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04 História da Arquitetura Brasileira

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Prévia do material em texto

História da 
Arquitetura Brasileira 
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Franklin Roberto Ferreira de Paula
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
A Contemporaneidade na Arquitetura Brasileira
• Introdução;
• Andrade Morettin Arquitetos;
• Spadoni e Associados Arquitetura;
• FGMF.
• Apresentar a produção arquitetônica contemporânea brasileira e as refl exões sobre 
o exercício da profi ssão nas últimas décadas.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
A Contemporaneidade 
na Arquitetura Brasileira
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE A Contemporaneidade na Arquitetura Brasileira
Introdução
Diferentemente das outras três Unidades desta Disciplina, esta Unidade, em es-
pecífico, assume caráter distinto do abordado anteriormente. Enquanto as demais 
unidades possuem abordagem mais histórica, a presente Unidade se propõe a re-
alizar um retrato da produção arquitetônica das últimas duas décadas por meio da 
análise de projetos renomados.
A dificuldade de tal proposta se dá na definição de critérios para a escolha 
de escritórios que possam retratar o panorama contemporâneo, não obstante, a 
escassez de biografia, no que tange à apreensão e à análise crítica do panorama 
arquitetônico nacional recente, também obstaculiza a compreensão das estratégias 
projetuais adotadas por esses escritórios. Outro fator que fragiliza essa discussão é 
a falta de uma teoria ou de teorias que munam a produção contemporânea nacio-
nal, com o objetivo de proporcionar revisões críticas daquilo que tem sido realizado.
Dessa forma, a seleção e a apresentação de propostas de alguns escritórios, não 
mais importantes do que aqueles que não são estudados aqui, torna-se necessária, 
urgente, como forma de mapeamento de uma produção recente. 
Dentre uma extensa lista de Escritórios cuja produção se inicia nas décadas de 
1980 e 1990 e tem contribuído para a construção de uma arquitetura crítica e de 
uma paisagem urbana contemporânea mais coerente com as dinâmicas sociais da 
atualidade, são sugeridos três coletivos atuantes nacional e internacionalmente.
ANDRADE MORETTIN
Rocco Vidal
Triptyque B.K.
23 sulSpadoni AASPBR
Alan Chu
Metro Arquitetos AssociadosNúcleo de Arquitetura
Brasil Arquitetura
Aplacas
Estudio America
MMBB
Piratininga
Nitsche
AR
FGMF Arquitetos
entre arquitetos
UNA
Loeb Capote
Usina
Bacco
Bernardes Jacobsen
Projeto Paulista
Grupo SP Konigsberger Vannucchi
Figura 1 – Nuvem com os nomes de alguns escritórios nacionais de Arquitetura
8
9
Entre os escritórios e obras elencadas estão: Andrade Morettin, Casa P. A., 
Casa R. R., Casa O. Z., FGMF, Projeto Viver, Escola Pública; Spadonie Associa-
dos Arquitetura, Plano-diretor campus Mackenzie e Edifício Modesto Carvalhosa, 
Centro Paula Souza e ETEC Santa Ifigênia, Escola 20x20.
Andrade Morettin Arquitetos
Tendo como sócios Vinícius Andrade e Marcelo Morettin há mais de duas déca-
das, o Andrade Morettin Arquitetos é um dos mais jovens e conceituados Escritó-
rios de Arquitetura do país. Ao longo dessa jornada, o coletivo é responsável pela 
proposição de uma série de projetos, que vão desde a pequena até a grande escala, 
passando por projetos residenciais, até planos urbanos. 
Um dos resultados desse envolvimento com a produção arquitetônica e, parale-
lamente, com a pesquisa e ensino é a concepção de uma arquitetura bastante sólida 
e reconhecida em nível internacional, por meio de concursos e de publicações.
Uma das características da obra do escritório que se sobressai é o emprego de ma-
teriais pré-fabricados, em específico, os componentes metálicos e também em ma-
deira, como nos projetos do Living Steel e do Centro de Informações do Comperj 
e também em algumas residências unifamiliares, entre elas, a Casa R. R. (2007), na 
praia de Itamambuca, no município de Ubatuba, litoral norte de São Paulo, a Casa P. 
A. (1998), em Carapicuíba, e a Casa O. Z. (2013), em São Roque, interior paulista.
Entre os programas de uso institucional e comercial, os projetos que podem ser 
destacados são o Instituto de Pesquisas Santa Casa (2009-12), um volume de pro-
porções modestas e com revestimento em chapa metálica perfurada que neutraliza 
a composição numa condição bastante caótica por estar situada na margem do 
Elevado João Goulart, o Minhocão.
O escritório também é responsável pela proposta para a nova sede da CAF 
(2008) em Caracas, na Venezuela, concurso internacional que lhes rendeu o se-
gundo prêmio. 
Esse edifício tem como sítio uma praça de proporções longitudinais que abriga 
uma estação de metrô. Como alternativa para resolver o programa de necessidades, 
os arquitetos propõem a verticalização do objeto de modo que o empilhamento das 
lajes de dimensões variadas e pés-direitos amplos garantem versatilidade em seu uso.
Outra proposta que merece ser pontuada é o Instituto Moreira Sales, con-
curso de 2011, com inauguração em 2017. Localizado na Av. Paulista, numa 
situação bastante privilegiada, por um lado, por estar numa condição de fácil 
acesso e, por outro lado, bastante conturbada, tendo em vista o grande fluxo 
de pessoas e veículos.
9
UNIDADE A Contemporaneidade na Arquitetura Brasileira
Figura 2 – Fachada principal com o recorte que sinaliza o térreo elevado (à esquerda) 
e vista interna da situação do térreo elevado (à direita)
Fonte: Andrade Morettin Arquitetos, 2011-17
Para se aprofundar mais sobre o Projeto do Instituto Moreira Sales – IMS, acesse o link a 
seguir. Estratégias contemporâneas de Projeto na cidade de São Paulo: Instituto Moreira 
Salles e SESC 24 de Maio, Mario Biselli e Ana Gabriela Godinho Lima. Disponível em: 
https://goo.gl/NmQtJY
Ex
pl
or
A estratégia adotada e que se destaca é o deslocamento do térreo para o quarto 
nível, quinze metros acima da Avenida. 
Com o térreo elevado, é estabelecida uma nova relação entre o usuário e o edifí-
cio, e também entre o usuário e a cidade, posto que o térreo não é mais claustrofó-
bico, mas permite percepção da paisagem urbana justamente por estar numa cota 
mais alta.
Casa P. A.
Andrade Morettin Arquitetos (Carapicuíba, São Paulo, 1998)
Em um terreno de aproximadamente 600m, densamente arborizado e com um 
lago a norte, recebe uma pequenaestrutura pavilhonar com pouco mais que ses-
senta metros quadrados de área construída. 
O Programa é organizado em dois volumes justapostos de diferentes dimensões: 
o volume principal, um salão de 9.40 x 4.00 x 3.00 m, é delimitado por uma leve 
estrutura de madeira (jatobá) e fechado com painéis de policarbonato alveolar; o 
bloco de serviços concentra os equipamentos e as instalações da casa, como a co-
zinha, a lavanderia, o banheiro e os reservatórios de água e de gás. Ao passo que 
o volume principal, por ter o fechamento transparente, usufrui de maneira mais 
direta do entorno circundante, sobretudo do lago, o bloco de infraestrutura possui 
paredes de alvenaria, assim, estabelecendo um contraste com o salão.
10
11
O salão, que se caracteriza pela fluidez do espaço e pela particular qualida-
de de sua envoltória, tem a capacidade de incorporar a paisagem natural 
ao ambiente doméstico, diluindo a rigidez do tradicional domínio privado. 
Apenas uma cortina retrátil delimita ocasionalmente a área destinada ao 
dormitório, dando-lhe uma dimensão temporal. Uma rede modular de 
instalações sob o assoalho de piso completa a infraestrutura necessária a 
este espaço. (Trecho do Memorial do Projeto)
Figura 3 – Lateral da residência em que é possível verifi car o contraste entre os dois volumes 
que compõem o pavilhão: à esquerda, o bloco de serviços e, à direita, o bloco principal, 
ambos unifi cados pela cobertura inclinada de telhas metálicas termoacústicas
Fonte: Andrade Morettin Arquitetos, 1998
Casa R. R.
Andrade Morettin Arquitetos (Ubatuba, São Paulo, 2007)
Essa casa de praia de 220m2 de área construída está localizada num terreno de 
aproximadamente 500 m2, em Itamambuca, praia do município de Ubatuba, no 
litoral norte de São Paulo.
Ao considerar o contexto de exuberante vegetação e clima quente úmido, além 
do mar a poucos metros do terreno, os arquitetos chegam a um pavilhão de altura 
de seis metros, por uma base de dezoito por oito metros em estrutura pré-fabricada 
de madeira elevada a setenta e cinco centímetros do solo.
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UNIDADE A Contemporaneidade na Arquitetura Brasileira
Figura 4 – Vista da residência com pé-direito elevado em meio à vegetação densa (à esquerda) 
e vista da área comum, do mezanino e dos painéis pivotantes (à direita)
Fonte: Andrade Morettin Arquitetos, 2007
Suas duas faces maiores abertas em sua totalidade para a paisagem externa 
possuem painéis de fibra de vidro e PVC montados em requadros de aço, pivo-
tantes ou deslizantes, com a finalidade de garantir a vista e a proteção contra in-
setos. As demais faces e a cobertura são feitas por telhas de aço com enchimento 
de EPS.
A organização dos ambientes internos segue a coerência da estrutura modular: 
no nível inferior, um dormitório para hóspedes com banheiro, sala de estar e jan-
tar integradas à cozinha, configurando, portanto, um único ambiente, despensa, 
banheiro social e área de serviço; no nível superior, os dormitórios para casal e 
simples, além de um banheiro, que atende os dois ambientes.
Casa O. Z.
Andrade Morettin Arquitetos (São Roque, São Paulo, 2013)
Outra casa de veraneio, porém situada a aproximadamente 60km do município de São 
Paulo, no interior, assume a composição de um pequeno pavilhão de cerca de 180m². 
Externamente, o que se vê é um monolito azul de telhas metálicas e enchimento 
de poliestireno para proteção térmica, com a face sul inteiramente de vidro, para 
a qual todos os ambientes se abrem.
O Programa de necessidades é organizado de maneira muito objetiva, de modo 
que os dormitórios localizados nas duas extremidades são divididos por um ambien-
te composto por espaços de estar e jantar e cozinha.
De frente à fachada principal que garante o acesso à residência, há um deck de 
madeira como extensão dos ambientes internos.
12
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Figura 5 – Fachada sul com o pano de vidro e a silhueta das chapas metálicas em coloração
 azul estabelecendo uma relação de contraste com a vegetação abundante
Fonte: Andrade Morettin Arquitetos, 2013
Spadoni e Associados Arquitetura
Spadoni e Associados Arquitetura, escritório paulistano fundado em 1996, dá 
continuidade ao trabalho que começa a ser desenvolvido pelo arquiteto Francisco 
Spadoni, ainda como autônomo em Paris, França, após ter trabalhado no estúdio 
do arquiteto japonês Kenzo Tange, no final da década de 1980, na capital francesa. 
Seu primeiro projeto em carreira solo é o Peniche, uma casa-barco localizada 
no mais importante rio de Paris, o Sena, em 1989, três anos após graduar-se em 
Arquitetura pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, a PUCCAMP.
Figura 7 – Vista da casa-barco, Peniche
Fonte: Francisco Spadoni, 1989
13
UNIDADE A Contemporaneidade na Arquitetura Brasileira
Para se aprofundar mais sobre o projeto da casa-barco do arquiteto Francisco Spadoni e 
compreender mais sobre a importância da década de 1980 para a sua entrada na arqui-
tetura, acesse o link a seguir. “Kenzo Tange e uma peniche no Rio Sena, Geração Migrante 
– Depoimento 1, Francisco Spadoni. https://goo.gl/wnxgdy
Ex
pl
or
Entre a conclusão do Curso e a estadia na França, Spadoni, ao lado de Abílio 
Guerra, Renato Anelli, Paulo Dizzioli, Luis Fernando de Almeida, Álvaro Cunha e 
Tácito Carvalho e Silva, funda um importante periódico de arquitetura, a Óculum. 
A proposta da Revista é a de explorar um território ainda pouco debatido, que é 
a produção de uma Arquitetura dita pós-moderna, que começa a reconfigurar o 
cenário brasileiro, na década de 1980.
Após a realização de uma Pós-graduação na área de Teorias da Arquitetura 
na Ecole d’Architecture, de Paris-Villemin, em parceria com a Architectural 
Association, de Londres, e Facoltádi Architettura, de Roma, entre 1988 e 1990, 
Spadoni regressa ao Brasil e funda o seu escritório em meados da década de 1990. 
Entre projetos de edificações e propostas urbanas, será analisada a seguir a Es-
cola 20x20 (Rio de Janeiro, 2014), o Plano-diretor campus Mackenzie e Edifício 
Modesto Carvalhosa (São Paulo, 2007) e o Centro Paula Souza e ETEC Santa 
Ifigênia (São Paulo, 2009).
Escola 20x20 (Não Executado)
Spadoni e Associados Arquitetura (Rio de Janeiro, 2014)
Em parceria com Paulo Catto Gomes e Tiago de Oliveira Andrade, é adotado 
um partido arquitetônico bastante claro: o Programa de necessidades é organizado 
em dois volumes deslocados meio-nível um em relação ao outro; em um dos vo-
lumes, o bloco acadêmico, estão concentrados os espaços flexíveis para o ensino, 
enquanto que no outro, o bloco de suporte, encontram-se os sanitários e a Admi-
nistração, entre outros ambientes de apoio.
Os blocos são conectados por escadas e passarelas que estão localizadas numa 
espécie de átrio central e que permitem os acessos aos ambientes. Uma das faces 
é protegida por uma pele metálica de quebra-sóis que garante ventilação cruzada e 
impede a incidência de luz natural diretamente nos ambientes internos.
A configuração espacial resulta em um pavilhão que materializa um novo mo-
delo de ensino, sem sala de aula, e com incomum relação entre professor e aluno, 
posto que o docente assume papel de tutor para grupos de seis alunos.
Plano Diretor Campus Mackenzie e Edifício Modesto Carvalhosa
Spadoni e Associados Arquitetura (São Paulo, 2007)
Outro projeto de uso institucional com Programa Educacional realizado pelo 
Escritório são os planos diretores para a Universidade Presbiteriana Mackenzie, 
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campus Tamboré (2002) e São Paulo (2007), sendo o segundo, complementado 
com a construção do edifício Modesto Carvalhosa.
O objetivo do Plano Diretor para o campus localizado numa gleba desde o 
século XIX, no bairro paulistano de Higienópolis, é reorganizar e ampliar a área 
construída da sede da Instituição. Para isso, são adquiridos lotes vizinhos para 
possibilitar novos acessos e conexões dentro da grande área de aproximadamente 
60 mil metros quadrados.
Para materializar tal proposta, algumas edificações subutilizadas foram demo-
lidas e cederam espaço a novas construções,como é o caso do edifício Modesto 
Carvalhosa, localizado nas proximidades do acesso dado ao terreno pela Rua Piauí. 
O primeiro edifício do plano ocupa um dos poucos vazios do campus, o histó-
rico conjunto de quadras abertas. Com isso, o edifício se insere entre o Ginásio de 
Esportes tombado e um conjunto de árvores que deveria ser mantido. O resultado 
é a conformação de duas praças de acesso nas faces opostas do prédio, que reor-
denam a geometria e os fluxos previstos.
Figura 7 – Esquema de implantação do plano diretor e modelo eletrônico do edifício Modesto Carvalhosa
Fonte: Modesto Carvalhosa
As praças dão acesso à Biblioteca e à Academia de Esportes, parcela do pro-
grama utilizada nos dois primeiros pavimentos com o intuito de compatibilizar a 
diferença de nível entre as faces do edifício. A partir do saguão, os seis outros pa-
vimentos recebem salas de aulas definidas por módulos que garantem sua posterior 
adaptação a outros usos.
O imponente bloco de concreto aparente, ora armado, ora pré-fabricado, estabelece 
relação de contraste entre o novo edifício e o antigo complexo de alvenaria aparente. 
Outros dois materiais utilizados que reforçam a contemporaneidade do edifício e 
a ideia do contraste são os quebra-sóis laminares, na fachada sudeste, e os quebra-
-sóis em grelha, nas faces de sol nascente e poente.
15
UNIDADE A Contemporaneidade na Arquitetura Brasileira
Centro Paula Souza e ETEC Santa Ifigência
Spadoni e Associados Arquitetura (São Paulo, 2009)
O prédio do Centro Paula Souza se estabelece como um marco no Centro do 
município de São Paulo. 
Um terreno de mais de sete mil metros quadrados, anteriormente composto 
por antigas residências e galpões deteriorados, passa a adequar uma construção 
imponente com quase 30 mil metros quadrados de área construída em concreto 
armado, capaz de ressignificar a Região Central.
A implantação garante a permeabilidade do térreo que se organiza por meio de 
uma praça de acesso. Da praça, há a possibilidade de se avistar um jardim em nível 
inferior, pertencente a um dos dois blocos, a oeste do terreno.
Ainda nesse bloco, as áreas expositivas ocupam o térreo e o mezanino, sendo 
que os quatro pavimentos seguintes abrigam áreas para escritórios. O bloco a leste 
possui, no térreo, foyer e Auditório, Cafeteria e Refeitório; no mezanino, Ambula-
tório, Livraria, Laboratórios de Computação e Idiomas e outro foyer que garante 
acesso a um pequeno Auditório, e no pavimento seguinte, uma quadra poliesporti-
va, acesso à Biblioteca, Laboratórios de Hotelaria e Gastronomia.
Figura 8 – Vista do Centro Paula Souza, Bloco Administrativo. 
No primeiro plano, o bloco administrativo
Fonte: Divulgação
16
17
FGMF
O Escritório, radicado no município de São Paulo, é formado pelos sócios Fer-
nando Forte, Lourenço Gimenes e Rodrigo Marcondes Ferraz, arquitetos gradua-
dos pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, a 
FAU-USP, entre os anos de 2001 e 2002.
Atualmente, o Escritório conta com a colaboração de cerca de trinta funcionários 
responsáveis pela elaboração de Projetos de usos residencial, institucional, comercial 
e urbano.
Alguns desses projetos renderam premiações nacionais e internacionais, como é 
o caso do Edifício Corujas (São Paulo, 2012-14), uma das mais recentes realizações 
do Escritório, agraciado em 2017 com o primeiro prêmio na categoria Instituições 
e Espaços de trabalho, no Monsoon Awards do Instituto dos Arquitetos da Índia. 
A proposta de um edifício de escritórios que se desenvolve na horizontal e usu-
frui dos espaços abertos e de uma vegetação abundante incorpora a atmosfera do 
bairro da Vila Madalena e rompe a ideia de um edifício verticalizado, como aqueles 
da região da Av. Paulista ou da Berrini.
Figura 9 – Vista geral do edifício, na qual é possível perceber o gabarito baixo e a presença de vegetação, 
contendo os espaços abertos (à esquerda) e áreas comuns abertas (à direita)
Fonte: FAU-USP
Edifício Projeto Viver
FGMF (São Paulo, 2003-05)
Localizado em um terreno de 1500m², no bairro paulistano do Morumbi, o 
edifício de 400m² de área construída é destinado a atender a população carente da 
favela Jardim Colombo e a hospedar as atividades da Associação Viver em Família.
Em função do desnível do terreno, os acessos de pedestres se dão pela rua de 
acesso ou pela praça em patamares, na qual está localizada a área de lazer, como 
a Quadra Poliesportiva.
17
UNIDADE A Contemporaneidade na Arquitetura Brasileira
Seus degraus funcionam tanto para descanso e contemplação, quanto para 
brincadeiras de crianças e, em dias de eventos, transformam-se em arquiban-
cadas para shows e espetáculos ao ar livre. (Trecho do Memorial do Projeto)
O programa é organizado em dois blocos, de modo que um deles está implan-
tado no limite oeste do terreno e o outro suspenso no sentido transversal. Há um 
pátio coberto sob o bloco suspenso, destinado a atividades diversas, e que faz a 
transição entre a Quadra e o restante da Praça, delimitando as funções de cada 
espaço e os integrando.
Ainda no Bloco suspenso, há salas de capacitação profissional, Biblioteca e Sala 
de Informática, além de sanitários e depósito para todo o conjunto. 
O meio subsolo abriga os vestiários e os depósitos que atendem a Quadra e ser-
virão para os banhos coletivos organizados pela Associação de Moradores.
O edifício principal do complexo abriga em seu térreo a Recepção, a casa do ze-
lador e oficina interdisciplinar, que se abre para o espaço público através de grande 
porta basculante. 
No pavimento superior, estão Sala de Espera, Salas de Atendimento médico, 
odontológico, psicológico, jurídico e outros e, aberta para a rua, uma Cozinha 
Experimental para treinamento, com local para venda de produtos e geração de 
renda para o edifício.
Figura 10 – Vista geral do edifício com o pátio em destaque e os terraços-jardim
Fonte: FGMF
Na cobertura dos Blocos, há o terraço-jardim com equipamentos como a brin-
quedoteca. Dessa forma, a cobertura adquire o caráter de uma praça elevada co-
nectada por passarelas.
Os blocos também se comunicam pelas coberturas – o terraço jardim abriga 
brinquedoteca e se transforma numa grande praça suspensa para atividades 
dirigidas com áreas pavimentadas, jardins e equipamentos de lazer. Além 
18
19
disso, devido aos grandes desníveis do terreno e da rua de acesso, quem 
chega à comunidade pela rua, visualiza a cobertura do edifício e a praça 
suspensa se transforma numa continuação da praça principal do térreo, 
qualificando todo o espaço com o que mais falta nas favelas: áreas livres e 
públicas, arborizadas e bem aproveitadas. (Trecho do Memorial do Projeto)
Escola Várzea Paulista
FGMF (São Paul o, 2007-08)
A Escola Várzea Paulista está localizada no município homônimo, no interior de 
São Paulo. Fruto do Programa da Fundação para Desenvolvimento do Ensino – 
FDE, o prédio é composto por um único bloco, que equaciona todo o Programa, 
além da Quadra Poliesportiva coberta. 
O térreo do prédio concentra funções administrativas, Refeitório, Cozinha e Ba-
nheiros. Os demais pavimentos são ocupados pelas Salas de Aula, Salas-ambiente, 
Informática e Depósitos, além de Salas de Professores e de Diretores. 
De acordo com os arquitetos:
A intenção, desde o princípio, foi a de criar uma grande integração entre 
os espaços públicos e os semi-públicos, entre o espaço interno e o externo. 
Desta forma, o acidentado terreno foi tratado de forma a proporcionar uma 
grande praça de acesso à escola que, quando tem seus portões abertos, 
transforma-se num agradável espaço de convivência para a comunidade. 
Este espaço é complementado por todo o térreo da edificação, que possui 
quadra poliesportiva, galpão coberto para atividades diversas e pátio de re-
creação na porção posterior do terreno. Durante os finais de semana, todos 
estes espaços articulados servem como área de lazer para a população do 
local que tanto carece deste tipo de espaço. (Trecho do Memorial do Projeto)Figura 11 – Detalhe dos elementos pré-moldados compondo a fachada longitudinal
Fonte: FGMF
19
UNIDADE A Contemporaneidade na Arquitetura Brasileira
A estrutura de concreto pré-moldado, modulada a partir dos ambientes internos, 
é adotada em função da garantia da qualidade de execução, da rapidez da monta-
gem e do custo acessível. 
A estrutura de concreto do edifício também é responsável por sustentar os ele-
mentos vazados pré-moldados, responsáveis por climatizar o prédio.
Tanto durante o dia, quanto durante a noite, os elementos vazados assumem, 
também, caráter lúdico, tendo em vista a maneira como estão dispostos na fachada.
20
21
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Coletivo – 36 Projetos de Arquitetura Paulista Contemporânea
NOBRE, A. L.; WISNIK, G.; MILHEIRO, A. V. Coletivo – 36 Projetos de Arquitetura 
Paulista Contemporânea. São Paulo: Cosac Naify, 2006.
 Vídeos
IMS Paulista: a nova sede em São Paulo
https://youtu.be/Gvn17Leq4QQ
 Leitura
Conjunto Heliópolis Gleba G
https://goo.gl/d9MZmc
Estratégias contemporâneas de Projeto na cidade de São Paulo: Instituto Moreira Salles e SESC 24 de Maio
https://goo.gl/NmQtJY
21
UNIDADE A Contemporaneidade na Arquitetura Brasileira
Referências
ANDRADE, Vinícius; MORETTIN, Marcelo. Monolito. São Paulo, ed. 2. 2011.
BISELLI, Mario; KATCHBORIAN, Artur. Monolito. São Paulo, ed. 3. 2011.
BUCCI, Angelo. Monolito. São Paulo, ed.1. 2011.
FGMF Arquitetos. Monolito. São Paulo, ed. 21. 2014.
SPADONI, Francisco. Monolito. São Paulo, ed. 22. 2014.
Sites Visitados
<http://fgmf.com.br/portfolio-item/edificio-projeto-viver/>.
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