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Evolução da Carga Tributária no Brasil

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O artigo escrito por Emanoel Marcos Lima e Amaury Jose Rezende, foi publicado na revista Interações na cidade de Campo Grande e recebe o título de “Um estudo sobre a evolução da carga tributária no Brasil: uma análise a partir da Curva de Laffer”.
Segundo os autores, O Brasil é um dos países do mundo que possui maior carga tributária, atingindo 40% do Produto Interno Bruto. Como consequência, são elevados os preços dos produtos e serviço. Por meio dos impostos é que se financia o funcionamento da sociedade, é com este dinheiro que o governo realiza o bem-estar social descrito na Constituição Federal como direito Fundamental.
A elevada carga tributária do Brasil, impacta a vida das pessoas físicas e das empresas de forma negativa, por isso a necessidade de debater e realizar uma nova reforma tributária. O fato de os impostos serem altos, culminam também na evasão fiscal e a sonegação fiscal, o que leva a perda da arrecadação. Isso faz com que o governo adote cada vez mais cruzamentos de dados, dificultando tentativas de sonegação.
No último século, foram realizadas no Brasil quatro reformas tributárias, que promoveram criação de novos tributos e aumento da base tributária. Estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, demonstraram o crescimento das alíquotas dos tributos de 1920 até 2005 e a criação de novos impostos.
Assim, o artigo busca verificar quais os tributos que mais contribuem para o aumento da carga tributária do Brasil, através de pesquisas bibliográficas, livros, revistas, documentos, base de dados da Receita Federal, bem como do Banco Nacional do Desenvolvimento para o período entre 1980 a 2005. 
A partir de então, os autores passam a discorrer sobre o Sistema Tributário Nacional. Além dos conceitos, trazem os princípios como o da reserva legal, anterioridade, isonomia e capacidade contributiva, quais são os sujeitos ativos da obrigação tributária, o que é obrigação tributária a classificação dos tributos etc.
Sobre carga tributária, o artigo trás que, em 2005, o PIB per capta no Brasil foi de R$ 866,00 por mês, dos quais R$ 327,00 seriam de tributos. Apesar de ser um percentual muito alto, para os autores é insuficiente para atender as demandas da população.
A seguir, realizaram uma revisão bibliográfica para demonstrar o que seria uma tributação ótima. Com citações de Adam Smith, Alm (1996), Elkin (1989) entre outros, os autores buscaram discutir qual nível e quantos impostos seriam ideias para manter a sociedade de cada país.
O artigo segue explicando o que se trata a curva de Laffer, um gráfico desenvolvido para mostrar como os níveis de alíquotas afetam a receita tributária. Segundo a teoria da curva, a primeiro momento, uma elevação pequena na crga tributária promove aumento na arrecadação dos tributos. Porém, depois de alcança o ponto máximo de arrecadação, essa relação passa a ser inversa. Ou seja, se o governo eleva a carga tributária, começa a perder arrecadação.
Para aplicar a curva de Laffer no caso brasileiro, os autores buscaram dados relativos a evolução da carga tributária no Brasil entre 1980 até 2014, analisando Carga Tributária Bruta (CTB), Bens e Serviços, Salários, Rendas, Patrimônio, Comércio Exterior e Outros Impostos, Taxas e Contribuições. A técnica estatística utilizada foi a de regressão múltipla.
Diante do Estudo, chegaram a conclusão de que o Cofins é o imposto que mais explica a elevação da carga tributária do Brasil, bem como que em determinados períodos o aumento da carga tributária não provocou aumento na receita, assim como afirma a teoria de Laffer. Os autores, porém, ressaltam que a Curva de Laffer dificilmente se aplicaria ao Brasil por conta do alto índice de sonegação de impostos.
Por fim, os autores relataram dificuldades na coleta de dados para realizar a pesquisa, mas apontam seu estudo como uma boa contribuição na área tributária do Brasil tendo em vista o pequeno número de pesquisas na área.
Esse artigo pode ser indicado a advogados tributaristas, contadores e economistas, bem como estudantes dessas áreas, que tendo interesse no assunto, podem usá-lo como instrumento de suas pesquisas e aprendizagens.

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