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Prática de Ensino e Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil A importância da organização do trabalho pedagógico na prática de ensino na Educação Infantil deve ser entendida como uma maneira de abordar todos os campos de experiência e efetivar os direitos de aprendizagem. Desta forma, faz-se necessário compreender a intencionalidade da organização de tempos e espaços como um elemento favorecedor da aprendizagem. Essa intencionalidade permitirá que o professor organize a sua rotina semanal ou roteiro de aprendizagem de maneira que todos os aspectos do currículo sejam contemplados. É a maneira de organizar o trabalho pedagógico que imprimirá qualidade a ele. No que se refere à organização do espaço, crianças pequenas precisam de estímulos visuais para se interessarem pelos objetos de conhecimento. Por isso a organização do ambiente exerce grande influência sobre seu comportamento. É necessário que o professor se atente aos aspectos estéticos, funcionais e ambientais. Quanto à estética, a decoração da sala é um ponto relevante. Pode haver fotos do grupo e trabalhos das crianças expostos em varal ou outro suporte. Estes darão o colorido da sala, e não desenhos e imagens extraídas de outros locais. Segundo Martins (2011), a decoração é uma motivação para a educação da sensibilidade, sendo importante fazer escolhas para evitar a poluição visual e as cores cansativas. Uma boa sugestão é colocar réplicas de obras de arte, como pinturas e esculturas, porém, ressalta-se que a prioridade é dada aos trabalhos das crianças. Espera-se que o espaço de realização das atividades seja acolhedor e belo, permanecendo limpo e bem iluminado o tempo todo. Os aspectos funcionais referem-se à adequação dos locais e aos recursos disponíveis. Todos devem estar ao alcance das crianças para que elas tenham autonomia para o uso dos materiais. Os aspectos ambientais relacionam-se à organização do espaço para se antecipar às variações de tempo e preservação do ambiente, de forma que as crianças sejam incentivadas a preservá-lo. O espaço deve ser pensado de acordo com as propostas de atividades, o que define se as crianças serão colocadas em grupos, duplas ou individualmente. A organização do tempo parte da inter-relação entre os planejamentos anual/semestral, bimestral, semanal e diário. Para o planejamento do dia, tem-se a organização de rotinas, que são os roteiros de atividades que compõem o planejamento do professor de maneira diária, colocados de maneira semanal ou quinzenal. As principais funções da rotina para as crianças é auxiliá-las a compreender a coerência e a previsibilidade dos acontecimentos e facilitar a percepção dos tempos e espaços que se dá através da constatação da mudança. Ao planejar a rotina, deve-se considerar o planejamento da instituição. Um exemplo disso é que não se pode planejar atividades no pátio ou em outro espaço em horário no qual outro profissional o ocupa. Em caso de creche, deve-se considerar os horários de realização de cuidados como mamadeiras, banhos e trocas de fraldas e a variação das atividades durante a jornada de permanência da criança. No âmbito pedagógico, busca-se o equilíbrio das atividades vinculadas aos campos de experiência e à efetivação dos direitos de aprendizagem. Ainda há muito o que avançar na cultura de planejamento e organização do trabalho pedagógico, principalmente no que tange à Educação Infantil. Mesmo assim, há autores que são referências. Autoras espanholas, como Teresa Arribas em “Educação Infantil: desenvolvimento, currículo e organização escolar”, e Eulália Bassedas, Isabel Solé e Teresa Hughet em “Aprender e ensinar na Educação Infantil”, nos trazem boas opções de estudo porque abordam questões curriculares e organizacionais. No Brasil, Zilma de Moraes Ramos de Oliveira é uma grande referência, e a obra “Educação Infantil, fundamentos e métodos” é grande aliada no planejamento institucional e do professor; além dela, pode-se citar Gizela Wajskop, com sua obra “Brincar na Educação Infantil” e outras ações e publicações. Para o planejamento, Maria Carmen Silveira Barbosa se destaca por ter escrito especificamente sobre organização da rotina: “Por amor e por força: rotinas na Educação Infantil”.
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