Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS Profa. Luiza Antoniazzi Gomes de Gouveia Especialista em Nutrição em Cardiologia – InCor Mestre em Nutrição em Saúde Pública – FSP/USP Doutoranda Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular – InCor A DOENÇA “Desajustamento ou falha nos mecanismos de adaptação do organismo ou ausência de reação aos estímulos a cuja ação está exposto” “Perturbação da estrutura ou da função de um órgão, ou de um sistema ou de todo o organismo ou de suas funções vitais” TERMINOLOGIA Doença não infecciosa: não resulta de infecção como doença coronariana ou diabetes mellitus. • Doença infecciosa: ela reflete a existência do processo biológico subjacente, produzido pelo agente infeccioso. • Infecção: penetração e desenvolvimento ou multiplicação de um patógeno no organismo de uma pessoa. TERMINOLOGIA • Doença infecciosa e parasitária (DIP): é a denominação tradicionalmente empregada na Classificação Internacional das Doenças (CID). • Doença contagiosa ou infectocontagiosa: são designações que implicam a conotação de transmissão por contato direto. Nem todas as doenças infecciosas são contagiosas. Ex: malária e tétano. TERMINOLOGIA • Doenças transmissíveis: Segundo OMS são: “aquelas transmitidas de seres humanos para seres humanos, ou de animais para seres humanos ,trazidas até nós por insetos ou outros vetores, ou transmitidas através do ar que respiramos, da água que bebemos e mesmo do solo que pisamos”. Ela realça a noção de transmissão ou propagação. ex: peste bulbônica. A designação enfatiza o risco de disseminação da afecção na coletividade. Toda doença CONTAGIOSA é INFECCIOSA, mas nem toda doença INFECCIOSA é CONTAGIOSA. http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Imagem:Parasite.jpg http://wiki.educartis.com/wiki/index.php?title=Imagem:Parasite.jpg ETIOLOGIA DA DOENÇA COMPLEXO CAUSAL: A causa principal da doença infecciosa é o seu “agente biológico específico”. Mas o agente nem sempre é suficiente para produzir a doença; outros fatores são as “causas contribuintes”. reservatório Porta de saída do agente Modo de trasmissão Do agente Porta de entrada No hospedeiro Susceptibilidade do hospedeiro Agente causal específico Cadeia epidemiológica CADEIA EPIDEMIOLÓGICA Agente causal específico: Agentes biológicos presentes no organismo acometido. Ex. bactérias, vírus. Reservatório: pessoa ou animal portador de um agente infeccioso. Porta de saída do agente: via de eliminação (pele, mucosa, sangue, aparelho respiratório) Modos de transmissão: - Direta: mecanismo de transferência de um determinado agente causador (vírus, bactérias, protozoários, etc.) em que não há interferência de veículos (vetores). - Indireta: material contaminado, inseto, vetor, aerossóis microbianos. CADEIA EPIDEMIOLÓGICA Porta de entrada no hospedeiro: Tem muita relação com a via de transmissão, como as infecções respiratórias, digestivas, tegumentar e corrente circulatória. Individuo suscetível: Pessoa ou animal que não possui resistência contra um agente infeccioso. RESISTÊNCIA INESPECÍFICA: INERENTE OU NATURAL É a que o organismo apresenta naturalmente, em geral associada a características de sua anatomia e fisiologia, e independente da ação de anticorpos. Para isso conta com a integridade da pele, ou líquidos orgânicos (sangue, suco gástrico, lágrima). RESISTÊNCIA ESPECÍFICA: IMUNIDADE É a resistência relacionada a presença de anticorpos, substâncias produzidas pelo organismo e que possuem ação particular sobre o microorganismo. Existe a imunidade passiva e a ativa. IMUNIDADE ATIVA A pessoa produz os seus próprios anticorpos; como ocorre se ela é afetada por uma doença. Ex: vacinação ou doenças como sarampo, caxumba… http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.delaradesenhos.20m.com/imagens/ilustra/sarampo.jpg&imgrefurl=http://www.delaradesenhos.20m.com/ilustra.htm&usg=__OLxFMHwHBqNJ2hUm72UuIelmRaA=&h=882&w=1004&sz=184&hl=pt-BR&start=16&um=1&tbnid=rrmbIRoHJkcI2M:&tbnh=131&tbnw=149&prev=/images%3Fq%3Dsarampo%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.delaradesenhos.20m.com/imagens/ilustra/sarampo.jpg&imgrefurl=http://www.delaradesenhos.20m.com/ilustra.htm&usg=__OLxFMHwHBqNJ2hUm72UuIelmRaA=&h=882&w=1004&sz=184&hl=pt-BR&start=16&um=1&tbnid=rrmbIRoHJkcI2M:&tbnh=131&tbnw=149&prev=/images%3Fq%3Dsarampo%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG IMUNIDADE PASSIVA O anticorpo é produzido fora do organismo e introduzido no corpo. Ex: passagem transplacentária da mãe para o feto, soro para picaduras de animais peçonhentos, leite materno… http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.saude.df.gov.br/sites/100/163/imagens/img_amamentacao_03.07.jpg&imgrefurl=http://amamaqueremprego.blogspot.com/2008_04_01_archive.html&usg=__WyxCVWeo-ipkajOJJWNfQfcZs8k=&h=296&w=300&sz=9&hl=pt-BR&start=1&um=1&tbnid=E27aZcspcSZyBM:&tbnh=114&tbnw=116&prev=/images%3Fq%3D-%2Bimunidade%2Bpassiva%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.saude.df.gov.br/sites/100/163/imagens/img_amamentacao_03.07.jpg&imgrefurl=http://amamaqueremprego.blogspot.com/2008_04_01_archive.html&usg=__WyxCVWeo-ipkajOJJWNfQfcZs8k=&h=296&w=300&sz=9&hl=pt-BR&start=1&um=1&tbnid=E27aZcspcSZyBM:&tbnh=114&tbnw=116&prev=/images%3Fq%3D-%2Bimunidade%2Bpassiva%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR CURSO DA DOENÇA NO ORGANISMO HUMANO 1- REAÇÕES DO ORGANISMO: As reações do organismo do hospedeiro aos agentes microbianos podem ser de diferentes intensidades. Colonização: é o caso da simples colonização do germe na pele e mucosas, sem produzir infecção ou doença. Infecção: quando a reação do organismo detectável por exames, mas sem presença de sintomas. Doença: aparecem os sintomas. 2- PERÍODO DE INCUBAÇÃO: intervalo de tempo que decorre entre a exposição a um agente infeccioso e o aparecimento de sinais e sintomas da doença. 3- PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: intervalo no qual o agente infeccioso pode ser transferido direta ou indiretamente de um ser infectado a outro. 4- CURSO AGUDO E CRÔNICO: clinicamente a infecção pode ser aguda (sarampo, rubéola…) ou crônica (tuberculose e hanseníase…). Algumas infecções agudas podem desenvolver-se e tornarem- se crônicas. CURSO DA DOENÇA NO ORGANISMO HUMANO MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE MEDIDAS GERAIS: Ações genéricas que concorrem para prevenir as doenças ou limitar as consequências. Situam-se na esfera socioecônomico-político-cultural e visam neutralizar a ação dos determinantes sociais das doenças infecciosas. Ex: condições de trabalho, padrões de escolaridade, de alimentação e nutrição, saneamento… MEDIDAS ESPECÍFICAS: São ações voltadas para uma doença, em particular, ou grupo de condições com características comuns. Podem ser adotadas de forma permanente ou esporádica, ou até universal, seletiva ou individualizadas. TRÍADE DAS DOENÇAS: HOSPEDEIRO AGENTE MEIO AMBIENTE TRÍADE - MEDIDAS DE PREVENÇÃO Agente: combater os microorganismos patogênicos e se possível eliminá-los. Hospedeiro: reduzir a suscetibilidade frente a agressão. Meio ambiente: impedir ou dificultar a transmissão. ATUAÇÃO NOS RESERVATÓRIOS ANIMAL: eliminação e vacinação HUMANO: isolamento, diagnóstico e tratamento MEIO AMBIENTE: desinfecção (formol, raio ultra violeta), limitação da exposição (cavernas, solo) MEDIDAS ESPECÍFICAS: INTERRUPÇÃO DA TRANSMISSÃO NO MEIO AMBIENTE SANEAMENTO AMBIENTAL VIGILÂNCIA SANITÁRIA CONTROLE DE VETORES 21 MEDIDAS ESPECÍFICAS: MEIO AMBIENTE SANEAMENTO AMBIENTAL: água, ar e sólo. VIGILÂNCIA SANITÁRIA: de gêneros alimentícios e drogas. CONTROLE DE VETORES: desinsetização. 22 PROTEÇÃO DO INDIVÍDUO SUSCETÍVELEDUCAÇÃO E SAÚDE IMUNIZAÇÃO ATIVA E PASSIVA QUIMIOPROFILAXIA DIAGNÓSTICO PRECOCE DE CASOS TRATAMENTO EFETIVO MEDIDAS ESPECÍFICAS:23 INDIVÍDUO SUSCETÍVEL EDUCAÇÃO E SAÚDE incluindo a higiene pessoal. IMUNIZAÇÃO ATIVA E PASSIVA QUIMIOPROFILAXIA: DIAGNÓSTICO PRECOCE DE CASOS TRATAMENTO EFETIVO 24 BIBLIOGRAFIA PEREIRA, M.G. Epidemiologia Teoria e Prática. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1995 . ROUQUAYROL, M.Z. & ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia & Saúde. 6a ed. Rio de Janeiro, MEDSI, 2003. ALMEIDA FILHO, N; ROUQUAYROL, M.Z. Introdução à Epidemiologia moderna. 3a ed. Rio DE Janeiro; MEDSI, 2002. IV Plano Diretor para o Desenvolvimento da Epidemiologia no Brasil. O Ensino da Epidemiologia. Rev. Bras. Epidemiol. 2005;8(3):231-3. 25
Compartilhar