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FLORIANÓPOLIS, 2021 FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL TESTES E ESCALAS CLÍNICAS ALINE BARBOSA DA COSTA FISIOTERAPIA NEUROLÓGICA NA SAÚDE DO ADULTO E IDOSO I / 7° FASE A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL PREFÁCIO A fisioterapia neurofuniconal é uma área voltada para a prevenção e tratamento de disfunções do sistema nervoso central e do sistema nervoso periférico. Dentre elas estão a Doença de Parkinson, Acidente Vascular Encefálico (AVE), Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), Atrofia muscular Espinhal (AME), neuropatias, Mielomeningocele, Paralisia Cerebral (PC), entre outras. O profissional fisioterapeuta pode atuar de diferentes formas, a depender da condição de saúde e necessidades do paciente e/ou família. Seu papel varia desde prevenção de deformidades e intercorrências, incluindo orientações corretas de famíliares, cuidadores e paciente, ao tratamento e recuperação de sequelas decorrentes da disfunção/lesão. Nesse contexto, a reabilitação neurofuncional vai além da recuperação das perdas e, busca a optmização de padrões motores previamente aprendidos, bem como a aquisição de novos padrões de movimento. Assim, sob o modelo biopsicossocial, o fisioterapeuta neurofuncional auxilia o paciente a alcançar o máximo de sua independência funcional e a qualidade de vida com dignidade. Você sabe o que é? Depois de entender a importância da fisioterapia neurofuncional, vamos falar sobre a NEUROPLASTICIDADE? Use ou perca1. 2. Use e melhore 3. Especificidade 4. Repetição importa 5. Intensidade importa 7. Relevância 6. Tempo importa 9. Transferência 8. Idade 10. Interferêcia Artigo completo sobre os 10 princípios da neuroplasticidade. Vídeo-aula youtube - 10 princípios da neuroplasticidade Vídeo aula youtube - neuroplasticidade Para saber mais: A neuroplascticidade é a capacidade de adaptação do sistema nervoso ás mudanças funcionais e estruturais que ocorrem no dia a dia, mediante diferentes estímulos. É um mecanismo intrínseco que independe de lesão, ou seja, ocorre o tempo todo, seja diante lesão ou não. Há 10 principios básicos que permeiam a neuroplasticidade, os quais são alicerces para a construção da abordagem fisioterapêutica. São eles: Dessa forma, a neuroplasticidade é um mecanismo fisiológico fundamental dentro da fisioterapia neurofuncional, pois é ela que possibilita a reabilitação, a optimização de padrões motores e a aquisição de novas habilidades. https://drive.google.com/file/d/1pydxz_2DoJ4XoB3SrIN2d769Hxaq7jR6/view?usp=sharing https://youtu.be/0uCfiSHpLRo https://youtu.be/hrD_50wKe90 Boa leitura!!! INSTRUMENTOS QUE AVALIAM ATIVIDADES -------------------- 4 1. 1.1 Teste de caminhada de 10 metros ------------------------------ 5 1.2 Teste de caminhada de 6 minutos ------------------------------ 7 1.3 Timed Up and Go (TUG) ----------------------------------------- 10 1.4 Five times sit to stand (FTSTS) ---------------------------------- 11 1.5 Medida de independência funcional (MIF) ---------------------- 12 1.6 Wheelchair Skills Test. Versão 4.3 ------------------------------ 14 2. INSTRUMENTOS QUE AVALIAM ESTRUTURA E FUNÇÃO ------ 16 2.1 Escala de Coma de Glasgow (ECG) ----------------------------- 17 2.2 Escala modificada de Ashworth -------------------------------- 19 2.3 Montreal Cognitive Assessment (MOCA) ---------------------- 20 3. INSTRUMENTOS ESPECÍFICOS PARA UMA CONDIÇÃO -------- 22 3.1 National Institutes of Heatlth Stroke Scale --------------------- 23 3.2 Escala Hoehn e Yahr ------------------------------------------- 25 3.3 Scale for the assessment and rating of ataxia ----------------- 27 3.4 Asia impairment scale ------------------------------------------ 28 3.5 Medida de Independência de Medula Espinhal --------------- 31 4 Tabela Escala/teste e os domínios da CIF ----------------------- 32 Sumário "Todo indivíduo pode, se assim se propuser, ser escultor do seu próprio cérebro!!!" Santiago Raymon y Cajal https://www.sralab.org/rehabilitation-measures/timed-and-go https://www.sralab.org/rehabilitation-measures/ashworth-scale-modified-ashworth-scale https://www.sralab.org/rehabilitation-measures/ashworth-scale-modified-ashworth-scale 1.Instrumentos que avaliam atividades 1.1 Teste de caminhada de 10 metros 1.2 Teste de caminhada de 6 minutos 1.3 Timed Up and Go (TUG) 1.4 Five times sit to stand (FTSTS) 1.5 Medida de independência funcional (MIF) 4 https://www.sralab.org/rehabilitation-measures/timed-and-go Meça e marque o ponto inicial (0 m) e final (10 m) de uma passarela de 10 m; Adicione uma marca a 2 m e 8 m (identificando os 6 m centrais que serão cronometrados). Teste de caminhada de 10 metros Avaliar a velocidade de caminhada em metros/segundo (m/s) em uma curta distância. Cronômetro; Superfície sólida de no mínimo 10 metros; Cones/fitas para fazer as 4 marcações. Como construir o local de aplicação Materiais necesssários:Objetivo: Aplicação 6 m que devem ser cronometrados De forma geral, podem ser realizadas 4 tentativas, divididas de duas maneiras conforme a velocidade de marcha: Deve-se iniciar o cronômetro no momento em que o paciente alcançar a demarcação de 2 m e finalizar quando alcançar os 8 m. Importante lembrar que realizar as 4 tentativas não é uma regra, podendo ser realizado somente a confortável ou a rápida, a decisão dependerá do objetivo e capacidade do paciente. - 2x com velocidade de marcha confortável; - 2x com velocidade máxima; 5 Velocidade= Distância (m)/Tempo (s) Teste de caminhada de 10 metros Imagine que você aplicou o teste com seu Manoel e que você cronometrou os seguintes valores: Como calcular o resultado Para saber a velocidade média, deve-se calcular a velocidade de cada tentativa, e fazer a média do resultado. NOTA: a média é feita separadamente de acordo com a velocidade, ou seja, calcula-se a média da velocidade das duas primeiras tentativas (marcha confortável) e depois das duas últimas tentativas (marcha com velocidade máxima). Vamos a um exemplo prático... "Nossa Aline, tenho que calcular? Mas eu escolhi fisio justamente para fugir dos cálculos" Calma!!! Marcha com velocidade confortável Marcha com velocidade máxima 1° - 7.02 2° - 6.72 1° - 5,15 2° - 5,30 1° V= 6 / 7,02 V= 0,85 2° V= 6 / 6,72 V= 0,89 Média M: 0,85 + 0,89 = 1,74/2 M: 0,87 2° V= 6 / 5,30 V= 1,13 1° V= 6 / 5,15 V= 1,16 Média M: 1,16 + 1,13 = 2,29/2 M: 1,14 Portanto, a Vel. média da caminhada confortável do seu Manoel é 0,87 e da Vel. máx, é 1,14. Importante: Os valores de referência podem variar de acordo com a condição de saúde do paciente. Assim, após a aplicação, acesse 10 Meter Walk Test e verifique. 6 https://www.google.com/url?q=https://www.sralab.org/rehabilitation-measures/10-meter-walk-test&sa=D&source=editors&ust=1635217562977000&usg=AFQjCNH3ySvI8JFvIU8imgJ5Ki6FDhly0w Teste de caminhada de 6 minutos Avaliar a distância percorrida em 6 minutos. Cronômetro; Cadeira; Instrumento de medição (metros) - fita métrica; Um corredor com superfície lisa/consistente de 12 metros de comprimento ou área aberta; Dois objetos (por exemplo: cones) para indicar o retorno; Contador de voltas mecânico ou lápis e papel. Como construir o local de aplicação Materiais necesssários: Objetivo: Meça e marque o ponto inicial (0 m) e final (12 m) de uma passarela de 12 m; Coloque uma cadeira em cada extremidade - as cadeiras precisam estar de fácil acesso, mas longe do cone o suficiente de forma que não interfiram na desaceleração e na velocidade. Evite cadeiras com rodinhas. 7 Teste de caminhada de 6 minutos Imagine que seu Manoel realizou 18 voltas completas e que parou a 6 metros do último cone que passou. Como calcular o resultado Conte o número de voltas completas (ida + volta) que o paciente deu, multiple por 24 e some a distância do último cone que ele passou até o local que ele parou. O paciente deve caminhar o mais rápido duranteos 6 minutos; Se necessário pode diminuir a vel. ou até descansar (permanecendo em pé), mas é proibido sentar durante o teste, caso ocorra, interrompe-se e a distância final é calculada a partir do valor até o momento da interrupção. O terapeuta deve informar de minuto a minuto o tempo restante, bem como incentivar o paciente de que ele está indo bem, sem causar a interrupção. Aplicação Vamos a um exemplo prático... Assim, 9 x 24 = 216, soma-se os 6 metros (216+6=222). e portanto, seu Manoel percorreu o total de 222 metros ao longo dos 6 minutos. Calma!!! Importante: Os valores de referência podem variar de acordo com a condição de saúde do paciente. Assim, após a aplicação, acesse Six Minute Walk Test e verifique. 8 https://www.google.com/url?q=https://www.sralab.org/rehabilitation-measures/6-minute-walk-test&sa=D&source=editors&ust=1635217562969000&usg=AFQjCNGvEQbEO1a3LdQnw7K5-1zYJQ9lTQ É dever do fisioterapueta instruir o paciente de forma clara e objetiva sobre a importancia/objetivo do teste e como realizá-lo. Se necessário, solicite um teste prévio para verificar se realmente o paicente entendeu o solicitado; O terapeuta deve ficar fora do campo de visão do paciente; Não deve-se conversar durante o teste; Se o paciente precisou de assistência, é necessário relatar o tipo e nível de assistência; Deve-se coletar sinais vitais e a percepção de esforço (escala de BORG) antes e depois do teste; Ao fazer a reavaliação, o ideal é replicar a mesma situação em que foi realizada a avaliação. Atibui-se zero se o paciente: - Precisar de assitência total para realizar o teste; - Ser incapaz de andar ou necessitar de assistência que afete a velocidade de propulsão frontal. Informações gerais para o teste de caminhada de 10 metros e de 6 minutos Leitura complementar: Teste de caminhada de 6 minutos Teste de caminhada de 10 minutos 9 https://drive.google.com/file/d/1g-NNrjqapZ9YudnTB26mFmGqi-cOCRXG/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1skJaYpMFrWSRXqFyGWdUN_EyJWvvgBJa/view?usp=sharing Paciente precisa estar sentado encostado na cadeira, pés no chão e mãos sobre as coxas. O teste consiste em levantar, andar 3 metros, girar 180° e voltar. Oriente o paciente a fazer o mais rápido possível e a não usar o MMSS para levantar; Se necessário, faça uma repetição prévia para confirmar que ele entendeu, Iniciar o cronômetro quando o paciente tirar as costas do encosto e finalizá-lo no momento que tocar a bunda na cadeira. Evite utilizar o comando de voz para iniciar, alguns pacientes podem ter dificuldade em entender rapidamente. Registre o tempo, uso de assistência e o lado que girou o cone. A reavaliação deve ser comparável. - Para mais informações e valores normativos, clique aqui. Objetivo: Avaliar mobilidade, o equilíbrio e a capacidade de caminhar, incluindo mudança de direção. Timed Up and Go (TUG) Materiais necessários Cronômetro; Cadeira com apoio nas costas e braços (recomendável). Instrumento de medição (metros) - fita métrica; Espaço com superfície lisa/consistente de 4 metros de comprimento ou área aberta; Construção do local de aplicação Posicione a cadeira firmemente, sem apoiá-la na parede. Entre a cadeira e o cone devem conter 3 m de distância. Aplicação 10 https://www.sralab.org/rehabilitation-measures/timed-and-go Posicionamento inicial: paciente sentado, pés no chão, mãos cruzadas no peito e costas no encosto da cadeira. Deve-se explicar ao paciente o objetivo do teste e instruí-lo como realizá- lo. Por exemplo: "Seu João, hoje iremos aplicar um teste que avalia sua capacidade de levantar e sentar. O senhor irá levantar e sentar 5 vezes, o mais rápido possível. Lembre-se de quando levantar, não usar o apoio dos joelhos contra a cadeira e esticar o corpo todo, sem deixar os joelhos dobrados. Ok? Alguma dúvida?" Se necessário, faça uma repetição prévia para confirmar que ele entendeu, Inicia-se o cronômetro quando o paciente tirar as costas do encosto. Evite utilizar o comando de voz para iniciar, alguns pacientes podem ter dificuldade em entendê-los rapidamente. E finaliza-se o cronômetro na quinta repetição, no momento que o paciente tocar a bunda na cadeira. Objetivo: Five times sit to stand (FTSTS) Material necessário Cadeira (pode ser com apoio). Aplicação Avaliar transferência do sentar e levantar. Durante o teste, o paciente deve sentar de fato, não somente tocar na cadeira. O avaliador posiciona-se lateralmente para que visualize melhor. Não encoste a cadeira na parede; No início o paciente deve estar com as costas apoiadas na cadeira, nas repetições, não, pois o mesmo deve controlar a descida e não somente se jogar na cadeira. Se precisar de assistência, pode usar o apoio da cadeira. Faça o registro. - Para mais informações e os valores normativos, clique aqui. Importante!!! 11 https://www.sralab.org/rehabilitation-measures/five-times-sit-stand-test Medida de Indepência funcional (MIF) Sistema uniforme, baseado na Classificação Internacional de Incapacidade e Saúde (CIF), que visa mensurar o nível de incapacidade de um indivíduo e apontar a quantidade de assistência necessária para fazer as atividades de vida diária. Caneta; Prancheta; Ficha de avaliação da MIF Descrição da escala Materiais necesssários: Objetivo Composta por 18 tarefas (13 motoras e 5 cognitivas); Pontuação de cada tarefa motora varia de 1 a 7 pontos que permeia de total assistência (ou dependência completa) a independência completa; Escore total da avaliação motora varia de 18 a 126 pontos (quanto maior o escore, mais independente é o indivíduo). Dimensões avaliadas: transferências, alimentação, higiene pessoal, locomoção, controle esfincteriano, comunicação e cognição social - sendo os dois últimos pouco utilizado na escala, pois há outros instrumentos mais sensíveis para tal, ex. MOCA. Indicação de uso: Esclerose múltipla (EM); Acidente Vascular Encefálico (AVE); Lesão medular (LM); Lesão Encefálica (traumatismo crânio encefálico) Atenção!!! Aplicação Deve-se realizar no 1° dia de avaliação e na reavaliação; Caso o paciente não possa fornecer as informações, o seu cuidador/familiar deve participar. Se as informações fornecidas não forem claras, deve-se solicitar que o paciente demonstre a ação. 12 Critérios de pontuação Ficha da escala MIF Manual MIF Saiba mais: - Para mais informações e valores normativos, clique aqui. Medida de Indepência funcional (MIF) 7 - realiza de forma independente sem assistência ou adaptação; 6 - precisa de adaptação ou leva mais tempo para realizar; 5 - necessita de supervisão de outrem, sem haver assistência (toque físico); 4 - precisa de assistência leve, a qual não vence a gravidade; 3 - necessita de maior assistência, a qual vence a gravidade, mas ainda é o paciente que predominantemente realiza o movimento; 2 - movimento realizado majoritariamente pelo terapeuta / cuidador / familiar, havendo ainda alguma contribuição do paciente; 1 - totalmente dependente. 13 https://drive.google.com/file/d/1eXZB1hY7kX1BagwnCNDI1LvcesXbkJyQ/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1-j0K3xbTgclRHAd03JCpZ_rpOsIEcAHM/view?usp=sharing https://www.sralab.org/rehabilitation-measures/fimr-instrument-fim-fimr-trademark-uniform-data-system-fro-medical Composto por 34 atividades, o usuário deve julgá-las, de acordo com sua percepção, suas habilidades em cada um dos aspectos: capacidade, confiança e desempenho. Aplicação Wheelchair Skills Test. Versão 4.3 Objetivo: avaliar a capacidade de execução de diferentes habilidades em cadeiras de rodas, confiança para executá-las e desempenho. Nota: não é a percepção do avaliador que condiz o score (veja na página seguinte como pontuar), mas sim a do paciente, ele é quem julga cada aspecto. Caso na percepção do avaliador, algo chame atenção e seja relevante, anote, mas não interfira no resultado do questionário. Vídeo youtube: Manual Wheelchair Skills Test Training 14 https://drive.google.com/file/d/1qTol0m9N3kHll-Fn0Ss0ooz3XxIHz7YG/view?usp=sharinghttps://drive.google.com/file/d/1qTol0m9N3kHll-Fn0Ss0ooz3XxIHz7YG/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1GoIK-qjo8_q79jlJDZEOie5cKxAnm3XO/view?usp=sharing https://www.youtube.com/watch?v=UfidZw2ZSHE https://drive.google.com/file/d/1GoIK-qjo8_q79jlJDZEOie5cKxAnm3XO/view?usp=sharing Aplicação Wheelchair Skills Test. Versão 4.3 Para orientar a condução da aplicação, utilize o fluxograma. E para responder cada habilidade, considera-se a seguinte classificação: - Para mais informações e os valores normativos, clique aqui. 15 https://www.sralab.org/rehabilitation-measures/spinal-cord-independence-measure https://drive.google.com/file/d/1GoIK-qjo8_q79jlJDZEOie5cKxAnm3XO/view?usp=sharing 2.1 Escala de Coma de Glasgow (ECG) - TC 2.2 Escala modificada de Ashworth 2.3 Montreal Cognitive Assessment (MOCA) 2. Instrumentos que avaliam estrutura e função 16 Escala de Coma de Glasgow (ECG) Mensura o nível de consciência do paciente, e portanto a gravidade da lesão, possibilitando o encaminhamento mais seguro do paciente (trânsito hospitalar). Classificação da gravidade Melhor pontuação = 15 Pior pontuação = 3 Mínima: ECG 15 sem perda de consciência ou amnésia (não é considerado TCE) Leve: ECG 14 ou 15 com amnésia transitória ou leve perda de consciência Moderada: ECG 9 a 13 ou perda de consciência superior a 5min Grave: ECG 5 a 8 Crítico: ECG 3 a 4 Deve ser reaplicada para reavaliar e acompanhar o quadro do paciente! Objetivo 17 Escala de Coma de Glasgow (ECG) Exemplos de perguntas que podem ser feitas: "Qual é o seu nome?/ Que dia é hoje?/ Que mês estamos?" Aplicação Resposta Verbal 5→ Resposta esperada e correta; 4→ Confusa, fala preservada, mas não responde corretamente; 3→Somente palavras, sem construir frases coerentes; 2→Somente sons, sem coerência; 1→Sem resposta. 4→Abre os olhos espontaneamente - resposta esperada; 3→Abre os olhos mediante comando/pedido; 2→Abre os olhos com estímulo doloroso; 1→Sem resposta 6→Obedece o comando de forma imediata e responsiva - por exemplo "Seu Manoel, mostre sua língua, por favor"; 5→Mediante um estímulo doloroso, consegue localizá-lo - normalmente querer pará-lo; 4→Mediante um estímulo doloroso, tenta afastar ou proteger a região da dor; 3→Padrão de flexão - descorticalização; 2→Padrão de extensão - descerebração; 1→Sem resposta. Resposta Ocular Resposta Motora 18 https://drive.google.com/file/d/1KWS4IZMSNBRzI90sBoAG0G1mVAMcJUNi/view?usp=sharing Superiores Inferiores Flexores e extensores de punho, cotovelo e ombro; Adutor horizontal do braço (peitoral menor). 0 - Não há aumento do tônus; 1 - Ligeiro aumento do tônus muscular no final da Amplitude De Movimento (ADM); 1+ - Ligeiro aumento do tônus muscular no meio da ADM; 2 - Aumento acentuado do tônus muscular no início da ADM; 3 - Aumento grave do tônus muscular em toda ADM, mas ainda ocorre o estiramento muscular; 4 - Rigidez. Flexores e adutores de quadril; Tríceps sural. A aplicação é feita de duas formas: a 1° vez é lenta e a 2° vez é rápida; Não pode haver contração voluntária no momento da aplicação, portanto peça ao paciente para deixar o membro bem "soltinho"; Se houver dúvida em qual graduar, lembre-se: aquilo que é imperceptível é irrelevante. Considere o que é claro. Aplique a escala primeiro do lado saudável; Na espasticidade o músculo cede conforme a manutenção do movimento, já na rigidez, isso não ocorre. Importante!!! #focaemmim Escala modificada de Ashworth Graduação Objetivo: Avaliar o tônus muscular em pacientes que apresentam disfunção do SNC, com graduação de 0 a 4, de acordo com a resistência oferecida em resposta ao reflexo de estiramento. Principais grupos musculares acometidos - Para mais informações e os valores normativos, clique aqui. 19 https://www.sralab.org/rehabilitation-measures/ashworth-scale-modified-ashworth-scale Montreal Cognitive Assessment - MoCA Definição: Ferramenta de avaliação que fornece uma estimativa da capacidade cognitiva do paciente. 20 Nesse etapa, apenas dizer ao paciente as 5 palavras e pedir para que ele grave, posteriormente será pedido a ele que repita as palavras (evocação tardia). 1a - Solicite ao paciente ligar os pontos em ordem crescente e alfabética, intercalando- os. Montreal Cognitive Assessment - MoCA 1b - Desenhar um cubo. 1c - Desenhar um relógio marcando 11:10 min. Aplicação - considerações importantes Se o paciente responder nomes de animais de grande similaridade, considera-se e pontua. Por ex.: falar camelo ao invés de dromedário. Nota: Não se dá feedback durante a aplicação e evita-se dá dicas, se o paciente não responder ou não entender, apenas se repete a pergunta. - Para mais informações e valores normativos, clique aqui. A ordem da repetição não interfere na pontuação. E se as pistas forem usadas, não se pontua. Porém, é importante anotá-las a fim de identificar estratégias que podem auxiliar na terapia. 21 https://www.sralab.org/rehabilitation-measures/montreal-cognitive-assessment 3.1 National Institutes of Heatlth Stroke Scale - AVC 3.2 Escala Hoehn e Yahr - DP - 3.3 Scale for the assessment and rating of ataxia (SARA) 3.4 Instrumentos de lesão medular 3.5.1 Asia impairment scale 3.5.2 Medida de Independência de Medula Espinhal 3.5.3 Wheelchair Skills Test 3. Instrumentos específicos para uma condição 22 National Institutes of Health Stroke Scale Escala composta por 15 itens que visam mensurar quantitativamente os déficits e sequelas neurológicas pós Acidente Vascular Cerebral (AVC). Áreas de avaliação: afasia, comportamento, cognição, disartria, visão e percepção. Pontuação: A gravidade do AVC pode ser estratificada baseada nas seguintes pontuações: É útil para o encaminhamento correto do paciente (fluxo hospitalar) e para avaliação de prognóstico precocemente; Fornece base para o planejamento do programa de reabilitação; Permite uma análise comparativa através da aplicação na reavaliação, verificando portanto se houve mudanças no quadro clínico/funcional. Importante!!! O resultado de um item é o pior resultado entre os lados, ou seja, não há uma pontuação para lado direito e para lado esquerdo individualmente. Importância da NIHSS na prática "Ok Aline, até aqui entendi. Mas qual a importância, na prática, de se aplicar essa escala?" "Vamos lá descobrir..." Objetivo: Muito severo > 25 Severo 15 - 24 Leve a moderadamente grave 5 - 14 Leve 1 - 5 Leitura complementar: https://www.sralab.org/rehabilitation-measures/national-institutes-health-stroke-scale 23 National Institutes of Health Stroke Scale 1a. Nível de Consciência - perguntar que motivo levou o paciente ao local; 1b. Perguntas de Nível de Consciência - perguntar mês e idade; 1c. Comandos de Nível de Consciência - solicitar abrir e fechar os olhos e então abrir e fechar a mão não parética; 2. Melhor olhar conjugado - testar movimentos oculares horizontais; 3. Visual - testar os campos visuais (quadrantes superiores e inferiores) por confrontação, utilizando contagem de dedos ou ameaça visual, conforme apropriado; 4. Paralisia Facial - perguntar ou usar pantomima para encorajar o paciente a mostrar os dentes ou sorrir e fechar os olhos, ou ainda, erguer as sobrancelhas. 5. Motor para braços - o braço é colocado na posição apropriada: extensão dos braços (palmas para baixo) a 90o (se sentado) ou a 45o (se deitado). É valorizada queda do braço se esta ocorre antes de 10 segundos. 6. Motor para pernas - a perna é colocada na posição apropriada: extensão a 30o (sempre na posição supina). É valorizada queda do braço se esta ocorre antes de 5 segundos. 7. Ataxia de membros - testes índex-nariz e calcanhar-joelho; 8. Sensibilidade - avalie sensibilidade ou mímica facial ao beliscar ou retirada do estímulo doloroso em paciente torporoso ou afásico; 9. Melhor linguagem - solicitar que o paciente descreva o que está acontecendo no quadro*, nomeie os itens nalista de identificação* e leia a lista de sentença*; 10. Disartria - pedir ao paciente que leia ou repita palavras da lista*; 11. Extinção ou Desatenção (antiga negligência) - oferecer estímulos táteis ao paciente, em diferentes locais do corpo. *Anexos na ficha completa da NIHSS. Para acessá-la clique no link: Ficha de avaliação em inglês; Fica de avaliação traduzida. Aplicação - Resumo para lembrar dos itens a serem avaliados 24 https://drive.google.com/file/d/1-roaKrRWiHumBnXmKjWw1Hp_DZgoW8uY/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1aS0jCYXWzjZ_nCULVM4uMKacTKoMxGWK/view?usp=sharing 1 - Envolvimento unilateral com mínimo ou nenhuma incapacidade funcional; 2 - Envolvimento bilateral sem comprometimento do equilíbrio; 3 - Envolvimento bilateral: incapacidade leve a moderada com reflexos posturais deficitários, mas fisicamente independente; 4 - Doença gravemente incapacitante; ainda capaz de andar ou ficar em pé sem ajuda; 5 - Confinamento à cama ou cadeira de rodas, a menos que seja auxiliado. Ferramenta de classificação utilizada para classificar e acompanhar a progressão da doença de Parkinson (DP), tendo como base os sintomas motores. Classificação Escala Hoehn e Yahr Passos da avaliação Objetivo 25 2° Testes de coordenação dos MMSS, solicitar: - Supinação e pronação (10x), - Índex-nariz (5x) - Destreza digital - pinça (10x) - Bater os pés no chão (10x); 1° Observação do paciente; Escala Hoehn e Yahr Passos da avaliação 3° Testes de mobilidade (sentar e levantar, caminhar com mudança de direção); 4° Pull test ("teste do puxão") - paciente posicionado de costas para o fisioterapeuta, o qual deve estar apoiado para evitar que acidentes no momento do teste. O fisioterapeuta deve oferecer um estímulo (puxão) a nível do ombro do paciente, forte o suficiente para o paciente ter que usar a estratégia do passo para manter o equilíbrio. E se a estratégia aparecer e for efetiva, é classificado como 2. 26 Quanto menor a pontuação, melhor o desempenho!!! Marcha; Postura; Sentar; Distúrbios na fala; "Perseguição" dos dedos; Index-nariz; Movimentos alternados; Manobra calcanhar-joelho. Escala clínica que avalia a agressividade da ataxia, Pode também ser utilizada como indicador de reabilitação da condição de marcha e independência para as AVD's em pacientes com AVC atáxico. As pontuações são baseadas na capacidade do paciente para: Objetivo: Scale for the assessment and rating of ataxia - SARA - Para mais informações e os valores normativos, clique aqui. 27 https://drive.google.com/file/d/1V7O2vHBc2ImGjzBByuhpd8iPj4jXjRly/view?usp=sharing https://www.sralab.org/rehabilitation-measures/scale-assessment-and-rating-ataxia ASIA Impairment Scale Objetivo: Definir e descrever a extensão e gravidade da lesão medular. Através de pontos chaves, baseados nos miótomos e dermátomos, realiza- se a avaliações de sensibilidade e motricidade a fim de classificar níveis sensitivos, motores e neurológicos da LM. pick-toque: discriminação entre dois tipos de contato. pode-se usar uma superfície pontiaguda e outra mais inócua (por ex.: clipes). Toque leve: discriminação se há ou não toque o contato leve contra a pele, utiliza-se algodão. Nível sensitivo Há dois testes para se avaliar: 1. 2. Deve-se iniciar pela bochecha, fazendo-se um teste para verificar se o paciente entendeu, primeiro de olhos abertos e depois de olhos fechados. A cada local avaliado, pergunte se a sensação é igual ao do local anterior. Realiza-se cinco vezes para cada dermátomo-chave, do lado direito e esquerdo, um teste de cada vez, iniciando por um hemicorpo e encerrando no outro cada teste. Pontuação: Considera-se sensível se discriminar corretamente 75% das tentativas ou mais. Nota: - Toque leve e de pick igual a da face: 1 ponto; - Sensação alterada: 1 ponto; - Sem sensação: 0 ponto. Avaliação Toque leve Pick - toque 28 ASIA Impairment Scale São avaliados a partir de músculos chaves: 10 músculos em cada hemicorpo - 5 de extremidade superior e 5 de extremidade inferior. Classificados com força de 0 a 5: 0 não há contração e 5 força que resisti uma resistência). Inicia-se sempre pelo teste do grau 3 (contração contra gravidade), caso não consiga realizar, elimina-se a gravidade, caso consiga, parte-se para o grau 4 e 5. Grupos musculares a serem avaliados: Nível motor Avaliação Classificação T1 Abdutor do dedo mínimo; L2 Flexores de quadril; L3 Extensores de quadril; L4 Dorsiflexores; L5 Extensor do hálux; S1 Flexor plantar de tornozelo. C5 Flexores de Cotovelo | Bíceps Braquial, Braquial; C6 Extensores de punho; C7 Extensores de Cotovelo | Tríceps; C8 Flexores de dedos; Nível sensitivo Nível mais caudal de ambos os lados para todos os testes (pick- toque e toque leve) em que todos os níveis anteriores tenham pontuação 2 Classificação neurológica Nível mais caudal em que haja preservação motora e sensitiva, respeitando os mesmos critérios adotados para classificação de nível motor e de nível sensitivo; Nível motor Nível mais caudal em que ambos os lados possuem força maior ou igual a 3, em que os níveis anteriores possuírem nível igual a 5; Usa-se a escala de classificação de Frankel, que varia de A a E, para padronizar a classificação da lesão medular para a avaliação motora e sensitiva 29 ASIA Impairment Scale AIS A - Completa: nenhuma função motora ou sensitiva nos segmentos sacrais S4-S5. AIS B - Sensorial Incompleta: nenhuma função motora, porém alguma função sensitiva preservada abaixo do nível neurológico, incluindo os segmentos sacrais S4-S5. AIS C - Sensorial e motora incompleta: além da sensibilidade nos segmentos sacrais, a função motora está presente causal ao nível neurológico e mais da metade dos músculos chave abaixo do nível neurologico tem grau de força muscular menor de ⅗. AIS D - Sensorial e motora incompleta: além da sensibilidade nos segmentos sacrais, a função motora está presente causal ao nível neurologico e pelo menos metade dos musculos chave abaixo do nivel neurologico tem grau de força muscular maior ou igual a ⅗. AIS E - Normal: funções motora e sensitiva normais em todos os segmentos medulares testados. Classificação de Frankel 30 https://drive.google.com/file/d/1GoIK-qjo8_q79jlJDZEOie5cKxAnm3XO/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1GoIK-qjo8_q79jlJDZEOie5cKxAnm3XO/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1GoIK-qjo8_q79jlJDZEOie5cKxAnm3XO/view?usp=sharing Medida de Independência de Medula Espinhal Objetivo: Avaliar o nível de independência de indivíduos com lesão medular, considerando se realiza ou não uma atividade e como o realiza. Escala composta por 17 itens de tarefas diárias relevantes às pessoas com LME, subdivididos em três seções: 1) autocuidado; 2) respiração e controle de esfíncteres; e 3) mobilidade. Pontuação total varia de 0 a 100 - quanto maior a pontuação, maior a independência. Pontuação - Para mais informações e os valores normativos, clique aqui. Deve-se questionar como o paciente realiza cada item; As questões 1, 2, 3, 4, 8, 10, 11 e 16 possuem uma explicação acerca de quais atividades envolvem o contexto, dessa forma, estas devem ser consideradas para assinalar a opção de resposta. Aplicação 31 https://drive.google.com/file/d/1X53FMYJSPnS_ygABDzPjDXS4o74pnfXH/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1X53FMYJSPnS_ygABDzPjDXS4o74pnfXH/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1GoIK-qjo8_q79jlJDZEOie5cKxAnm3XO/view?usp=sharing https://www.sralab.org/rehabilitation-measures/spinal-cord-independence-measure https://drive.google.com/file/d/1GoIK-qjo8_q79jlJDZEOie5cKxAnm3XO/view?usp=sharing Tabela Testes/Escalas CIF 32 https://drive.google.com/file/d/1Gnal2-YFCftwnYI82TYOqiZ3a9Fz5RL8/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1Gnal2-YFCftwnYI82TYOqiZ3a9Fz5RL8/view?usp=sharing FLORIANÓPOLIS, 2021 OBRIGADA!!! ALINE BARBOSA DA COSTAFISIOTERAPIA NEUROLÓGICA NA SAÚDE DO ADULTO E IDOSO I / 7° FASE alinebcosta12@gmail.com
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