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Acromegalia Conceitos: • Gigantismo: o início da doença ocorre na infância, quando os núcleos de crescimento ósseo estão abertos, caracterizando um crescimento linear desproporcional ao alvo genético • Acromegalia: o início da doença é na idade adulta, quando as epífises ósseas estão fechadas, o que proporciona um crescimento e aumento das extremidades e partes moles Epidemiologia • Incidência de 3 casos/milhão de pessoas/ano e prevalência de 40 a 70 casos/milhão de habitantes • Atraso diagnóstico de 7 a 10 anos • Principais causas de morte são complicações cardiovasculares (60%) e respiratórias (25%) • No Brasil: incidência de 600-800 novos casos/ano e prevalência de 7 a 17 mil pacientes Etiologia: • Principal causa – tumor hipofisário ou somatotropinoma (99% dos casos são esporádicos) • Origem eutópica • Origem ectópica Fisiologia do eixo hipotálamo-hipófise-GH • Hipotálamo à regulação homeostática GH (Somatotrofina) • Ações anabólicas (estímulo ao crescimento tecidual) ou metabólicas (alteração do fluxo, oxidação e metabolismo de praticamente todos os nutrientes na circulação) • Pode agir de forma direta ao seu receptor na membrana plasmática ou indireta, pela regulação de fatores de crescimento locais, semelhantes à insulina e suas proteínas transportadoras • A síntese e liberação de IGF-1 são influenciadas pelas concentrações de GH, estado nutricional, composição corporal e concentração de hormônios e metabólitos • A partir de sua liberação na circulação, o IGF-1 atua na indução da síntese proteica, na placa de crescimento epifisário e estimula a mineralização óssea = crescimento de ossos, músculos e outros • Adultos saudáveis apresentam um ritmo circadiano de liberação do GH de forma lenta e estável, seguida de abruptas secreções de pico no período noturno Diagnóstico diferencial – Síndrome de McCune Albright (GNAS1) • Puberdade precoce (independente da gonadotropina) • Gigantismo / acromegalia • Manchas com café-com-leite Classificação ultraestrutura dos adenomas somatotróficos • Adenomas de GH • Adenomas de GH e PRL • Adenomas pluri-hormonais Origem dos adenomas somatotróficos • Mutações na proteína G • Mutações Gsp • Mutação inativadoras do gene MEN1 Classificação do tumor hipofisário: • Estágio I – microadenomas (< 1cm), sem expansão selar • Estágio II – macroadenoma (≥ 1 cm), com extensão selar • Estágio III – macroadenoma com alargamento e invasão do assoalho ou extensão supra-selar • Estágio IV – destruição da sela Patofisiologia dos Adenomas Secretores de GH • Aumento na amplitude, número e duração dos picos de GH • Característica noturna ausente • Resposta anormal ao estímulo e supressão • Respostas anômalas aos TRH e GnRH Quadro Clínico • Efeitos do hipopituitarismo: letargia, fraqueza, perda de libido e infertilidade • Efeitos da expansão tumoral: cefaleia, hemianopsia bitemporal, comprometimento de pares cranianos (III, IV e VI) e apoplexia • Efeitos ocasionados pela elevação de GH: alterações morfológicas, sistêmicas e metabólicas O fechamento do disco epifisário impede o crescimento longitudinal ósseo, exceto em ossos planos, curtos ou irregulares, por ainda possuírem resquícios de tecido cartilaginoso • Alterações cutâneas: fibromas pedunculares, acrocordes e acantosis nigricans • Pele espessa, oleosa, propensa à acne e sudorese exagerada (cutis verticisgirata – aumento do pregueamento do couro cabeludo) • Alterações metabólicas: Pré-DM e DM2, síndrome metabólica, dislipidemia mista, bócio coloide e nódulos da tireoide, CA de tireoide, infertilidade e síndrome de ovários policísticos Diagnósticos de exclusão • GH randômico < 0,4 ng/mL • IGF-I normal para sexo e idade • GH após TOTG (padrão ouro) < 0,4 ng/mL em pelo menos um dos tempos • Pacientes com DM não devem ser submetidos ao TOTG e o valor 0,4 é adotado para caracterizar não supressão Alterações radiológicas • Área cardíaca aumentada • Aumento das partes moles • Alargamento das falanges distais em ponta de flecha • Aumento no número de sesamóides • Índice calcâneo > 2,2 cm Tratamento à GH < 2,5 ng/mL e IGF 1 normal • Redução da massa tumoral • Normalização dos níveis de GH e IGF 1 • Correção de distúrbios visuais e neurológicos • Preservação da função pituitária • Prevenção de complicações • Redução da mortalidade • Redução de sintomas Padrão ouro = cirurgia transesfenoidal • Microadenomas: remissão em 70% • Macroadenoma: remissão em 50% • Risco de complicações < 2% ü Fistula liquórica ü Diabetes insipidus (transitório ou permanente) ü Sinusite ü Hipopituitarismo Medicamentos: • Análogos de somatostatina (inibe a secreção de GH) ü Octreotida ü Lanreotida • Agonistas dopaminérgicos = cabergolina • Antagonista do receptor de GH = Pegvisomant Radioterapia • Indicada caso as terapias anteriores não tenham sucesso • Convencional fracionada – controle de 65 a 80% dos casos em até 20 anos • Efeitos adversos: hipopituitarismo, lesões de vias ópticas, radionecrose de lobo temporal e aumento de risco de neoplasias extrahipofisárias • Radionuerocirurgia: preservação da função hipofisária
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