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!Icterícia e cianose 1 🟡 !Icterícia e cianose Icterícia Trata-se de uma coloração amarelada dos tecidos decorrente de depósito de bilirrubina; É um sinal de doença hepática (bilirrubina direta) ou sinal de distúrbio hemolítico (bilirrubina indireta); Aumentos discretos de bilirrubinas apresentam-se pela esclera amarelada. À medida que há aumento dessa bilirrubina, a pele também fica com a mesma coloração. Diagnósticos diferenciais: carotenoderma (alimentação), medicação e exposição a fenóis. Outros sintomas que acompanham a icterícia: colúria pela excreção renal de bilirrubinas, indica aumento da fração direta da bilirrubina; acolia fecal (fezes esbranquiçadas; A icterícia é medida de 1 a 4 +. Metabolismo da bilirrubina É um pigmento resultado da degradação do heme (ferroprotoporfina); 70 a 80% derivam da degradação da hemoglobina em eritrócitossenis. O restante vem da destruição de eritoides na medula óssea (fisiológico). !Icterícia e cianose 2 A formação da bilirrubina ocorre nas células retículoendoteliais do baço e fígado. A bilirrubina indireta formada é insolúvel em água (chega assim no baço e fígado). Nesses órgãos, ela se torna direta. Para ser transportada, essa bilirrubina não conjugada (indireta) se liga à albumina e é transportada ao fígado, onde é captada por hepatócitos. Dentro dessa célula, a bilirrubina é solubilizada e conjugada, tornando-se hidrofílica (direta. Assim, essa passa a ser transportada para os canalículos biliares. Ela drena para o duodeno e atravessa inalterada a porção proximal no delgado, sendo hidrolizada no íleo e colo. Reduzida pela flora bacteriana intestinal, forma uribilinogênios, dos quais 80 a 90% são excretados nas fezes e 10 a 20% absorvidos para o sangue venoso portal e re-excretados no fígado. Uma pequena porção é filtrada pelos glomérulos e ezcretada na urina. Por isso que problemas na eliminação dessa Bilirrubina DIRETA gera falta de estercobili e uribili, que altera a coloração do cocô e da urina. Hiperbilirrubinemia Resulta da produção excessiva de bilirrubina, ou da deficiência na captação, conjugação ou na excreção de bilirrubina ou da regurgitação da bilirrubina não conjugada ou conjugada a partir de hepatócitos ou ductos biliares comprometidos. B. Indireta: O aumento da bi resulta na produção excessiva ou do comprometimento na captação ou confugação da bilirrubina. (Doenças hemolíticas ou genéticas geram isso). B. Direta: O aumento da bd por redução da excreção para dentro dos ductos biliares. (Doenças biliares, hepáticas...). Pode ser mista se o dano hepático for maior. Na hiperbilirrubinemia é necessário avaliar se o aumento é por bi ou bd, além de estudar os outros exames hepáticos bioquímicos. Hiperbilirrubinemia não conjugada isolada: !Icterícia e cianose 3 Diferenciar se o paciente apresenta um processo hemolítico (produção excessiva de bi) ou se há comprometimento na captação/conjugação da bi (medicamentos ou distúrbios genéticos). Basicamente, aumento da destruição de hemácias ou problemas hepáticos. Distúrbios hemolíticos: esferocitose, anemia hemolítica, anemia falciforme, hpn, doenças autoimunes. Distúrbios da conjugação: medicamentos, síndrome de cligler-najar, sindrome de gilbert, defeitos genéticos. Hiperbilirrubinemia conjugada: Acontece quando mais de 50% da bilirrubina sérica está conjugada. Resulta da diminuição da secreção canalicular e/ou drenagem biliar das diferentes fromas da bilirrubina direta. Pode acontecer refluxo através dos hepatócitos para a linfa e plasma. Quando há redução da excreção hepatobiliar, ela é filtrada pelo glomérulo junto com os ânios orgânicos. A icterícia colestática pode ser diferenciada da hepatocelular com base na retenção de todos os componentes da bile e efeitos pelo excesso de sais biliares. Basicamente, há uma obstrução na saída, o que gera acúmulo em todas as vias, aumentando a concentração de Bilirrubina no sangue e como consequência, na urina. Já as fezes ficam brancas, porque a bilirrubina não está sendo excretada. Em uma icterícia obstrutiva é difícil ter apenas aumento de BD, porque há uma intervenção retrógrada em todo o processo. Aumenta a BI também, como consequente. Sempre pensar em causas obstrutivas se o paciente tiver acolia fecal ou colúria. Outras anormalidades hepáticas que podem ser responsáveis pela H.C: processo hepatocelular primário (hepatite, cirrose, hepatotoxicidade, álcool); Distúrbios colestáticos (intra ou extra hepáticos); Distúrbios hepatocelulares: hepatites virais, toxicidade medicamentosa, alcoolismo e cirrose, doença de wilson, hepatite autoimune. Distúrbios colestáticos: !Icterícia e cianose 4 Extra-hepática: coledocolitíases, pancreatite, ascaridíase, síndrome de Mirizzi, colangiopatia da aids, além de transaminases, elevação de fosfatase alcalina e GGT. Icterícia neonatal: Icterícia fisiológica: ocorre como uma resposta à capacidade limitada do bebê para eliminar a bilirrubina nos primeiros dias de vida. Icterícia do leite materno: ocorre em bebês amamentados, devido à baixa ingestão de calorias ou desidratação. Icterícia de hemólise: ocorre devido a doença hemolítica do recém-nascido, quando apresenta elevada contagem de células vermelhas no sangue ou sangramento. Icterícia relacionada com a função hepática inadequada: ocorre devido a infecção ou outros fatores. Cianose Coloração azulada da pele e das mucosas que resulta do aumento da quantidade de hemoglobina reduzida (hemoglobina desoxigenada) ou de derivados da hemoglobina (metemoglobina*) nos pequenos vasos sanguíneos dos tecidos. Costuma ser acentuada nos leitos ungueais, nos lábios, orelhas e proeminências malares. A metemoglobinemia se origina de uma hemoglobina não funcional, que foi oxidada, mudando sua configuração de ferro heme do estado ferroso (Fe2+) para o férrico (Fe3+). Essa condição reduz o suprimento de O2 para os tecidos, uma vez que os hemes férricos da metemoglobina não se ligam a esse composto, resultando em cianose. Causas: Intoxicação por derivados da anilina, dapsona, anestésicos locais, nitratos, primaquina, sulfonamidas. A metemoglobina é a forma oxidada da hemoglobina, que além de não se ligar ao oxigênio, aumenta a afinidade deste pela porção parcialmente oxidada da hemoglobina. A concentração aumentada da metemoglobina no sangue decorre de alterações congênitas e de exposição a agentes químicos diversos, resultando em quadro com múltiplos diagnósticos diferenciais, que se não tratado pode levar ao óbito. Caracteriza-se pelo aumento da hemoglobina reduzida ou pigmentos hemoglobínicos anormais em áreas de perfusão sanguínea. A hemoglobina normal é de 12 a 15 g/dl. Concentrações de desoxihemoglobina acim de 5 g/dl caracterizam a cianose. Ao passar pelos capilares, a Hb saturada de oxigênio (oxi*hemoglobina) que é vermelha, libera o O2 nos tecidos, sendo reduzida e formando desoxihemoglobina, que é azulada. !Icterícia e cianose 5 Diferenciação por localização: Generalizada: observada em toda a pele, embora predomine em algumas regiões; Localizada: apenas em algum segmento. Ex: obstrução de uma veia; Intensidade da cianose: Leve, moderada ou intensa. Tipos de cianose: Central: há uma queda de saturação excessiva, permanecendo normal o consumo de oxigênio nos capilares. É generalizada, melhora com O2, aparece com extremidades mesmo que aquecidas, sem melhora com maior aquecimento. Ocorre nas situações: Diminuição da tensão de O2 no ar inspirado (grandes altitudes, por exemplo); Hipoventilação pulmonar ou função pulmonar gravemente diminuída. Ex: diminuição da superfície respiratória (atelectasia, pneumotórax, pneumonia, edema pulmonar). Shunt venoarterial ou fístula arteriovenosa; Periférica: generalizada ou localizada, principalmente em extremidades, sem melhora com O2, extremidades frias, melhora com água aquecida. A causa mais comum é: Vasoconstrição periférica na exposição à agua ou frio; Fenômeno de Raynaud: Caracteriza-se por episódiosreversíveis de vasoespasmos de extremidades, associados a palidez, seguido por cianose e rubor de mãos e pés, que ocorrem usualmente após estresse ou exposição ao frio. Obstrução arterial. Vasoespasmo induzido pelo frio. Obstrução venosa pode provocar cianos por dilatação dos plexos venosos subpapilares. Cianose mista: associação de mecanismos responsáveis pela cianose central e periférica. Exemplo: Insuficiência cardíaca grave, com congestão pulmonar impedindo oxigenação do sangue e estase venosa periférica com perda exagerada de O2. Sintomas associados: Dispneia, febre, dor torácica, hipotensão, instabilidade hemodinâmica, arritmias, palpitação, lipotímia, tosse. !Icterícia e cianose 6 Continuação: Após definir as características da cianose (localização, tipo e intensidade) e sintomas associados, precisamos definir suas possíveis causas. Para tal, deve-se encaixar o tipo dentro dos 4 grupos de causa possível: Central, periférica, mista e hemoglobina anormal. !Icterícia e cianose 7
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