a atrofia do endométrio ou da vagina; neoplasias malignas: Carcinoma endometrial. CLASSIFICAÇÃO SINAIS E SINTOMAS Causas estruturais Causas não estruturais Os sinais e sintomas vão depender da etiologia que causa o SUA. Menorragia: menstruação por mais de sete dias ou com perda sanguínea superior a 80 mL; Metrorrgia: sangramento intermenstrual; Sangramento pós-coito; Dor pélvica, dismenorreia. Pólipo Adenomiose Leiomima Malignas Coagulopatia (principalmente doença de Von Willebrand) Ovulatória Endometrial Iatrogênica Não classificada DIAGNÓSTICO ABORDAGEM INICIAL A avaliação secundária pode ser realizada, quando necessário, com histerossonografia (A histerossonografia é a USG da pelve com infusão salina, que permite a visualização de massas que comumente causam sangramento uterino), histeroscopia (exame no qual se insere um endoscópio óptico na cavidade endometrial. Distende-se, então, a cavidade uterina com por injeção de meio salino, melhorando a visualização. Além da inspeção, permite a biópsia do endométrio. Biópsia de endométrio à mulheres sem evidência de lesão estrutural com espessamento do endométrio, especialmente nas obesas, com idade acima de 45 anos, ou na presença de fatores de risco para câncer de endométrio; uso de estrogênio persistentemente sem oposição por progestagênio; SUA persistente, com falha das terapêuticas utilizadas e dúvida no diagnóstico Causas sistêmicas devem ser pesquisadas através de tempo de sangramento e de coagulação, de contagem de plaquetas, de dosagem de prolactina e de provas de função tiroidiana. Ana Luiza Cardoso – Med 8 Histórico dos ciclos menstruais: idade da menarca, DUM, período, volume, fluxo do sangramento. Possui sintomas associados? Exame físico: Inicialmente, deve-se confirmar a localização do sangramento - Deve-se solicitar beta hCG e hemograma, bem como realizar uma avaliação ultrassonográfica para afastar causas estruturais, lembrando que, nas mulheres na menacme, esse exame deve ser realizado preferencialmente após o sangramento. TRATAMENTO TRATAMENTO DAS LESÕES ESTRUTURAIS MIOMAS ADENOMIOSE O tratamento farmacológico é a primeira opção antes da cirurgia, tendo como opções as mesmas do tratamento do SUA não-estrutural. Caso não haja resposta, indica-se a cirurgia, que pode ser realizada via histeroscopia, laparoscopia ou laparotomia, a depender das características do tumor - em número, localização, tamanho e considerando se há desejo de concepção – e da paciente. Os miomas submucosos estão mais associados ao SUA. A depender do componente submucoso ou intramural do tumor, decide-se a abordagem mais adequada. Caso a lesão seja majoritariamente intracavitária, pode-se realizar a abordagem exclusivamente histeroscópica. Lesões grandes e com componente intramural importante devem ser realizadas via laparoscopia ou laparotomia. Miomas pequenos (<2cm) podem ser retirados no ambulatório a depender das condições clínicas da paciente. Miomas maiores que 3cm têm maiores complicações e podem afetar o miométrio circundante, sendo a miomectomia em dois tempos cirúrgicos uma boa opção para esses casos. Miomas intramurais podem ser retirados por via laparoscópica ou laparotômica. Já miomas extensos devem ser tradados idealmente com análogo de GnRH durante os 3 meses antes da cirurgia, objetivando a redução do tamanho. Caso não haja possibilidade de miomectomia e nem desejo de concepção, indica-se a histerectomia – que pode ser por via vaginal, laparoscópica ou laparotômica. Outra opção quando se quer preservar a fertilidade é a embolização de artéria uterina (EAU) é tratada com histerectomia. Porém estudos mostram que os sintomas podem ser controlados com terapias supressivas semelhantes às utilizadas para SUA sem alteração estrutural, quando se deseja manter a capacidade reprodutiva PÓLIPOS polipectomia histeroscópica TRATAMENTO DAS CAUSAS NÃO ESTRUTURAIS Tratamento das causas COEIN pode ser: Hormonal: Estrogênio e progestagênio combinados; Progestagênio oral cíclico ou contínuo; Progestagênio injetável; Sistema uterino liberador de levonorgestrel(SIU-LING) Não hormonal: Anti-inflamatórios, Antifibrinolíticos Estrogênio e progestagênio combinados Progestagênio injetável Progestagênio isolado sistêmico Geralmente, os contraceptivos combinados monofásicos são usados em esquemas cíclicos, com pausas – podendo, no entanto, ser utilizados continuamente. Esse medicamento inibe a ovulação. Suas contra-indicações incluem HAS, enxaqueca com aura, fumantes maiores que 35 anos, trombofílicas, Não há evidência robusta demonstrando benefício desse medicamento para o SUA, mas 24% das mulheres podem ter amenorreia com seu uso. Efeitos colaterais podem limitar sua tolerância, incluindo sangramentos irregulares, ganho ponderal e cefaleia Os estrogênios promovem atrofia endometrial e atuam contra a inflamação. Há diferentes formulações: contínuo, cíclico, por via oral, injetável e intrauterina. O principal efeito colateral, que atua como limitante, é o sangramento inesperado Sistema intrauterino liberador de levonorgestrel (SIU-LING) Anti-fibrinolíticos Anti-inflamatórios não-esteroidais É considerado mais efetivo para o tratamento do SUA do que os contraceptivos orais. Promove redução substancial no volume do sangramento e tem melhor aceitação, devido ao tratamento prolongado e menor ocorrência de efeitos adversos. Não é recomendado se a cavidade uterina estiver irregular, por risco de expulsão. Seu efeito colateral mais comum é o sangramento inesperado nos primeiros 3 meses de uso Mulheres com fluxo menstrual aumentado podem ter ativação do sistema fibrinolítico na menstruação, gerando degradação do coágulo formado para conter o sangramento. Logo, medicamentos que inibem a fibrinólise contribuem para redução do sangramento. O ácido tranexâmico é frequentemente indicado Esses medicamentos inibem a ciclooxigenase. O aumento da inflamação endometrial se associa a maior fluxo hemorrágico e menstrual, o que explica o uso de anti-inflamatórios para conter o SUA. O mais estudado é o ácido mefenâmico, com redução de 25% a 50% do volume de sangramento. Os efeitos colaterais mais frequentes são os gastrintestinais Ana Luiza Cardoso – Med 8
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