Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LABORATÓRIO DE PARASITOLOGIA CLÍNICA MÉTODO DE RUGAI ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br MÉTODO DE RUGAI APLICAÇÕES GERAIS DO MÉTODO DE RUGAI O método de Rugai pode ser aplicado para o diagnóstico direto de Strongyloides stercoralis, um nematoide que infecta humanos, considerado uma das espécies mais relevantes na clínica por sua prevalência e por apresentar um amplo espectro de manifestações clínicas, que variam de quadros assintomáticos, agudos e crônicos até hiperinfecções em pacientes imunocomprometidos. Dados epidemiológicos de estrongiloidíase são relativamente escassos. Além disso, a doença é muito subestimada, devido a variações em sua distribuição mundial. A prevalência em países desenvolvidos é maior em agricultores, trabalhadores rurais, imigrantes e pessoas que viajam para áreas endêmicas. Já nos países em desenvolvimento, está associada a áreas endêmicas, atingindo principalmente crianças, pelo frequente contato com solos contaminados. Outro problema é a falta de higiene pessoal e a escassez de fontes de água potável. No Brasil, essa doença é de grande importância na saúde pública, porém suas taxas de infecção podem variar, dependendo da região. Os dados epidemiológicos de prevalência em regiões endêmicas são pouco precisos, pois os métodos aplicados para detecção de parasitos têm baixa sensibilidade e, muitas vezes, não fazem parte da rotina laboratorial. O diagnóstico clínico da estrongiloidíase é presuntivo, ou seja, é conduzido por meio de uma suspeita clínica e epidemiológica. Porém, a doença pode ser confundida com outras enteroparasitoses, pois os sinais e sintomas são inespecíficos. Dessa forma, na suspeita do diagnóstico de estrongiloidíase, são levados em consideração a combinação de sintomas, como diarreia, dor abdominal e urticária, além de eosinofilia e achados radiográficos e sorológicos. LABORATÓRIO DE PARASITOLOGIA CLÍNICA MÉTODO DE RUGAI ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br VANTAGENS O método de Rugai é uma adaptação simplificada do método de Barmann- Moraes, apresentando algumas vantagens. Tem como princípio a utilização da temperatura da água a 45oC, facilitando a captura de larvas por meio do termotropismo e do hidrotropismo positivos, fazendo com que estas migrem para a água morna do funil, acumulando-se no fundo, por sedimentação espontânea. Além disso, o método tem baixo custo, quando comparado a outros, sendo viável na rotina laboratorial. LIMITAÇÕES Uma das limitações do método se deve às dificuldades inerentes ao diagnóstico laboratorial da estrongiloidíase. Com exceção de hiperinfecções, a eliminação de ovos nas fezes é mínima e irregular, e os parasitos adultos habitam o interior do tecido intestinal em vez do lúmen. Por isso, podem não ser detectados nas fezes, sendo mais precisamente detectados por biópsia ou, ocasionalmente, aspirados duodenais. Estudos recentes têm demonstrado que métodos diagnósticos para estrongiloidíase por exames parasitológicos que utilizam microscopia, como o método de Rugai, têm baixa sensibilidade e especificidade. PASSO A PASSO Para pesquisar o Strongyloides stercoralis em fezes frescas, o experimento exige os seguintes materiais: gaze, cálice de sedimentação, água aquecida, pipeta, lâmina, lamínula, lugol e microscópio. Primeiramente, retira-se a tampa do frasco que contém a amostra de fezes frescas e coloca-se a gaze sobre ela, em formato de cruz. Fecha-se a gaze, formando uma espécie de “trouxa”. Em seguida, coloca-se esse material, com a “boca” para baixo, dentro de um cálice de sedimentação contendo água aquecida a uma LABORATÓRIO DE PARASITOLOGIA CLÍNICA MÉTODO DE RUGAI ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br temperatura de 45 oC, em quantidade suficiente para entrar em contato com as fezes, deixando em repouso por 2 horas. Após o repouso, retira-se cuidadosamente o sedimento do cálice (1 mL) e pipeta-se uma gota na lâmina. Acrescenta-se, então, uma gota de lugol, coloca-se a lamínula sobre a amostra e procede-se à análise ao microscópio. É importante ressaltar que a consistência da amostra de fezes não seja líquida, pois impossibilita a realização do teste. Figura 1 – Aparato do método de Rugai. Cálice de sedimentação contendo fezes frescas dentro da gaze em contato com a água morna. INOVAÇÕES Atualmente, muitos esforços e investimentos vêm sendo realizados para desenvolver novos métodos de detecção e melhorar a sensibilidade e especificidade dos métodos diagnósticos já existentes para infecções por S. estercoralis. São muitas as dificuldades encontradas para detecção das larvas nas fezes, por meio dos métodos parasitológicos comuns, principalmente devido a escassez ou flutuações na eliminação das larvas nas fezes dos pacientes suspeitos. Isso faz com que os métodos mais simples LABORATÓRIO DE PARASITOLOGIA CLÍNICA MÉTODO DE RUGAI ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br disponíveis para diagnóstico sejam pouco eficazes e pouco sensíveis, mesmo implementando repetições no experimento. Assim, métodos de diagnóstico indireto, utilizando abordagens de imunologia e biologia molecular, têm sido amplamente testados. Porém, apesar de muitos esforços, os métodos imunológicos têm sido pouco empregados para o diagnóstico de estrongiloidíase, principalmente pela dificuldade em produzir um antígeno que apresente boa resposta e alta especificidade para a realização de imunoensaios, e porque reações falso-positivas podem ocorrer devido a reações cruzadas com antígenos de outros parasitos presentes no soro do paciente infectado. Ainda assim, a abordagem imunológica é considerada a melhor para a triagem de casos agudos no início da doença. O teste de Elisa é o método sorológico mais utilizado para detectar anticorpos anti-S. stercoralis, apresentando alta sensibilidade (57% a 100%) e especificidade (60% a 100%). Quando métodos parasitológicos simples, como o de Rugai, falham na detecção de estrongiloidíase, ou seja, quando o resultado do teste é negativo, mas o paciente exibe os sintomas da doença, o resultado pode ser confirmado por meio de outras técnicas, inclusive de biologia molecular. Entre elas, o Western Blotting, que utiliza frações solúveis de proteínas de larvas filarioides (fase infectante) contra o soro de paciente infectado com o parasito, e o método de reação em cadeia da polimerase (PCR), que utiliza detecção do DNA do parasito em fezes. Ambos os métodos vêm sendo amplamente utilizados para esse fim. LABORATÓRIO DE PARASITOLOGIA CLÍNICA MÉTODO DE RUGAI ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO, S.; GONÇALVES, F. A.; CAMPOS FILHO, P.; GUIMARÃES, E.; GONZÁLEZ Y CÁCERES, A. et al. Adaptation of the Rugai et al. method for analysis of soil parasites. Rev Soc Bras Med Trop 2005; 38:270-271. CDC – Centers for Disease Control and Prevention. Parasites – Strongyloides. CDC, 2019. Disponível em: https://www.cdc.gov/parasites/strongyloides/biology.html. Acesso em: 15 fev. 2021. LAIGNIER, Elisa Rabello. Diagnóstico de Strongyloides stercoralis a partir de análises de sedimento obtido com dez ou mais gramas de fezes. – Universidade Federal do Espírito Santo, 2011. LEVENHAGEN, M. A.; COSTA-CRUZ, J. M. Atualização em diagnóstico imunológico e molecular de estrongiloidíasehumana. Acta Tropical 2014; 135:33-43. NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. 13. ed. São Paulo: Atheneu, 2016. WHO – World Health Organization. Soil-transmitted helminth infections. WHO, 2020. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/soil-transmitted- helminth-infections. Acesso em: 15 fev. 2021. https://www.cdc.gov/parasites/strongyloides/biology.html https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/soil-transmitted-helminth-infections https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/soil-transmitted-helminth-infections
Compartilhar