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Processo Civil II

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PROCESSO CIVIL II 
 
PRINCÍPIOS RECURSAIS: 
 Alguns princípios recursais elencados de certa maneira realmente são princípios 
próprios do direito recursal, ou seja, só acontecem nas lógicas dos recursos. 
Uma vez que ela é anexa a fase de conhecimento, ou seja, tem peculiaridades. 
Como o ocorre com o processo de conhecimento. 
 Os recursos têm alguns princípios próprios, contudo a doutrina brasileira, inventa 
princípios que são da teoria geral do processo e acabam recebendo na lógica 
recursal um nome novo, mas basicamente significa a mesma coisa que já 
significam na teoria geral do processo. 
 
1) TAXATIVIDADE RECURSAL: estabelece para nós que nós só podemos recorrer dos 
recursos previstos na legislação com procedimentos pelo qual está previsto na 
legislação 
 As partes não podem através do Art. 190 criar recursos pela via das convenções 
processuais, todo recurso tem que ter previsão legal, não é pela via de regimento 
interno do Tribunal. 
 Só a Lei no seu sentido formal cria recursos 
 Os recursos DEVEM observar a reserva legal no sentido formal 
 Não há ato recursal sem previsão legal 
 Princípio da Legalidade não é um princípio recursal e sim um princípio da teoria 
geral do processo. Salvo casos da negociação geral, os atos processuais a 
serem praticados tem que ser previstos em lei. 
 A vontade das partes aqui não pode criar e modificar o sistema de procedimento 
de um recurso 
 Por outro lado, pode por convenção processual estabelecer que o procedimento 
não terá alguns recursos. Pode renunciar no duplo grau de jurisdição (é um 
direito) 
o Pode fazer um instrumento contratual que estabeleça que em 
determinado processo não cabe recurso extraordinário 
 Só podemos utilizar os recursos que nós temos (previstos no Art. 994) 
o Tem 9 recursos 
 Quer limitar a doutrina e jurisprudência para não criarem e modificarem a logica 
de um funcionamento de um recurso 
 Só pode utilizar determinadas figuras recursais. Entretanto, a Doutrina e 
Jurisprudência identificam sucedâneos recursais 
o Algumas figuras de procedimentos especiais podem ser manejadas 
pelas partes com objetivos de atacar uma decisão judicial, sem que, 
entretanto, esses procedimentos especiais sejam considerados recursos 
 No campo do processo penal, os processualistas penais utilizam 
o habeas corpus como mecanismos de impugnação, mas ele 
não é considerado um recurso (vira um quase recurso) 
 Ação de mandado de segurança também é considerado um 
exemplo, porque contra ato judicial pode ser considerado um 
auxiliar para obtenção de um ataque jurisdicional, mas continua 
não sendo considerado recurso. 
 Se tiver previsão de recurso, não cabe mandado de 
segurança. 
 
2) VOLUNTARIEDADE: a utilização de um recurso é ato de autonomia da vontade do 
agente recorrente, ninguém é obrigado a recorrer. Depende da vontade de outro para 
recorrer. 
 Propõe um recurso porque quer recorrer, porque não concorda com determinada 
decisão 
 Não existe a ideia de recurso de ofício (feito pelo juízo) 
o O instituto da remessa necessária não é recurso (Art. 496 CPC) porque 
o juiz não tem interesse recursal, quem recorre quer modificar uma 
decisão 
 Ninguém depende da vontade de outro (litisconsorte) para recorrer 
 Art. 1005 CPC: “O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo 
se distintos ou opostos os seus interesses.” 
o O único limite temporal para que possa desistir de um recurso será 
exatamente a não conclusão do julgamento recursal, por uma razão 
óbvia, se a decisão recursal for publicada não tem mais a possibilidade 
de desistir do recurso. 
 
3) LESIVIDADE: o princípio da lesividade está ligado com o Art. 996 do CPC e ele 
estabelece para nós que a parte recorrente deverá demonstrar no seu recurso que este 
recurso objetiva modificar a decisão para trazer um resultado útil mais benéfico 
 Só pode recorrer quem saiu perdedor do provimento 
 Sucumbência total ou parcial 
o Se pediu R$100.000 e o juiz proveu R$80.000, pode recorrer porque 
houve uma parcela perdedora 
 Está atrelada com a ideia de interesse processual recursal, mas tem exceção, 
que é o MP 
o O MP não toma partido, ele não perde nem ganha quando atua em 
recursos leves. O MP pode recorrer independentemente desde que 
identifique que ocorra uma violação a norma 
o O interesse processual recursal do MP decorre do descumprimento da 
lei pelo juiz 
o O MP não é considerado parte 
 
4) CONSUMAÇÃO: preclusão (decisões interlocutórias) / coisa julgada (terminativas ou 
definitivas) 
 Esse princípio vai estabelecer para nós que um dos principais desdobramentos 
práticos dos recursos é exatamente impedir a formação de uma situação de 
preclusão sobre o conteúdo da decisão não atacada por um recurso 
 Vai estabelecer para nós que se eu não recorrer, é como se fosse aquela máxima 
popular de quem cala consente, se qualquer provimento jurisdicional não for 
atacado pelo recurso, significa que a parte lesada concorda com aquilo que ela 
perdeu 
 Nós vamos operar a preclusão nas decisões interlocutórias e vamos falar de 
coisa julgada quando as decisões forem terminativas ou definitivas 
 O código chama atenção como mecanismo de organização do procedimento, 
para que questões não sejam objetos de uma discussão no futuro 
consequentemente 
 Se perder o prazo ocorre preclusão ou coisa julgada, porque está dando 
concordância com a decisão jurisdicional 
 PRECLUSÃO – DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS 
 COISA JULGADA – DECISÕES TERMINATIVAS OU DEFINITIVAS 
 É um princípio negativo, SE NÃO RECORRER, ocorre a consumação 
 
5) COMPLEMENTARIEDADE: 
 Não basta atacar o provimento pedindo uma nova decisão, precisa fundamentar 
um porque aquela decisão está errada 
 Está exigindo para nós, basicamente, que o recorrente traga fundamentos 
fáticos e normativos para atacar o provimento recorrido 
 Precisa dizer de maneira analítica que a decisão está errada por isso e aquilo... 
 O mérito do recurso não será objeto de discussão no tribunal porque não pode 
simplesmente fazer uma petição falando que discorda da sentença ou que 
deveria receber mais de indenização ou dano moral. A pergunta é porque você 
deveria? Quais as suas razões? 
 A causa de pedir envolve razões fáticas e normativas 
o Normas = regras, princípios e precedentes 
 Correlação entre fatos e normas para ver as que estão sendo aplicadas no caso 
 Se o juiz agir de ofício, ele assume uma parcialidade, um pré-julgamento, e, 
consequentemente, isso atinge a parcialidade. Se o magistrado age sem que as 
partes as provoquem, ele fere um princípio da jurisdição, porque ele não tem que 
garantir nada para as partes sem que a parte solicite. 
 
6) DIALETICIDADE OU DIALOGICIDADE: 
 O procedimento recursal não pode deixar de dar a oportunidade para que o 
recorrido também se manifeste 
 NÃO EXISTE CONTESTAÇÃO DE RECURSO, E SIM, CONTRARRAZÕES 
 NÃO EXISTE REVELIA RECURSAL 
 
7) NON REFORMATIO IN PEJUS: esse princípio apresenta a proibição de que a 
decisão recursal seja pior do que a decisão recorrida 
 Não pode agravar o quadro 
 Pior do que está não vai ficar 
 Só pode melhorar 
8) SINGULARIDADE: 
 Para cada provimento há um, apenas um, recurso possível 
 A finalidade é racionalizar o sistema de modo que para cada provimento tenha 
UM recurso correspondente 
 Para uma decisão interlocutória de 1º grau – agravo de instrumento; para uma 
sentença tem o recurso – apelação; para uma decisão interlocutória de 2º grau 
– agravo interno 
 Relação entre provimento e recurso 
 Se tem uma sentença e propõe um recurso errado a consequência é a extinção 
do recurso 
 No processo civil precisa entender qual é o provimento para depois decidir o 
recurso, no processo penal não 
 O nominalismo medieval acabou, não interessa o nome, e sim, o elemento 
pragmático (ser sentença não é ter o nome de sentença) 
 Não é um problema platônico aqui 
 Provimento jurisdicional não precisa ter nome, basta lero documento para saber 
 Preza pela boa técnica, saber escolher o recurso correto 
OBS: Tem doutrina que unifica o princípio da singularidade com o da unicidade, como 
Fred Didier, mas o Prof. Humberto Theodoro trabalha separado, então vamos trabalhar 
como princípios independentes 
 
9) UNICIDADE: 
 Só tem uma oportunidade processual para apresentar o recurso 
 Regra geral: Não tem aditamento (ato voluntário do recorrente – ligado a 
possibilidade de alterar algum elemento) ou emenda recursal (correção 
compulsória de vício processual) 
 Sob pena de preclusão, que pode gerar a consumação, se propuser o recurso 
errado, o recurso é extinto, ou seja, formará a coisa julgada ou ocorrerá a 
preclusão 
 Via de regra, vai falar em preclusão consumativa impedindo de apresentar pela 
2ª vez um recurso, caso ele tenha sido extinto sem mérito. 
 Existem algumas exceções para aditar/emendar, são elas: 
o 1 possibilidade para aditar recurso de embargos de declaração (Art. 1024 
CPC) 
o 3 possibilidades para emendar um recurso (Art. 1007 CPC, Art. 1017 
CPC, Art. 1032 e 1033) 
 São situações MUITO específicas (ainda não precisamos saber 
delas, só que existem exceções. Mas a regra geral é que não 
pode modificar o recurso depois de proposto) 
 Recurso é uma coisa muito séria, só tem uma oportunidade para fazer as coisas 
bem feitas, se não vai ser extinto 
 Fred Didier chama esse princípio de “singularidade 2” 
 
 
 
10) FUNGILIBIDADE RECURSAL: 
 Ele é uma exceção 
 Ele existe para enfraquecer o princípio da singularidade 
 Discute a possibilidade de ERRO 
 A fungibilidade recursal, tem fases ao longo da história processual brasileira 
o Começa no CPC de 1939, Art. 810 
 Art. 810. “Salvo a hipótese de má-fé ou erro grosseiro, a parte não será 
prejudicada pela interposição de um recurso por outro, devendo os autos 
ser enviados à Câmara, ou turma, a que competir o julgamento.” 
 Se a parte errar o recurso, erro, burrice, não safadeza, a 
ponto de isso ser tão grosseiro, o tribunal vai receber o 
recurso errado e processar sobre a forma do recurso certo 
 O princípio vai ser aplicado toda vez que ocorrer 
BURRICE, e não, má fé. 
 Boa-fé = ausência de desejo de estragar o processo 
 Isso ocorre porque tínhamos um sistema 
 EX: uma pessoa apresentou um agravo de instrumento 
para recurso de sentença, que na verdade seria uma 
apelação. O tribunal transforma em apelação e segue com 
o recurso. 
 Depois está presente no CPC de 1973 (1º momento – ele está adscrito a década 
de 1970 até o início de 1980) 
 Continua no CPC de 1973 mas é considerado um 2º momento porque é entre a 
década de 80 e 90 
 Na década de 1990 tem a implantação do STJ (aumentar o espaço de 
jurisprudência defensiva) 
 Jurisprudência do STJ na década de 2000 
 CPC de 2015 
o A ideia de fungibilidade vai ser lida e relida durante essas 6 fases, mas é 
lida e relida com determinados olhares dependendo do momento 
o Ideia de que tem que aproveitar os atos processuais 
o O STJ questiona se deverá se pautar na boa-fé subjetiva ou objetiva. O 
direito civil a partir da década de 90 começa a falar da história de boa-fé 
objetiva e, por isso, começa a se dizer que não é a boa-fé subjetiva que 
tem a ver, e sim, a objetiva, a da conduta, a externalizada. 
o A boa-fé objetiva é pautada na dúvida objetiva (percepção de que a lei 
está errada. É uma dúvida coletiva social, está diante de uma dúvida que 
não tem a ver com ignorância) e a identidade de pressupostos recursais 
 Dúvida objetiva tem que ser compartilhada 
 Produzida por efeito do juiz ou legislador 
 
 
 
 
 
 
EFEITOS RECURSAIS: 
 
1) EFEITO OBSTACULAR A FORMAÇÃO DA COISA JULGADA OU DA 
PRECLUSÃO 
 Princípio da consumação 
o Provimentos terminativos ou definitivos – impedir a formação da coisa 
julgada (formal ou material) 
o Provimentos interlocutórios – impedir a formação da preclusão 
2) EFEITO SUSPENSIVO: Art. 995 + Art. 1012 
 Regra geral = os recursos não têm o feito de impedir a satisfação imediata do 
provimento recorrido 
 
CPC 1973 – Efeito suspensivo era a regra geral 
CPC 2015 – Efeito suspensivo é uma exceção 
 
 Exceção 1 = parágrafo único do Art. 995 CPC – o relator, no tribunal, poderá 
dar ou retirar o efeito suspensivo do recurso 
o (A) Dano gravo ou de difícil reparação (Periculum in Mora) + (B) Alta 
probabilidade de êxito do recurso 
o Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição 
legal ou decisão judicial em sentido diverso. (REGRA GERAL) 
 Os recursos, em regra, não têm efeito suspensivo 
o Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por 
decisão do relator, se dá imediata produção de seus efeitos houver risco de dano 
grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de 
provimento do recurso. 
 (A) efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível 
reparação + (B) ficar demonstrada a probabilidade de provimento 
do recurso = Deferir o efeito suspensivo 
 
 Exceção 2 = Art. 1012 CPC 
o Art. 1.012. “A apelação terá efeito suspensivo. 
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos 
imediatamente após a sua publicação a sentença que: (este não é um rol 
taxativo por causa do parágrafo único do 995, é apenas um rol exemplificativo) 
I - homologa divisão ou demarcação de terras; 
II - condena a pagar alimentos; 
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do 
executado; 
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; (sentença que confirme, 
concede ou revoga uma tutela provisória) 
VI - decreta a interdição. 
§ 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento 
provisório depois de publicada a sentença. 
§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá 
ser formulado por requerimento dirigido ao: 
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua 
distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la; 
II - relator, se já distribuída a apelação. 
§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo 
relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou 
se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil 
reparação.” 
 
 REGRA EXCLUSIVA PARA APELAÇÃO = ATRIBUIÇÃO DE EFEITO 
SUSPENSIVO EX LEGE 
o PARA OUTROS RECURSOS = EFEITO SUSPENSIVO É EXCEÇÃO 
o PARA APELAÇÃO = EFEITO SUSPENSIVO É REGRA 
o Há possibilidade da apelação perde o efeito suspensivo – (1) Art. 995, § 
ÚNICO (2) § 1º, 1012 
 
3) EFEITO DEVOLUTIVO: Art. 1013 caput + parágrafo 1º e 2º do CPC 
 Art. 1.013. CPC: A apelação devolverá (enviará) ao tribunal o conhecimento da matéria 
impugnada. (devolver como falso cognato) – EFEITO DEVOLUTIVO 
§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões 
suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde 
que relativas ao capítulo impugnado. 
 
o Exemplo 1: tem um procedimento dentro do qual até chegar na 
sentença, um conjunto de discussões vieram a acontecer. Na 
contestação do réu, por exemplo, ele trouxe um argumento de prescrição 
e um de inépcia. Se o juiz a quo acata o argumento da prescrição, ele 
julga improcedente o pedido do autor, mas ele não precisa discutir o 
pedido de inépcia, porque um argumento já foi suficiente para acabar 
com o processo. Ou seja, tem uma questão que não foi resolvida na 
sentença. Por outro lado, se dessa sentença, sobrevier um procedimento 
recursal, o juízo ad quem vai entrar na discussão da prescrição, mas 
também está autorizado a entrar na discussão da inépcia, mesmo que 
ela não tenha sido objetivo de discussão anteriormente. 
 
o Exemplo 2: Tem uma petição inicial com pedido A de investigação de 
paternidade + pedido B de alimentos. A sentença deste caso julgouimprocedente a investigação de paternidade, se esse pedido é um pedido 
cumulativo, o prejuízo da 1ª afeta a 2ª. Se diz que ele não é pai, o pedido 
B fica prejudicado. O problema é que havendo aqui um recurso dessa 
decisão, se o juízo ad quem entender que A está correto, ele terá de 
enfrentar B. Se A for bem sucedido, B que havia ficado prejudicado na 
sentença, passa agora a ser julgado. Será enviado também para o 
tribunal todas as questões ligadas ainda que não tenham sido objetivo de 
manifestação do juízo a quo. Não está violando o princípio devolutivo. 
 
 “§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um 
deles, a apelação devolverá (enviará) ao tribunal o conhecimento dos demais.” 
 
o Exemplo 1: existe um contrato bancário que é considerado nulo a partir dos 
fundamentos de violação de regra do Código de Defesa do Consumidor, 
violação de artigos do Código Civil e o 3º fundamento relaciona-se a Lei 
especial de Direito Econômico. Nos 3 casos percebemos que o contrato é 
nulo, independente de qual via estamos analisando (nulidade esférica). Mas 
não tem cumulação de pedido, é um pedido constitutivo negativo 
(desconstitutivo). A sentença realiza a nulidade, concorda com a nulidade, 
mas apenas analisa o fundamento 1. Então, tem na realidade uma sentença 
que diz que o contrato é nulo apenas por causa do fundamento 1, ou seja, 
ela não falou dos fundamentos 2 e 3, ela foi omissa em relação aos demais 
fundamentos. Entretanto, vai ocorrer aqui um recurso pelo réu perdedor 
tentando combater essa nulidade. Mas o problema é que o réu senta toda 
sua argumentação no Código de Defesa do Consumidor, mas se a Petição 
Inicial trazia todos os fundamentos, eles foram objetos de defesa do réu em 
sua contestação em momento próprio. O juízo ad quem (lembrando que é 
erro material, o que é nulo é o contrato e não o processo) diz que não se 
aplica ao caso do Código de Defesa do Consumidor e decidi afastar o 
fundamento 1. Ele não vai dar ganho de causa para o réu perdedor, sendo 
assim, após isso, ele deverá analisar os demais fundamentos trazidos pela 
petição inicial para sustentar o respectivo pedido. O resultado é que o juiz ad 
quem vai ter que analisar o fundamento 2 e 3 ainda que a petição recursal 
do réu não tenha se manifestado sobre os fundamentos 2 e 3. O réu só 
ganhará o recurso se os fundamentos 2 e 3 também forem superados. Com 
base no fundamento 2 pode chegar na conclusão que pelo Código Civil, 
permanece a nulidade. Resumindo, estes fundamentos estão sendo 
enviados com o recurso mesmo que o recurso não fale nada sobre eles. 
 Os parágrafos 1º e 2º complementam o efeito devolutivo, não os 
violam. 
 
 “Tantum devolutum quantum appellatum” 
 Devolutum = enviar 
 Appellatum = recorrido 
 
o 1º falso cognato: palavra “devolutum” – não pode ser interpretado como 
devolutivo, mesmo que o efeito seja devolutivo 
o 2º falso cognato: palavra “appellatum” 
 
 CONCEITO: os limites da cognição recursal se dão pelos exatos termos do pedido 
recursal 
 
 Petição inicial: 
 
o Pedido 1 = vecedora 
o Pedido 2 = Sucumbente 
o Pedido 3 = Sucumbente 
 Recurso apenas sobre o pedido 3 
 O recorrente opta por abrir mão da discussão de 2 pedidos e recorre 
apenas do 3. Se não houver recurso da parte contraria, o pedido 1 e 
2 que não estão no recurso, este efeito vai se formar. Vai ter coisa 
julgada para o pedido 1 e 2 e uma coisa julgada futura para o pedido 
3. 
 Quando faz o pedido de um recurso, precisa ter causa de 
pedir. Não basta dizer que quer pedir, precisa dizer do que 
este pedindo, porque e quais são as razões para que lendo o 
pedido 3 o justifique. 
 O recurso 3 se fará de uma causa especifica 
 
 
PEDIDO RECURSAL: 
A) Pedido de Reforma – Error in judicando (erro na aplicação do direito material 
ao caso) 
 Se formular um pedido de reforma, a causa de pedir será a figura do error in 
judicando, o que quer dizer que o direito material foi aplicado de maneira 
equivocada pelo juiz anterior. 
 Os institutos da reforma estão ligados ao erro de direito material (na 
interpretação desse direito) 
o Causa de pedir – Direito material – Pedido de reforma/modificação – 
Efeito devolutivo substitutivo 
o EFEITO DEVOLUTIVO SUBSTITUTIVO: 
 Juizo a quo = provimento 1 
 Juizo ad quem = provimento 2 – Coisa Julgada Material 
 
B) Pedido de cassação / anulação – Error in prodecedenum (erro na aplicação do 
direito processual ao caso) 
 Os institutos da cassação estão ligados a figura de um erro processual 
 Causa de pedir – Direito processual – Pedido de cassação/anulação – Efeito 
devolutivo regressivo 
o EFEITO DEVOLUTIVO REGRESSIVO: as consequências são um pouco 
diferentes do efeito devolutivo substitutivo 
o Tem uma cadeia de atos processuais e a sentença apresenta nulidade 
(porque um ato anterior a ela foi nulo e maculou esse ato) 
o Se um ato X também sofreu nulidade, o que quer é que o juiz ad quem 
ao apreciar o ato torne-o sem efeito processual. Não quer que a decisão 
do provimento a quo seja uma decisão sobre a substância e sim, sobre 
a forma processual em si. Essa nulidade do ato X atinge o que vem 
depois, mas não atinge o que vem antes na cadeia do procedimento. 
o Se o juízo declarar a nulidade, apagará o ato processual nulo (retira o ato 
processual da cadeia do procedimento) 
 
 Juizo a quo = juízo que proferiu o provimento recorrido (decisão) 
 Juízo ad quem = juízo responsável pelo julgamento do recurso. 
o Tem uma coisa julgada material nesse provimento 
o Por uma garantia de imparcialidade, o juízo que proferiu a decisão não é o 
que vai julgar o recurso. 
o Respeita o duplo grau de jurisdição 
 
OBS: evitar falar em 1º e 2º grau, falar apenas em juízo a quo e ad quem 
OBS: Na petição inicial o objeto imediato do pedido pode ser: declaratória, constitutiva, 
condenatória, mandamental e autoexecutiva e no recurso pode ser: de reforma ou de 
cassação/anulação 
 Art. 322 CPC – Restrição de interpretação do pedido 
o O juiz não pode ir além daquilo que foi pedido 
o Tem que ter cuidado com os verbos reformar/cassar/anular porque se disser 
que a sentença tem que ser anulada, já está dizendo que tem um erro 
processual e aí o juiz vai olhar o erro processual. 
o Dano moral é direito material, ou seja, é um erro da reforma e não de 
cassação 
o Precisa saber pedir a partir de uma causa de direito material ou processual 
o Se pedir errado perde a chance por causa do princípio da unicidade 
o Vai ter uma cumulação objetiva de pedidos recursais real sucessiva quando 
houver erro processual e erro de direito material (existe essa possibilidade). 
Primeiro analisa o pedido processual, se ele for nulo, não interessa se está 
errado porque já destruiu o ato processual e este vai ter que ser refeito. Se 
o juízo ad quem entender que não é nulo, ele julgará, em seguida, a matéria 
de mérito. 
o Se pedir errado vai ser negado e o pedido vai ser inepto por misturar direito 
processual com direito material (precisa tomar cuidado com o verbo que vai 
ser utilizado. Se pedir errado paga o preço do erro) 
 
 
RESUMINDO: 
 Causa de pedir – Direito Processual – Pedido de cassação/anulação – Efeito 
devolutivo regressivo (1º analisa o erro processual) 
 Causa de pedir – Direito Material – Pedido de reforma/modificação – Efeito 
devolutivo substitutivo (depois analisa o erro material) 
 
 
4) EFEITO TRANSLATIVO: 
 ESCOPO: permitir que as matérias de ordem pública (defesas processuais 
peremptórias) possam ser arguidas de ofício pelo tribunal no momento de 
julgamento do recurso 
 Ao arguir uma matéria de ofício o tribunal irá extinguir o processo sem resolução 
do mérito, ou seja, o efeito translativo vai autorizar que o tribunal ao invés de 
julgar o recurso vai promover uma decisão que extinga o processo como todo 
considerado. 
o O tribunal aplicando o efeito translativo proferirá um acórdão que 
extinguirá o processo (e não só o recurso) sem resolução domérito (Art. 
485) 
o Ninguém chamou atenção do tribunal para determinada matéria de 
natureza processual peremptória. Entretanto, quando o tribunal faz uso 
do efeito translativo, ele pega a sentença segundo o art. 487 e a 
transforma no art. 485. 
o Defesas de natureza peremptória = vícios processuais insanáveis 
(gravíssimos) 
 Eles são conhecidos pelo tribunal ex ofício e ele tomando a 
consciência desses vícios é obrigado, mesmo que tenha o 
provimento jurisdicional de mérito julgar e identificar através de 
uma mecânica de saneamento se o processo atende ou não 
atende todos os requisitos pelos quais ele deveria atender. 
 Formalizando a existência do vício ele fumina, não o recurso, mas 
sim o processo como um todo. 
o Na realidade, o código de processo civil de 2015 trata de maneira 
diferente se esse vício for alegado pelo juízo de ofício e se ele foi objeto 
de alegação dentro de uma discussão pela própria parte recorrente ou 
eventualmente recorrida. 
 
Se esse vício é alegado pela parte recorrente ou recorrida = efeito 
devolutivo 
Se o vício é descoberto pelo juízo ad quem = efeito translativo 
(não está no vício, está na forma dele ser descoberto) 
 
 
5) EFEITO EXPANSIVO SUBJETIVO – Art. 1005: 
 Art. 1.005. “O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se 
distintos ou opostos os seus interesses. 
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor 
aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns” 
(parágrafo único é redundante) 
 
 
 REGRA GERAL = O recurso trará benefícios apenas 
para quem for a parte recorrente – Efeito devolutivo 
 Nos casos de litisconsórcio UNITÁRIO, o recurso de um 
aproveita aquele que não recorreu 
 
 Esse efeito acaba gerando o chamado “efeito carona”, mas na verdade, é 
apenas o efeito expansivo subjetivo. 
 EXEMPLO: Expansivo porque se fosse imaginar que tem um procedimento que 
o autor está litigando contra o réu 1 e o réu 2 um crédito solidário. O réu 1 e o 
réu 2 devem receber por força da natureza unitária do litisconsórcio, uma decisão 
homogênea, a sentença desse caso atinge tanto o réu 1 tanto o réu 2. Essa 
sentença é publicada, condena os réus e tem um recurso proposto pelo réu 1. 
Se o recurso do réu 1 tem apenas um fundamento, a prescrição do crédito. Ora, 
se o crédito é prescrito para ele e ele é solidário, em razão do litisconsórcio 
unitário, a prescrição obtida no recurso do réu 1, também serve para o réu 2, que 
também será liberado. 
o Ocorre o efeito carona, já que o R2 não recorreu, mas como o recurso do 
R1 foi acatado, a vantagem é trazida para o R2 já que a decisão tem que 
ser uniforme. 
o Se o recurso de R1 ganhou, o prazo para o recurso de R2 já acabou. 
Teoricamente, ambos tinham o prazo de 15 dias para propor o recurso, 
então se R1 já teve o recurso garantido, não poderá R2 recorrer já que 
não terá mais prazo. 
o Se o tribunal não dá para R1 tudo que ele quer, R2 poderá recorrer desse 
provimento, porque em parte é lesivo para ele, R2. 
 Se o litisconsórcio não for unitário isso não se aplica, ou seja, se não tiver os 
mesmos interesses entre os réus, não adianta. 
 
6) EFEITO EXPANSIVO OBJETIVO / TEORIA DA CAUSA MADURA: Art. 1013 
parágrafos 3º e 4º 
 Art. 1013 “§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal 
deve decidir desde logo o mérito quando: 
I - reformar sentença fundada no art. 485; 
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido 
ou da causa de pedir; 
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; 
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. 
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, 
se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno 
do processo ao juízo de primeiro grau.” 
 Aplicável = casos nos quais temos uma nulidade sanável (?!), como medida de 
aproveitamento do processo (celeridade + economia) 
 Tem o procedimento, o proferimento da sentença. Dessa sentença será proposto 
um recurso, mas a sentença está de acordo com o Art. 485, ou seja, extinguiu o 
processo sem a resolução do mérito e no recurso está discutindo a causa dessa 
extinção sem mérito, como por exemplo inépcia da petição inicial, ilegitimidade 
passiva, ou qualquer daquelas matérias de ordem pública, que causa uma 
defesa peremptória ou dilatória potencialmente peremptória. Quando recorre, 
está recorrendo com base no Art. 337. Só que o efeito expansivo objeto 
estabelece que ao invés de o tribunal analisar essa discussão, ele afasta a 
discussão do Art. 337 e julga o mérito com base no art. 487. 
o Nestes casos, teríamos uma causa madura, quando a despeito do 
processo ter sido extinto ser mérito, teria, antes da sentença, a produção 
de provas. A sentença sem mérito, por qualquer motivo, deveria ter ficado 
na decisão de saneamento, mas como os juízes não fazem saneamento, 
quando chegou na sentença, descobriu que o problema estava na 
petição inicial. E a parte está recorrendo disso, e não do mérito. 
o Já que teve provas sendo produzidas e realmente a sentença está 
incorreta, não apenas irá julgar a questão e atacar a sentença, anular a 
sentença e para não aplicar o efeito devolutivo regressivo, para devolver 
para aplicação e proferir uma sentença 2, o tribunal opta por deixar a 
matéria processual do lado e vai entrar no Art. 487. 
o Não foi pedido do recorrente entrar no mérito, o recorrente quer apenas 
nova sentença corrigindo o aspecto processual, porque quer uma 
sentença de mérito no lugar da sentença que foi proferida. Mas o tribunal 
pensa que não vale a pena mandar voltar e produzir nova sentença, 
então a fim de acelerar e baratear os custos, aplica o efeito expansivo 
objetivo, para modificar a sentença sem mérito para uma de mérito. O 
tribunal diz que tem um erro, mas não vai aplicar o efeito devolutivo 
regressivo. 
 
PRESSUPOSTOS RECURSAIS: 
 Desenvolvimento e construção de uma decisão recursal de mérito 
o Através do estudo dos pressupostos recursais, vamos lidar com as 
condições para que um recurso possa ter seu mérito julgado 
 
 Pressupostos extrínsecos (objetivos) X Pressupostos intrínsecos (subjetivos) 
Tempestividade Cabimento 
 Preparo Legitimidade / sucumbência 
 Regularidade Formal Inexistência de fato 
 
 Segundo o Prof. José Carlos Barbosa Moreira, basta ausência de um desses 
pressupostos para que o recurso não tenha seguimento. 
 
 
Negar seguimento = extinção sem mérito (Art. 485) – acórdão 
terminativo 
Dar/negar provimento = extinguir com resolução do mérito (Art. 487) – 
acórdão definitivo 
 
Julgar procedente = 1º grau 
 Dar provimento = 2º grau 
 
 PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS (OBJETIVOS): 
o Não dependem da leitura do recurso, são basicamente pressupostos 
topográficos, por meio do qual uma simples leitura seria mais do que 
suficiente para visualizá-los. 
o Prof. Barbosa Moreira - Detectáveis/aferíveis pela simples visualização 
do recurso 
 
1) TEMPESTIVIDADE: Art. 1003 
 Art. 1.003. “O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os 
advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o 
Ministério Público são intimados da decisão. (“Dias a quo” será a data da intimação do 
ato que se buscará recorrer – exclua o dia da intimação (Art. 224)) 
§ 1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando 
nesta for proferida a decisão. 
§ 2º Aplica-se o disposto no art. 231 , incisos I a VI, ao prazo de interposição de recurso 
pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação. 
§ 3º No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada em cartório ou 
conforme as normas de organização judiciária, ressalvado o disposto em regra especial. 
§ 4º Para aferição da tempestividade do recursoremetido pelo correio, será considerada 
como data de interposição a data de postagem. 
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para 
responder-lhes é de 15 (quinze) dias.” (padronizou os prazos para recurso, apenas os 
embargos de declaração que tem prazo de 5 dias) 
§ 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do 
recurso (se não fizer isso, o tribunal vai desconsiderar o feriado local)” 
 
 Verificável pelo protocolo do recurso 
 Interposição do recurso dentro do prazo legal 
 
 Súmula 641 STF: “não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um 
dos litisconsortes haja sucumbido” 
 Art. 229. “Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de 
advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, 
em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento 
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida 
defesa por apenas um deles. 
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.” 
o Todos os prazos para os réus eram contados em dobro – Art. 229 e 
agora, para interpor o recurso e do recurso em diante, todos os prazos 
são simples. 
 
2) PREPARO – Art. 1007 
 Pagamento das custas processuais para recorrer 
 Art. 1.007. “No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando 
exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de 
retorno, sob pena de deserção. (valor fixo do preparo + variável de acordo com o 
tamanho) 
§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos 
interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, 
pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. 
(exceção – quem não paga preparo nem porte de remessa e retorno. Só particular paga 
custas) 
§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, 
implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a 
supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. (tem 5 dias para pagar a diferença que ficou faltando 
referente a tabela de custas (valor variável do porte de remessa e de retorno)) 
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em 
autos eletrônicos. (mas continua tendo o valor do preparo – valor fixo. Porém existem 
tribunais que cobram valores de títulos de digitalização) 
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento 
do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu 
advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. (paga 3X se 
esquecer de juntar a guia, mesmo se o pagamento estiver sido correto) 
§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive 
porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4º. 
§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, 
por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo. (não 
pagou ou não juntou por causa de um motivo razoável) 
§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena 
de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar 
o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.” 
o Precisa ver o tamanho dos autos (quantidade de páginas) para saber o 
valor para se somar ao preparo por causa do porte de remessa e retorno 
 
3) REGULARIDADE FORMAL: 
 A PI vai ser subdividida em uma petição de interposição e por forma do princípio 
da complementariedade, tem também uma petição de razões recursais. 
o Princípio da complementariedade estabelece uma conexão entre petição 
interposição e as razões recursais. 
o Petição de interposição – Juízo a quo 
 Qualifica o recorrente e o recorrido 
 Envia para o juízo ad quem 
+ (Princípio da complementariedade) 
o Petição de razões recursais 
 Causa de pedir – fatos e fundamentos jurídicos 
 Pedido – Ou de revisão ou de cassação do provimento recorrido 
 
EXEMPLO: Petição inicial de uma ação de prestação de contas. O juízo fez o controle 
e não viu vícios na petição e citou o réu. O réu não apresentou contestação, ele prestou 
as contas que o autor queria, ou seja, cumpriu a obrigação de fazer antes da sentença. 
Dessa forma, o juiz, após as contas prestadas, deu uma sentença (Art. 487) julgando 
improcedente, dizendo que não tinha direito material para receber as contas, porque 
essas contas dariam muito trabalho para a devedora. 
 Relembrando que a sentença é posterior as contas pagadas, ou seja, ela é 
totalmente desnecessária haja vista que a obrigação já havia sido realizada. 
o Quando ele faz isso ele desobedece precedentes do STJ e batiza essa 
sentença por uma sentença do Art. 332, (a sentença do Art. 332 é aquela 
que reconhece prescrição e decadência antes da citação do réu) só que 
ela só seria possível antes da citação do réu. 
 No recurso pede a nulidade dessa sentença, ou seja, o efeito devolutivo 
regressivo, está pedindo para que o tribunal declarar que a sentença é nula e 
reenvie os autos para o juízo a quo para fazer novamente. Ao invés de aplicar o 
efeito devolutivo regressivo, já que a sentença seria feita de forma incorreta, é 
melhor aplicar o Art. 1013 parágrafo 3º porque se for refazer vai continuar errado. 
Mas como está tão madura a causa, o próprio réu já cumpriu e o processo não 
faz nenhum sentido. Dessa forma, o autor quer então que reconheça por acordão 
o direito do autor, aplicando a teoria da causa madura para não retornar para 1º 
grau e, possivelmente, receber outra sentença incorreta. 
 
RESUMINDO: a regularidade formal é um requisito topográfico para simplesmente 
verificar se a petição inicial trás a sua estrutura. Se olhar a estrutura da petição inicial e 
ela for composta da petição de interposição e a petição razões recursais, está cumprida 
a regularidade formal. O juiz nem precisa ler direito a petição inicial para analisar os 
referidos requisitos. 
 
 PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS (SUBJETIVOS): 
1) CABIMENTO: está ligado a verificação de que o recorrente soube escolher a 
modalidade recursal correta para impugnar aquele provimento específico. 
 O recorrente cumpre com o princípio da singularidade, porque está identificando 
qual é o recurso que ataca o provimento 
 
 
2) LEGITIMIDADE / SUCUMBÊNCIA: está ligado ao princípio da lesividade, que por 
sua vez, está ligado a ideia de interesse recursal. 
 Estabelece que o recurso será interposto pela parte sucumbente ou o terceiro 
prejudicado ou pelo ministério público. 
o O MP não tem interesse na causa, logo, não é sucumbente. Ele está 
recorrendo em razão da simples legalidade da ação, não significa que 
ele tenha interesse na causa. 
o Terceiro prejudicado = Art. 119 CPC (tem o nome de assistente se ele 
ingressa no processo na fase de conhecimento, em 1º grau, e é chamado 
de terceiro prejudicado se ele ingressa para propor o recurso) 
 Pode ser sucumbente total OU parcial. 
o No limite da sucumbência tem o direito de recorrer. 
 
 
 
 
ESTRUTURAÇÃO LÓGICA DO PROCEDIMENTO RECURSAL: 
 Fórmula padrão espelhada à mecânica do processo de conhecimento 
OBS: Procedimento comum = 4 fases (Fase postulatória, saneadora, instrutória e 
decisória) 
 Procedimento recursal = 2 fases 
o 1ª FASE: Fase A Quo (fase bem pequena) 
 Funciona como uma fase lógica (porque literalmente o primeiro 
ato da fase a quo é o recebimento do recurso, não tem como 
processar um recurso sem a parte recorrente a interpor) 
OBS: O recurso vai ser interposto / proposto / protocolizado (jamais impetrado) 
 Etapa 1: interposição do recurso perante o juízo que produziu 
qualquer provimento jurisdicional (sentença, acórdão...) 
 Facilitar o acessoao recurso 
 
 Etapa 2: intimação do recorrido (direito ao contraditório) – 
Apresentar contrarrazões 
 O juízo A Quo vai intimar o recorrido em razão do princípio 
do contraditório para ele poder apresentar as 
contrarrazões (ou também chamada de contraminuta) ao 
recurso. 
o Não existe contestação recursal 
 O recorrido tem a faculdade de apresentar as 
contrarrazões, não é obrigatório. O recorrido pode optar 
por não contrarrazoar (não existe revelia recursal 
independente) 
o O prazo para apresentação de contrarrazões é o 
mesmo prazo para a apresentação do recurso, que 
é de 15 dias (regra geral. Exceto os embargos de 
declaração que tem prazo de 5 dias para recorrer 
e contrarrazoar) 
 Sempre mantendo a isonomia (se tiver 15 
dias para recorrer, são 15 dias para 
contrarrazoar e por aí vai) 
 Tomar cuidado com quem tem prazo em 
dobro para recorrer, como por exemplo 
MP, Defensoria, Fazenda, Litisconsórcio 
com procuradores diferentes em processos 
físicos... 
 
 Etapa 3: Intimar o MP 
 ETAPA FACULTATIVA (Pode ou não ocorrer) 
 Ela só vai ocorrer se o MP estiver nessa lide como Custus 
Legis, se ele tiver atuado assim no procedimento comum, 
caso exista alguma circunstância do Art. 178) 
o Se não tiver circunstância do Art. 178, pula a etapa 
3 e vai direto para a etapa 4. 
 Etapa 4: envio dos autos para o juízo Ad Quem 
 Pode ser físico ou eletrônico dependendo das 
circunstâncias 
 Sai do PJE e vai para o JPE 
OBS 1: Tem grande semelhança com a fase postulatória 
OBS 2: É chamado de fase A Quo porque o juízo a quo é o juízo que elaborou o 
provimento que vai ser recorrido 
OBS 3: O juízo a quo não tem nenhum poder de decisão. No Código de 73 tinha uma 
admissibilidade para o juízo a quo antes do juízo ad quem, mas era perceptível que o 
juízo a quo fazia alegações errôneas. O juízo a quo só faz despachos. 
 
o 2ª FASE: Fase Ad Quem (maior) 
 Etapa 1: Distribuição (sorteio) – Cartório de distribuição 
(autos completos – recursos) 
 REGISTRO DOS AUTOS: Art. 929: “Os autos serão 
registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, 
cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição. 
Parágrafo único. A critério do tribunal, os serviços de protocolo 
poderão ser descentralizados, mediante delegação a ofícios de 
justiça de primeiro grau.” 
 SORTEIO ELETRÔNIO E ALTERNATIVDADE DO 
RELATOR: Art. 930: “Far-se-á a distribuição de acordo com 
o regimento interno do tribunal, observando-se a 
alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade. 
Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal 
tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente 
interposto no mesmo processo ou em processo conexo.” 
 
 Etapa 2: Autos conclusos ao relator 
 1 relator (função de gerenciamento do procedimento – 
acórdão monocrático – aplica o Art. 932 (Controle da 
petição recursal)) e 2 vogais 
 Art. 931: “Distribuídos, os autos serão imediatamente 
conclusos ao relator, que, em 30 (trinta) dias, depois de elaborar 
o voto, restituí-los-á, com relatório, à secretaria.” 
o Para cumprir as exigências do Art. 932 
o Prazo impróprio: tanto faz o tempo que ele gaste 
 
 Etapa 3: Relator deve realizar análise de pressupostos 
recursais sob pena de negativa de seguimento – o relator dever 
sanear o recurso – verificar se o recurso apresenta vícios em sua 
estrutura. Se apresentar vícios ele vai ter que apresentar 
providências. 
 No caso de falta de pressupostos (qualquer um deles), 
ocorre a extinção sem mérito (Art. 485). Se ele extinguir o 
recurso sem mérito, como tem direito ao duplo grau, pode 
propor um recurso denominado de Agravo Interno 
(Art. 1021 CPC) 
o Objetivo do agravo interno é de ouvir os dois 
vogais. 
 Pode ter uma situação em que os dois 
vogais discordam do relator e reformam a 
decisão do relator 
 Prazo: 15 dias 
 Na petição de agravo interno diz para o 
tribunal que o relator que está errado. 
Quando faz o uso do agravo interno, os 
dois vogais analisam e dizem se o relator 
de fato errou e cassam a decisão de 
extinção sem mérito. Quando eles fazem 
essa cassação eles mandam voltar para 
continuidade do processo. 
 No caso de os pressupostos estarem corretamente 
preenchidos, ele vai fazer uma análise para verificar se 
existentes precedentes já julgados com efeito Erga 
Omnes, sobre a matéria objeto do recurso. 
o Ocorre a análise se tem ou não precedentes 
 Se não houver precedente, o recurso vai 
ser julgado e as coisas vão continuar 
normalmente. Pode até ser que o recurso 
se transforme em precedente 
 Se houver precedente, o relator não 
precisará ouvir os vogais e ele vai realizar 
um julgamento monocrático aplicando o 
precedente ao caso. 
 Ele aplica o precedente no recurso, 
ou seja, decide com mérito. Sendo 
elas favoráveis ou desfavoráveis. 
 Se entender que o precedente 
aplica ao caso, a pessoa fica 
quieta. 
 Se entender que o precedente 
não aplica ao caso, a pessoa pode 
recorrer a partir de um agravo 
interno. Entretanto, nesse caso, 
não vai discutir o precedente e sim 
o distinguishing e o overrulling do 
precedente. 
o Distinguishing: diz que o 
precedente foi construído 
em uma base fática 
totalmente diferente do 
caso, ou seja, ele regula 
uma situação totalmente 
diferente da reconhecida no 
caso. Quando está fazendo 
a distinguishing, ta dizendo 
que o precedente não se 
aplica ao caso. Dessa 
forma, a pessoa quer que os 
vogais discordem do relator, 
na verdade, que o relator 
fazendo o juízo de retração 
diga que os precedentes 
estão equivocados e não 
podem ser aplicados ao 
caso concreto. 
o Overruling: também é 
conhecido como superação, 
é a demonstração que o 
precedente perdeu a força 
normativa por ter sido 
revogado. Ou seja, havia 
um precedente, mas ele foi 
revogado e não pode mais 
ser aplicado ao caso. 
Percebe-se que ele não tem 
mais efeito erga omnes já 
que foi revogado, então não 
pode ser aplicado ao caso. 
OBS: o recurso não derruba o precedente no mecanismo do agravo interno. Só quem 
pode revogar um precedente é o órgão que criou o precedente. Por exemplo, se o 
precedente foi criado por aquelas duas sessões como subdivisões do órgão especial do 
tribunal, só elas podem revogar o precedente. O relator e os vogais não têm poderes no 
agravo interno para enfrentar essa discussão. O advogado não pode levar essa 
discussão para o tribunal. A causa de pedir só pode ser a distinguishing ou a overruling. 
 Se eles mantiverem a aplicação 
do precedente, com o agravo 
interno poderá ter a possibilidade 
de recorrer após o julgamento do 
agravo interno poderá propor uma 
decisão para tribunal que criou o 
precedente, como o Supremo ou 
STJ, solicitando a revogação desse 
precedente. 
 
 Etapa 4 – Circunstancial: Relator deverá verificar se naquele caso, 
eventualmente, será caso de deferir uma tutela provisória ou de atribuir um 
efeito suspensivo ao recurso. 
o É também uma decisão monocrática do relator. 
o Paralisa ou não o julgamento do recurso, defere ou não uma tutela 
provisória acerca do recurso 
 
 Etapa 5 – Circunstancial: INCIDENTES RECURSAIS = mecanismos para 
criação de precedentes 
o Nem todo recurso vai dar um precedente, mas pode ter um precedente 
quando enfrenta um recurso. 
o Existem diversos tipos de incidentes: 
 INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS – 
IRDR 
 Entra como uma novidade 
 INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA – IAC 
 Já existia mas agora tem nome novo 
 INCIDENTE DE DECLARAÇÃO DE 
INCONSTITUCIONALIDADE 
 Velho dentro da sistemática 
o Se gerar precedente, paralisa o caso, produz decisões de afetação que 
tem duração de um ano e que vale para o recurso da pessoa e de todos 
os outros processos dentro do “guarda-chuva” daquele tribunal. 
o Se não gerar precedente, vai para a próxima etapa (etapa 6) que é o 
fim do julgamento do recurso 
 
 Etapa 6: Elaboração do relatório – pedindo dia de julgamento 
o Relator elabora um relatório (narrativa fática dosprincipais 
acontecimentos 
 
 Etapa 7: Julgamento (Julgamento do recurso em si, não do precedente) 
 
1) Leitura do relatório 
 
2) Sustentação oral (Não é todo recurso que pode ter sustentação 
oral – Art. 937 CPC) 
Art. 937. “Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo 
relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao 
recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério 
Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, 
a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos 
da parte final do caput do art. 1.021 
I - no recurso de apelação; 
II - no recurso ordinário; 
III - no recurso especial; 
IV - no recurso extraordinário; 
V - nos embargos de divergência; 
VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação; 
VII - (VETADO); 
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias 
que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência; 
IX - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do 
tribunal. 
§ 1º A sustentação oral no incidente de resolução de demandas 
repetitivas observará o disposto no art. 984, no que couber. 
§ 2º O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá requerer, 
até o início da sessão, que o processo seja julgado em primeiro lugar, 
sem prejuízo das preferências legais. 
§ 3º Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, 
caberá sustentação oral no agravo interno interposto contra decisão de 
relator que o extinga. 
§ 4º É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade 
diversa daquela onde está sediado o tribunal realizar sustentação oral 
por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de 
transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que o requeira até 
o dia anterior ao da sessão.” 
 
3) Votação – Rejulgamento (Art. 942 CPC) 
Art. 942. “Quando o resultado da apelação for não unânime, o 
julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a 
presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos 
previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para 
garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às 
partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas 
razões perante os novos julgadores. 
§ 1º Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na 
mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que 
porventura componham o órgão colegiado. (muito criticado) 
§ 2º Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por 
ocasião do prosseguimento do julgamento. 
§ 3º A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, 
ao julgamento não unânime proferido em: 
I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, 
devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior 
composição previsto no regimento interno; 
II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar 
parcialmente o mérito. 
§ 4º Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento: (inútil segundo 
o Pedron) 
I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de 
demandas repetitivas; 
II - da remessa necessária; 
III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte 
especial.” 
 Aplicação do Art. 942 ocorre nos seguintes casos: 
o Apelação com decisão 2X1 
 Art. 942 estende o colegiado, ou seja, a 
câmara, de início tem 5 membros, mas 
apenas 3 juízes participam do julgamento 
da apelação. Entretanto, com a aplicação 
do Art. 942, os outros 2 juízes da câmara 
são convocados a participarem do 
julgamento e a sessão de julgamento é 
iniciada novamente. 
 Tem devolutiva ampla - se pegar todo o 
julgamento da apelação e começasse tudo 
de novo 
 Nos casos do §3º só cabe o Art. 942 
quando a decisão por 2X1 for pela vitória 
do autor da ação rescisória ou do 
recorrente do agravo de instrumento. 
 Se quem propôs a ação rescisória 
ou o agravo de instrumento, mesmo 
que por 2X1, perdeu, com ou sem 
mérito, não cabe o Art. 942 
o Ação rescisória 
o Agravo de instrumento de decisão interlocutória de 
mérito (Art. 356) 
 
 
 
 
 
 
NOMECLATURA: 
RTE = recorrente 
RDO = recorrido 
APTE = apelante 
APDO = apelado 
AGTE = agravante 
AGDO = agravado 
(final TE = quem propõe o recurso) 
 
RESUMINDO: 
 
SISTEMA DE FORMAÇÃO DE PRECEDENTES: 
 COMMON LAW: 
o O precedente não é uma linha reta entre os juízes 1, 2, 3 e 4. É uma linha 
de crescimento em que os juízes 1, 2, 3 e 4 precisem evoluir. Essa racio 
nada mais é do que o argumento baseado no princípio jurídico que 
conserva um direito. Esse direito, por conta de um fenômeno 
constitucional, chamado de proibição de retrocesso (efeito cliquet), ele 
deve ser aplicado no precedente. 
 O precedente é uma construção evolutiva porque cada juiz deve 
apenas escrever um parágrafo nesse desenvolvimento, à 
tornando mais produtiva. 
 
 DIREITO BRASILEIRO: 
o O precedente no Brasil trabalha sobre outra base, ou seja, eles são 
criados a partir de um procedimento especial com essa finalidade. 
 O precedente nasce no Brasil sabendo que será um precedente. 
Ele passa por toda uma cadeia de atos, porque no final terá efeito 
erga omnes. 
o Ainda que no sistema brasileiro, fazem uso da expressão precedente, 
hora nenhuma podemos pensar que o Brasil se tornou um país de 
Common Law. 
 Por mais que a linha que separe Common Law e Civil Law não 
seja tão firme. 
o O que podemos perceber é que esses precedentes, dotados de efeito 
erga omnes, chegam para tentar conter as jurisprudências lotéricas. 
 As jurisprudências lotéricas se baseiam na ideia de que o juiz 
pode decidir o que quiser. Pode tirar da cabeça dele os 
fundamentos para as decisões e que ele não está vinculado às 
decisões realizadas por superiores a eles. 
o Hoje temos 750 teses que o supremo reconhece e que, posteriormente, 
vão virar precedentes. Negadas temos 346. 
 Existem ministros mais responsáveis por repercussão geral e 
mais propensos a negar a repercussão. 
 Das 750 repercussões conhecidas, temos apenas 511 julgadas. 
Tem 239 repercussões gerais que estão aguardando o 
julgamento. 
OBS: os precedentes podem ser falhos, como por exemplo o precedente Dred Scott. 
 
 INCIDENTES: 
o INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS – IRDR 
 Entra como uma novidade 
 O IRDR se insere dentro de um verdadeiro microssistema 
inaugurado pelo NCPC para o tratamento da chamada 
litigiosidade repetitiva 
 Dessa forma, suas normas não podem ser lidas e 
interpretadas a parte do julgamento dos recursos 
especiais e extraordinários repetitivos, sendo, portanto, 
ambas espécies de um gênero maior 
 Nesse sentido o enunciado número 345 do FPPC 
 O IRDR encontra-se igado e inspirado no Direito 
Processual alemão (MUSTERVERFAHREN), como 
leciona o Prof. Antônio do Passo Cabral 
 Foi introduzido no sistema tedesco em 2005, inicialmente 
como um teste e por isso restrito às controvérsias do 
mercado de capitais, envolvendo o caso Deutsche 
Telekon (DT), entre os anos de 1999 e 2000. Aqui, 15 mil 
investidores procuram o judiciário alegando lesões, e 
foram representados por mais de 750 advogados 
diferentes 
 Estabelecia-se, assim, um padrão decisório para 
julgamento de todos os casos submetidos ao judiciário 
 Só em 2008, sofreu ampliação, principalmente em razão 
de litígios repetitivos versando sobre assistência e 
previdência social 
 Requisitos para instauração: 
o Art. 976: “É cabível a instauração do incidente de 
resolução de demandas repetitivas quando houver, 
simultaneamente: 
I – efetiva repetição de processos que contenham 
controvérsia sobre a mesma questão unicamente de 
direito (há a formação de uma tese jurídica) 
II – risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica” 
(combatendo a formação de uma jurisprudência 
lotérica) 
 Não é possível um IRDR preventivo 
 O IRDR julga teses, não casos 
 Busca-se assim afirmar a necessidadede EFETIVO 
DISSENSO INTERPRETATIVO e não um mero 
DISSENSO POTENCIAL 
 Logo, não se admite a possibilidade de ajuizamento 
PREVENTIVAMENTE, o que desde os primeiros debates 
acerca do projeto foi objeta de severa rejeição pela 
doutrina mais autorizada 
 Contudo, não há previsão legislativa para um NÚMERO 
MÍNIMO DE CASOS para autorizar 
 Outra observação importante fica acerca da percepção 
que o incidente pretende constituir a forma de um 
PROCEDIMENTO-MODELO, constituindo-se como um 
incidente interlocutório 
 Com isso, atrair para seu universo de discussão somente 
questões de direito que são comuns a todos os casos 
similares (direito individual homogêneo), o que acaba por 
deixar para cada casa concreto um espaço ainda de 
discussão que ficou fora da decisão que serpa tomada e 
receberá o efeito vinculante 
o IRDR é proposto para um TJ ou TRF (sempre no 
2º grau) 
 Não tem IRDR no supremo, STJ... 
 É o desembargador quem vai analisar o 
cabimento ou não do IRDR conforme o 
cumprimento do Art. 976 
 Ainda que pese sua natureza incidental, deve ser 
lembrado que o parágrafo 1º do Art. 976 estabelece que a 
desistência ou o abandono do processo não impede o 
exame de mérito do incidente 
 Art. 976, parágrafo 2º: “se não for o requerente, o MP 
intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá assumir sua 
titularidade em caso de desistência ou de abandono” 
 Art. 977. “O pedido de instauração do incidente será dirigido 
ao presidente de tribunal: (TJ ou TRF) 
I - pelo juiz ou relator, por ofício; 
II - pelas partes, por petição; (Há necessidade de um processo 
anterior) 
III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por 
petição. 
Parágrafo único. O ofício ou a petição será instruído com os 
documentos necessários à demonstração do preenchimento 
dos pressupostos para a instauração do incidente.” 
 COMPETÊNCIA PARA PROCESSAMENTO: 
o Art. 978. “O julgamento do incidente caberá ao órgão 
indicado pelo regimento interno dentre aqueles 
responsáveis pela uniformização de jurisprudência do 
tribunal. 
Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar 
o incidente e de fixar a tese jurídica julgará igualmente 
o recurso, a remessa necessária ou o processo de 
competência originária de onde se originou o incidente.” 
 Os julgamentos dos IRDR’s acontecerão, portanto, no 
âmbito dos Tribunais de Justiça dos Estados (TJ’s) e dos 
Tribunais Regionais Federais (TRF’s). Enunciado 343 do 
FPPC 
 Além disso, deve-se conservar seu caráter subsidiário, na 
forma do parágrafo 4º do Art. 976, de forma que havendo 
demanda já afetada pelo julgamento de RE ou REsp 
repetitivo não será possível a discussão do IRDR 
 ESTRUTURA TRIFÁSICA DO IRDR NO NCPC: 
o 1ª fase: Art. 977 – formalização do pedido de 
instauração para o tribunal (TJ ou TRF) 
competente, dirigindo o requerimento ao 
presidente do tribunal 
 Não há pagamento de custas (é 100% 
gratuito porque entende-se que quem 
propõe o IRDR está assumindo um ônus 
público, porque está criando um 
precedente para uma coletividade de 
pessoas) 
 O tribunal irá registrar a tese discutida e 
informar o CNJ 
 O relator do IRDR deverá, segundo o Art. 
982, mandar suspender todos os 
processos pendentes (individuais ou 
coletivos) de julgamento, que tramitarem 
no mesmo Estado (no caso de TJ) ou na 
mesma região (no caso de TRF) 
o 2ª fase: relator irá intimar MP (quando não for o 
autor do IRDR) para ofertar manifestação em 15 
dias, bem como poderá pedir informações aos 
juízos em que tramitam os processos afetados, 
pelo mesmo prazo. Remeterá ofícios para 
interessados na matéria para se habilitarem como 
amici curiae 
 Poderá ainda designar audiência pública 
(Art. 983) 
 O órgão responsável pelo julgamento do 
IRDR ficará prevento para julgar também 
recursos, remessas necessárias e causas 
de competência originária que versem 
sobre idêntica controvérsia (Art. 978 
parágrafo único) 
o 3ª fase: Na sessão de julgamento (Art. 984), o 
Relator exporá o objeto do incidente e, após, 
partes de MP poderão realizar sustentações orais, 
seguidos os demais interessados. 
 O acórdão deverá abarcar TODOS os 
fundamentos suscitados, sejam eles 
favoráveis ou não 
 Após resolução do incidente, sua decisão 
será aplicada a todos os processos 
presentes e futuros (Art. 985) até que haja 
revisão (Art. 986). São competentes para 
pedir ou julgar a revisão os mesmos que 
suscitaram e julgaram o IRDR 
 Se ocorrer o descumprimento da decisão 
do IRDR será possível o manejo de 
Reclamação (Art. 985 parágrafo 1º) 
 Contra a decisão que julgar o IRDR poderá 
ser proposto RE ou REsp (Art. 987), que 
será recebido com efeito suspensivo e tem 
presumida sua repercussão geral (art. 987 
parágrafo 1º). Com seu julgamento, formar-
se-á precedente para todo o território 
nacional (Art. 987 parágrafo 2º) 
 
o INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA – IAC 
 Já existia mas agora tem nome novo 
o INCIDENTE DE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE 
 
PADRÃO DE DECISÕES OBRIGATÓRIAS: 
 Transformação de incidentes recursais em decisões obrigatórias: 
o Procedimentos – Art. 927 – Padrões decisórios obrigatórios (erga omnes) 
 Conjunto de padrões locais criados pelo TJ ou TRF e nacionais 
estabelecidos pelo STF ou STJ dependendo da competência 
OBS: a pandemia foi o momento de maior criação de padrões nacionais pelo STF e 
STJ. Muita coisa está sendo modificada no meio desse curso. É interessante e exige 
uma revisão o tempo todo para ficar atento acerca dos padrões decididos e criados.

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