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EDIFÍCIO MODERNISTA EM GOIÂNIA David Libeskind PROFESSORA: VÂNIA MARIA TEORIA E HISTÓRIA DA ARTE PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ARTES E ARQUITETURA NATÁLIA BARBOSA RESIDÊNCIA HAJI ASCAR Ano: 1955 - 1957 Área do terreno: 1446,56 m² Área construída: 1139,28 m² Arquiteto: DAVID LIBESKIND Área ocupada: 600,84 m² Localização: Rua 84, 61 , Setor Sul Ocupação do Terreno: 41% Contexto Histórico A partir da decadá de 40 tem se o início de uma maior atualização tecnológica na construção civil. O aprimoramento no uso de concreto armado, acesso lfacilitado ao vidro, ferro e mão de obra qualificada proporcionam a elaboração de edifícios mais altos e com maiores vãos. Goiânia se particulariza no fato de ser uma cidade planejada, que assume a condição de sítio social, expressão das idéias de modernidade e de progresso. Contemporâneo às iniciais especulações modernistas no Brasil, o plano elaborado para a cidade é uma referência importante do urbanismo brasileiro. Sua implantação inicia-se em 1933, a partir da concepção de Attílio Corrêa Lima, parcialmente alterado por Armando Augusto de Godoy. Nele convivem as idéias acerca da funcionalidade, evidenciada no zoneamento, na hierarquização viária e no controle do uso e da ocupação do solo com a estética do urbanismo clássico identificada nas grandes perspectivas e nos asteriscos. Em 1951, a capital torna-se o ponto central do modernismo do Estado, fatores como a ferrovia construída, as políticas desenvolvimentistas de Getúlio Vargas e Pedro Ludovico, a pavimentação de rodovias e a aberturas de novas ligações viárias e o fornecimento contínuo de energia acabam por prepará-a materialmente para receber o movimento moderno. Em meio às transformações econômicas, sociais e políticas em processo nas primeiras décadas do século XX, quando se manifestam tensões e conflitos, surge Goiânia. No bojo da revolução de 30, ela é a expressão da busca da modernização no cerrado goiano, no interior do País. A construção da nova capital relaciona-se, localmente, com a luta pelo poder político, há muito estabelecida em Goiás e, nacionalmente, com o processo de acumulação capitalista, via interiorização e industrialização. Após 1950 com o aumento da população cresce também a busca por mais serviços e produtos. Profissionais liberais como médicos, engenheiros, adminitradores, arquitetos e artistas, passam a compor o cenário econômico local e quase sempre serão os clientes que anseiam por uma nova maneira de morar (MORAES, 119:37-38). Cabe evidenciar a procedência dessas obras, deixando claro que não estavam dissociadas do contexto brasileiro, mostrando a formação dos agentes dessa arquitetura goiana, que tiveram contato e sofreram influência de nomes como: Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Vilanova Artigas, Sergio Rodrigues e Carlos Millian (Metran, 1996:171-176). Quando a casa foi construída havia poucas casas em seu entorno. Abaixo foto tirada em 1967, 10 anos após a entrega da obra, que mostra a rua 84 e os poucos edificios. RESIDÊNCIA HAJI ASCAR Acesso de serviço Garagem e acesso de pedestre Área permeável Edificação Muro com curvas (não foi executado) 10 m Recuo 15 m 5 m 7 m Generosos afastamentos foram aplicados no terreno, “Libesking apresenta no anteprojeto o muro que permeia o perímetro do terreno alternando curvas e retas, oferecendo parcelas internas do térreo ao passei público. Assim criavam- se espaços arbor izados, largos na calçada que disponibilizavam a cidade um espaço valioso.” (SILVA NETO, GOIÂNIA CASA MODERNA). Porém a proposta não foi aceita e o muro foi construído com linhas retas tratado com painéis artísticos, e mantendo um recuo menor para área verde. Serviço Social Setorização 1 Pavimento 2 Pavimento Íntima Social: Vestibulo, música, estar, jantar e piscina. Serviço: Cozinha, garagem, área de serviço, adega, quarto de serviço, quarto de costura, lavanderia, máquinas, reservatório, escritório Íntima: 5 Quartos, 4 suites, 4 closed e 1 sala de estar. Fachada da rua 84 Os materiais construtivos são: Concreto armado, esquadrias de aço e vidro. A obra de David Libeskind é marcada por duas volumetrias horizontais, a volumetria superior é um prisma fechado em concreto nas laterais e no sentido longitudinal a vedação é toda feita de vidro. Apesar da grande dimensão do volume superior, o prisma parece flutuar sobe o terreno, trazendo a robustez e leveza ao mesmo tempo, típico da arquitetura modernista. A parte social foi dividida em duas partes, uma acontece no primeiro pavimento localizado no grande prisma, no qual contem sala de jantar, música, sala de estar e o acesso é feito através da escada, ligada a entrada principal. Já a segunda parte da área social, que seria a área de lazer com as piscinas é ligada através da área de serviço, que é coberta pela volumetria do prisma e envolta por vidros, permitindo o vislumbre do paisagismo. Corte transversal Área de serviço Área Íntima Área Social Pelas tantas funções que a casa passou, se comprova que a planta livre funcionou muito bem, mas infelizmente hoje a casa se encontra em abandono e totalmente descaracterizada. No pavimento superior do prisma acontece a área intima, com um grande diferencial da época, com quartos ligados aos banhos por meio de closets. Havia dois acessos a essa área, tanto por escadas internas quando escadas externas. Referência Bibliografia: SILVA NETO, Euripides Afonso. Goiânia Casa Moderna 1950.1960.1970. Dissertação de mestrado. Brasília 2010. METRAN, Márcia. “Moderno e modernismo”. São Paulo, 1996. Dissertação (Mestrado arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo. MORAES, Sérgio. “O Empreendedor Imobiliário e o estado: O processo de expansão de Goiânia em direção sul (1975-1985)”. Brasília, 1991. Dissertação (mestrado arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília. Página 1 Página 2 Página 3 Página 4 Página 5 Página 6 Página 7 Página 8
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