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FARMACOLOGIA CAMILA SANTIAGO FARMACOLOGIA | MEDICINA DOR CRONICA E ADJUVANTES NO TRATAMENTO DA DOR Dor crônica Tratamento medicamentoso Antidepressivos tricíclicos: Imipramina, amitriptilina Anticonvulsionantes: fenitoína, carbamazepina 1. Antidepressivos Amitriptilina - Condições responsivas a antidepressivos tricíclicos: neuralgia pós herpética, neuropatia diabética, cefaleia de tensão, enxaqueca, câncer, dores reumáticas, neuropatia pós traumática, profilaxia da enxaqueca - Dose para o manejo da dor (0,2-0,5 mg/kg) é menor do que para a depressão (1,5-2 mg/kg) - Efeito analgésico dos antidepressivos independe de sua ação sobre o humor, apresentando período de latência menor e processando-se em doses inferiores aos antidepressivos - Antidepressivos interferem com o sistema opioide, interagem com os receptores NMDA, e inibem a atividade do canal iônico - Farmacodinâmica: hipótese monoaminérgica Inibem o sistema de recaptura ou de noradrenalina ou serotonina, aumentando seus níveis - A amitriptilina aumenta as projeções noradrenérgicas e serotoninérgicas moduladoras na medula espinal ao reduzir a recaptação dessas aminas. Seu efeito analgésico deve-se também ao bloqueio dos canais de sódio e à excitabilidade da membrana. Nos casos de dor neuropática, a amitriptilina limita a neurotransmissão anormal e reduz a sensibilidade central 2. Anticonvulsivantes Gabapentina – utilizada no tratamento da neuralgia do trigêmeo. Ela se liga aos canais de cálcio e reduz a transmissão neuronal quando os indivíduos apresentam dor neuropática - Utilizar em doses baixas e aumenta gradualmente - Principais indicações: neuralgia do trigêmeo (claramente comprovada) – baclofeno, neuropatia diabética, profilaxia da enxaqueca, dores oncológicas – valproato de sódio e carbamazepina - Podem ser indicados em associação com antidepressivos para tratar dor crônica - Valproato de sódio – primeira escolha para todas as neuralgias do trigêmeo, neuropatia diabética e profilaxia da enxaqueca - Carbamazepina – primeira escolha para dor pós AVC - Pregabalina: mais potente que a Gabapentina como anticonvulsivante e para o tratamento da dor neuropática - Mecanismo de ação da Gabapentina e da Pregabalina: A Gabapentina se liga a subunidade α2d dos canais de cálcio dependentes de voltagem e reduz a atividade neuronal por um mecanismo ainda desconhecido que se presumo ser a redução da liberação de transmissores - Contra indicação: prejuízo na função motora e central, reações hematológicas 3. Agonistas α2-adrenérgicos: clonidina Ativação dos receptores α2-a – analgesia - Pode causar hipotensão postural - Indicações: neuropatia diabética, neuralgia orofacial, neuralgia pós herpética, dor por câncer FARMACOLOGIA CAMILA SANTIAGO FARMACOLOGIA | MEDICINA - VO, analgesia epidural, analgesia espinhal 4. Antagonistas glutamatérgicos Glutamato é excitatório – medicamento bloqueia o canal glutamatérgico - Cetamina – utilizada como anestésico em hospitais; utilizada como droga de abuso Cloridrato de memantina - O uso de cloridrato de memantina deve ser evitado com os seguintes medicamentos: Amantadina (usado no tratamento da doença de Parkinson); quetamina (utilizada como anestésico) Anestésicos locais 1º anestésico local: cocaína - presente em altas quantidades nas folhas da Erythroxylon coca - Cocaína possuí propriedades anestésicas locais e é capaz de bloquear a condução do impulso. É biotransformada por esterases plasmáticas em metabolito inativo - Causa dependência Anestesia: reduz a reatividade da membrana de modo a diminuir a dor ou a consciência sem diminuir os processos corporais a ponto de o paciente parar de respirar Local: sensação de dormência, inchaço, formigamento - Associações com glicocorticoides ou anti histamínicos - Cremes e pomadas para uso cutâneo – exantemas e dermatoses agudas ou crônicas – dibucaína - Endoscopia e mucosite oral (radioterapia e quimioterapia) - Outros usos: antiarrítmicos – lidocaína, procaína e procainamida; anestésicos ligam-se fortemente bloqueando a excitação de alta frequência do miocárdio, estabiliza os batimentos cardíacos na frequência normal - A lidocaína liga-se a um sítio intracelular no canal de sódio regulado por voltagem, inibe a sua ativação e bloqueia a propagação de potenciais de ação nas fibras A e C nociceptivas É um inibidor inespecífico das vias sensoriais periféricas, motoras e autônomas; seu efeito está relacionado com a dose, área de administração e a suscetibilidade intrínseca de diferentes fibras nervosas ao bloqueio no nervo periférico (os neurônios motores são menos suscetíveis do que as fibras de dor na mesma dose) - Locais: epidural, espinhal, bloqueio nervoso Tanto a anestesia epidural quanto a espinal são tipos de bloqueio nervoso central em que se administra o anestésico local próximo à medula espinal, inibindo a transmissão normal nas raízes espinais sensitivas Como os anestésicos locais podem causar bloqueio inespecífico de impulsos sensoriais, motores e autônomos, a perda da função motora e a hipotensão induzida por vasodilatação constituem complicações potenciais do bloqueio nervoso central. O anestésico local também pode difundir-se proximalmente e causar comprometimento respiratório A anestesia é aplicada perto dos nervos (mas jamais diretamente neles) ou junto dos chamados plexos: redes formadas pelas ramificações nervosas. Se for injetada, por exemplo, no plexo braquial (rede venosa dos braços), todos os nervos menores que saem desse plexo são imobilizados – desde o ombro até a ponta dos dedos FARMACOLOGIA CAMILA SANTIAGO FARMACOLOGIA | MEDICINA - Estrutura geral: Lidocaína – anestésico do tipo amida Procaína – anestésico do tipo éster - Lidocaína é moderadamente hidrofóbica e atravessa facilmente a membrana neuronal, porém, dissocia-se mais rapidamente de seu sitio de ligação. É um anestésico com ligação amida que é metabolizado por enzimas hepáticas - Ações farmacológicas: Perda sensorial da área circunscrita à administração: bloqueiam de forma reversível os potenciais de ação responsáveis pela condução nervosa; paralisia motora; recuperação completa da função nervosa - Mecanismo de ação: Agem em canais de sódio voltagem dependente; altamente reversível Tecidos inflamados – devido ao pH, há perda da atividade farmacológica São bases fracas (pouco solúveis) Forma não ionizada atravessa a membrana Forma ionizada se liga ao receptor - Existem duas vias de ligação do anestésico local ao receptor: hidrofóbica e hidrofílica (também chamada de ‘’dependente do uso’’) - Bloqueio funcional diferencial: em geral, a dor é a primeira a ser bloqueada, seguida da segunda dor, temperatura, tato, propriocepção, tônus da musculatura esquelética e tensão voluntária - Classificação quanto ao tempo de duração: Curta: procaína e propoxicaína Intermediária: lidocaína, mepivacaína e prilocaína Longa: tetracaína, ropivacaína, bupivacaína e etidocaína - Associação com vasoconstritores: aumenta o tempo de permanência da droga no organismo - Não usar em extremidades – necrose - Farmacocinética e metabolismo: Tipo éster: metabolizado por esterases (hidrolise) no plasma; curta duração e efeito; maior taxa de reações de hipersensibilidade do tipo 1: formação do PABA Tipo amida: metabolizado no fígado, pelo complexo enzimático P450; efeito mais prolongado - Anestésicos do tipo éster: procaína, propoxicaína, tetracaína, benzocaína - Anestésicos locais do tipo amida: lidocaína, mepivacaína, bupivacaína, ropivacaína, prilocaína - Efeitos e interações: - Metabólitos dos anestésicos locais tipo éster – PABA, ocorrendo reações de hipersensibilidade do tipo I, ocorre mais com a procaína- Síndrome da cauda equina – ocorre disfunção vesical e retal; tetracaína e lidocaína - No metabolismo há formação do PABA, dessa forma, ocorre uma suplementação de PABA, que compete com as Sulfonamidas pela enzima alvo – redução de efeito da sulfonamida - Efeitos tóxicos: sinais de intoxicação são dose- dependente; baixas doses: depressão; altas doses: excitação e convulsão; sonolência, associação com vasoconstritores reduz efeito - Sistema cardiovascular: doses maiores são necessárias para causar efeitos cardiovasculares - Ao neonato: prilocaína – não deve ser usada em anestesia obstétrica
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