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PROCESSO CIVIL II PRINCÍPIOS RECURSAIS: Alguns princípios recursais elencados de certa maneira realmente são princípios próprios do direito recursal, ou seja, só acontecem nas lógicas dos recursos. Uma vez que ela é anexa a fase de conhecimento, ou seja, tem peculiaridades. Como o ocorre com o processo de conhecimento. Os recursos têm alguns princípios próprios, contudo a doutrina brasileira, inventa princípios que são da teoria geral do processo e acabam recebendo na lógica recursal um nome novo, mas basicamente significa a mesma coisa que já significam na teoria geral do processo. 1) TAXATIVIDADE RECURSAL: estabelece para nós que nós só podemos recorrer dos recursos previstos na legislação com procedimentos pelo qual está previsto na legislação As partes não podem através do Art. 190 criar recursos pela via das convenções processuais, todo recurso tem que ter previsão legal, não é pela via de regimento interno do Tribunal. Só a Lei no seu sentido formal cria recursos Os recursos DEVEM observar a reserva legal no sentido formal Não há ato recursal sem previsão legal Princípio da Legalidade não é um princípio recursal e sim um princípio da teoria geral do processo. Salvo casos da negociação geral, os atos processuais a serem praticados tem que ser previstos em lei. A vontade das partes aqui não pode criar e modificar o sistema de procedimento de um recurso Por outro lado, pode por convenção processual estabelecer que o procedimento não terá alguns recursos. Pode renunciar no duplo grau de jurisdição (é um direito) o Pode fazer um instrumento contratual que estabeleça que em determinado processo não cabe recurso extraordinário Só podemos utilizar os recursos que nós temos (previstos no Art. 994) o Tem 9 recursos Quer limitar a doutrina e jurisprudência para não criarem e modificarem a logica de um funcionamento de um recurso Só pode utilizar determinadas figuras recursais. Entretanto, a Doutrina e Jurisprudência identificam sucedâneos recursais o Algumas figuras de procedimentos especiais podem ser manejadas pelas partes com objetivos de atacar uma decisão judicial, sem que, entretanto, esses procedimentos especiais sejam considerados recursos No campo do processo penal, os processualistas penais utilizam o habeas corpus como mecanismos de impugnação, mas ele não é considerado um recurso (vira um quase recurso) Ação de mandado de segurança também é considerado um exemplo, porque contra ato judicial pode ser considerado um auxiliar para obtenção de um ataque jurisdicional, mas continua não sendo considerado recurso. Se tiver previsão de recurso, não cabe mandado de segurança. 2) VOLUNTARIEDADE: a utilização de um recurso é ato de autonomia da vontade do agente recorrente, ninguém é obrigado a recorrer. Depende da vontade de outro para recorrer. Propõe um recurso porque quer recorrer, porque não concorda com determinada decisão Não existe a ideia de recurso de ofício (feito pelo juízo) o O instituto da remessa necessária não é recurso (Art. 496 CPC) porque o juiz não tem interesse recursal, quem recorre quer modificar uma decisão Ninguém depende da vontade de outro (litisconsorte) para recorrer Art. 1005 CPC: “O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses.” o O único limite temporal para que possa desistir de um recurso será exatamente a não conclusão do julgamento recursal, por uma razão óbvia, se a decisão recursal for publicada não tem mais a possibilidade de desistir do recurso. 3) LESIVIDADE: o princípio da lesividade está ligado com o Art. 996 do CPC e ele estabelece para nós que a parte recorrente deverá demonstrar no seu recurso que este recurso objetiva modificar a decisão para trazer um resultado útil mais benéfico Só pode recorrer quem saiu perdedor do provimento Sucumbência total ou parcial o Se pediu R$100.000 e o juiz proveu R$80.000, pode recorrer porque houve uma parcela perdedora Está atrelada com a ideia de interesse processual recursal, mas tem exceção, que é o MP o O MP não toma partido, ele não perde nem ganha quando atua em recursos leves. O MP pode recorrer independentemente desde que identifique que ocorra uma violação a norma o O interesse processual recursal do MP decorre do descumprimento da lei pelo juiz o O MP não é considerado parte 4) CONSUMAÇÃO: preclusão (decisões interlocutórias) / coisa julgada (terminativas ou definitivas) Esse princípio vai estabelecer para nós que um dos principais desdobramentos práticos dos recursos é exatamente impedir a formação de uma situação de preclusão sobre o conteúdo da decisão não atacada por um recurso Vai estabelecer para nós que se eu não recorrer, é como se fosse aquela máxima popular de quem cala consente, se qualquer provimento jurisdicional não for atacado pelo recurso, significa que a parte lesada concorda com aquilo que ela perdeu Nós vamos operar a preclusão nas decisões interlocutórias e vamos falar de coisa julgada quando as decisões forem terminativas ou definitivas O código chama atenção como mecanismo de organização do procedimento, para que questões não sejam objetos de uma discussão no futuro consequentemente Se perder o prazo ocorre preclusão ou coisa julgada, porque está dando concordância com a decisão jurisdicional PRECLUSÃO – DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS COISA JULGADA – DECISÕES TERMINATIVAS OU DEFINITIVAS É um princípio negativo, SE NÃO RECORRER, ocorre a consumação 5) COMPLEMENTARIEDADE: Não basta atacar o provimento pedindo uma nova decisão, precisa fundamentar um porque aquela decisão está errada Está exigindo para nós, basicamente, que o recorrente traga fundamentos fáticos e normativos para atacar o provimento recorrido Precisa dizer de maneira analítica que a decisão está errada por isso e aquilo... O mérito do recurso não será objeto de discussão no tribunal porque não pode simplesmente fazer uma petição falando que discorda da sentença ou que deveria receber mais de indenização ou dano moral. A pergunta é porque você deveria? Quais as suas razões? A causa de pedir envolve razões fáticas e normativas o Normas = regras, princípios e precedentes Correlação entre fatos e normas para ver as que estão sendo aplicadas no caso Se o juiz agir de ofício, ele assume uma parcialidade, um pré-julgamento, e, consequentemente, isso atinge a parcialidade. Se o magistrado age sem que as partes as provoquem, ele fere um princípio da jurisdição, porque ele não tem que garantir nada para as partes sem que a parte solicite. 6) DIALETICIDADE OU DIALOGICIDADE: O procedimento recursal não pode deixar de dar a oportunidade para que o recorrido também se manifeste NÃO EXISTE CONTESTAÇÃO DE RECURSO, E SIM, CONTRARRAZÕES NÃO EXISTE REVELIA RECURSAL 7) NON REFORMATIO IN PEJUS: esse princípio apresenta a proibição de que a decisão recursal seja pior do que a decisão recorrida Não pode agravar o quadro Pior do que está não vai ficar Só pode melhorar 8) SINGULARIDADE: Para cada provimento há um, apenas um, recurso possível A finalidade é racionalizar o sistema de modo que para cada provimento tenha UM recurso correspondente Para uma decisão interlocutória de 1º grau – agravo de instrumento; para uma sentença tem o recurso – apelação; para uma decisão interlocutória de 2º grau – agravo interno Relação entre provimento e recurso Se tem uma sentença e propõe um recurso errado a consequência é a extinção do recurso No processo civil precisa entender qual é o provimento para depois decidir o recurso, no processo penal não O nominalismo medieval acabou, não interessa o nome, e sim, o elemento pragmático (ser sentença não é ter o nome de sentença) Não é um problema platônico aqui Provimento jurisdicional não precisa ter nome, basta lero documento para saber Preza pela boa técnica, saber escolher o recurso correto OBS: Tem doutrina que unifica o princípio da singularidade com o da unicidade, como Fred Didier, mas o Prof. Humberto Theodoro trabalha separado, então vamos trabalhar como princípios independentes 9) UNICIDADE: Só tem uma oportunidade processual para apresentar o recurso Regra geral: Não tem aditamento (ato voluntário do recorrente – ligado a possibilidade de alterar algum elemento) ou emenda recursal (correção compulsória de vício processual) Sob pena de preclusão, que pode gerar a consumação, se propuser o recurso errado, o recurso é extinto, ou seja, formará a coisa julgada ou ocorrerá a preclusão Via de regra, vai falar em preclusão consumativa impedindo de apresentar pela 2ª vez um recurso, caso ele tenha sido extinto sem mérito. Existem algumas exceções para aditar/emendar, são elas: o 1 possibilidade para aditar recurso de embargos de declaração (Art. 1024 CPC) o 3 possibilidades para emendar um recurso (Art. 1007 CPC, Art. 1017 CPC, Art. 1032 e 1033) São situações MUITO específicas (ainda não precisamos saber delas, só que existem exceções. Mas a regra geral é que não pode modificar o recurso depois de proposto) Recurso é uma coisa muito séria, só tem uma oportunidade para fazer as coisas bem feitas, se não vai ser extinto Fred Didier chama esse princípio de “singularidade 2” 10) FUNGILIBIDADE RECURSAL: Ele é uma exceção Ele existe para enfraquecer o princípio da singularidade Discute a possibilidade de ERRO A fungibilidade recursal, tem fases ao longo da história processual brasileira o Começa no CPC de 1939, Art. 810 Art. 810. “Salvo a hipótese de má-fé ou erro grosseiro, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro, devendo os autos ser enviados à Câmara, ou turma, a que competir o julgamento.” Se a parte errar o recurso, erro, burrice, não safadeza, a ponto de isso ser tão grosseiro, o tribunal vai receber o recurso errado e processar sobre a forma do recurso certo O princípio vai ser aplicado toda vez que ocorrer BURRICE, e não, má fé. Boa-fé = ausência de desejo de estragar o processo Isso ocorre porque tínhamos um sistema EX: uma pessoa apresentou um agravo de instrumento para recurso de sentença, que na verdade seria uma apelação. O tribunal transforma em apelação e segue com o recurso. Depois está presente no CPC de 1973 (1º momento – ele está adscrito a década de 1970 até o início de 1980) Continua no CPC de 1973 mas é considerado um 2º momento porque é entre a década de 80 e 90 Na década de 1990 tem a implantação do STJ (aumentar o espaço de jurisprudência defensiva) Jurisprudência do STJ na década de 2000 CPC de 2015 o A ideia de fungibilidade vai ser lida e relida durante essas 6 fases, mas é lida e relida com determinados olhares dependendo do momento o Ideia de que tem que aproveitar os atos processuais o O STJ questiona se deverá se pautar na boa-fé subjetiva ou objetiva. O direito civil a partir da década de 90 começa a falar da história de boa-fé objetiva e, por isso, começa a se dizer que não é a boa-fé subjetiva que tem a ver, e sim, a objetiva, a da conduta, a externalizada. o A boa-fé objetiva é pautada na dúvida objetiva (percepção de que a lei está errada. É uma dúvida coletiva social, está diante de uma dúvida que não tem a ver com ignorância) e a identidade de pressupostos recursais Dúvida objetiva tem que ser compartilhada Produzida por efeito do juiz ou legislador EFEITOS RECURSAIS: 1) EFEITO OBSTACULAR A FORMAÇÃO DA COISA JULGADA OU DA PRECLUSÃO Princípio da consumação o Provimentos terminativos ou definitivos – impedir a formação da coisa julgada (formal ou material) o Provimentos interlocutórios – impedir a formação da preclusão 2) EFEITO SUSPENSIVO: Art. 995 + Art. 1012 Regra geral = os recursos não têm o feito de impedir a satisfação imediata do provimento recorrido CPC 1973 – Efeito suspensivo era a regra geral CPC 2015 – Efeito suspensivo é uma exceção Exceção 1 = parágrafo único do Art. 995 CPC – o relator, no tribunal, poderá dar ou retirar o efeito suspensivo do recurso o (A) Dano gravo ou de difícil reparação (Periculum in Mora) + (B) Alta probabilidade de êxito do recurso o Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso. (REGRA GERAL) Os recursos, em regra, não têm efeito suspensivo o Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se dá imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. (A) efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação + (B) ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso = Deferir o efeito suspensivo Exceção 2 = Art. 1012 CPC o Art. 1.012. “A apelação terá efeito suspensivo. § 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: (este não é um rol taxativo por causa do parágrafo único do 995, é apenas um rol exemplificativo) I - homologa divisão ou demarcação de terras; II - condena a pagar alimentos; III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; (sentença que confirme, concede ou revoga uma tutela provisória) VI - decreta a interdição. § 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença. § 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado por requerimento dirigido ao: I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la; II - relator, se já distribuída a apelação. § 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.” REGRA EXCLUSIVA PARA APELAÇÃO = ATRIBUIÇÃO DE EFEITO SUSPENSIVO EX LEGE o PARA OUTROS RECURSOS = EFEITO SUSPENSIVO É EXCEÇÃO o PARA APELAÇÃO = EFEITO SUSPENSIVO É REGRA o Há possibilidade da apelação perde o efeito suspensivo – (1) Art. 995, § ÚNICO (2) § 1º, 1012 3) EFEITO DEVOLUTIVO: Art. 1013 caput + parágrafo 1º e 2º do CPC Art. 1.013. CPC: A apelação devolverá (enviará) ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. (devolver como falso cognato) – EFEITO DEVOLUTIVO § 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado. o Exemplo 1: tem um procedimento dentro do qual até chegar na sentença, um conjunto de discussões vieram a acontecer. Na contestação do réu, por exemplo, ele trouxe um argumento de prescrição e um de inépcia. Se o juiz a quo acata o argumento da prescrição, ele julga improcedente o pedido do autor, mas ele não precisa discutir o pedido de inépcia, porque um argumento já foi suficiente para acabar com o processo. Ou seja, tem uma questão que não foi resolvida na sentença. Por outro lado, se dessa sentença, sobrevier um procedimento recursal, o juízo ad quem vai entrar na discussão da prescrição, mas também está autorizado a entrar na discussão da inépcia, mesmo que ela não tenha sido objetivo de discussão anteriormente. o Exemplo 2: Tem uma petição inicial com pedido A de investigação de paternidade + pedido B de alimentos. A sentença deste caso julgouimprocedente a investigação de paternidade, se esse pedido é um pedido cumulativo, o prejuízo da 1ª afeta a 2ª. Se diz que ele não é pai, o pedido B fica prejudicado. O problema é que havendo aqui um recurso dessa decisão, se o juízo ad quem entender que A está correto, ele terá de enfrentar B. Se A for bem sucedido, B que havia ficado prejudicado na sentença, passa agora a ser julgado. Será enviado também para o tribunal todas as questões ligadas ainda que não tenham sido objetivo de manifestação do juízo a quo. Não está violando o princípio devolutivo. “§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá (enviará) ao tribunal o conhecimento dos demais.” o Exemplo 1: existe um contrato bancário que é considerado nulo a partir dos fundamentos de violação de regra do Código de Defesa do Consumidor, violação de artigos do Código Civil e o 3º fundamento relaciona-se a Lei especial de Direito Econômico. Nos 3 casos percebemos que o contrato é nulo, independente de qual via estamos analisando (nulidade esférica). Mas não tem cumulação de pedido, é um pedido constitutivo negativo (desconstitutivo). A sentença realiza a nulidade, concorda com a nulidade, mas apenas analisa o fundamento 1. Então, tem na realidade uma sentença que diz que o contrato é nulo apenas por causa do fundamento 1, ou seja, ela não falou dos fundamentos 2 e 3, ela foi omissa em relação aos demais fundamentos. Entretanto, vai ocorrer aqui um recurso pelo réu perdedor tentando combater essa nulidade. Mas o problema é que o réu senta toda sua argumentação no Código de Defesa do Consumidor, mas se a Petição Inicial trazia todos os fundamentos, eles foram objetos de defesa do réu em sua contestação em momento próprio. O juízo ad quem (lembrando que é erro material, o que é nulo é o contrato e não o processo) diz que não se aplica ao caso do Código de Defesa do Consumidor e decidi afastar o fundamento 1. Ele não vai dar ganho de causa para o réu perdedor, sendo assim, após isso, ele deverá analisar os demais fundamentos trazidos pela petição inicial para sustentar o respectivo pedido. O resultado é que o juiz ad quem vai ter que analisar o fundamento 2 e 3 ainda que a petição recursal do réu não tenha se manifestado sobre os fundamentos 2 e 3. O réu só ganhará o recurso se os fundamentos 2 e 3 também forem superados. Com base no fundamento 2 pode chegar na conclusão que pelo Código Civil, permanece a nulidade. Resumindo, estes fundamentos estão sendo enviados com o recurso mesmo que o recurso não fale nada sobre eles. Os parágrafos 1º e 2º complementam o efeito devolutivo, não os violam. “Tantum devolutum quantum appellatum” Devolutum = enviar Appellatum = recorrido o 1º falso cognato: palavra “devolutum” – não pode ser interpretado como devolutivo, mesmo que o efeito seja devolutivo o 2º falso cognato: palavra “appellatum” CONCEITO: os limites da cognição recursal se dão pelos exatos termos do pedido recursal Petição inicial: o Pedido 1 = vecedora o Pedido 2 = Sucumbente o Pedido 3 = Sucumbente Recurso apenas sobre o pedido 3 O recorrente opta por abrir mão da discussão de 2 pedidos e recorre apenas do 3. Se não houver recurso da parte contraria, o pedido 1 e 2 que não estão no recurso, este efeito vai se formar. Vai ter coisa julgada para o pedido 1 e 2 e uma coisa julgada futura para o pedido 3. Quando faz o pedido de um recurso, precisa ter causa de pedir. Não basta dizer que quer pedir, precisa dizer do que este pedindo, porque e quais são as razões para que lendo o pedido 3 o justifique. O recurso 3 se fará de uma causa especifica PEDIDO RECURSAL: A) Pedido de Reforma – Error in judicando (erro na aplicação do direito material ao caso) Se formular um pedido de reforma, a causa de pedir será a figura do error in judicando, o que quer dizer que o direito material foi aplicado de maneira equivocada pelo juiz anterior. Os institutos da reforma estão ligados ao erro de direito material (na interpretação desse direito) o Causa de pedir – Direito material – Pedido de reforma/modificação – Efeito devolutivo substitutivo o EFEITO DEVOLUTIVO SUBSTITUTIVO: Juizo a quo = provimento 1 Juizo ad quem = provimento 2 – Coisa Julgada Material B) Pedido de cassação / anulação – Error in prodecedenum (erro na aplicação do direito processual ao caso) Os institutos da cassação estão ligados a figura de um erro processual Causa de pedir – Direito processual – Pedido de cassação/anulação – Efeito devolutivo regressivo o EFEITO DEVOLUTIVO REGRESSIVO: as consequências são um pouco diferentes do efeito devolutivo substitutivo o Tem uma cadeia de atos processuais e a sentença apresenta nulidade (porque um ato anterior a ela foi nulo e maculou esse ato) o Se um ato X também sofreu nulidade, o que quer é que o juiz ad quem ao apreciar o ato torne-o sem efeito processual. Não quer que a decisão do provimento a quo seja uma decisão sobre a substância e sim, sobre a forma processual em si. Essa nulidade do ato X atinge o que vem depois, mas não atinge o que vem antes na cadeia do procedimento. o Se o juízo declarar a nulidade, apagará o ato processual nulo (retira o ato processual da cadeia do procedimento) Juizo a quo = juízo que proferiu o provimento recorrido (decisão) Juízo ad quem = juízo responsável pelo julgamento do recurso. o Tem uma coisa julgada material nesse provimento o Por uma garantia de imparcialidade, o juízo que proferiu a decisão não é o que vai julgar o recurso. o Respeita o duplo grau de jurisdição OBS: evitar falar em 1º e 2º grau, falar apenas em juízo a quo e ad quem OBS: Na petição inicial o objeto imediato do pedido pode ser: declaratória, constitutiva, condenatória, mandamental e autoexecutiva e no recurso pode ser: de reforma ou de cassação/anulação Art. 322 CPC – Restrição de interpretação do pedido o O juiz não pode ir além daquilo que foi pedido o Tem que ter cuidado com os verbos reformar/cassar/anular porque se disser que a sentença tem que ser anulada, já está dizendo que tem um erro processual e aí o juiz vai olhar o erro processual. o Dano moral é direito material, ou seja, é um erro da reforma e não de cassação o Precisa saber pedir a partir de uma causa de direito material ou processual o Se pedir errado perde a chance por causa do princípio da unicidade o Vai ter uma cumulação objetiva de pedidos recursais real sucessiva quando houver erro processual e erro de direito material (existe essa possibilidade). Primeiro analisa o pedido processual, se ele for nulo, não interessa se está errado porque já destruiu o ato processual e este vai ter que ser refeito. Se o juízo ad quem entender que não é nulo, ele julgará, em seguida, a matéria de mérito. o Se pedir errado vai ser negado e o pedido vai ser inepto por misturar direito processual com direito material (precisa tomar cuidado com o verbo que vai ser utilizado. Se pedir errado paga o preço do erro) RESUMINDO: Causa de pedir – Direito Processual – Pedido de cassação/anulação – Efeito devolutivo regressivo (1º analisa o erro processual) Causa de pedir – Direito Material – Pedido de reforma/modificação – Efeito devolutivo substitutivo (depois analisa o erro material) 4) EFEITO TRANSLATIVO: ESCOPO: permitir que as matérias de ordem pública (defesas processuais peremptórias) possam ser arguidas de ofício pelo tribunal no momento de julgamento do recurso Ao arguir uma matéria de ofício o tribunal irá extinguir o processo sem resolução do mérito, ou seja, o efeito translativo vai autorizar que o tribunal ao invés de julgar o recurso vai promover uma decisão que extinga o processo como todo considerado. o O tribunal aplicando o efeito translativo proferirá um acórdão que extinguirá o processo (e não só o recurso) sem resolução domérito (Art. 485) o Ninguém chamou atenção do tribunal para determinada matéria de natureza processual peremptória. Entretanto, quando o tribunal faz uso do efeito translativo, ele pega a sentença segundo o art. 487 e a transforma no art. 485. o Defesas de natureza peremptória = vícios processuais insanáveis (gravíssimos) Eles são conhecidos pelo tribunal ex ofício e ele tomando a consciência desses vícios é obrigado, mesmo que tenha o provimento jurisdicional de mérito julgar e identificar através de uma mecânica de saneamento se o processo atende ou não atende todos os requisitos pelos quais ele deveria atender. Formalizando a existência do vício ele fumina, não o recurso, mas sim o processo como um todo. o Na realidade, o código de processo civil de 2015 trata de maneira diferente se esse vício for alegado pelo juízo de ofício e se ele foi objeto de alegação dentro de uma discussão pela própria parte recorrente ou eventualmente recorrida. Se esse vício é alegado pela parte recorrente ou recorrida = efeito devolutivo Se o vício é descoberto pelo juízo ad quem = efeito translativo (não está no vício, está na forma dele ser descoberto) 5) EFEITO EXPANSIVO SUBJETIVO – Art. 1005: Art. 1.005. “O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses. Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns” (parágrafo único é redundante) REGRA GERAL = O recurso trará benefícios apenas para quem for a parte recorrente – Efeito devolutivo Nos casos de litisconsórcio UNITÁRIO, o recurso de um aproveita aquele que não recorreu Esse efeito acaba gerando o chamado “efeito carona”, mas na verdade, é apenas o efeito expansivo subjetivo. EXEMPLO: Expansivo porque se fosse imaginar que tem um procedimento que o autor está litigando contra o réu 1 e o réu 2 um crédito solidário. O réu 1 e o réu 2 devem receber por força da natureza unitária do litisconsórcio, uma decisão homogênea, a sentença desse caso atinge tanto o réu 1 tanto o réu 2. Essa sentença é publicada, condena os réus e tem um recurso proposto pelo réu 1. Se o recurso do réu 1 tem apenas um fundamento, a prescrição do crédito. Ora, se o crédito é prescrito para ele e ele é solidário, em razão do litisconsórcio unitário, a prescrição obtida no recurso do réu 1, também serve para o réu 2, que também será liberado. o Ocorre o efeito carona, já que o R2 não recorreu, mas como o recurso do R1 foi acatado, a vantagem é trazida para o R2 já que a decisão tem que ser uniforme. o Se o recurso de R1 ganhou, o prazo para o recurso de R2 já acabou. Teoricamente, ambos tinham o prazo de 15 dias para propor o recurso, então se R1 já teve o recurso garantido, não poderá R2 recorrer já que não terá mais prazo. o Se o tribunal não dá para R1 tudo que ele quer, R2 poderá recorrer desse provimento, porque em parte é lesivo para ele, R2. Se o litisconsórcio não for unitário isso não se aplica, ou seja, se não tiver os mesmos interesses entre os réus, não adianta. 6) EFEITO EXPANSIVO OBJETIVO / TEORIA DA CAUSA MADURA: Art. 1013 parágrafos 3º e 4º Art. 1013 “§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: I - reformar sentença fundada no art. 485; II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir; III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. § 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.” Aplicável = casos nos quais temos uma nulidade sanável (?!), como medida de aproveitamento do processo (celeridade + economia) Tem o procedimento, o proferimento da sentença. Dessa sentença será proposto um recurso, mas a sentença está de acordo com o Art. 485, ou seja, extinguiu o processo sem a resolução do mérito e no recurso está discutindo a causa dessa extinção sem mérito, como por exemplo inépcia da petição inicial, ilegitimidade passiva, ou qualquer daquelas matérias de ordem pública, que causa uma defesa peremptória ou dilatória potencialmente peremptória. Quando recorre, está recorrendo com base no Art. 337. Só que o efeito expansivo objeto estabelece que ao invés de o tribunal analisar essa discussão, ele afasta a discussão do Art. 337 e julga o mérito com base no art. 487. o Nestes casos, teríamos uma causa madura, quando a despeito do processo ter sido extinto ser mérito, teria, antes da sentença, a produção de provas. A sentença sem mérito, por qualquer motivo, deveria ter ficado na decisão de saneamento, mas como os juízes não fazem saneamento, quando chegou na sentença, descobriu que o problema estava na petição inicial. E a parte está recorrendo disso, e não do mérito. o Já que teve provas sendo produzidas e realmente a sentença está incorreta, não apenas irá julgar a questão e atacar a sentença, anular a sentença e para não aplicar o efeito devolutivo regressivo, para devolver para aplicação e proferir uma sentença 2, o tribunal opta por deixar a matéria processual do lado e vai entrar no Art. 487. o Não foi pedido do recorrente entrar no mérito, o recorrente quer apenas nova sentença corrigindo o aspecto processual, porque quer uma sentença de mérito no lugar da sentença que foi proferida. Mas o tribunal pensa que não vale a pena mandar voltar e produzir nova sentença, então a fim de acelerar e baratear os custos, aplica o efeito expansivo objetivo, para modificar a sentença sem mérito para uma de mérito. O tribunal diz que tem um erro, mas não vai aplicar o efeito devolutivo regressivo. PRESSUPOSTOS RECURSAIS: Desenvolvimento e construção de uma decisão recursal de mérito o Através do estudo dos pressupostos recursais, vamos lidar com as condições para que um recurso possa ter seu mérito julgado Pressupostos extrínsecos (objetivos) X Pressupostos intrínsecos (subjetivos) Tempestividade Cabimento Preparo Legitimidade / sucumbência Regularidade Formal Inexistência de fato Segundo o Prof. José Carlos Barbosa Moreira, basta ausência de um desses pressupostos para que o recurso não tenha seguimento. Negar seguimento = extinção sem mérito (Art. 485) – acórdão terminativo Dar/negar provimento = extinguir com resolução do mérito (Art. 487) – acórdão definitivo Julgar procedente = 1º grau Dar provimento = 2º grau PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS (OBJETIVOS): o Não dependem da leitura do recurso, são basicamente pressupostos topográficos, por meio do qual uma simples leitura seria mais do que suficiente para visualizá-los. o Prof. Barbosa Moreira - Detectáveis/aferíveis pela simples visualização do recurso 1) TEMPESTIVIDADE: Art. 1003 Art. 1.003. “O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão. (“Dias a quo” será a data da intimação do ato que se buscará recorrer – exclua o dia da intimação (Art. 224)) § 1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando nesta for proferida a decisão. § 2º Aplica-se o disposto no art. 231 , incisos I a VI, ao prazo de interposição de recurso pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação. § 3º No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada em cartório ou conforme as normas de organização judiciária, ressalvado o disposto em regra especial. § 4º Para aferição da tempestividade do recursoremetido pelo correio, será considerada como data de interposição a data de postagem. § 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.” (padronizou os prazos para recurso, apenas os embargos de declaração que tem prazo de 5 dias) § 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso (se não fizer isso, o tribunal vai desconsiderar o feriado local)” Verificável pelo protocolo do recurso Interposição do recurso dentro do prazo legal Súmula 641 STF: “não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja sucumbido” Art. 229. “Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento § 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles. § 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.” o Todos os prazos para os réus eram contados em dobro – Art. 229 e agora, para interpor o recurso e do recurso em diante, todos os prazos são simples. 2) PREPARO – Art. 1007 Pagamento das custas processuais para recorrer Art. 1.007. “No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. (valor fixo do preparo + variável de acordo com o tamanho) § 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. (exceção – quem não paga preparo nem porte de remessa e retorno. Só particular paga custas) § 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. (tem 5 dias para pagar a diferença que ficou faltando referente a tabela de custas (valor variável do porte de remessa e de retorno)) § 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos. (mas continua tendo o valor do preparo – valor fixo. Porém existem tribunais que cobram valores de títulos de digitalização) § 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. (paga 3X se esquecer de juntar a guia, mesmo se o pagamento estiver sido correto) § 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4º. § 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo. (não pagou ou não juntou por causa de um motivo razoável) § 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.” o Precisa ver o tamanho dos autos (quantidade de páginas) para saber o valor para se somar ao preparo por causa do porte de remessa e retorno 3) REGULARIDADE FORMAL: A PI vai ser subdividida em uma petição de interposição e por forma do princípio da complementariedade, tem também uma petição de razões recursais. o Princípio da complementariedade estabelece uma conexão entre petição interposição e as razões recursais. o Petição de interposição – Juízo a quo Qualifica o recorrente e o recorrido Envia para o juízo ad quem + (Princípio da complementariedade) o Petição de razões recursais Causa de pedir – fatos e fundamentos jurídicos Pedido – Ou de revisão ou de cassação do provimento recorrido EXEMPLO: Petição inicial de uma ação de prestação de contas. O juízo fez o controle e não viu vícios na petição e citou o réu. O réu não apresentou contestação, ele prestou as contas que o autor queria, ou seja, cumpriu a obrigação de fazer antes da sentença. Dessa forma, o juiz, após as contas prestadas, deu uma sentença (Art. 487) julgando improcedente, dizendo que não tinha direito material para receber as contas, porque essas contas dariam muito trabalho para a devedora. Relembrando que a sentença é posterior as contas pagadas, ou seja, ela é totalmente desnecessária haja vista que a obrigação já havia sido realizada. o Quando ele faz isso ele desobedece precedentes do STJ e batiza essa sentença por uma sentença do Art. 332, (a sentença do Art. 332 é aquela que reconhece prescrição e decadência antes da citação do réu) só que ela só seria possível antes da citação do réu. No recurso pede a nulidade dessa sentença, ou seja, o efeito devolutivo regressivo, está pedindo para que o tribunal declarar que a sentença é nula e reenvie os autos para o juízo a quo para fazer novamente. Ao invés de aplicar o efeito devolutivo regressivo, já que a sentença seria feita de forma incorreta, é melhor aplicar o Art. 1013 parágrafo 3º porque se for refazer vai continuar errado. Mas como está tão madura a causa, o próprio réu já cumpriu e o processo não faz nenhum sentido. Dessa forma, o autor quer então que reconheça por acordão o direito do autor, aplicando a teoria da causa madura para não retornar para 1º grau e, possivelmente, receber outra sentença incorreta. RESUMINDO: a regularidade formal é um requisito topográfico para simplesmente verificar se a petição inicial trás a sua estrutura. Se olhar a estrutura da petição inicial e ela for composta da petição de interposição e a petição razões recursais, está cumprida a regularidade formal. O juiz nem precisa ler direito a petição inicial para analisar os referidos requisitos. PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS (SUBJETIVOS): 1) CABIMENTO: está ligado a verificação de que o recorrente soube escolher a modalidade recursal correta para impugnar aquele provimento específico. O recorrente cumpre com o princípio da singularidade, porque está identificando qual é o recurso que ataca o provimento 2) LEGITIMIDADE / SUCUMBÊNCIA: está ligado ao princípio da lesividade, que por sua vez, está ligado a ideia de interesse recursal. Estabelece que o recurso será interposto pela parte sucumbente ou o terceiro prejudicado ou pelo ministério público. o O MP não tem interesse na causa, logo, não é sucumbente. Ele está recorrendo em razão da simples legalidade da ação, não significa que ele tenha interesse na causa. o Terceiro prejudicado = Art. 119 CPC (tem o nome de assistente se ele ingressa no processo na fase de conhecimento, em 1º grau, e é chamado de terceiro prejudicado se ele ingressa para propor o recurso) Pode ser sucumbente total OU parcial. o No limite da sucumbência tem o direito de recorrer. ESTRUTURAÇÃO LÓGICA DO PROCEDIMENTO RECURSAL: Fórmula padrão espelhada à mecânica do processo de conhecimento OBS: Procedimento comum = 4 fases (Fase postulatória, saneadora, instrutória e decisória) Procedimento recursal = 2 fases o 1ª FASE: Fase A Quo (fase bem pequena) Funciona como uma fase lógica (porque literalmente o primeiro ato da fase a quo é o recebimento do recurso, não tem como processar um recurso sem a parte recorrente a interpor) OBS: O recurso vai ser interposto / proposto / protocolizado (jamais impetrado) Etapa 1: interposição do recurso perante o juízo que produziu qualquer provimento jurisdicional (sentença, acórdão...) Facilitar o acessoao recurso Etapa 2: intimação do recorrido (direito ao contraditório) – Apresentar contrarrazões O juízo A Quo vai intimar o recorrido em razão do princípio do contraditório para ele poder apresentar as contrarrazões (ou também chamada de contraminuta) ao recurso. o Não existe contestação recursal O recorrido tem a faculdade de apresentar as contrarrazões, não é obrigatório. O recorrido pode optar por não contrarrazoar (não existe revelia recursal independente) o O prazo para apresentação de contrarrazões é o mesmo prazo para a apresentação do recurso, que é de 15 dias (regra geral. Exceto os embargos de declaração que tem prazo de 5 dias para recorrer e contrarrazoar) Sempre mantendo a isonomia (se tiver 15 dias para recorrer, são 15 dias para contrarrazoar e por aí vai) Tomar cuidado com quem tem prazo em dobro para recorrer, como por exemplo MP, Defensoria, Fazenda, Litisconsórcio com procuradores diferentes em processos físicos... Etapa 3: Intimar o MP ETAPA FACULTATIVA (Pode ou não ocorrer) Ela só vai ocorrer se o MP estiver nessa lide como Custus Legis, se ele tiver atuado assim no procedimento comum, caso exista alguma circunstância do Art. 178) o Se não tiver circunstância do Art. 178, pula a etapa 3 e vai direto para a etapa 4. Etapa 4: envio dos autos para o juízo Ad Quem Pode ser físico ou eletrônico dependendo das circunstâncias Sai do PJE e vai para o JPE OBS 1: Tem grande semelhança com a fase postulatória OBS 2: É chamado de fase A Quo porque o juízo a quo é o juízo que elaborou o provimento que vai ser recorrido OBS 3: O juízo a quo não tem nenhum poder de decisão. No Código de 73 tinha uma admissibilidade para o juízo a quo antes do juízo ad quem, mas era perceptível que o juízo a quo fazia alegações errôneas. O juízo a quo só faz despachos. o 2ª FASE: Fase Ad Quem (maior) Etapa 1: Distribuição (sorteio) – Cartório de distribuição (autos completos – recursos) REGISTRO DOS AUTOS: Art. 929: “Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição. Parágrafo único. A critério do tribunal, os serviços de protocolo poderão ser descentralizados, mediante delegação a ofícios de justiça de primeiro grau.” SORTEIO ELETRÔNIO E ALTERNATIVDADE DO RELATOR: Art. 930: “Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade. Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo.” Etapa 2: Autos conclusos ao relator 1 relator (função de gerenciamento do procedimento – acórdão monocrático – aplica o Art. 932 (Controle da petição recursal)) e 2 vogais Art. 931: “Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos ao relator, que, em 30 (trinta) dias, depois de elaborar o voto, restituí-los-á, com relatório, à secretaria.” o Para cumprir as exigências do Art. 932 o Prazo impróprio: tanto faz o tempo que ele gaste Etapa 3: Relator deve realizar análise de pressupostos recursais sob pena de negativa de seguimento – o relator dever sanear o recurso – verificar se o recurso apresenta vícios em sua estrutura. Se apresentar vícios ele vai ter que apresentar providências. No caso de falta de pressupostos (qualquer um deles), ocorre a extinção sem mérito (Art. 485). Se ele extinguir o recurso sem mérito, como tem direito ao duplo grau, pode propor um recurso denominado de Agravo Interno (Art. 1021 CPC) o Objetivo do agravo interno é de ouvir os dois vogais. Pode ter uma situação em que os dois vogais discordam do relator e reformam a decisão do relator Prazo: 15 dias Na petição de agravo interno diz para o tribunal que o relator que está errado. Quando faz o uso do agravo interno, os dois vogais analisam e dizem se o relator de fato errou e cassam a decisão de extinção sem mérito. Quando eles fazem essa cassação eles mandam voltar para continuidade do processo. No caso de os pressupostos estarem corretamente preenchidos, ele vai fazer uma análise para verificar se existentes precedentes já julgados com efeito Erga Omnes, sobre a matéria objeto do recurso. o Ocorre a análise se tem ou não precedentes Se não houver precedente, o recurso vai ser julgado e as coisas vão continuar normalmente. Pode até ser que o recurso se transforme em precedente Se houver precedente, o relator não precisará ouvir os vogais e ele vai realizar um julgamento monocrático aplicando o precedente ao caso. Ele aplica o precedente no recurso, ou seja, decide com mérito. Sendo elas favoráveis ou desfavoráveis. Se entender que o precedente aplica ao caso, a pessoa fica quieta. Se entender que o precedente não aplica ao caso, a pessoa pode recorrer a partir de um agravo interno. Entretanto, nesse caso, não vai discutir o precedente e sim o distinguishing e o overrulling do precedente. o Distinguishing: diz que o precedente foi construído em uma base fática totalmente diferente do caso, ou seja, ele regula uma situação totalmente diferente da reconhecida no caso. Quando está fazendo a distinguishing, ta dizendo que o precedente não se aplica ao caso. Dessa forma, a pessoa quer que os vogais discordem do relator, na verdade, que o relator fazendo o juízo de retração diga que os precedentes estão equivocados e não podem ser aplicados ao caso concreto. o Overruling: também é conhecido como superação, é a demonstração que o precedente perdeu a força normativa por ter sido revogado. Ou seja, havia um precedente, mas ele foi revogado e não pode mais ser aplicado ao caso. Percebe-se que ele não tem mais efeito erga omnes já que foi revogado, então não pode ser aplicado ao caso. OBS: o recurso não derruba o precedente no mecanismo do agravo interno. Só quem pode revogar um precedente é o órgão que criou o precedente. Por exemplo, se o precedente foi criado por aquelas duas sessões como subdivisões do órgão especial do tribunal, só elas podem revogar o precedente. O relator e os vogais não têm poderes no agravo interno para enfrentar essa discussão. O advogado não pode levar essa discussão para o tribunal. A causa de pedir só pode ser a distinguishing ou a overruling. Se eles mantiverem a aplicação do precedente, com o agravo interno poderá ter a possibilidade de recorrer após o julgamento do agravo interno poderá propor uma decisão para tribunal que criou o precedente, como o Supremo ou STJ, solicitando a revogação desse precedente. Etapa 4 – Circunstancial: Relator deverá verificar se naquele caso, eventualmente, será caso de deferir uma tutela provisória ou de atribuir um efeito suspensivo ao recurso. o É também uma decisão monocrática do relator. o Paralisa ou não o julgamento do recurso, defere ou não uma tutela provisória acerca do recurso Etapa 5 – Circunstancial: INCIDENTES RECURSAIS = mecanismos para criação de precedentes o Nem todo recurso vai dar um precedente, mas pode ter um precedente quando enfrenta um recurso. o Existem diversos tipos de incidentes: INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS – IRDR Entra como uma novidade INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA – IAC Já existia mas agora tem nome novo INCIDENTE DE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Velho dentro da sistemática o Se gerar precedente, paralisa o caso, produz decisões de afetação que tem duração de um ano e que vale para o recurso da pessoa e de todos os outros processos dentro do “guarda-chuva” daquele tribunal. o Se não gerar precedente, vai para a próxima etapa (etapa 6) que é o fim do julgamento do recurso Etapa 6: Elaboração do relatório – pedindo dia de julgamento o Relator elabora um relatório (narrativa fática dosprincipais acontecimentos Etapa 7: Julgamento (Julgamento do recurso em si, não do precedente) 1) Leitura do relatório 2) Sustentação oral (Não é todo recurso que pode ter sustentação oral – Art. 937 CPC) Art. 937. “Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021 I - no recurso de apelação; II - no recurso ordinário; III - no recurso especial; IV - no recurso extraordinário; V - nos embargos de divergência; VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação; VII - (VETADO); VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência; IX - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal. § 1º A sustentação oral no incidente de resolução de demandas repetitivas observará o disposto no art. 984, no que couber. § 2º O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá requerer, até o início da sessão, que o processo seja julgado em primeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais. § 3º Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, caberá sustentação oral no agravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga. § 4º É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade diversa daquela onde está sediado o tribunal realizar sustentação oral por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que o requeira até o dia anterior ao da sessão.” 3) Votação – Rejulgamento (Art. 942 CPC) Art. 942. “Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores. § 1º Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado. (muito criticado) § 2º Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do julgamento. § 3º A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido em: I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno; II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito. § 4º Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento: (inútil segundo o Pedron) I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas; II - da remessa necessária; III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.” Aplicação do Art. 942 ocorre nos seguintes casos: o Apelação com decisão 2X1 Art. 942 estende o colegiado, ou seja, a câmara, de início tem 5 membros, mas apenas 3 juízes participam do julgamento da apelação. Entretanto, com a aplicação do Art. 942, os outros 2 juízes da câmara são convocados a participarem do julgamento e a sessão de julgamento é iniciada novamente. Tem devolutiva ampla - se pegar todo o julgamento da apelação e começasse tudo de novo Nos casos do §3º só cabe o Art. 942 quando a decisão por 2X1 for pela vitória do autor da ação rescisória ou do recorrente do agravo de instrumento. Se quem propôs a ação rescisória ou o agravo de instrumento, mesmo que por 2X1, perdeu, com ou sem mérito, não cabe o Art. 942 o Ação rescisória o Agravo de instrumento de decisão interlocutória de mérito (Art. 356) NOMECLATURA: RTE = recorrente RDO = recorrido APTE = apelante APDO = apelado AGTE = agravante AGDO = agravado (final TE = quem propõe o recurso) RESUMINDO: SISTEMA DE FORMAÇÃO DE PRECEDENTES: COMMON LAW: o O precedente não é uma linha reta entre os juízes 1, 2, 3 e 4. É uma linha de crescimento em que os juízes 1, 2, 3 e 4 precisem evoluir. Essa racio nada mais é do que o argumento baseado no princípio jurídico que conserva um direito. Esse direito, por conta de um fenômeno constitucional, chamado de proibição de retrocesso (efeito cliquet), ele deve ser aplicado no precedente. O precedente é uma construção evolutiva porque cada juiz deve apenas escrever um parágrafo nesse desenvolvimento, à tornando mais produtiva. DIREITO BRASILEIRO: o O precedente no Brasil trabalha sobre outra base, ou seja, eles são criados a partir de um procedimento especial com essa finalidade. O precedente nasce no Brasil sabendo que será um precedente. Ele passa por toda uma cadeia de atos, porque no final terá efeito erga omnes. o Ainda que no sistema brasileiro, fazem uso da expressão precedente, hora nenhuma podemos pensar que o Brasil se tornou um país de Common Law. Por mais que a linha que separe Common Law e Civil Law não seja tão firme. o O que podemos perceber é que esses precedentes, dotados de efeito erga omnes, chegam para tentar conter as jurisprudências lotéricas. As jurisprudências lotéricas se baseiam na ideia de que o juiz pode decidir o que quiser. Pode tirar da cabeça dele os fundamentos para as decisões e que ele não está vinculado às decisões realizadas por superiores a eles. o Hoje temos 750 teses que o supremo reconhece e que, posteriormente, vão virar precedentes. Negadas temos 346. Existem ministros mais responsáveis por repercussão geral e mais propensos a negar a repercussão. Das 750 repercussões conhecidas, temos apenas 511 julgadas. Tem 239 repercussões gerais que estão aguardando o julgamento. OBS: os precedentes podem ser falhos, como por exemplo o precedente Dred Scott. INCIDENTES: o INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS – IRDR Entra como uma novidade O IRDR se insere dentro de um verdadeiro microssistema inaugurado pelo NCPC para o tratamento da chamada litigiosidade repetitiva Dessa forma, suas normas não podem ser lidas e interpretadas a parte do julgamento dos recursos especiais e extraordinários repetitivos, sendo, portanto, ambas espécies de um gênero maior Nesse sentido o enunciado número 345 do FPPC O IRDR encontra-se igado e inspirado no Direito Processual alemão (MUSTERVERFAHREN), como leciona o Prof. Antônio do Passo Cabral Foi introduzido no sistema tedesco em 2005, inicialmente como um teste e por isso restrito às controvérsias do mercado de capitais, envolvendo o caso Deutsche Telekon (DT), entre os anos de 1999 e 2000. Aqui, 15 mil investidores procuram o judiciário alegando lesões, e foram representados por mais de 750 advogados diferentes Estabelecia-se, assim, um padrão decisório para julgamento de todos os casos submetidos ao judiciário Só em 2008, sofreu ampliação, principalmente em razão de litígios repetitivos versando sobre assistência e previdência social Requisitos para instauração: o Art. 976: “É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver, simultaneamente: I – efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito (há a formação de uma tese jurídica) II – risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica” (combatendo a formação de uma jurisprudência lotérica) Não é possível um IRDR preventivo O IRDR julga teses, não casos Busca-se assim afirmar a necessidadede EFETIVO DISSENSO INTERPRETATIVO e não um mero DISSENSO POTENCIAL Logo, não se admite a possibilidade de ajuizamento PREVENTIVAMENTE, o que desde os primeiros debates acerca do projeto foi objeta de severa rejeição pela doutrina mais autorizada Contudo, não há previsão legislativa para um NÚMERO MÍNIMO DE CASOS para autorizar Outra observação importante fica acerca da percepção que o incidente pretende constituir a forma de um PROCEDIMENTO-MODELO, constituindo-se como um incidente interlocutório Com isso, atrair para seu universo de discussão somente questões de direito que são comuns a todos os casos similares (direito individual homogêneo), o que acaba por deixar para cada casa concreto um espaço ainda de discussão que ficou fora da decisão que serpa tomada e receberá o efeito vinculante o IRDR é proposto para um TJ ou TRF (sempre no 2º grau) Não tem IRDR no supremo, STJ... É o desembargador quem vai analisar o cabimento ou não do IRDR conforme o cumprimento do Art. 976 Ainda que pese sua natureza incidental, deve ser lembrado que o parágrafo 1º do Art. 976 estabelece que a desistência ou o abandono do processo não impede o exame de mérito do incidente Art. 976, parágrafo 2º: “se não for o requerente, o MP intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono” Art. 977. “O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal: (TJ ou TRF) I - pelo juiz ou relator, por ofício; II - pelas partes, por petição; (Há necessidade de um processo anterior) III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição. Parágrafo único. O ofício ou a petição será instruído com os documentos necessários à demonstração do preenchimento dos pressupostos para a instauração do incidente.” COMPETÊNCIA PARA PROCESSAMENTO: o Art. 978. “O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento interno dentre aqueles responsáveis pela uniformização de jurisprudência do tribunal. Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de fixar a tese jurídica julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária de onde se originou o incidente.” Os julgamentos dos IRDR’s acontecerão, portanto, no âmbito dos Tribunais de Justiça dos Estados (TJ’s) e dos Tribunais Regionais Federais (TRF’s). Enunciado 343 do FPPC Além disso, deve-se conservar seu caráter subsidiário, na forma do parágrafo 4º do Art. 976, de forma que havendo demanda já afetada pelo julgamento de RE ou REsp repetitivo não será possível a discussão do IRDR ESTRUTURA TRIFÁSICA DO IRDR NO NCPC: o 1ª fase: Art. 977 – formalização do pedido de instauração para o tribunal (TJ ou TRF) competente, dirigindo o requerimento ao presidente do tribunal Não há pagamento de custas (é 100% gratuito porque entende-se que quem propõe o IRDR está assumindo um ônus público, porque está criando um precedente para uma coletividade de pessoas) O tribunal irá registrar a tese discutida e informar o CNJ O relator do IRDR deverá, segundo o Art. 982, mandar suspender todos os processos pendentes (individuais ou coletivos) de julgamento, que tramitarem no mesmo Estado (no caso de TJ) ou na mesma região (no caso de TRF) o 2ª fase: relator irá intimar MP (quando não for o autor do IRDR) para ofertar manifestação em 15 dias, bem como poderá pedir informações aos juízos em que tramitam os processos afetados, pelo mesmo prazo. Remeterá ofícios para interessados na matéria para se habilitarem como amici curiae Poderá ainda designar audiência pública (Art. 983) O órgão responsável pelo julgamento do IRDR ficará prevento para julgar também recursos, remessas necessárias e causas de competência originária que versem sobre idêntica controvérsia (Art. 978 parágrafo único) o 3ª fase: Na sessão de julgamento (Art. 984), o Relator exporá o objeto do incidente e, após, partes de MP poderão realizar sustentações orais, seguidos os demais interessados. O acórdão deverá abarcar TODOS os fundamentos suscitados, sejam eles favoráveis ou não Após resolução do incidente, sua decisão será aplicada a todos os processos presentes e futuros (Art. 985) até que haja revisão (Art. 986). São competentes para pedir ou julgar a revisão os mesmos que suscitaram e julgaram o IRDR Se ocorrer o descumprimento da decisão do IRDR será possível o manejo de Reclamação (Art. 985 parágrafo 1º) Contra a decisão que julgar o IRDR poderá ser proposto RE ou REsp (Art. 987), que será recebido com efeito suspensivo e tem presumida sua repercussão geral (art. 987 parágrafo 1º). Com seu julgamento, formar- se-á precedente para todo o território nacional (Art. 987 parágrafo 2º) o INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA – IAC Já existia mas agora tem nome novo o INCIDENTE DE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PADRÃO DE DECISÕES OBRIGATÓRIAS: Transformação de incidentes recursais em decisões obrigatórias: o Procedimentos – Art. 927 – Padrões decisórios obrigatórios (erga omnes) Conjunto de padrões locais criados pelo TJ ou TRF e nacionais estabelecidos pelo STF ou STJ dependendo da competência OBS: a pandemia foi o momento de maior criação de padrões nacionais pelo STF e STJ. Muita coisa está sendo modificada no meio desse curso. É interessante e exige uma revisão o tempo todo para ficar atento acerca dos padrões decididos e criados.
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