Prévia do material em texto
C O A R C T A Ç Ã O D E A O R T A O termo coarctação deriva do latim coartatio, que significa contração, e quando usado para descrever uma anomalia congênita da aorta, refere-se a urna constrição no istmo aórtico, entre a subclávia esquerda e a inserção do canal arterial ou ligamento arterial. Assim, a coarctação de aorta é uma doença caracterizada por um estreitamento localizado na região descendente da aorta torácica, após origem da artéria subclávia esquerda e na zona de inserção do canal arterial. LAYANE SILVA De forma geral, ocorre em cerca de 5-8% do total de pacientes com malformações cardíacas congênitas e o índice homem:mulher é de 2:1 em pacientes com coarctação isolada e de 1:1 quando outras lesões estão presentes. EPIDEMIOLOGIA Valva aórtica bicúspide (60%) Hipoplasia do arco aórtico e outras anormalidades do arco (18%); Comunicação interventricular e persistência do canal arterial (13%); Anormalidades da valva mitral (8%); Estenose subaórtica (6%). Síndrome de Turner; Aneurismas do polígono de Willis (10%). Há maior incidência de dilatação e ruptura da aorta, e maior mortalidade por doença coronariana, devido à degeneração de fibras elásticas da camada média da aorta - o que pode indicar uma arteriopatia difusa. Compõem a "síndrome da coarctação da aorta" , com seu quadro clínico peculiar de insuficiência cardíaca precoce e alta mortalidade no primeiro ano de vida. Outros defeitos citados são: fibroelastose endocárdica ventricular esquerda (também responsável por quadro grave de insuficiência cardíaca), obstrução subaórtica, artéria subclávia direita aberrante, comunicação interatrial, deformidades da valva mitral (valva em paraquedas, configurando a síndrome de Shone) e anomalias cardíacas complexas corno transposição simples ou corrigida das grandes artérias, anomalia de Taussig- Bing, dupla via de saída do ventrículo direito, entre outras. Entre as anomalias não cardíacas estão presentes: Há uma correlação grande entre coarctação de aorta e síndrome de Turner, cujas características fenotípicas são: individuo do sexo feminino, pescoço alado, cubitus valgo, hiperteilorismo mamilar, ao nascimento pode haver edema de extremidades (mãos e pés), que podem ajudar na identificação na maternidade. A maior incidência de coarctação da aorta e valva aórtica bicúspide associada a síndrome de Turner (aneuploidia causada pela ausência ou presença anormal do cromossomo X) indica que um fator genético que modula o desenvolvimento da aorta e valva aórtica esteja no cromossomo X. Podem provocar alteração vascular difusa, mediada por células neuroectodérmicas que migram para a camada muscular dos vasos, favorecendo posteriores dilatações. Desde 1760, suspeita-se que a coarctação da aorta resulta da junção defeituosa entre o 4º e o 6° arco embrionário, em 1841, a teoria skodaica ressaltou a grande incidência do defeito na região justaductal e sugerindo que a constrição era determinada pela extensão de fibras musculares do canal arterial na aorta, o que determinaria a coarctação à medida que o canal ocluía. Outro teoria atribui a coarctação ao baixo fluxo no sistema aórtico durante a vida fetal, o que justificaria a não associação com lesões com grande fluxo aórtico e baixo fluxo pulmonar (tetralogia de Fallot). Assim, com relação à coarctação de aorta, o fator causal ainda não está completamente elucidado, porém é sabido que há relação genética, associado, especialmente, com os seguintes genes: NOTCH1,MCTP2 and FOXC1 - observa-se que alguns genes que estão mais relacionados como, por exemplo o NOTCH1, que foi identificado em pacientes com outras obstruções esquerdas tais como valva aórtica bicúspide e síndrome do coração esquerdo hipoplásico. ETIOLOGIA A coarctação pode ser discreta, ou seja, isolada ou associada a outras cardiopatias congênitas, como valva aórtica bicúspide (60% dos casos), hipoplasia do arco aórtico, comunicação interventricular, anormalidades da valva mitral - esta se ancora em 2 músculos papilares, então pode haver 1 músculo papilar, não haver músculo papilar ou outras anormalidades (exemplo: valva em paraquedas) - estenose subaórtica, entre outros. DEFEITOS ASSOCIADOS obstrução mecânica associada a alterações nos barorreceptores na área pré-estenótica, hiperatividade do SRAA e resposta anormal aos agentes simpaticomiméticos explicam a gênese da hipertensão. Nessa doença há uma aorta doente, ou seja, ela não é habitual (normal) com as túnicas média, íntima normais, pois há um desenvolvimento anormal na embriogênese dos arcos braquiais ou do segmento da aorta entre eles, e ela tem um erro na construção dessas túnicas. O quadro depende do grau de obstrução e da magnitude da circulação colateral que se desenvolve entre os territórios pré e pós-coarctação, caracteriza-se pela hipertensão arterial na porção superior do corpo e normotensão ou hipotensão na região inferior. Outras consequências da coarctação são a hipertrofia do VE, determinada pela hipertensão arterial, e o desenvolvimento de circulação colateral para suprir o fluxo sanguíneo abaixo da área coarctada. FISIOPATOLOGIA LAYANE SILVA Há um vaso que comunica (canal arterial), e a teoria é que o canal entre para dentro da aorta e se prolifere por ali, esse arranjo anormal que anatomicamente não é esperado vai causar um desarranjo na estrutura histológica dessa artéria, então observa-se um componente intimal laminar (mais fino), um composto de fibrina com progressivo estreitamento ao longo do tempo. Ou seja, não há túnica média e íntima que é a parte elástica pois ela não é formada normalmente, então nesse caso ela tem mais fibrina, apresenta uma alteração de células musculares estruturais, e há evidência de fibrose e necrose nessa túnica média, que é a parte elástica e fica doente. Se há uma elástica composta pelos sarcômero que está doente, em uma analogia, seria como pegar um elástico e esticar e voltar várias vezes, com o tempo, ele vai ficar frouxo, essa frouxidão vai gerar dilatação, aneurisma e dissecção porque não tem o componente “grudado” da forma perfeita, mas sim fibrina e necrose no meio que podem acabar gerando essa complicação. A L T E R A Ç Ã O V A S C U L A R P R E S E N T E : d e f e i t o n a t ú n i c a m é d i a e i n t e r n a d a a r t é r i a a o r t a . Quando o bebê dentro da barriga da mãe possui um estreitamento, há um componente na vida intrauterina com o qual o bebê não sobrevive que é chamado de canal arterial, sendo importante lembrar que existe a placenta, ao descer da placenta, pula o fígado pelo ducto venoso, entra na átrio direito, cai no VD que empurra o sangue, pela alta pressão pulmonar 7- 10% vai para o parênquima pulmonar e o restante escapa pelo local de menor pressão que é o canal arterial. Se não houver canal arterial, o sangue do bebê não tem como chegar no rim, mesentério e etc. então ele é extremamente necessário para circulação fetal. Assim, quando o bebê está na barriga da mãe, ele não apresenta repercussões. QUADRO CLÍNICO Na microscopia eletrônica pode-se observar que (1) componente intimal é laminar, (2) composto de fibrina com progressivo estreitamento ao longo tempo, (3) alterações estruturais nas células musculares, e (4) evidência de fibrose e necrose em túnica média com formação de fibras elásticas atípicas - conclui- se que há uma doença da aorta, não só um estreitamento. C O M P L I C A Ç Õ E S : d i l a t a ç ã o a ó r t i c a , a n e u r i s m a e d i s s e c ç ã o . V I D A I N T R U T E R I N A : a u s ê n c i a d e r e p e r c u s s ã o c l í n i c a e m f u n ç ã o d a p r e s e n ç a d e c a n a l a r t e r i a l q u e f e c h a a p ó s o n a s c i m e n t o A: coarctação ductal B: coarctação pré-ductal C: coarctação p[os-ductal 1: aorta ascendente 2: artéria pulmonar 3: ducto arterial 4: aorta descendente 5: tronco braquiocefálico 6: artéria carótida comum 7: artéria subclávia D E P O I S Q U E O B E B Ê O N A S C E U : o s s i n t o m a s e s t ã o m a i s p r o e m i n e n te s e m 2 f a s e s : a t é 1 a n o ( c r í t i c a ) e f a s e a d u l t a ( n ã o c r í t i c a ) . Até 1 ano de vida: em recém-nascido, a clínica é de IC, que se manifesta nos primeiros 3 meses, e a coarctação é a principal cardiopatia congênita causadora de IC na primeira semana de vida em um recém-nascido acianótico, podendo evoluir com choque e insuficiência renal. Inicialmente, no caso da estenose/coarctação crítica, o bebê nasce bem e logo o sangue desce pelas valvas, veias pulmonares vai para o AE, cai no VE, vai para a aorta que empurra o sangue, mas não consegue passar pelo caminho habitual pois está fechado, então a pós-carga no VE pelo acúmulo de sangue se torna alta porque ele não consegue desaguar apenas acumular. Na parte de cima da aorta existem alguns vasos que vão para o polo cefálico e membros superiores - considerar que a subclávia fica mais próxima ao local do canal arterial e às vezes pode estar no lugar do canal arterial, muito próxima ao deságue, por isso, o membro superior esquerdo não é bom para tomar como referência, por isso, o teste do coraçãozinho é feito no membro superior direito e qualquer membro inferior, porque a perna fica sempre igual de qualquer maneira ambas serão afetadas, então sempre usar membro inferior e membro superior direito para evitar dúvidas já que a subclávia tem essa tendência a ser localizada mais próxima ou não do deságue, pode também ser segmentar (dividida em pedaços). COARCTAÇÃO DE AORTA CRÍTICA E V O L U Ç Ã O : f e c h a m e n t o p r o g r e s s i v o d o c a n a l r e d u ç ã o d o f l u x o s i s t ê m i c o l e v a a c h o q u e Assim o sangue está acumulando e a pressão do VE fica alta, no entanto, o VE tolera bem uma pressão alta e inicialmente não perde função - já o VD tolera mais volume, quando há pressão no VD, ele se desorganiza e perde função. LAYANE SILVA Com o passar do tempo, essa criança não vai ter um bom fluxo para baixo (MMII) e o pulso femoral desse bebê não será normal - por isso, é mandatório realizar palpação de pulso femoral já na sala de parto assim que o bebê nasce pois faz parte do exame do RN - na palpação do pulso femoral pode haver uma suspeita e esse bebê deve ser reavaliado. Se não há um bom deságue de sangue para a parte de baixo do corpo, onde está o rim e mesentério (intestino), pode haver insuficiência renal associada a baixo débito urinário e enterocolite necrosante (NEN), então é um bebê que começa a evoluir mal com sinais de choque. Assim, há hipertensão diferencial e saturação diferencial, ou seja, o bebê não fica todo roxo (exclui suspeita de tetralogia de fallot) porque o sangue está vindo normal para a parte de cima porque os vasos acima da aorta que vão para a cabeça e para os braços. Essa condição será identificada no teste do coraçãozinho porque ao medir a saturação no membro superior direito e no membro inferior constata-se a pressão e a saturação diferencial, associado a um bebê com sinais de choque e uma cor diferente. C O N S E Q U Ê N C I A : h i p e r t e n s ã o e m m e m b r o s s u p e r i o r e s e p o l o c e f á l i c o e a u s ê n c i a o u r e d u ç ã o d e p u l s o s e m m e m b r o s i n f e r i o r e s O canal arterial vai suprir a parte de baixo então o sangue que chega não tem saturação normal, pois esse sangue vem das veias cavas, passa pelo AD, VD, que chega para o pulmão e desce, assim, há um bebê com sinais estranhos pois ele é todo “rosa” com boca rosada mas as pernas um pouco cianóticas porque quem irriga a perna é o canal arterial e os membros superiores e polo cefálico são irrigados pelo sangue que vem do VE. O sangue que fica acumulando causa pressão diferente em cima e embaixo, há hipertensão em membros superiores e polo cefálico e pressão reduzida embaixo porque a irrigação é diferente, além disso a saturação da mão será diferente do pé, sendo mais baixa no pé porque a mão está sendo irrigada pelo VE que tem saturação 100% e o pé está sendo irrigado pelo canal cujo sangue vem do VD que tem saturação baixa. Q U A D R O C L Í N I C O : d e s c o n f o r t o r e s p i r a t ó r i o r á p i d o e p r o g r e s s i v o , I C C , c h o q u e c a r d i o g ê n i c o ( f e c h a m e n t o d o c a n a l a r t e r i a l ) e s o p r o a u s e n t e o u i n e s p e c í f i c o + s e g u n d a b u t h a a u m e n t a d a ( H A P ) Nesse caso, o deságue do VE está anormal pois ele faz Frank- Starling, mas a pressão se acumula porque a coarctação é crítica, o débito sistólico é composto por um débito residual, ou seja, “fica um restinho de sangue” dentro do VE, que vai gerar no próprio VE um aumento de pressão. Portanto, o deságue do AE para o VE está pior, porque o átrio é uma câmara de baixa pressão que tem uma sístole não tão eficiente (lembrar que a sístole atrial não é igual a ventricular), por isso o deságue fica mais difícil e ele joga o fluxo lá embaixo, mas fica um volume residual. Assim, as câmaras esquerdas que não toleram bem volume passam a ter um deságue que acumula, dilatando o VE e o AE. Por consequência, o deságue da veia pulmonar não fica normal porque a pressão dentro da câmara está alta e veias não toleram bem a pressão e começa a acumular, não deságua normalmente e vai ficando “inchada” e com estase sanguínea, ou seja, há uma congestão pulmonar. Repetindo a fisiopatologia da congestão venosa... O deságue está dificultado na aorta e o vaso fica “entupido” gerando pressão aumentada que vai passando retrogradamente, o VE quando vai desaguar, ele faz Frank- Starling e empurra, mas ao longo do tempo esse líquido fica acumulado gerando aumento de pressão dentro do VE porque ficou um pouco de líquido. Quando o átrio vai desaguar, ele não consegue desaguar tudo que tinha porque ele precisa de pressão por ser uma câmara de baixa pressão que não tem sístole suficiente para vencer a pressão, então se há alta pressão embaixo, esse átrio não vai conseguir superar porque ele não tem força de contração então o deságue fica dificultado. Por isso, acumula líquido no átrio, e por consequência, a veia que é de baixa pressão e está recebendo sangue oxigenado dos pulmões normalmente, e esse sangue que não desce e fica acumulado na veia pulmonar e nos capilares, com o tempo, esse sangue acumulado vai para dentro do pulmão até gerar deságue dificultado com hipertensão pulmonar por congestão venosa. LAYANE SILVA mas o problema desse bebê que nasceu com a coarctação é que se o canal estiver aberto vai promover esse fisiopatologia, mas a tendência é que o canal feche e piore as manifestações. Se o canal não fechar, o bebê vai ficar com a saturação diferencial e diferença de pressão, mas quanto menor o canal, pior o deságue e a congestão. O bebê começa a entrar em ICC franca porque o canal começa a ficar pequeno (1 mm) e quando há uma aorta de 10 mm toda “entupida” essa clínica piora rapidamente nas primeiras 12-72 horas (período de fechamento do canal). Nesse período, o bebê perde o pulso, começa a ter sinais de choque, mas é importante lembrar que será um bebê com a perna roxa e o rosto rosado, com pulso em cima bom e embaixo ruim seria um “choque diferente”. Além da evolução rápida porque o bebê nasce bem e evolui muito mal, entra em ICC, cardiomegalia, o Raio-X pode ser normal porque não deu tempo do VE dilatar - importante atentar aos sinais para não diagnosticar como sepse. No teste do coraçãozinho e na triagem na maternidade é importante suspeitar e ligar o Prostin (prostaglandina) para deixar o canal arterial do bebê aberto. Nesse momento que o canal recebe esse estímulo, o bebê melhora, começa a urinar, tem melhora de pulso e passa a se alimentar, além de melhorar lactato e outros marcadores. Já que quando o intestino está com fluxo sanguíneo parado ocorre translocação bacteriana que causa enterocolite, então ele terá um abdome distendido que não digere porque não há fluxo sanguíneo. No entanto, a abertura do canal com a prostaglandina não cura, apenas melhora a clínica e permite o manejoda suspeita para solicitar um ecocardiograma. Se há fechamento progressivo do canal há: (1) redução do fluxo sistêmico e choque, (2) hipertensão em membros superiores e polo cefálico, (3) ausência ou redução de pulso em membro inferior. Além disso, há desconforto respiratório rapidamente progressivo, ICC por congestão venosa, choque cardiogênico coincidindo com o fechamento do canal arterial, ausência de sopro ou sopro inespecífico (regurgitação mitral), bulha aumentada pela hipertensão pulmonar pela congestão venosa ou sopro de uma valva aórtica bicúspide que é uma associação. Essa congestão é diferente da hipertensão arterial que ocorre na CIA e na CIV, pois é uma congestão venosa, mas se o VD não deságua o sangue começa a fazer dispneia, a pressão começa a aumentar dentro do pulmão e passa a desorganizar provocando IC também mas com uma fisiopatologia diferente da usual (taquicardia, taquipneia e hepatomegalia). Nessa IC, há longo prazo observa-se taquicardia pelo aumento de volume, taquipneia pela congestão venosa e hepatomegalia porque pode evoluir com IC direita, ou seja, não é a mesma fisiopatologia mas a tríade de sinais que será observada no bebê é a mesma. No MSE pode haver diferença de saturação em relação ao MID e MSD ou não, pois isso depende da parte do canal, de qual local a coarctação está posicionada. É possível ter uma coarctação segmentar em uma região que abrange o fluxo que iria para a subclávia. Se estiver com a subclávia o MSE tem alteração, se não pegar, não vai haver alteração, por isso que o MSE não é o ideal para aferir pressão e saturação porque há esse viés. Lembrando que enquanto o bebê está dentro da barriga da mãe, o fluxo para descer é pelo canal arterial e não há manifestações M A N I F E S T A Ç Ã O : p u l s o s r e d u z i d o s o u a u s e n t e s e m m e m b r o s i n f e r i o r e s . Nesse caso, não é a ausculta cardiológica que guiará o diagnóstico de coarctação de aorta. Fase adulta: crianças mais velhas e adultos são, em geral, assintomáticos ou têm queixas pouco específicas, relacionadas com a hipertensão no território pré-coarctação (cefaleia, tontura, zumbido, palpitações, dispneia e epistaxes) e baixa pressão nos MMII (cãibras, dores musculares nas pernas e claudicação intermitente). COARCTAÇÃO DE AORTA NÃO CRÍTICA Cerca de 90% dos adultos com coarctação da aorta tem hipertensão sistólica e, nas fases mais avançadas, eles podem ter IC ou outras complicações secundárias como ruptura ou dissecção de aorta, AVC, entre outras. Sabe-se que, na coarctação crítica, quando o canal fecha o quadro se torna grave, já na coarctação não crítica, o canal fecha de forma E V O L U Ç Ã O : f e c h a m e n t o f i s i o l ó g i c o d o c a n a l a r t e r i a l c a u s a a u m e n t o d a p ó s - c a r g a d o V E , h i p e r t r o f i a v e n t r i c u l a r e s q u e r d a p r o g r e s s i v a l e v a a d i s f u n ç ã o d o V E , r e s u l t a n d o e m I C C LAYANE SILVA Além disso, a verificação da pressão arterial nos 4 membros pode revelar gradiente entre os membros superiores e inferiores e localizar a obstrução acima ou abaixo da subclávia esquerda. progressiva, que não leva o bebê à morte, mas, ao longo do tempo, o acúmulo de sangue leva ao aumento de pressão em função do deságue não é normal pelo estreitamento da aorta. Dessa forma, quando o ventrículo contrai , uma parte do sangue fica "parado" e provoca aumento de pressão retrógrada, que leva a uma hipertensão refratária em função de uma possível obstrução à esquerda. Em geral, o bebê tolera bem pressão, por isso pode cursar com ECG e exame físico normais, assim, não perde pressão e nem sofre hipertrofia, mas, com o passar do tempo, ocorre formação de circulação colateral que podem ser vistas na radiografia de tórax através do sinal de Röesler. Assim, quando o pediatra não diagnostica a condição, na vida adulta, o paciente pode manifestar uma hipertensão refratária ou de difcil controle e é encaminhado para o cardiologista pediátrico. Além disso, esse paciente pode ter um aumento da pós-carga com hipertrofia ventricular esquerda progressiva (pós-carga: pressão após a câmara, ou seja, na aorta) que culmina com disfunção e consequentemente, insuficiência cardíaca (acúmulo de sangue, aparecimento de B4). Observa-se que ao exercício físico, ocorre aumento da demanda de oxigênio, e consequentemente sangue, mas, como há queda do débito cardíaco, o músculo não recebe o aporte necessário e o paciente se queixa de dor - nesses casos, o ecocardiograma pode fornecer o diagnóstico pela imagem/anatômico. Q U A D R O C L Í N I C O : m a i o r i a d a s c r i a n ç a s p o d e m t e r d o r o u f a t i g a b i l i d a d e f á c i l e m M M I I a p ó s e x e r c í c i o ( c l a u d i c a ç ã o i n t e r m i t e n t e ) É importante lembrar que o lado esquerdo tem o viés anatômico que depende do segmento que foi acometido, assim, o pulso em MMII sempre deve ser palpado (braquial e femoral) - se houver alteração, deve-se solicitar um ecocardiograma. M A N I F E S T A Ç Ã O : P A a u m e n t a e m M M S S e s e g m e n t o c e f á l i c o , r e d u ç ã o d a P A e m M M I I , r e d u ç ã o d o s p u l s o s e m M M I I e a s s i m e t r i a b r a q u i o - f e m u r a l EXAME FÍSICO A P A R E L H O C A R D I O V A S C U L A R : s o p r o s i s t ó l i c o e m f o c o a ó r t i c o ( v a l v a a ó r t i c a b i c ú s p i d e ) Para o lactente sintomático, o exame físico de IC é regra e, se estenose grave, pode haver choque cardiogênico e cianose, nota- se: (1) maior desenvolvimento do tórax e da cintura escapular em detrimento da cintura pélvica e dos MMII (em crianças mais velhas e adultos com doença mais grave), (2) pulsação da aorta na fúrcula esternal proeminente (dilatação da aorta proximal) e de vasos intercostais no dorso, em posição semifletida (circulação colateral bem desenvolvida), e (3) ictus com área aumentada e impulsão forte, compatível com aumento do VE por hipertrofia. Na palpação pode haver (1) pulso femoral menos intenso que o radial ou braquial, pode ser impossível sentir o tibial posterior e pedioso, (2) MSE com menor amplitude de pulso se a A. subclávia esquerda originar-se na área coarctada ou abaixo. Além disso, a verificação da PA nos 4 membros pode revelar gradiente entre os MMSS e MMII e localizar a obstrução acima ou abaixo da subclávia esquerda. Na ausculta pode haver: (1) raros frêmitos no dorso devido à circulação colateral, (2) hiperfonese de Bl e B2 pelo aumento da pós-carga com hipertrofia ventricular esquerda, (3) estalidos protossistólicos em área mitral e borda esternal esquerda inferior, consequentes à dilatação da aorta ascendente, (4) ritmo de galope (B3 ou B4) pode estar presente nos casos de disfunção ventricular, (5) sopro sistólico mais bem auscultado na região interescapular, sopros contínuos ao longo dos espaços intercostais pela circulação colateral, e sopro sistólico ejetivo na valva aórtica bicúspide. E X A M E F Í S I C O : h i p e r f o n e s e d e B 2 q u a n d o j á t e m o q u a d r o d e h i p e r t e n s ã o e s o p r o c o n t í n u o e m d o r s o ( c o l a t e r a i s ) - s o m d e " X I " . EXAMES COMPLEMENTARES em 20% dos casos há distúrbios da condução do VD e em 7% pode haver BRE (bloqueio de ramo esquerdo). Quando houver defeito isolado, cerca de 30% dos pacientes têm ECG normal, 60% têm sobrecarga ventricular esquerda e 10%, biventricular - se houver defeitos associados, como CIV ou PCA, pode haver potenciais predominantes do VD. Geralmente, o ritmo é sinusal e alguns pacientes (20%) tem sinais de sobrecarga atrial esquerda que tornam-se mais evidentes a partir dos 6 meses, a depender da coarctação. E L E T R O C A R D I O G R A M A Lembrando que a hipertrofia de VD no bebê não deve chamar atenção, pois é fisiológico, uma vez que o lado direito que tem maior aporte de sangue na vida intrauterina. N E O N A T A L : S V D c o m e ix o d e s v i a d o p a r a d i r e i t a No paciente mais velho podemos ter uma sobrecarga de ventrículo direito ou o ECG dentro da normalidade. A P Ó S : S V E o u E C G n o r m a l R A D I O G R A F I A D O T Ó R A X Nos primeiros anos de vida, o tamanho da área cardíaca pode ser normal, mas costuma estar aumentado à custa de hipertrofia de VE, principalmente em lactentes com doença mais grave ou crianças mais velhas - se houver IC associada a PCA ou CIV pode haver aumento do fluxo pulmonar. N E O N A T A L : á r e a c a r d í a c a a u m e n t a d a g l o b a l m e n t e Erosão dos arcos costais (Sinal de Röesler), causada pela rede de circulação colateral que se desenvolve e usualmente se torna aparente entre os 4 e 12 anos de idade. Raramente é observado em pacientes abaixo dos 5 anos de idade. A p ó s : R x n o r m a l o u c o m a u m e n t o V E e A E LAYANE SILVA Após os 5-10 anos de idade, pode haver o sinal de Roesler, presente em cerca de 75% dos adultos, que corresponde à corrosão das bordas inferiores das costelas (principalmente entre o 4º e o 8° arco costal), devido às dilatações e às tortuosidades dos vasos intercostais envolvidos na circulação colateral. Outro sinal característico, é o do 3 invertido ou do E, que corresponde a impressão deixada pela aorta no esofagograma em oblíqua anterior direita pelas suas porções pré-coarctação, coarctação e pós-coarctação. Outras alterações incluem: (1) arco aórtico com contorno alongado cranialmente, nos casos acentuados, a incisura da aorta pode estar a logo abaixo da croça, correspondendo ao local da coarctação, (2) dilatação da artéria subclávia esquerda, encobrindo ou deformando o botão aórtico, assim como o contorno cardíaco direito pela dilatação da aorta ascendente (resultado da hipertensão pré-coarctação). O diagnóstico precoce mediante ecocardiograma fetal pode ser realizado em até 70% dos casos e melhora o resultado pós- operatório, sugere coarctação se houver assimetria no tamanho dos grandes vasos (dilatação do tronco pulmonar) e o estreitamento do arco aórtico. E C O C A R D I O G R A M A o gradiente da coarctação pode ser calculado subtraindo-se o valor encontrado na aorta descendente e na região pré- coarctação - pode ser subestimado em pacientes com disfunção ventricular esquerda. No ecocardiograma pós-natal, o modo M pode apenas demonstrar sinais indiretos do defeito como hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo, aumento das dimensões das cavidades e paredes ventriculares, e a pulsação da aorta abdominal pelo corte subcostal está diminuída ou ausente. No recém-nascido com Doppler pulsátil ou contínuo, o diagnóstico pode ser dificultado pelo fato de o istmo aórtico ser estreito e, neste caso, observa-se a presença de reforço diastólico, no entanto, uma boa aplicação do Doppler é a comparação entre o tempo de aceleração do fluxo na aorta que está normal na ascendente e aumentado na descendente, e permite a avaliação do fluxo pelo canal arterial e a medida indireta da pressão no tronco pulmonar. U S O : d e f i n i ç ã o d a a n a t o m i a , a v a l i a ç ã o d a s c â m a r a s c a r d í a c a s , a v a l i a ç ã o d o s d e f e i t o s a s s o c i a d o s , a v a l i a ç ã o d o c a n a l a r t e r i a l , m o r f o l o g i a d a v a l v a a ó r t i c a e e s t i m a t i v a d a H A P Exame de escolha para seguimento de pacientes operados ou que receberam abordagem da coarctação por cateterismo, principalmente em crianças maiores e adultos em que a janela ecocardiográfica fica prejudicada, pois permite avaliar com precisão as complicações mais comuns no seguimento tardio: reestenoses, aneurismas e dissecção. A angiorressonância é de grande auxílio no estudo de anéis vasculares, vasos anômalos e anomalias do arco, e os achados que sugerem gravidade da coarctação são: estreitamento na região coarctada, maior comprimento do jato pós-estenose, gradiente de pico > 20 mmHg e circulação colateral abundante. R E S S O N Â N C I A M A G N É T I C A Indicados em casos duvidosos e naqueles que necessitam de melhor caracterização da circulação colateral ou de alguns defeitos associados para o planejamento cirúrgico. C I N E A N G I O O R R A D I O G R A F I A E E S T U D O H E M O D I N Â M I C O Estudo hemodinâmico; Aortografia. Demonstra o (1) gradiente de pressão através da coarctação, que pode ser pequeno se houver grande rede colateral, (2) pressões nas cavidades direitas são normais ou aumentadas, a depender da presença de IC esquerda ou resistência pulmonar elevada, (3) pressão na aorta ascendente e no VE que dependem do grau de coarctação, e (4) diferença na saturação de O2 pré e pós- coarctação pode sugerir defeito pré-ductal se resistência pulmonar elevada. Identifica o local e a extensão da coarctação, assim como sua gravidade (padrão-ouro). V A N T A G E N S : n ã o i n v a s i v o s , d e f i n e m a n a t o m i a e d e f i n e m m e d i d a s TRATAMENTO CLÍNICO O manejo inclui o controle da HAS (uso de inibidores da enzima conversora da angiotensina), tratamento da IC secundária (uso de inotrópicos e vasodilatadores, visando diminuir a resistência vascular sistêmica e melhorar o desempenho cardíaco) e a manutenção da patência do canal arterial no recém-nascido com coarctação grave (infusão de prostaglandina E1). Lembrar que Ibuprofeno fecha o canal e é necessário manter o canal aberto para manter o bebê vivo então a droga de escolha é o Prostin (prostaglandina E1). T E S T E D O C O R A Ç Ã O Z I N H O : c a r d i o p a t i a c r í t i c a ; C O N D U Ç Ã O D O C H O Q U E : M i l r i n o n a , D o b u t a m i n a . M E D I D A S A N T I C O N G E S T I V A S : c o n t r o l e p a r a h i p e r t e n s ã o p u l m o n a r . R N S E M T E T O C I R Ú R G I C O : s t e n t n o c a n a l a r t e r i a l sem canal arterial patente náo mistura o sangue COarctação no adulto a montate aumento da pressão redução da pressão ligamento arterial extremidades inferiores LAYANE SILVA Deve-se realizar o controle da função VE e da pressão arterial, acompanhar evolução clínica pela possibilidade de recoarctação, aneurisma e dissecção - além disso, a abordagem percutânea avaliará necessidade de dilatação do stent. S E G U I M E N T O T A R D I O TRATAMENTO INVASIVO angioplastia só estará indicada em neonatos e lactentes críticos ou em casos de recoarctação. em casos de crianças maiores ou adultos com lesões com pequena extensão, pode ser feito o tratamento percutâneo - uso de stents tem a vantagem de permitir redilatações e a desvantagem de não acompanhar o crescimento da criança. na recoarctação cirúrgica, há consenso de que a terapia de escolha é a angioplastia com cateter-balão. A indicação de correção deve ser feita para melhorar a IC e suas complicações no recém-nascido, além de controlar a hipertensão e a hipertrofia miocárdica, evitar hemorragia subaracnóidea nos pacientes com aneurismas cerebrais associados e prevenir insuficiência cardíaca e renal, melhorando o prognóstico. A escolha da melhor técnica de correção (se cirúrgica ou no laboratório de hemodinâmica) depende da situação clínica do paciente, presença de defeitos associados e características da coarctação. Assim, a aortoplastia pode ser um procedimento feito tanto por meio do cateterismo (percutânea) quanto por meio cirúrgico para reconstrução (plastia) da aorta - um exemplo dessa cirurgia seria a istmoplastia, realizada no istmo da aorta. Habitualmente, coloca-se um stent de coronária, prótese, que é adicionado ao vaso por meio do cateterismo a partir da medição do tamanho e extensão da coarctação obtido na angiotomografia, assim, o balão é inflado, coloca-se o stent, amplis-se o stent e o localiza na posição correta, e, para que o stent acompanhe o crescimento da aorta, é possível balonar o stent. Entretanto, em alguns casos, o stent não é a principal escolha, pois a diferença de largura é muito grande, com isso, opta-se por realização do procedimentocirúrgico. C A T E T E R I S M O C A R D Í A C O TRATAMENTO CIRÚRGICO Em diafragma: o aspecto externo da aorta é aparentemente normal, mas existe internamente uma membrana fibrosa em forma de prateleira ou diafragma, obstruindo o fluxo sanguíneo. Em cinta: o estreitamento é produzido pela introflexão da parede da aorta, causando o aspecto exterior de cinta. Estreitamento: existem segmentos tubulares estreitados. Anatomicamente, a coarctação de aorta pode assumir 3 formas básicas de apresentação, isoladas ou associadas: C O N S I D E R A Ç Õ E S A N A T Ô M I C A S acredita-se que há avanço do tecido ductal para camada média e íntima podendo ocupar a circunferência da aorta. Histologicamente, o envolvimento da parede aórtica pelo tecido ductal é o fator isolado mais importante na determinação dos resultados tardios na cirurgia da coarctação da aorta, em geral, o tecido ductal penetra na parede da aorta em graus variados de intensidade, podendo ocupar toda a sua circunferência. Além disso, ele é essencialmente muscular, com camada elástica fragmentada e fina camada íntima, e emite línguas ou prolongações no sentido distal. Após o nascimento, passa por mudanças como: espessamento da camada média, proliferação da íntima e contração dos vasos, depósitos mucoides e degeneração isquêmica da média, e desenvolvimento de fibrose na zona necrótica da média. Essas mudanças ocorrem após o nascimento e perduram por algumas semanas e, em geral, terminam entre a quarta e a sexta semana. C O N S I D E R A Ç Õ E S H I S T O L Ó G I C A S Todas as técnicas cirúrgicas empregadas na correção da coarctação da aorta visam (1) aliviar completamente a obstrução e (2) ter real potencial de crescimento para evitar reestenose, e podem ser agrupadas pelas características anatomofuncionais, em 3 grupos: ressecção e anastomose término-terminal; istmoplastia e aortossubclavioplastia. O P Ç Õ E S T É C N I C A S Ressecção e anastomose término-terminal: ressecção do segmento coarctado e anastomose término-terminal da aorta, pode-se ressecar o fragmento estreitado e eliminar o remanescente do tecido ductal responsável pela reestenose no processo de maturação, quando a cirurgia é realizada nos primeiros meses de vida, mas deixa sutura circunferencial na aorta que pode causar falta de crescimento no local da anastomose e elevados índices de recoarctação. LAYANE SILVA Istmoplastia: pode ser direta, que consiste na abertura longitudinal da aorta, sobre a coarctação, e sutura transversal das bordas da ferida, ou indireta que consiste na abertura longitudinal da aorta, sobre a coarctação e a interposição de um enxerto, que pode ser biológico ou sintético, e está relacionado a 2 fatores negativos são eles a falta de crescimento do enxerto com possibilidade de reestenoses, e a rigidez do material que pode transmitir tensão adicional à parede do vaso com possibilidade de formação do aneurisma. R E S S E C Ç Ã O E A N A S T O M O S E T E R M I N O - T E R M I N A L R E S S E C Ç Ã O E A N A S T O M O S E T E R M I N O - T E R M I N A L E S T E N D I D A R E S S E C Ç Ã O E A N A S T O M O S E T E R M I N O - T E R M I N A L E S T E N D I D A N A P A R T E I N F E R I O R D O A R C O A Ó R T I C O R E S S E C Ç Ã O E A N A S T O M O S E T E R M I N O - T E R M I N A L E S T E N D I D A C O M A M P L I A Ç Ã O LAYANE SILVA Tipo A: A interrupção pode ser encontrada no istmo ou imediatamente depois da artéria subclávia esquerda; Tipo B: Entre a artéria carótida comum esquerda e a subclávia esquerda; Tipo C: Entre o tronco braquicefálico (artéria inominda) e a artéria carótida comum esquerda A interrupção no arco aórtico, e a depender de onde ocorre a interrupção do arco há diferentes classificações, assim, nos tipos A, B e C a aorta faz uma parte da curva e para, sem se desenvolver, o que irriga o restante da aorta é o canal arterial. Essas disfunções podem ser detectadas pelo teste do coraçãozinho e é necessário uma reconstrução cirúrgica do arco aórtico, além de ligar a prostaglandina E1 (Prostin) como conduta imediata. I S T M O P L A S T I A I N D I R E T A C O M P L A C A D E P E R I C Á R D I O B O V I N O Aortossubclavioplastia: utilização da artéria subclávia esquerda, que, após dissecada, ligada distalmente e transeccionada, é aberta longitudinalmente, ampliando-se a incisão até a aorta descendente, ultrapassando o segmento coarctado. A seguir, a artéria subclávia aberta é rebatida sobre a aorta, em forma de telhado, e suturada às bordas da incisão realizada, ampliando-se largamente toda a zona estreitada. A ligadura distal da artéria subclávia pode acarretar isquemia importante do membro superior esquerdo em menos de 1 % dos pacientes, outras consequências incluem: síndrome do roubo subclávio e lesão do plexo braquial com monoplegia e outras, de menor magnitude, como o fato de o membro ficar ligeiramente mais frio, menor e com menos força. A O R T O S S U B C L A V I O P L A S T I A COMPLICAÇÃO A interrupção do arco aórtico (IAA) é uma doença rara com uma incidência estimada de 0,003 por 1000 nascidos-vivos, sendo caracterizada por ausência total de continuidade anatómica entre o arco aórtico transverso e a aorta torácica descendente. I N T E R R U P Ç Ã O D O A R C O A Ó R T I C O